sábado, 31 de dezembro de 2016

Eu não ia, mas...

Não ia escrever antes de terminar o Napoleon Hill. Mas tá muito foda. Acordada há 29 horas. E ainda faltam 54 laudas do Word.
Eu deveria fazer como na maratona. "Faltam apenas 54 laudas." Difícil manter a atitude mental correta neste caso. Mas tem uma coisa muito positiva para celebrar: o foco. Não disperso. Sem internet, sem distração alguma. Obcecada.
É o trabalho mais difícil que já fiz na vida. Houve outro livro enorme e muito ruim sobre a fundação de Washington. D.C. Mas não se compara. Fichinha perto deste.
Muito, mas muito emblemático que este trabalho tenha me acompanhado (e pesado e atormentado) ao longo de 2016. E que eu vá chegar na parte boa e final em 2017, quando farei a preparação do texto. Esse é outro pensamento a cultivar: está ficando muito bom. Vai ficar ótimo. O leitor vai  curtir. E eu também, quando estiver finalizado.
Os números:
Parte finalizada: 1.359.874 caracteres
Parte em trabalho: 196.055 caracteres
Total: 649 laudas de 2.100 caracteres
Em corpo normal, ou seja, com uma letra boa de ler e uma mancha decente (mancha é a parte impressa do livro, sem as bordas), esse livro tem cerca de 800 páginas. A edição original tem "apenas" 599 páginas porque foi impressa em letras miúdas.
É tudo foda aqui.
E eu tô ficando muito foda nas estimativas. Concluí que em caracteres deveriam estar faltando umas 60 laudas (e não 54, porque a minha "folha" de Word tem mais de 2.100 caracteres). Na mosca! Fiz as contas. Faltam 59,4. Ou seja falta menos de 1/10 do livro. Barbada.



Há exatamente um ano estava traduzindo um livro maravilhoso chamado As cordas mágicas de Frankie Presto. Ele viajou comigo. E hoje o Google Fotos me mostrou as lembranças deste dia em 2015 e 2013. E vi uma de minhas fotos preferidas de todas. Festa de ano-novo de 2013.

Hoje. É hoje

Ludmilla's feelings. Mas infelizmente a proposta hoje aqui é outra. É hoje que o livro interminável acaba. Tem página pela frente. E eu só quero ver esse calhamaço pelas costas.
Então ficamos assim. Virar a noite na função. Não estou com sono. Estou é farta além de qualquer medida.
Agora é encerrar essa pendenga infernal. Depois dormir.
E aí no ano que vem eu vejo o que fazer para comemorar.


Hoje não saí de casa pra nada. Amanhã terei que comprar comida. E encarar o caos. Essa praia está totalmente lotada. Uma barulheira o dia inteiro, mas agora foram dormir. Ótimo.
Desde ontem tô soltinha na esbórnia alimentar. Jantei cachorro-quente (pão, salsicha e mostarda), repeti o cardápio no almoço de hoje. E aí jantei esse cheeseburger fraquinho; esperava algo mais gorduroso e bombástico, mas era um cheese quase light. Francamente. Govinda me aguarde na semana que vem.
Incrível. Tem um funk com uma cornetinha me assombrando. Ouvi a primeira vez na Négina's. E desde então ouço fragmentos da tal cornetinha várias vezes ao dia. Vizinhos ouvindo, pessoal passando de carro. Não sei que música é essa. Mas já virou a trilha da virada. Ainda há pouco estava a cornetinha tocando aqui perto. E tem umas vozinhas também. Quero saber que música é essa.
Bom, vou é fazer um café e voltar ao impagável Napoleon Hill.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Empoderamento na prática 8


Enquanto dou conta de Napoleon Hill, começo a alimentar a mente com os objetivos do ano novo. Uma maravilha fazer aniversário tão perto da virada de ano convencional, porque a energia do novo e de mudança pessoal é potencializada pela energia geral.
Atraindo minha mente para os objetivos de forma sagaz. Utilizando o interesse pelo esoterismo como canal de comunicação. Para usar os termos de Napoleon Hill, estabelecendo o objetivo principal definido e transformando-o em um desejo ardente.

