terça-feira, 2 de setembro de 2008

Devaneio crepuscular

Ao entardecer é comum me bater uma melancolia, uma nostalgia, uma languidez, uma saudade... É a sensação mais difusa que conheço, porque não se refere a nada nem ninguém especificamente. A sensação manifesta-se espontaneamente, às vezes associada a alguma pessoa com quem eu esteja envolvida de momento, mas é muito mais profunda. Talvez seja melhor dizer que é muito mais antiga do que qualquer coisa ou pessoa de que eu me lembre. Parece uma sensação ancestral.
Esse devaneio é a essência do intangível em mim.
Vontade de estar em casa. Mas que casa?
Bem, em termos materiais tenho o bom karma de morar em um lugar de que gosto muito. Hoje, quando veio a sensação, fui pro terraço e fiquei esparramada numa cadeira, cercada por meus gatos e minhas plantas. É a minha casa nesse momento dessa vida. E é uma casa onde me sinto confortável, tranqüila. É a primeira casa de que gosto nessa vida. A primeira casa onde me sinto em casa. Mas ainda não é "a" casa, creio.
Tenho a sensação de que "a minha casa" ficará perto d'água. Não sei de rio ou mar. O que sei é que, sempre que me sinto desanimada ou superficialmente infeliz, tenho vontade de ir pra perto d'água. Em geral tenho vontade de pegar o carro e ir pra Ipanema pela avenida à beira-lago. Já fiz isso algumas vezes. Simplesmente vou até lá, fico uns minutos e volto. Preciso olhar a água, uma grande massa líquida.
Outras vezes sinto um desejo imenso de ir olhar o mar. Nunca fui porque aí é muita mão, muito gasto, muito tempo... Além disso, o mar ideal está ainda mais longe que o de Pinhal ou Tramandaí. É o mar da Massambaba, perto de Cabo Frio. Praia aberta, mar grosso, revolto, gelado. E azul. Nesse vídeo a Massambaba está bem mais dócil do que no dia em que a vi.

2 comentários:

  1. tb sinto isso no final de tarde.
    às vezes, menos; às vezes, mais.
    deve ser alguma coisa acessada do tipo memória coletiva (como inconsciente coletivo)...

    o Paulo Francis que escreveu uma vez que o final de tarde, qdo via aquele formigueiro de gente indo pra algum lugar, aquela ferveção de 18h sabe? ele disse que parecia a hora do juízo final hehehehe

    Lúciaaaaaaaaa, como se pronuncia esses nomes dessa entidades budistas, hindus??? sei lá...
    eu não consigo :D

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  2. Olááááá!!!
    O fim de tarde de domingo é especialmente propício pra esse devaneio, né? Também acredito que seja uma memória coletiva. Afinal, todos os animais costumam ir pra sua toca no fim do dia, e a humanidade faz isso desde os hominídeos.
    E domingão é domingão pra quase todo mundo...
    Enfim, que venha a nova semana!
    Hahaha, os nomes das deidades são pronunciados em geral da forma como se escreve. É fácil, a gente se acostuma. Curtiu Vajradhara? E Samantabhadra?
    Beijos!

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