quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Inspeção

A inspeção da mente está trazendo à luz o que precisa mudar.
O grande insight do amanhecer foi: não empoderar os fenômenos percebidos como obstáculos ou como negativos. Tentar evitar, seja fugindo ou reprimindo, só dá poder às emoções negativas e aflições. A palavra de ordem agora é: enfrentar. Inspecionar, acolher e soltar quando conseguir.
Falei sobre isso de manhã com a soul-sister Flavia Vidor. E aí ela descobre um vídeo curtinho da monja Cohen sobre o tema.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

De volta em casa!


Muito antes do previsto.
O safado arrancou a sonda ontem. Por isso teve alta hoje. Fui à clínica no início da tarde só pra fazer uma visita. Voltei depois, de carro, pra trazer meu amado Lelo pra casa.
Agora é insistir com a ração urinária e rezar e torcer.

No mais, um período de muitas mudanças teve início. Todas para melhor. Mas daí a ser bom...
Algumas já estão em andamento. Outras estão definidas. E algumas precisam de mais tempo.
É um movimento amplo. Envolve família e trabalho, até o treinamento.
Embora eu esteja animada, tem uma parte de mim assustada.
E tem a parte apegada. E essa é a mais trabalhosa. Na verdade, o medo que sinto da mudança é causado pelo apego ao que existe e vai deixar de existir e a coisas que nem existem mais. É o medo de soltar o conhecido, mesmo que nem seja bom. E a dor por ter que soltar coisas que foram boas e pelos sonhos e expectativas não concretizados.
Essas mudanças fazem eu olhar para meus aspectos sombrios, para aquelas coisas que eu não queria sentir: carência, solidão, abandono, ressentimento, insegurança. E saudade.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

#12


Visita da manhã pro meu amado leãozinho de apartamento.
Renovo minhas esperanças todos os dias.
Renovo acima de tudo minha motivação de fazer o que for possível por ele.
Tenho a felicidade de poder contar com a dedicação do veterinário Carlos Eduardo Faraco e de toda a equipe da Clínica Veterinária Auxiliadora (Artur Rocha, 98, fone 3332-4179).
Quando houve a primeira obstrução da uretra, levei Lelo pra clínica às pressas num sábado à tarde, dia 5 de setembro. Ele não morreu por pouco, graças à rapidez da veterinária Juliana em sedar, passar a sonda e começar a tratar. Lelo ficou nove dias internado. Voltou pra casa dia 14 de setembro e teve nova obstrução. No dia 17 foi feita a penectomia de emergência. Lelo ficou 13 dias na clínica.
A recuperação parecia estar indo bem. Não estava. Houve uma estenose (a cicatrização provocou estreitamento da uretra restante).
Ontem a veterinária Claudia Faraco operou Lelo de novo, removeu todo o tecido da cicatrização e colocou sonda fixa.
Agora é torcer para a cicatrização não causar estenose e para o organismo do Lelo cessar a produção de cristais.
Lelo não quer comer faz tempo. A ração urinária ele não quer de forma alguma (já Ludovico adorou e ficou bem decepcionado por não poder comê-la sempre). Então partimos pra alimentação forçada. Triturei a ração seca num moedor de café. Aí misturo com bastante água e dou com uma seringa de 20ml. Pra facilitar, dilatei o calibre da seringa com um parafuso aquecido. Assim não entope tanto.
É uma função. Vale cada segundo.
Prática de bom coração. Amor e compaixão.
Não é "só um gato". É um ser senciente. Como eu. Tem a mesmíssima natureza que eu, a mesma mente inata e fundamental de clara luz. Como eu, quer ser feliz e evitar o sofrimento.
Farei o que eu puder por ele.



terça-feira, 20 de outubro de 2015

#11

Dia cansativo.
Lelo foi ao veterinário para uma reavaliação e acabou passando por nova cirurgia. O canal da uretra sofreu estenose (estreitamento), a cirurgiã abriu de novo.
Nesse momento em que mais uma vez a identidade de cuidadora é tão presente, fui validada de uma forma inesperada e extremamente importante, enfática e distanciada pelo modo como conduzi toda a situação da minha mãe. O que eu sempre percebi como algo totalmente "normal" (na falta de um termo melhor) foi pontuado como bastante incomum - e que com certeza exigiu muito de mim. Ao recordar como agi e como foi, tive dois vislumbres a aprofundar:
- realmente sou uma cuidadora nata, e essa não é uma característica comum a todos;
- provavelmente preciso olhar melhor o que aconteceu comigo ao cuidar da mãe.


