quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Horowitz OJC

Viva o uTorrent, que me permite acesso a coisas que de outro modo eu jamais conseguiria possuir ou conhecer. Como os 70 CDs que compõem a Original Jacket Collection do soberbo, supremo, superlativo Vladimir Horowitz. Desde ontem estou na viagem de ouvir todos esses CDs de novo.
Entre outras maravilhas, ouvi hoje o Concerto para Piano n° 3 de Rachmaninoff, de chorar - literalmente, inclusive. E uma coisa leva a outra, e lá fui eu pro Torrent pegar a inacreditável edição de Rachmaninoff tocando Rachmaninoff, que ouvirei daqui a uns dias, quando acabar os 70 CDs do Horowitz. E também peguei as gravações de Vladimir Ashkenazy dos quatro concertos de Rachmaninoff (de Ashkenazy eu tinha apenas 10 CDs de Mozart, que estava ouvindo no começo da semana).
Piano é a minha paixão em música clássica. E o Torrent me proporcionou a OJC do Glenn Gould, uma discografia de Claudio Arrau (que eu amo, amo, amo), a Chopin Collection de Artur Rubinstein e interpretações de Chopin e Beethoven por ele, mais a coleção de concertos e sonatas de Mozart com Daniel Barenboim tocando piano e regendo. E 14 CDs do russo Sviatoslav Richter, um dos maiores pianistas ever, que a ignorante aqui nem conhecia até o ano passado... Afff.
Vai comprar tudo isso, vai...
Estou recém no CD 18 de Horowitz. Nesse momento, Clementi, que eu também não conhecia e foi amor à primeira nota.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Amadinho

Sou apaixonada por esse pequeno flamboyant da Redenção. No sábado passei correndo por ele e vi que estava magnífico. Hoje passei por outros no caminho para a escola da Lízia e resolvi ir correr na Redenção e aproveitar pra vê-lo e fotografá-lo antes que a florada acabasse. Cá está ele, queridinho do meu coração. :)
A propósito, vi o meu amorzinho florido no sábado durante o treinão da Winners. Grande barato, corremos na maior chuvarada. Pra lavar a alma. Eu pelo menos aproveitei pra lavar a minha e comemorar de verdade. Chego ao final do ano voltando a correr, estou ficando mais veloz e mais resistente. Sem dor. Bênção.


No fim da corrida os participantes ganharam essa medalha aí de cima. Eu realmente fiz por merecer nesse ano.


terça-feira, 27 de novembro de 2012

Graças e mais graças

Noite de lua cheia para encerrar o Dia de Nossa Senhora das Graças. É muita felicidade.
Meu inferno astral acabou hoje, como disse uma amiga. :) Acabou mesmo.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Adeus, Bibi