Empoderamento na prática 7

Vai ter muito empoderamento, sim!
Está só começando.
2017 é o ano de plantar.
2016 foi de limpeza do terreno. Muito foda. Limpeza pesada. Tenho aqui o resumo perfeito:


Ontem adormeci pensando nessa imagem, me vendo e me sentindo como um flamboyant em dezembro: verdejante, explodindo em flores vermelhas.
Acordei esvaziada de mim. Também pudera. Chega, né? Verti tudo que havia de momento.
Mas ainda estou elétrica.
Ótimo. Porque Napoleon Hill está aqui do meu lado. Junto com o chimas. E o iTunes na coleção Erotic Lounge. Música baixinha durante o expediente.
A praia cada vez mais lotada, pelo que vejo da sacada.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Empoderamento na prática 6

O tema deste post é "A gratidão como forma de empoderamento". Hehehe. Fazer o quê? Tudo que me ocorre nesses dias é empoderamento. E é tanta ideia, mas tanta... Mal dou conta.


Sou uma pessoa naturalmente feliz, otimista, positiva e grata. Sorridente. Alegre.
Tigrinha.
Por mais reveses que eu enfrente, conservo sempre um núcleo de felicidade e uma centelha de otimismo, de que tudo vai ficar bem. Assim, mesmo enquanto chafurdo na tristeza, infelicidade e desespero, sempre tem algo em mim que pensa e sente: "Sou grata por essa experiência de merda. Tá sendo horrorosa, tô arrasada, fodida pra caralho, mas sei que vou sair disso melhor. Ainda não sei bem o que é, mas sei que é um aprendizado importante e sou grata ao universo por me amparar".
O cultivo da gratidão começou depois que comecei a fazer terapia, lá em 1998. Não imediatamente. Quando caiu a ficha de que o problema não estava fora, estava dentro de mim. Não era a mãe, o pai, o marido. Era eu. A sementinha de gratidão germinou quando comecei a ser grata por tudo que meu pai e mãe fizeram por mim. Teve muito perrengue, mas eles fizeram o melhor deles. Só posso agradecer.
E a gratidão por Lízia, sol da minha vida, luz dos meus olhos? Minha filha, meu melhor, meu motivo para buscar tratamento, para ser o melhor que eu possa em tudo. Por Eduardo, pai da Lízia. Por Lilo, que me impulsionou por novos caminhos e me fez olhar para mim e meu passado por um novo prisma. Lilo preenche minhas memórias e meu coração com centenas de coisas que me fazem sorrir e agradecer sempre. Resgate e empoderamento intensos.


Depois que comecei a praticar o budismo, a prática da gratidão foi intensificada. Ainda mais porque comecei a fazer traduções budistas, sendo paga pelas editoras para isso. É muito mérito. Como não ser grata por algo tão maneiro?
Algumas de minhas memórias mais felizes têm a ver com a experiência de gratidão. Gratidão por coisas que as pessoas fizeram, disseram, proporcionaram, deram, me fizeram sentir. Minha memória seletiva me faz uma pessoa feliz e grata. E dissolve a raiva, o ressentimento, qualquer sentimento negativo. Fica o afeto, o carinho, o amor. A gratidão. E aí me sinto feliz, alegre e leve.
Tigrinha faceira e empoderada.


Essas ideias surgiram porque recebi o texto abaixo sobre a gratidão via WhatsApp.