Troquei o treino da musculação.
E, juntando os pedaços do dia, lembrei de um comentário feito há muitos anos, por uma pessoa muito sagaz, sobre o que o meu corpo. Para ela, minha disposição em ter um corpo musculoso era a tradução física da vontade de ser mais forte, de criar um invólucro resistente. Fez sentido naquela ocasião, fez mais sentido ainda hoje.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

#10


Já a pessoa pouco sábia aqui vai e volta das profundezas calmas. Como tudo, requer prática, persistência. Treinamento da mente.
Bem importante é conseguir discernir a calma profunda e verdadeira de um estado artificial de supressão das turbulências.
Muitas vezes preciso simular calma, respirar e refrear os impulsos de reação à tempestade superficial. E depois tentar chegar à verdadeira calma. Porque, se ficar apenas na emulação, vai ter uma hora em que a tempestade vai voltar.
Não é uma prática apenas para eventos pontuais. É para mudar condicionamentos, reações automáticas, padrões de comportamento.

domingo, 18 de outubro de 2015

Quem nunca?


Me sinto mal quando ignoro.
Me sinto mal quando sou ignorada.
Mas faz parte. Simplesmente acontece.
Se a pessoa tem acesso via celular, WhatsApp, Facebook, email - pra ficar no mainstream - pode aparecer quando bem entende. E as desculpas de que não viu as mensagens, ligações, posts, whatever, são cada vez mais difíceis de fabricar.
Agora, o fato de me sentir mal ao ignorar ou ser ignorada não significa de modo algum que ache que eu ou qualquer outra pessoa tenha a obrigação de retornar um contato - na esfera dos relacionamentos pessoais. Se eu sou ignorada, vejo isso como uma resposta claríssima. Um silêncio que, como uma imagem, vale mais do que mil palavras. E ajo de acordo. Se eu ignoro, espero que o outro também entenda e não insista.
Evito ignorar porque evito fazer o que não quero para mim. Colocar-me no lugar do outro sempre me leva a buscar uma solução gentil. De modo geral, ignoro apenas abordagens de pessoas com quem não tenho qualquer proximidade e não pretendo ter. Se sou ignorada, presumo que o outro não está interessado em mim, ou no que enviei - mesmo que seja alguém que eu considerava próximo. Fazer o quê? It takes two to tango. Relacionamento pressupõe reciprocidade.
No âmbito profissional, já demorei para responder emails, mas percebi o absurdo dessa atitude (ou falta de), e nunca mais. Respondo quando recebo ou ASAP. E encerrei uma relação profissional por ter meus emails, telefonemas e mensagens de WhatsApp ignorados sistematicamente.
Falta de retorno é falta de interesse, falta de comprometimento, eventualmente falta de respeito. Tanto no pessoal quanto no profissional.
Se tem que ir atrás, melhor ir atrás de algo novo.

#9


 
Lelo bem melhor hoje. Graças à alimentação forçada.
Ele não estava comendo, estava casa vez mais fraco, o que aumentava a inapetência, que agravava a fraqueza. Depois de receber alimentação à força, ainda ontem à noite comeu uns pedacinhos de frango por si.
Dormiu melhor. Acordou muito mais disposto. Tanto que comeu frango e (quase nada de) ração. Mas forcei igual. E isso está fazendo a diferença.
É um trabalhão. Cansa. Frustra. Às vezes irrita. Mas ver o resultado eleva a motivação.
 
Motivação é a PALAVRA. (Hahaha, a caixa alta foi por engano, mas veio muito a calhar.)
 
