sábado, 1 de dezembro de 2007

Flamboyant

O verão é minha estação favorita. Gosto de calor, de sol forte, dos dias longos. Gosto muito do verão em Porto Alegre, daqueles dias insuportavelmente abafados. Gosto da cor dos dias de verão, gosto do cheiro. Sinto-me muito mais ativa e mais viva, e tudo ao meu redor parece mais intenso. E eu sem dúvida fico muito mais intensa.
Um pouco antes do começo do verão, vivo meus dias favoritos do ano, durante a florada dos flamboyants. Tenho paixão por flamboyants. Minha árvore favorita, originária de Madagascar e das ilhas do Índico. Nada mais natural uma mulher como eu, muito flamboyant, muito tropical, gostar de uma árvore com esse nome e aparência, que floresce em dezembro, meu mês predileto.
Porto Alegre tem vários flamboyants, conheço muitos deles e costumo visitá-los durante suas floradas. Um dos mais majestosos fica pertíssimo de minha casa, em uma esquina da Lucas de Oliveira. O Parcão tem dois maravilhosos, um deles fica no meu trajeto de corrida, adoro passar por baixo dele, embora tenha que saltitar por suas raízes salientes. Na Redenção, estou acompanhando o crescimento de um que, desde bem pequeno, enche-se de flores. As ruas perto da escola de minha filha estão pontilhadas de flamboyants, eu e ela nos deliciamos a observá-los na quarta passada, quando fui buscá-la.
Os flamboyants aguçam meus sentidos e, com isso, minha atenção. Nessa época, ando sempre ligada por onde passo, à cata dos flamboyants com suas flores flamejantes, que a mim parecem extremamente sensuais. Quanto mais avermelhados, mais me encantam.
O Buda despertou embaixo de uma figueira bodhi. Minha aspiração é um dia despertar embaixo de um flamboyant.

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