Cheguei da clínica veterinária há pouco. Fui me despedir de Bibi, a gata de minha mãe, de 19 anos de idade, e autorizar a eutanásia. Assisti ao procedimento rezando o mantra de Tara Vermelha. Que Bibi possa ter um renascimento veloz e auspicioso. Ela sem dúvida merece.
Por quase 19 anos, Bibi foi objeto de amor e cuidado de minha mãe. Deixou de ser há pouco tempo, com o agravamento do quadro de Alzheimer. Levei Bibi para o veterinário na sexta-feira passada, com desidratação aguda provocada por insuficiência renal crônica (e irreversível). Os exames detectaram também anemia e infecção severas. Em uma semana não houve melhora. Ela poderia continuar viva para morrer aos pouquinhos. Não fazia sentido. A eutanásia foi um ato de misericórdia, mas mesmo assim estou arrasada.
Já estava arrasada desde sexta passada. Levei Bibi pro veterinário, minha mãe foi junto. Depois que voltou pra casa, minha mãe não perguntou pela gata NENHUMA vez. Na quarta-feira, levei-a pra visitar Bibi, mais pela gatinha, que realmente ficou muito feliz ao ver sua dona, que amava profundamente e de quem tinha muito ciúme. Ao ver Bibi, minha mãe disse: "Parece a Bibi". Mas não reconheceu a gata. Por um lado isso é uma bênção, pois ela não vai sentir falta. Mas por outro mostra a velocidade com que a doença está apagando as memórias de minha mãe. E aproxima-se o dia em que ela não saberá mais quem somos eu e os outros membros de nossa minúscula família. E que eu terei que interná-la também.
O fato de saber que a eutanásia era a melhor solução não diminui minha tristeza e dor. Desolação geral.
Lembro sempre do dia em que Bibi chegou na casa da praia. Minha irmã e cunhado encontraram Bibi na rua, era um dia muito quente de sol forte, ela era minúscula e parecia muito fragilizada pela fome e sede, tivemos medo de que não resistisse. Mas Bibi mostrou-se uma vitoriosa, e no final da tarde já corria pela sala da casa aos pulinhos, indo e voltando da cozinha, onde enchia a pancinha de leite.
O nome Bibi deriva de "Biafra", que foi como meu tio disse que a gata esquálida deveria se chamar. Minha mãe queria chamá-la de Lila, mas o nome não emplacou, e ficou Bibi.
Eu tenho a mais absoluta certeza de que Bibi resistiu firme por 19 anos aguardando o momento em que pudesse partir sem partir o coração de sua dona. Se ela tivesse morrido antes, minha mãe teria uma crise nervosa. E, na condição de saúde dela, uma crise nervosa pode assumir proporções desastrosas. Qualquer mínima alteração na rotina aumenta a confusão e desordem mental. A leal e querida Bibi partiu hoje, dia 23 de novembro de 2012, por volta das 19h, em paz e sem dor, sabendo que sua dona também ficará em paz e sem dor no mundo cada vez mais exclusivo em que habita.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Arco-íris

A segunda-feira foi caótica. Me atrasei, tomei um banho de chuva (que até foi bom, o ruim foi que o controle do alarme do carro molhou e pifou, e eu levei um tempão pra conseguir resolver o perrengue, me atrasei toda e ainda tive que ficar com a roupa encharcada)e passei a tarde envolta num astral tão cinzento quanto o dia. Mas à noite fiz aula de dança, e o astral já desanuviou. Depois do banho antes de dormir então...
A terça-feira começou auspiciosa. Na saída de casa para levar Lízia à escola, chego na esquina e deparo com um arco-íris lindo e perfeito.
Fui treinar. Em meio à sessão de tiros no Cete, olho pro céu e lá estava outro arco-íris. Awesome. Ainda durante o treino tomei novo banho de chuva. E à tarde, focada em mais um trabalho que chega à reta final, observei minhas oscilações internas e a oscilação do tempo, entre sol e pancadões de chuva.
À noite, o show maravilhoso de Lady Gaga na companhia da filha. E um céu com estrelas. E o reecontro casual com minha afilhada, que se tornou uma menina linda e com quem pretendo estreitar laços a partir de agora.
Hoje, véspera de feriado, me sinto firmando a energia interna, assim como o tempo ali fora, ainda nublado, mas já com vislumbres de azul. E, neste exato instante, um esboço de sol.
Viva a impermanência! Viva a lucidez que observa os fenômenos e os vê como eles são.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Pequenas rotinas, experiências incríveis

