domingo, 25 de janeiro de 2009

Mas que praia...

Fazia muito tempo que eu não freqüentava as praias gaúchas. Este verão estou vindo todos os finais de semana pra ficar com minha mãe. E estou pasma com a feiúra do mar.
Não sou do tipo que curte praias pequenas, de enseada. Claro que gosto, acho bonitinho e tal. Mas eu gosto mesmo é de mar aberto. E grande. Mar sem onda não é a minha praia (hahaha, não pude resistir ao trocadilho. Aliás, acho o fim a idéia de que trocadilho é "feio" ou infame. Adoooooro trocadilhos, não vejo nada de infame neles. Afinal, pra fazê-los é preciso algum conhecimento da língua e umas idéias tortas e espertinhas...)
Pois bem, tenho vindo pra Capão em todos os fíndis de janeiro. E o mar está uma coisa de louco. Gelado sempre foi. Irregular também. E escuro. E nada disso me incomoda.(Quer dizer, água fria me incomoda. Tenho pavor de água fria, água gelada pra mim só pra beber. O problema é que eu passo muito mal com frio, se meu corpo esfria muito, num instante estou roxa/esbranquiçada, tenho muita dificuldade pra me manter aquecida em baixas temperaturas - tanto que no inverno corro com montes de roupa, porque não consigo me esquentar na rua, suando no vento frio.)
Eu amo a vastidão desolada dessa costa retilínea, aprendi a amar esse mar revolto ao longo de inúmeros verões em Tramandaí. Vejo uma imensa beleza nessa paisagem.
Mas nesse verão a cor do mar está me-do-nha. As marolas não quebram com espuma, mas com uma nata marrom, uma coisa de aspecto viscoso. Minha filha tem coragem (ou falta de sensatez) pra entrar, e sai dizendo sempre que a água está nojenta, que tem uma gosma que roça no corpo. Affff.
Hoje vi dois caras saírem do mar com calções brancos severamente alterados. Duvido que voltem a ficar brancos.
Então, vou pra beira da praia e não tenho o que olhar. Sempre gostei de correr olhando esse mar. Ou de sentar e observar o movimento da água. Mas dessa vez não dá vontade. Corro olhando a faixa de areia. E, quando sento, olho a paisagem humana. Ou preferivelmente, fecho os olhos e me deixo invadir pelo calor do sol.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Ramble On



Leaves are fallin' all around, time I was on my way
Thanks to you, I'm much obliged for such a pleasant stay
but now it's time for me to go, the autumn moon lights my way
for now I smell the rain, and with it, pain
and it's headed my way
Aw, sometimes I grow so tired
but I know I've got one thing I got to do

A-ramble on, and now's the time, the time is now
Sing my song, I'm goin' 'round the world, I gotta find my girl
On my way, I've been this way ten years to the day
Ramble on, gotta find the queen of all my dreams

Got no time to for spreadin' roots, the time has come to be gone
And though our health we drank a thousand times
it's time to ramble on

A-ramble on, and now's the time, the time is now
Sing my song, I'm goin' 'round the world
I've gotta find my girl
On my way, I've been this way ten years to the day
I gotta ramble on, I gotta find the queen of all my dreams
I tell you no lie

Mine's a tale that can't be told, my freedom I hold dear
How years ago in days of old when magic filled the air
'twas in the darkest depths of Mordor, mm-I met a girl so fair
but Gollum and the evil warg crept up and slipped away with her
her, her, yeah, and ain't nothin' I can do, no

I guess I'll keep on ramblin', I'm gonna
Sing my song/Sh-yeah-yeah-yeah-yeah, I've gotta find my baby
I'm gonna ramble on, sing my song
Gonna work my way all around the world
Baby, baby/Ramble on, yeah

A-do-do-n-do-n-do-n-do, my baby/Baby
A-ramble on, baby
A-do-do-do-do-do-do-do-de-do-de-do-de-do-de-do-de, yeah, yeah/
I can't stop this feelin' in my heart
Everytime I feel I will leave, I really gotta part
Gotta keep searchin' for my baby/
Baby, baby, baby, baby, baby, baby, baby, baby, babe
I've gotta keep a-searchin'for my baby
My, my, my, my, my, my, my baby/
Yeah-yeah, a-yeah-yeah, a-yeah-yeah
My, my, my, my, my, my baby/
Yeah-yeah, yeah-yeah, yeah-yeah, yeah-yeah, yeah-yeah
Ooh, my, my, my-my, my-my, my-my, yeah/
I can't find my bluebird, I'd listen to my bluebird sing
but I, I can't find my bluebird
I keep a-ramblin' baby/ Ah, ah, yeah
I keep a-ramblin', baby/I keep, keep, keep, keep, keep
Babe, babe, babe, babe/
I keep a-ramblin', baby, baby, baby, baby, baby, baby, baby
My, my babe
Bay-ya-by/A-goodbye, goodbye, a-goodbye, baby
Well, something's wrong


Vi Robert Plant cantar "Ramble On" no Hollywood Rock de janeiro de 1994 em São Paulo - a whole fifteen years ago, good god. Experiência direta de alegria e felicidade. De êxtase. É uma das músicas de que mais gosto. Uma das vozes de que mais gosto. Fiery presence. A disposição.
Li um texto em que Plant falava da importância de "Ramble On", por ter sido a canção em que ele percebeu que podia compor. Só fui atrás da letra há pouco tempo, e só hoje vi a referência à obra de Tolkien. E aí vi que outras composições de Plant também citam Tolkien. Isso não me causa especial interesse, mas my enduring/everlasting love pelo Led Zeppelin tem ramificações em várias coisas essenciais para mim: a música negra, as mitologias e contos celtas e nórdicos, a feitiçaria, e a música árabe.
A fabulosa teia de Indra, miríades de fios que ligam os seres de incontáveis maneiras e tornam o todo uno.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Dispostos atraentes

Se as pessoas que mexem conosco são aquelas em quem vemos refletidas as nossas próprias características, ou em quem vemos coisas que achamos que não temos/somos mas gostaríamos de ter/ser, sem dúvida sou do time dos muito dispostos. As duas pessoas que me interessaram (muito) acima da média em 2008 confirmaram o lema de que os dispostos se atraem. Cada uma delas, a seu modo, me proporcionou a oportunidade de experienciar vividamente o aqui-e-agora e de me expressar com um grau de liberdade e criatividade muito maior que o habitual. Foram presenças luminosas meu amante alagoano e mi passion argentina. Coisa bem boa essas conexões de alta voltagem, que tornam a vida menos ordinária e mais eletrizante.