GRATIDÃO
A neurociência explica o poder da gratidão em nosso corpo. Quando geramos sentimentos de gratidão em nossos pensamentos, ativamos o sistema de recompensa do cérebro, localizado numa área chamada núcleo accumbens. Este sistema é responsável pela sensação de bem-estar e prazer do nosso corpo.
Quando o cérebro identifica que algo de bom aconteceu, que fomos bem-sucedidos e que existem coisas em nossa vida que merecem reconhecimento e somos gratos por isso, ocorre a liberação de uma substância chamada dopamina, um importante neurotransmissor, ou seja, uma substância que transmite mensagens entre os neurônios. A dopamina aumenta a sensação de prazer. Por isso, pessoas que manifestam gratidão vivem em níveis positivos elevados de satisfação com a vida, vitalidade e otimismo.
A gratidão deve ser construída pelo pensamento. Construa o reconhecimento interno pensando em suas conquistas.
Por outra via neural, a gratidão estimula as vias cerebrais para a liberação do hormônio chamado ocitocina, que estimula o afeto, traz tranquilidade, reduz a ansiedade, o medo e as fobias.
Exercitar o sentimento de gratidão dissolve o medo, a angústia e a raiva. Fica mais fácil controlar os estados mentais tóxicos e desnecessários. Nosso cérebro não é capaz de sentir gratidão e infelicidade ao mesmo tempo. Você faz a escolha. Ocupe seu espaço e exercite diariamente a gratidão.
Para fazer com que seu dia comece de forma positiva, já pela manhã experimente pensar nos diversos motivos que você tem para sentir gratidão. E termine o dia refletindo quais foram as realizações que lhe deram prazer, que pessoas cruzaram seu caminho e lhe ensinaram algo.
Gratidão é amor em forma de reconhecimento. Cultive a gratidão!

Empoderamento na prática 5

Entre as coisas que ouvi neste ano, duas calaram fundo dolorosamente. A primeira, que eu não gostava do meu trabalho, por isso não falava dele e não trabalhava. A segunda, que eu deveria arrumar um homem para me sustentar, já que eu não era muito chegada em trabalho.
O que as pessoas falam muitas vezes revela mais sobre elas do que sobre aquelas a quem se referem. Dois exemplos pontuais dessa grande verdade.
Relacionar-me com quem tem essa opinião a meu respeito e ouvir esse tipo de coisa revela muito sobre quem eu era também. Sobre como eu me via e me manifestava no mundo. Sobre o pouco valor que eu me dava. E é isso que me interessa.
Pois é, talvez eu não falasse do meu trabalho por achar que os outros não se interessariam por ele (= por mim). E não trabalhava como poderia e deveria - e não me sustentava - porque não tinha confiança em mim e no meu talento. Além disso, vi em terapia que a tradução não tinha como ser o carro-chefe do meu sustento, porque é um trabalho que paga mal e exige um foco que eu não tinha. E, muitíssimo importante, vi que eu gosto de trabalhar com outras pessoas, fora de casa. Que preciso do contato com outros.
Fui fazer terapia em busca de empoderamento. Me empoderei toda.
Comecei assumindo ostensivamente a pansexualidade.
Mudei de trabalho.
Mudei a relação com o trabalho.
Mudei a forma de me relacionar com os outros.
Mudei.
Mudou quase tudo.
Falo muito do meu trabalho agora. E as pessoas para quem falo acham o máximo o que eu faço. Eu também acho. E é o máximo. Trabalho com cultura. Com ideias. Meu trabalho é facilitar a vida dos leitores.
Passei a escrever sobre meu trabalho também. E tenho escrito sobre tudo que me vem à cabeça porque faz parte do meu empoderamento pessoal e profissional. Escrevo porque quero expressar minhas ideias e me expressar socialmente. Me posicionar. Em tudo. E porque para escrever e editar profissionalmente eu preciso praticar a escrita e a leitura o tempo todo.
E a tradução? Gosto sim. Amo. Mas para 2017 quero que a tradução seja o que se tornou a partir de 1º de setembro deste ano: um trabalho secundário, a ser desenvolvido com mais calma.
Em 2017, quero trabalhar basicamente com edição e preparação de livros. E produção de conteúdo. Como jornalista, editora e ESCRITORA.


Dakini Tradutora.
Dakini Jornalista.
Dakini Escritora.

