sábado, 15 de junho de 2013

É com essa que eu vou

Faltam 11 horas para a largada. Estou bastante ansiosa neste momento.
Sentada aqui na Embody, ouvindo Chopin por Arthur Rubinstein, traduzindo o Maracanã, sinto meu corpo vibrar. Tenho uma sensação peculiar no espaço entre o nariz e o lábio superior, parece meio fria, meio inchada, meio dormente.É uma coisa muito sutil, mas eu percebo. Percebo uma certa tensão por todo o corpo, especialmente na nuca e diafragma. Estou tensa, claro. Mas não é uma tensão negativa, perversa. É mais uma excitação contida, ou melhor, uma excitação que cresce, se expande dentro de mim, retesando todo meu corpo antes de irromper e provocar uma onda de prazer e afrouxamento. São as preliminares. O prazer e o afrouxamento só sentirei depois dos 42,195km de corrida. Mas antes disso, ao largar e começar a correr, essa excitação e retesamento irão se tornar um fluxo muito mais intenso a circular por todo meu corpo.
Pois é, no fim das contas, hoje a corrida está me parecendo muito com o amor. Ótimo. Toda a minha libido, toda a minha energia vital se concentram no ato de correr. A mente ajusta o foco. E guia o corpo pelos estágios do caminho. Porque é a mente que percebe todas essas sensações do corpo. Meditação ativa. Com uma pitada de tantra talvez.

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