Ontem fui correr. Sem a menor vontade. Fui porque já não tinha ido na quinta e na sexta.
Não sabia bem o que fazer. Teria 1h20 de longo. Mas o treino de pista de quinta estava pendente. E é impossível voltar a correr mais rápido sem fazer pista.
Fiz 10km. Precisei ir ao banheiro. Estava na Redenção. Decidi que faria o treino de pista da quinta-feira, 3 séries de 4 x 400m. Fiz 2x 6x 400m.
Comecei muito lenta. Pesadona. Azar, pensei. Vou fazer devagar, mas fazer tudo. No terceiro tiro da segunda série, tive o insight. Eu estava me arrastando. Pensei: vou melhorar essa passada, está travada, arrastada, vou correr mais solta, mais altiva. Com uma postura e uma mentalidade mais dinâmicas. Pronto. Baixei dois segundos. No quarto tiro, baixei mais dois segundos. O quinto foi igual ao quarto, e o sexto e último foi o melhor de todos. E eu estava fechando 15km de corrida.
Fiz mais 5km de trote. Fechei 20km me sentindo muito bem.

Hoje rodei 10km. Comecei me arrastando - porque estou habituada a me arrastar. Aí percebi e, como ontem, resolvi me aprumar - física e mentalmente. Fiz a melhor rodagem dos últimos tempos. Muito mais rápida. E ao mesmo tempo muito mais leve.
Porque o peso não está exatamente no corpo. Está na mente.

E o peso mental que percebi ontem, na pista da Redenção, não estava apenas na corrida. Estava também nos cuidados do Lelo. Claro que dar Buscopan de seringa a cada 8h é um saco, especialmente porque isso ele odeia (com toda razão, o gosto é terrível). E tem a homeopatia 3x por dia. E agora ainda tem que dar comida e água com seringa.
Ontem à noite pensei em não fazer nada disso e me atirar na cama. Estava exausta. Mas Lelo talvez tenha que fazer outra cirurgia. A situação é delicada. Como não fazer a única coisa que resta a fazer?
Lá fui eu pra cozinha.
Piquei frango, tentei dar. Não quis. A ração especial também não. Forcei os pedacinhos, mas vi que aquilo iria levar uma eternidade.
Aí resolvi liquidificar a ração. Coloquei bastante água, que é essencial pra ele. Que lambança, afff. Mas deu certo. Botei na seringa e forcei. E ele aceitou bem melhor. Até comeu uns pedacinhos de frango depois.
Dei os remédios e finalmente fomos deitar.
No meio dessa empreitada, já quase em lágrimas de desespero, tive uma variação do mesmo insight durante o treino: estou me arrastando nessas atividades. Vou fazer com mais leveza, agilidade, dinamismo. Com mais vontade.
Foi mágico.
Dei a comida com a seringa, limpei toda a sujeirada, dei o Buscopan e a homeopatia sem sofrer com o cansaço, o stress, a preocupação, a incerteza.
Hoje de manhã e no almoço repeti tudo já com essa leveza. Com vontade. Boa vontade.
Assim como na corrida, foi muito mais fácil.
Lelo sente o meu estado de ânimo. E o dele também melhorou.
Voltou a fazer ronrom e a querer ficar no colo, ficar por perto, dormir junto. Está conversando. E se movendo com mais agilidade e altivez também.

Motivação.
Boa vontade.
Dinamismo.

sábado, 17 de outubro de 2015

#8

Como é bom estar em casa.
Lelo voltou no início da tarde. Tinha ido pro veterinário fazer soro ontem.
A cistite não cedeu ainda.
Não quer comer.
Agora estou forçando a dieta com uma seringa. Uma função. Bati a ração pastosa especial no liquidificador com mais água.
Amanhã vou procurar uma seringa maior.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

300.000

Estava por demais convencional na acumulação de mantras. Rígida. Cheia de regras.
"Essa acumulação é pra isso, essa é para aquilo." Nada a ver.
O importante é simplesmente fazer e dedicar. E minha tutora Regina Dresler pontuou a importância de ampliar a dedicação, de incluir mais e mais.
Então é isso.
Contagem contínua.
Fluxo.
E que possa ser de benefício.