Empoderamento na prática 4

Só uma coisa me perturba de momento. O trabalho que não consigo terminar, do qual fujo há meses. Trabalho contratado em fevereiro! Numa tarde ensolarada de fevereiro, quando eu estava chegando aqui na praia. O pior contrato de trabalho que já firmei na vida - por pura incompetência minha. Se tivesse olhado e avaliado direito, teria visto que não era revisão (tampouco preço de revisão). Teria visto que era uma retradução. De um texto gigantesco, denso, complexo. Trabalho difícil pacas, em resumo.
Fujo desse trabalho inclusive enquanto escrevo aqui. Repulsa. Ansiedade. Procrastinação. Comecei a roer os dedos ontem, quando voltei a enfrentar esse meu carma.
Mas...
O Universo está conspirando. Me encaminhando para a conclusão dessa etapa por todos os meios disponíveis. Inclusive pelo trabalho em si. Que, nesse final de mês e de ano, aqui na praia, adquire um novo significado. Empoderamento pessoal e profissional de Lúcia Brito.


Em todas as suas obras, Napoleon Hill fala exaustivamente do poder da mente, da autossugestão e da união de mentes no que ele chama de Master Mind. No início do século passado, ele já estava ligado no óbvio: a realidade de cada indivíduo é criada na própria mente. Sucesso e fracasso, riqueza e pobreza, felicidade e infelicidade dependem basicamente da mentalidade individual - e das interações com outras mentes.
Hill alerta constantemente para o poder aniquilador da procrastinação. No capítulo que acabo de concluir, ele exorta a combater a procrastinação cultivando o hábito de começar todo dia executando a tarefa mais difícil. E propõe:

Repita as seguintes palavras, em voz alta, 12 vezes toda noite antes de dormir: "Amanhã farei tudo o que deve ser feito, quando deve ser feito e como deve ser feito. Executarei as tarefas mais difíceis primeiro, porque isso destruirá o hábito da procrastinação e desenvolverá o hábito da ação”.

O texto original, das décadas de 1920-1930, exige grande atenção porque o estilo é diferente da escrita atual. Hill é repetitivo - o estilo dele é assim, sem dúvida intencionalmente, para que o conteúdo seja assimilado e compreendido por repetição.
A tradução é horrorosa, relaxada, com erros grosseiros, como trocar "hypothesis" por "hypnosis" e "word" por "world". Isso só pra citar dois erros graves separados por menos de dez páginas. Uma vergonha. Um absurdo.
O livro chegará à editora "revisado" por mim em duas leituras. Lá farei a terceira revisão, que nesse caso será de novo muito lenta e minuciosa, pois precisarei cotejar mais uma vez com o original e ajustar a tradução para manter os tempos verbais originais. No que depender de mim, será uma bela edição brasileira deste clássico da literatura de autoajuda financeira.
Aos trancos e barrancos, na marra, estou aprendendo muito com Napoleon Hill. E exercitando os 16 princípios para o sucesso:

Master Mind
Objetivo principal definido
Autoconfiança
O hábito de economizar
Iniciativa e liderança
Imaginação
Entusiasmo
Autocontrole
O hábito de fazer mais do que se é pago para fazer
Personalidade agradável
Pensamento preciso
Concentração
Cooperação
Fracasso
Tolerância
A Regra de Ouro

No presente trabalho, os pontos mais exercitados são:
- objetivo principal definido (terminar essa etapa da preparação do texto até domingo)
- autoconfiança (meu trabalho está ficando realmente muito bom)
- entusiasmo (do zero para o máximo)
- autocontrole (da fuga para o foco)
- o hábito de fazer (MUITO, MAS MUUUUUITO) mais do que se é pago para fazer
- pensamento preciso (recrutando todos os neurônios pra empreitada)
- concentração (da dispersão absoluta para o desenvolvimento do foco)
- fracasso (bah, aprendi uma lição e tanto com esse meu fracasso de avaliação e desempenho iniciais)
- tolerância (com o original, com a tradução e comigo mesma nesse longo processo de evolução - minha e do trabalho)