Dramático e piegas demais, mas comovente anyway.
Gostei da ideia central.
Relacionamento tem que ser isso, prestar atenção nas pequenas coisas triviais e dar valor a elas. Porque os dias são feitos disso. De miudezas. De coisas comuns. De rotinas.
Conviver com outras pessoas pode ser um tédio - e é para a maioria depois de um tempo, porque ficam esperando grandes sensações o tempo todo, e se frustram com a falta de novidades (ao mesmo tempo que não fazem nada de novo, né?, ficam esperando que os outros façam, que os outros sejam sempre surpreendentes, vibrantes, adivinhos das suas vontades, que estejam a fim das mesmas coisas) - ou pode ser uma incrível experiência de ser grato pelas milhares de pequenas coisas boas que acontecem o tempo todo e que nem se percebe por estar esperando eventos bombásticos ou estar sempre querendo uma coisa diferente daquela que se apresenta no momento.
Tenho a felicidade de apreciar as rotinas do convívio. Sou uma pessoa de hábitos, mas não no sentido de ser metódica no piloto automático. Eu gosto de cultivar pequenos hábitos, que para mim são como rituais; coisinhas que se repetem cotidianamente me enchem de alegria, são pontos luminosos. Coisas insignificantes como um telefonema na mesma hora todos os dias, ir junto ao supermercado (atividade que eu, aliás, detesto fazer sozinha), preparar um almoço ou jantar simplezinho em casa, levantar mais tarde no final de semana e sair pra correr, fazer musculação, nadar, pegar sol, tomar chimarrão no final de tarde no pátio de casa. Ver um filme esparramado no sofá.
Cada vez mais gosto da vida mais simples. Muito compromisso, muita agitação, muita novidade me cansam. A saturação sensorial me esgota e desestabiliza. E na real não tem nada ver comigo.