#7

Buscopan sucks.
A situação está complicada. Mas sigo tentando.
Ajuste na dieta, aumento da ingestão de água.
Esforço concentrado.
A vida que se esvai, como água escorrendo entre os dedos.
Eu luto por um pouco mais de tempo. Não me parece a hora ainda.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

#6


Minhas homenagens, respeito e gratidão a todos que educam e ensinam, em especial aos muitos professores que tive e tenho.
Dentre estes, curvo-me a minha mãe e meu lama, meus professores perfeitos.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

#5

Minha soul-sister Flavia Vidor postou no Facebook:
"Se você acordasse amanhã e só possuísse o que agradeceu por hoje, o que você teria?"
Eu respondi:
"Eu teria saúde e a vida que sigo construindo. E o melhor: pessoas que estão sempre em minha motivação, preces e desejos auspiciosos também teriam."
Para complementar, lembrei de um post que tinha visto ontem - e guardado pra postar qualquer dia desses.


Seguindo na resposta, eu também teria a motivação para continuar pedindo - e trabalhando por - coisas para mim e para os outros seres.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

#4

Sorrisos casuais no contato visual.
"Oi."
"Oi."
"Tá muito bonita, hein!?!"
"Obrigada!"
Sorrisos.
 

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

#3

 

Sem comunicação, não existe relacionamento.
Sem respeito, não existe amor.
Sem confiança, não existe motivo para continuar.

As variações possíveis são igualmente verdadeiras.

Sem confiança, não existe relacionamento.
Sem comunicação, não existe amor.
Sem respeito, não existe motivo para continuar.

Sem respeito, não existe relacionamento.
Sem confiança, não existe amor.
Sem comunicação, não existe motivo para continuar.


domingo, 11 de outubro de 2015

#2

 
A clara luz está sempre ali. Existe a comparação com o diamante coberto de lama. Para que o diamante se revele em toda a pureza é preciso apenas limpá-lo das coisas que estão "por fora", não "dentro" dele.
Não existe "menos" clara luz, clara luz "fraca". É sempre a mesma. É preciso apenas remover os tapumes que a ocultam. Não é o caso de "aumentar" a clara luz. É muito mais simples: é só deixar que brilhe.
A coisa toda está no "simples". Como ouvi há pouco tempo: "Ser feliz é simples, o difícil é ser simples". O que é a lama que cobre o diamante, os tapumes que ocultam a clara luz? As complicações que nós mesmos criamos.
Descomplicar.
Simplificar.
Brilhar.

sábado, 10 de outubro de 2015

#1


O passado? Passou.
O futuro está fora de alcance.
No presente tudo é possível. É o momento em que se pode estar e agir para soltar do passado e não se fixar em expectativas quanto ao futuro.
Meu passado recente andou ativando o passado remoto. As sensações infantis voltaram, causando aflições no presente e anseio por um futuro que seria apenas um retorno ao passado.
Hoje finalmente veio a clareza sobre a necessidade de agir para desfazer vínculos e bloquear os canais por onde essas energias estavam circulando - e se dissipando - num ciclo vicioso.
Largar os hábitos, fazer diferente. Não ir atrás, não andar para trás. Não ficar parada esperando a volta do que passou.
Sem drama.
Respirar. Soltar. Seguir.

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Pets

Chegou outubro.
Dias voando.
Lelo e eu em casa de novo.
Meu valente guerreirinho somou 22 dias de internação, nove na primeira fase, 13 em seguida. Feita a cirurgia, Lelo está agora no que vejo como o estágio final da recuperação, readaptando-se à rotina doméstica e readquirindo peso - ficou um palito.
Ludox está totalmente perturbado, como sempre acontece quando um gato passa alguns dias fora e retorna. Também será necessária a readaptação entre os dois.




Em Passo Fundo, convivi com Brunety, agora uma grande amiga. E conheci Apa. Cães são tão diferentes. Adorei observá-los e aprender um pouco mais sobre eles. Foi uma tremenda diversão.