Empoderamento na prática 3

Astrologia e tarô. Que ferramentas de orientação e estímulo. Não creio que seja necessário "acreditar" em astrologia, tarô, deuses, magia. Em nada. Para mim não é questão de crença. É uma questão de sabedoria elementar. De conexão com o todo. A percepção de que tudo está integrado no Universo, de que existem padrões, uma ordem e uma interligação entre tudo. Das estrelas aos vírus. E que podemos acessar o que está "fora" porque em última análise não existe "fora". Não existe separação entre nada. A não ser as separações criadas pela mente. A realidade é criada conjuntamente pelo observador.
A ciência já derrubou a separação entre energia e matéria. E o conceito de tempo também está indo pro buraco. E aí o pessoal ainda acha que a mente, a consciência, é produto do tecido cerebral? Isso sim pra mim é crença.
A crença num deus criador também não consigo captar. Muito menos num deus vigilante e punitivo. Se existe um criador, presumo que ele esteja em tudo/nada, ou melhor, que esteja muito além de dualidades de qualquer tipo, a começar por estar em tudo/nada. E certamente não seria macho ou fêmea. Nem poderia ter povo escolhido, gostar mais desse ou daquele. Incongruência básica.
Para mim existem a mente e o carma, parte do tudo/nada. Um grande todo de pura energia, quem sabe? Sabedoria elementar. Inclusiva. Todo-abrangente. Não discriminatória. O que acontece ou vai acontecer não é fruto do acaso ou de desígnio divino. Depende essencialmente de mim, do que eu penso e faço. O velho aforisma: "Ser a senhora e não escrava do meu carma".
Astrologia, tarô, deuses, magia são apenas canais para o fluxo mental incessante dentro da realidade convencional, dual.

Enfim, hoje as orientações astrológicas e das cartas foram totalmente sob medida para meu desafio. Coincidência? Ah, tá.
Do site www.personare.com.br.

Pique produtivo
Entre os dias 29/12 (Hoje) e 01/01, Lúcia, você estará vivendo uma fase positiva para a expansão de seus objetivos intelectuais e/ou profissionais. Você terá maior clareza acerca de suas metas e canalizará muita energia para realizá-las. Aproveite o pique produtivo e adiante tudo aquilo que porventura tenha ficado atrasado nestes dias. Boas notícias poderão vir de telefonemas, e-mails ou cartas, tenha atenção para poder aproveitar as propostas que muitas vezes surgem e se vão sem sequer nos darmos conta!

Ás de Paus
Momento de agir!
O Ás de Paus como arcano de aconselhamento para este momento de sua vida vem sugerir a necessidade de se atirar nas coisas com mais entusiasmo, sem medos, imprimindo tesão em tudo o que se faz, Lúcia. Você dispõe de imenso potencial criativo e está num momento excepcional para fazer valer as ideias que saltarão de sua mente e coração. Cuidado apenas para, no entusiasmo, não terminar “queimando” as pessoas ao seu redor. Temos, muitas vezes, ideias brilhantes e “vemos” as coisas de uma maneira que ninguém mais viu. Ficamos irritados quando os outros não acompanham a perfeição de nossa visão ou a clareza que tivemos a respeito de um projeto ou ideias. E é aí que mora o perigo, Lúcia: de nada adianta você ter uma ótima ideia, se não souber ter paciência para explicá-la.
Conselho: Atire-se! Mas tome cuidado para não ferir ninguém!

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Empoderamento na prática 2

Ainda não sei o que fazer no ano-novo.
A possibilidade de passar sozinha aqui na praia é muito, muito atraente, sedutora. Novidade. Novidade excitante essa autossatisfação, essa vontade de estar comigo, sem precisar de mais ninguém. De certo modo, não só não preciso de ninguém e não sinto falta de companhia como na real não quero companhia. Quero estar sozinha nesses dias. Extasiada comigo mesma, com Lúcia Brito autônoma. Lux nova. Me preparando para 2017.


