segunda-feira, 18 de julho de 2011

Turning point


Ontem dancei em público pela terceira vez em minha carreira tardia de aprendiz de bellydancer. E pela primeira vez me senti bem dançando em público. Não tive medo, nem vergonha, nem aquela sensação aterrorizante de que esqueci tudo e de que vou errar ou ficar paralisada. Ainda não fiquei totalmente solta, mas mesmo assim foi maravilhoso, foi incrivelmente diferente. Comecei a me sentir à vontade.
Havíamos começado a coreografia em meados de abril, e em todo esse tempo eu não consegui gostar da ideia de me apresentar. No último mês não estava gostando nem de ensaiar porque ficava pensando que teria o dia do show. Ontem eu estava no maior stress.
Fiquei tão, mas tão ansiosa, que senti a pressão baixar a níveis preocupantes. Cheguei zonza na casa da Jô, minha maquiadora. Aí, além de nervosa com a apresentação, já estava ficando com medo de desmaiar. Já pensou que mico?
E então, enquanto ela me maquiava e conversávamos - inclusive sobre meu horror de me exibir em público -, a ansiedade arrefeceu. Saí da casa dela mais bonita, mais bellydancer, hehehe, e menos tensa.
O turning point aconteceu no instante em que começou a tocar a música e eu, Stela, Cintia e Ludmila entramos em cena. Fiquei numa boa e fui fazer o que havia treinado para fazer. E me senti bem fazendo. Estava entre amigas, e nós estávamos entrosadas. E nossa apresentação foi realmente muito boa.
Lembrei muito de uma largada de maratona em que senti tanto, mas tanto medo, que estava quase que batendo os dentes e com dor de barriga. Aí, quando soou a sirene, passou tudo, e lá fui eu fazer o que havia treinado para fazer.
Eu amo a dança, mas pra mim é muuuuuuito difícil dançar. Sou extremamente dura e tenho uma dificuldade imensa para aprender os movimentos. Quando comecei, em 2009, achei que jamais fosse conseguir soltar o quadril o mínimo que fosse. Mas minha limitação não é tão grande quanto minha perseverança, força de vontade, disciplina e paciência. E tive a bênção de encontrar uma professora maravilhosa, tão dedicada e resoluta quanto eu. Não sei se eu teria persistido sem Stela Turelli, que não apenas dança maravilhosamente, como sabe ensinar.
Stela desmembra os movimentos nos mais mínimos detalhes e os ensina de várias formas diferentes. E com o tempo eu vou assimilando. Para mim é tudo muito desafiador, mas mesmo assim nossas aulas são animadas, alegres e divertidas. São um ponto alto da minha rotina.
Assim como na corrida, estou aprendendo a valorizar meu desempenho na dança. A ideia não é ser uma atleta de elite, nem uma bellydancer profissional, mas me divertir com essas atividades, ter prazer e fazê-las o melhor que eu puder. Como diz minha profe, musa e amiga: "Curtir o babado".