domingo, 2 de setembro de 2018

21 dias de naltrexona

A importância de fazer terapia e de confiar no parecer profissional. Eu não via motivos para voltar à medicação, relutei por três semanas. Ainda mais que as drogas propostas eram inteiramente novas. Cedi à gentil e firme insistência do terapeuta e comecei a usar a naltrexona. Não notei nada. Foi um ótimo sinal - sem reações. Em duas semanas de uso, constatei o acerto da decisão quando me dei conta de que havia reagido muito bem a uma sequência de eventos estressantes.
A naltrexona está funcionando exatamente conforme o esperado: reduzindo as oscilações de humor. Não se trata de ficar estável no sentido de não oscilar. Trata-se de diminuir a amplitude da oscilação, a intensidade.
Ao inibir as oscilações exageradas, a medicação me deixa mais funcional no dia a dia e proporciona mais espaço para o tratamento terapêutico, para lidar com os conteúdos que vêm à tona sem paralisar e/ou afundar. E espaço para não reagir automática e excessivamente às experiências.


Um dos eventos estressantes recentes foi a sexta cirurgia de Lelonid há menos de um mês. O cuidado, as preocupações emocionais e materiais. O medo. E aí, na sexta-feira, emergência no veterinário às 23h30. Momento de grande desorganização. Seguido de rápida reorganização. E, com terapia e naltrexona, de uma percepção fundamental. A doença de Lelonid, como a de minha mãe, não tem cura. É normal eu me frustrar e até me irritar com o desgaste gerado pelo cuidar constante. É cruel eu me sentir culpada pelos meus sentimentos e por não estar fazendo o suficiente. Há um limite para o que eu posso fazer.
Há muitos limites que preciso enxergar.
Há muitos limites que preciso estabelecer.
Há muitos limites que preciso respeitar.

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