Naquela noite, enquanto minha esposa servia o jantar, segurei sua mão e disse: "Tenho algo importante para te dizer". Ela se sentou e jantou sem falar uma palavra. Pude ver sofrimento em seus olhos.
De repente, eu também fiquei sem palavras. No entanto, eu tinha que dizer a ela o que estava pensando. Eu queria o divórcio. E abordei o assunto calmamente.
Ela não parecia irritada pelas minhas palavras e simplesmente perguntou em voz baixa: "Por quê?"
Eu evitei respondê-la, o que a deixou muito brava. Ela jogou os talheres longe e gritou: "Você não é homem!" Naquela noite, nós não conversamos mais. Pude ouvi-la chorando. Eu sabia que ela queria um motivo para o fim do nosso casamento. Mas eu não tinha uma resposta satisfatória para esta pergunta. O meu coração não pertencia a ela mais, e sim à Jane. Eu simplesmente não a amava mais, sentia pena dela.
Sentindo-me muito culpado, rascunhei um acordo de divórcio, deixando para ela a casa, nosso carro e 30% das ações da minha empresa.
Ela tomou o papel da minha mão e o rasgou violentamente. A mulher com quem vivi pelos últimos 10 anos se tornou uma estranha para mim. Eu fiquei com dó deste desperdício de tempo e energia, mas eu não voltaria atrás no que disse, pois amava Jane profundamente. Finalmente, ela começou a chorar alto na minha frente, o que já era esperado. Eu me senti libertado enquanto ela chorava. A minha obsessão por divórcio nas últimas semanas finalmente se materializava e o fim estava mais perto agora.
No dia seguinte, eu cheguei em casa tarde e a encontrei sentada à mesa, escrevendo. Eu não jantei, fui direto para a cama e dormi imediatamente, pois estava cansado depois de ter passado o dia com a Jane.
Quando acordei no meio da noite, ela ainda estava sentada à mesa, escrevendo. Eu a ignorei e voltei a dormir.
Na manhã seguinte, ela me apresentou suas condições: ela não queria nada meu, mas pedia um mês de prazo para conceder o divórcio. Ela pediu que durante os próximos 30 dias a gente tentasse viver juntos de forma mais natural possível. As suas razões eram simples: o nosso filho faria seus exames no próximo mês e precisava de um ambiente propício para preparar-se bem, sem os problemas de ter que lidar com o rompimento de seus pais.
Isso me pareceu razoável, mas ela acrescentou algo. Ela me lembrou do momento em que eu a carreguei para dentro da nossa casa no dia em que nos casamos, e me pediu que durante os próximos 30 dias eu a carregasse para fora da casa todas as manhãs. Eu, então, percebi que ela estava completamente louca, mas aceitei sua proposta para não tornar meus próximos dias ainda mais intoleráveis.
Eu contei para a Jane sobre o pedido da minha esposa e ela riu muito e achou a ideia totalmente absurda. "Ela pensa que impondo condições assim vai mudar alguma coisa; melhor ela encarar a situação e aceitar o divórcio", disse Jane, em tom de gozação.
Minha esposa e eu não tínhamos nenhum contato físico havia muito tempo, então, quando eu a carreguei para fora da casa no primeiro dia, foi totalmente estranho. Nosso filho nos aplaudiu dizendo: "O papai está carregando a mamãe no colo!" Suas palavras me causaram constrangimento. Do quarto para a sala, da sala para a porta de entrada da casa, eu devo ter caminhado uns 10 metros carregando minha esposa no colo. Ela fechou os olhos e disse baixinho: "Não conte para o nosso filho sobre o divórcio." Eu balancei a cabeça, mesmo discordando e então a coloquei no chão assim que atravessamos a porta de entrada da casa. Ela foi pegar o ônibus para o trabalho e eu dirigi para o escritório.
No segundo dia, foi mais fácil para nós dois. Ela se apoiou no meu peito, eu senti o cheiro do perfume que ela usava. Eu então percebi que há muito tempo não prestava atenção nessa mulher. Ela certamente havia envelhecido nestes últimos 10 anos, havia rugas no seu rosto, seu cabelo estava ficando fino e grisalho. O nosso casamento teve muito impacto nela. Por uns segundos, cheguei a pensar no que havia feito para ela estar nesse estado.
No quarto dia, quando eu a levantei, senti uma certa intimidade maior com o corpo dela. Essa mulher havia dedicado 10 anos da vida dela a mim.
No quinto dia, a mesma coisa. Eu não disse nada à Jane, mas ficava cada dia mais fácil carregá-la do nosso quarto à porta da casa. “Talvez meus músculos estejam mais firmes com o exercício”, pensei.
Certa manhã, ela estava tentando escolher um vestido. Ela experimentou uma série deles, mas não conseguia achar um que servisse. Com um suspiro, ela disse: "Todos os meus vestidos estão grandes para mim." Eu então percebi que ela realmente havia emagrecido bastante, daí a facilidade em carregá-la nos últimos dias.
A realidade caiu sobre mim com uma ponta de remorso. Ela carrega tanta dor e tristeza em seu coração... Instintivamente, eu estiquei o braço e toquei seus cabelos.
Nosso filho entrou no quarto nesse momento e disse: "Pai, está na hora de você carregar a mamãe." Para ele, ver seu pai carregando sua mãe todas as manhãs tornou-se parte da rotina da casa. Minha esposa abraçou nosso filho e o segurou em seus braços por alguns longos segundos. Eu tive que sair de perto, temendo mudar de ideia agora que estava tão perto do meu objetivo. Em seguida, eu a carreguei em meus braços, do quarto para a sala, da sala para a porta de entrada da casa. Sua mão repousava em meu pescoço. Eu a segurei firme contra o meu corpo. Lembrei-me do dia do nosso casamento.
Mas o seu corpo tão magro me deixou triste. No último dia, quando eu a segurei em meus braços, por algum motivo não conseguia mover minhas pernas. Nosso filho já havia ido para a escola e eu me vi pronunciando estas palavras: "Eu não percebi o quanto perdemos a nossa intimidade com o tempo."
Eu não consegui dirigir para o trabalho. Fui até o meu novo futuro endereço, saí do carro apressadamente, com medo de mudar de ideia. Subi as escadas e bati na porta do quarto. Jane abriu a porta e eu disse a ela: "Desculpe, Jane. Eu não quero mais me divorciar."
Ela olhou para mim sem acreditar e tocou na minha testa: "Você está com febre?" Eu tirei sua mão da minha testa e repeti "Desculpe, Jane. Eu não vou me divorciar. Meu casamento ficou chato porque nós não soubemos valorizar os pequenos detalhes da nossa vida e não por falta de amor. Agora eu percebi que desde o dia em que carreguei minha esposa, no dia do nosso casamento, para nossa casa, eu devo segurá-la até que a morte nos separe.
Jane então percebeu que era sério. Me deu um tapa no rosto, bateu a porta na minha cara e pude ouvi-la chorando compulsivamente. Eu voltei para o carro e fui trabalhar.
Na loja de flores, no caminho de volta para casa, eu comprei um buquê de rosas para minha esposa. A atendente me perguntou o que eu gostaria de escrever no cartão. Eu sorri e escrevi: "Eu te carregarei em meus braços todas as manhãs até que a morte nos separe."
Naquela noite, quando cheguei em casa, com um buquê de flores na mão e um grande sorriso no rosto, fui direto para o nosso quarto onde encontrei minha esposa deitada na cama, morta.
Minha esposa estava com câncer e vinha se tratando havia vários meses, mas eu estava muito ocupado com a Jane para perceber que havia algo errado com ela. Ela sabia que morreria em breve e quis poupar nosso filho dos efeitos de um divórcio, e prolongou a nossa vida juntos, proporcionando ao nosso filho a imagem de nós dois juntos toda manhã. Pelo menos aos olhos do meu filho, eu sou um marido carinhoso.
Os pequenos detalhes de nossa vida são o que realmente contam num relacionamento. Não é a mansão, o carro, as propriedades, o dinheiro no banco. Estes bens criam um ambiente propício à felicidade, mas não proporcionam mais do que conforto. Portanto, encontre tempo para ser amigo de sua esposa; faça pequenas coisas um para o outro para mantê-los próximos e íntimos. Tenham um casamento real e feliz!
Se você não dividir isso com alguém, nada vai te acontecer.
Mas se escolher enviar para alguém, talvez salve um casamento.
Muitos fracassados na vida são pessoas que não perceberam que estavam tão perto do sucesso e preferiram desistir.