Eu tinha uns traços muito mulherzinha. Traços que as mulheres há milênios são treinadas para manifestar. Carência. Necessidade de ter "alguém" para ser cuidada e/ou para cuidar. Vínculos de dependência. Insegurança. Sensação de desajuste pessoal e social por estar "sozinha", não ter "ninguém". Credo. Quantos anos, quantas vezes fiquei com "alguém" só para não ficar sozinha, só para mostrar para mim e para o mundo que eu tinha "alguém"? Credo. Meus traços na verdade não eram apenas de mulherzinha. Eram infantis.
Neste ano e especialmente neste mês olhei muito para trás, para quem eu era, como eu era. E especulei sobre muitas coisas que eu gostaria de ter feito diferente. Como eu gostaria de ter sido diferente em pequenas coisas. Teria sido mais fácil para mim e para os outros. Engenharia de obra pronta. Já foi. E eu fui o que eu era e podia ser. Não me arrependo. Não lamento. Apenas contemplo. Sem me julgar, sem julgar os outros. Sem me culpar, sem culpar os outros. Pacificamente. Não dá para mudar o passado? Claro que dá. Não os acontecimentos, mas a percepção.
Olhando para trás, vejo onde eu estava e quem eu era. Vejo onde estou e quem sou agora. E vejo para onde quero ir e quem quero ser.
Olhando para trás, vejo coisas que gostaria que tivessem acontecido. E vejo coisas que gostaria que acontecessem agora. Sim, também vejo com quem meu novo eu gostaria de estar.


Empoderamento na prática 1


Vim pra praia segunda-feira sozinha. E cá estou bem sozinha.
Primeira vez na vida que viajo sozinha para ficar sozinha em algum lugar. Lugar repleto de memórias, neste caso. Em todas as outras vezes em que estive aqui, sempre acompanhada, fui assombrada por memórias de um tipo ou outro. Dessa vez não.
Cheguei a um consenso com minhas memórias. Pacificação. E crescimento. Pela primeira vez me sinto e sou autoconfiante para viajar sozinha. Adulta. Autossuficiente. Independente. Caminhando com minhas pernas. Cuidando de mim. Sabendo o que quero. Fazendo o que quero. E também sabendo e fazendo o que tenho que fazer.

Já que estou caminhando sozinha, quem sabe possa voltar a correr também. :)
Uma coisa de cada vez. Tudo a seu tempo. Meu tempo.

Hey Love


OMG.
Mil anos depois, consegui.
Sexybeat.
Sexybeast.
Amo essa música, amo loucamente. Reinaldo Portanova gravou pra mim em fita cassette, numa das dezenas de fitas que ele gravou pra eu correr com meu Walkman Sony. Que muito usei na praia, aliás. Tramandaí. Indo até a plataforma e voltando inúmeras vezes.
A função do Mp3 player rendeu. E a porcaria não funciona, affff. E trancou exatamente num trecho dessa música. Terei que ir ao centro trocar. Tomara que seja o Mp3 player e não o cartão de memória. Porque não terei saco pra refazer tudo. (Bem, ainda ontem à noite tive a brilhante ideia de salvar de salvar os arquivos do cartão de memória numa pasta no PC. Porque creio que o problema é nele.) Nevermind. Tentando formatar pela última vez. Se não rolar, vou ao centro.
Aproveitar pra ver shorts de lycra na Négina's, fazer uma chave no Rudimar (onde vou praticamente todas as vezes que venho pra cá) e quem sabe tomar sorvete. Ontem encerrei as atividades praianas com um crepe triplo. Porcaria. Não adianta. Não gosto. Mas sempre tento... Se meu humor e paciência estiverem perfeitos, vou encarar um supermercado. Mas isso não sei não... já é pedir muito.
Neste exato momento, pós-almoço, vou me agarrar no Napoleon Hill. Ultradesafio de final de ano. Antes de almoçar as sobras de Natal, terminei as notas do livro sobre a operação Lava Jato. Misericórdia. 426 notas, um trabalho exaustivo de conferência. E dessas notas quase cem eram do livro Operação Mãos Limpas, só que usando a edição italiana. Assim, tive que procurar as páginas na nossa edição brasileira e ajustar a tradução de trechos para a nossa. Dias e dias apenas nisso.
O outro ultradesafio foi superado com sucesso pela manhã. Corridinha de 8km na média de 5:38. Na chuva. Só fui porque tinha combinado. Parceria é tudo nessas horas. Maravilhoso. Fiquei exausta, mas amei. E, incentivada pela conversa, fiquei pensando em voltar pro treinamento funcional e baixar drasticamente o volume de corrida (não agora, que não tem volume nenhum; primeiro tenho que voltar), seguindo a linha que prioriza a força muscular. Planos para o ano que vem. :) Pra correr aqui nos próximos dias, preciso de borracha pro cabelo. Nem trouxe. Ok que o cabelo está curto, mas sem prender não dá. Nem lembrei.

