sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

???

Às vezes o que se quer não é o que se precisa. Menos ainda o que se pode ter.
Antes de avançar para esse aspecto mais etéreo, preciso definir o que eu realmente quero agora. E o que eu preciso. E o que eu posso ter.

No genérico, como todos os seres, quero ser feliz e evitar o sofrimento. Mas não sei como obter um e evitar o outro neste momento.
Embaçamento.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Assim e assado

Jamais deixo de me espantar com o hábito de se valorizar as pessoas quando elas não estão por perto. Quando estão do lado, parecem enfadonhas, o convívio tem um ar de mesmice, de monotonia, até mesmo de franca chatice, encheção de saco. Aí, quando a pessoa não está junto, transforma-se em alguém interessante, cativante, aquele convívio que antes parecia tão sem graça reveste-se de encanto.
Pior é quando só se dá valor pra uma pessoa depois que ela saiu de nossa vida.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Megatombo

Havia corrido pela última vez em meados de janeiro. Não tive mais vontade, nem tempo.
Hoje saí pra trotar com meu treinador por uma hora, era pra ser um estímulo pra retomada. E realmente me animei, estou sentindo falta da atividade física, sempre tão presente em minha rotina.
Cinco minutos depois de sair de casa, caí. Curiosamente, foi o tombo menos dolorido de todos. Achei que nem tivesse me esfolado muito. Mas rasguei o joelho esquerdo numa pedra solta numa calçada da Nilo Peçanha. Caí exatamente em cima da aresta da pedra, um corte largo e fundo, que expôs todos os tecidos moles. Eu nunca tinha visto um corte assim - nem quero ver de novo.
Recolhida e rebocada pelo namorido direto pro hospital, pra levar oito pontos. Nessa situação, tive a felicidade de ser atendida por um cirurgião corredor, com 16 maratonas no currículo - e que há um mês completou o Desafio do Pateta na Disney, correndo a meia-maratona no sábado e a maratona no domingo. Enquanto ele me suturava, ficamos conversando sobre corridas. E eu fiquei numa boa, entretida, sem me enervar com o que estava acontecendo.
Continuo assim: calma, zero aflição. Isso, como tudo, vai passar.
A prática budista realmente funciona. :) Mesmo uma prática tão pobre quanto a minha. Meu núcleo de felicidade e tranquilidade mantém-se inabalado em meio à onda de infortúnios recentes.
Bem, além do budismo, é possível que essa estabilidade seja alimentada pelo convívio com uma pessoa que me faz basicamente feliz. E que eu amo e admiro, entre muitas coisas, pela estabilidade e dignidade com que encara situações muito difíceis.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Hard times

Hoje estou desconfortável dentro de minha pele. Falta alguma coisa. Falta espaço interno. Estou apertada em meio às carências, expectativas frustradas, falta de perspectivas, cansaço e um trabalho enorme do qual preciso dar conta. Aí bate o desânimo e a sensação de solidão.
Hora de parar, respirar, relaxar e olhar pra isso. Sensações fugazes, muito fáceis de dissipar.
No atacado, é só recordar que não passam de frutos do apego, do binômio desejo/aversão.
No varejo, posso reduzir o desconforto terminando o trabalho o quanto antes para reorganizar a rotina de modo mais saudável e prazeroso. Preciso retomar a prática budista, a prática esportiva e, acima de tudo, preciso reajustar o foco e decidir se quero mesmo manter a rota em que estou.
Marzinho agitado e enjoado esse de hoje.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Ondulação

Para tudo a alegoria do mar e das ondas. Sempre.
Entrou o swell, as ondas vieram em sequência. Algumas foram surfadas, outras foram ultrapassadas remando forte. Uma delas estourou em cima da cabeça, deu um caldo, uma sessão de máquina de lavar.
Felizmente entre o tombo e a chegada da onda rainha houve um breve espaço para voltar à tona, respirar e se preparar para fluir com a massa d'água gigantesca.
Que eu possa ver sempre a diferença entre a natureza do mar e das ondas. E que tenha a habilidade para me manter flutuando.