domingo, 4 de novembro de 2012

Chega de mais ou menos

"A gente pode morar numa casa mais ou menos, numa rua mais ou menos, numa cidade mais ou menos, e até ter um governo mais ou menos.
A gente pode dormir numa cama mais ou menos, comer um feijão mais ou menos, ter um transporte mais ou menos, e até ser obrigado a acreditar mais ou menos no futuro.
A gente pode olhar em volta e sentir que tudo está mais ou menos.
TUDO BEM!
O que a gente não pode mesmo, nunca, de jeito nenhum é amar mais ou menos, sonhar mais ou menos, ser amigo mais ou menos, namorar mais ou menos, ter fé mais ou menos, e acreditar mais ou menos.Senão a gente corre o risco de se tornar uma pessoa mais ou menos."
Chico Xavier


Li isso hoje de manhã, logo ao acordar. No momento em que encerro um ciclo mais ou menos na vida emocional e material. Um ciclo de sete anos. Voltei a amar mais, sonhar mais, ser mais amiga, ter mais fé, acreditar mais e produzir mais.
O feriadão foi de desapegos e luto. De mais tristeza também. Mas acima de tudo de mais conhecimento e liberação.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Seis meses

Meu Dia dos Mortos foi um dia de pensar na vida. Em especial na vida nos últimos seis meses. Hoje completei seis meses de cirurgia. Plenamente recuperada.
“Se um homem pode dizer se foi bem-sucedido na vida por ter grandes amigos, então fui muito bem-sucedido”. Lembrei da frase na lápide de Johnny Ramone ao recordar de alguns momentos antes e logo depois da cirurgia. Naquela hora tão sofrida, contei com o carinho e o amparo não só dos poucos e bons que me acompanharam de perto, mas também de muita gente querida que rezou por mim, telefonou, mandou mensagens via celular, Facebook e e-mail. Pensei muito nesse pessoal hoje, com o coração transbordando de amor e gratidão.
Também pensei com amor e carinho na pessoa que não estava comigo na cirurgia e não está agora. Há um aspecto muito triste em amar e não poder manifestar o amor livremente. Todavia, muito melhor amar do que não amar, ou ser indiferente, ou insensível, ou até cruel. Muito melhor querer bem do que guardar ressentimento ou rancor, ou nutrir desprezo. Qualidades positivas e negativas expandem-se de um objeto específico para outros. Muito melhor expandir amor do que qualquer outra coisa.