Hey love, you're the girl that I adore
Everytime you go away I want you more and more
But I see I want something I just can't have
So I hide my hurt with a simple laugh
Although that is a cover, so you won't discover
That I am jealous of your modern day lover
He couldn't give you all that I can
I can love, cherish and understand
How a girl like you deserves to be treated
Honesty, respect and love is needed
The feeling that I have is much too strong
If lovin you is wrong then I guess I'm wrong
Who wants to be right, I just want you
If only you knew what you are puttin me through
My eyes behold the woman I'm lookin for
It's you, you're the girl that I adore

Hey love
Hey love
Hey love

I see you early in the morning waitin for the bus
I can't really figure out if it's love or lust
When I see your face, light skin and fine
Nothin but a warm current shootin up my spine
Palms get all sweaty, a lump in my throat
Overcome by the urge to write you a note
I feel for you, so I reveal to you
If you were my queen I'd kneel to you
Do anything that you ask me to
But baby, there is a limit to what I'll do
For no female is worth goin to jail
And any man who disagree I said is weak as hell
Not tryin to diss, come off, or act ill
Baby, I'm just tellin you how I feel
For the fact remains that it's you my dear
When you make up your mind, love, I'll be here

Hey love
Hey love
Hey love

A mundane affair, oh yeah, my dear
Just a little sweet somethin we both can share
Can I have your number so I can use it?
I know what you're thinkin, baby, I won't lose it
But write it down and when I get home
I put your number on my speed calling phone
Then all I do is push number 2
Let the phone ring and then I ask for you
(Hello?) How you doin, love? (Sun?) Yeah, this is Sun
(You know Ron's here) Oh he is, huh?
(Yeah, but we can meet...) Well I call back later
The weekend's here, my money is right
There's somethin goin on at the club tonight
As I walk in the door suddenly it's you
Sittin all alone at a table for two
A walk to the bar, I begin to sweat
To get a bucket of ice, a bottle of Mot
Now I'm here, opposite your chair
As I pour you a drink I begin to think
About you and I, love, I wanna know why
You keep bringin up this other guy
You wanna be my girl, then quit wastin time
If he's out of your sight, then get him out of your mind
As I take your hand and we proceed to dance
The dancefloor is really packed
Although we both look cute wearin Fila suits
Everybody else is ( ? )
Now the party is over, we both are tired
But isn't it true just how time flies
Although we're beat let's get somethin to eat
Drive up to the pier and watch the sun rise

Hey love
Hey love
Hey love

I sit down to the desk in my room at my rest
While listening to WGFS
I address my letter to your college dorm
And begin with the help of the quiet storm
How should I approach, can't be too excessive
Not too shy, not too aggressive
I must be careful in how I word it
A poet of love, so introverted
See I am gonna write until I run out of ink
Until my fingers are sore, until my eyes turn pink
Just to let you know what I'm feelin
Wounded by love, now I need healin
Only you have the medicine
To cure this condition of love that I'm in
Love with a girl committed to another
You think that I'm wrong because your man is my brother

Hey love
Hey love
Hey love

Look sweetheart, I don't know what's wrong with you
You act like you want me but you don't wanna give this brother up
Everytime you hear about me and another girl you start riffin
And I'm not goin for that
Because it's not that time
You see
So what you gonna have to do is straighten up and fly right
And just bow out gracefully, love
But listen, I don't feel like talkin anymore
Why don't you just call me later
Peace

Hey love
Hey love
Hey love
 

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Muito verão


Eu. Ela. Minha maxitattoo. Da primeira noite em Capão, curtindo o colchão, o lençol, a moleza depois das cervejas e do jantarzim.
Hoje teve não só trabalho, mas passeio pelo centro, caminhando pela Beira-Mar. E comprinhas baratinhas.
Dois biquínis na Négina's, minha loja favorita aqui, hehehe. Bolinhas. (Lízia, chique e fina em Punta del Este, já cobiçou o preto. Propôs devolver algum dos outros que pegou em troca deste. Creio que tentarei achar mais coisas na Négina's ao longo do verão. Biquínis mais recatados que os meus antigos. Deve ser a velhice. Vai vendo.)
E um MP3 player dos camelôs, que estou abastecendo de músicas há horas, um porre. Oh céus, que decadência pra quem tinha um iPod de 16G. T-i-n-h-a. E não terá outro se tiver que comprar no Brasil. Preços completamente abusivos. O do camelô custou 55 reais. Curiosa pra ver se vai funcionar direito. Oremos.
O MP3 player é mais um movimento pra ver se volto a correr. O universo está conspirando a favor. Hoje conversei com um possível treinador. E descolei companhia pra se arrastar comigo amanhã!
Essa foi demais. Fui confundida com uma corredora. Expliquei que não era eu, que eu estava na área realmente, mas de saia e havaianas, passeandinho. Que não corro há séculos. Aí veio o convite pra me ajudar no amargo regresso. Vamos lá! Quem tem amigos, tem tudo. Ainda mais amigos otimistas, positivos, assertivos: "Ícone como tu jamais perderá a sua iconidade. Sei o que digo. Com segurança. Vamos nos ajudar nessa retomada e estaremos na largada dia 11/6".
Já o treinador potencial disse: "Não te imagino assim. Longe das corridas. Sem vontade. Que coisa. Aos poucos tu te empolga novamente. Sem noia. Tu é uma das pessoas que eu gosto de ver nas corridas".
Essas coisas ajudam a motivar. Vamos ver o que acontece amanhã. Não precisarei do MP3, que segue sendo abastecido. De momento, estou no Prince. Tem até o Z na lista de artistas pra catar mais faixas. Foi bacana essa atividade musical, já ouvi montes de coisas. Selecionando só os meus standards. Depois tenho que ouvir a vastíssima coleção de lounge, downtempo, chillout e electronica pra pinçar outras coisas. Talvez também tenha que fazer como a minha irmã, que hoje entrou no Spotify pra ver o que está fazendo sucesso por aqui. E me mandou áudios com trechos de uma Marília Mendonça. "Ai que saudade do meu ex, ai que saudade do meu ex, ele é que era homem de verdade." Socorro! Morri. O máximo que eu conheço é Anitta e Ludmilla. Aliás, vou baixar umas delas pra tunar o player. É hoje.

Bom dia, sociedade. Tigrinha Pedrita no litoral.

Pois, pois.

Um já foi!

É praia, é hiato Natal-Ano Novo, mas pra mim é muito trabalho. Adoro trabalhar aqui. Adoro. E adoro esses meus trabalhos. Cada vez mais.
Terminei a revisão final de Como aumentar o seu próprio salário. E agora tenho que finalizar a primeira revisão/retradução das 16 leis do sucesso, calhamaço insano de 600 páginas em letras minúsculas, que na real são umas 800 páginas em "tamanho normal". E mais uma primeira leitura por fazer, de um relato bastante interessante sobre a Lava Jato que cita extensivamente o Operação Mãos Limpas, minha estreia "emocionante" na Citadel. E tem também uma tradução budista.
Tudo isso de momento ouvindo a discografia do George Michael. E vendo o sol refletido na parede dos prédios defronte ao meu. Aí um pulinho na sacada pra dar uma espiada no sol em si e no mar.


Daqui não passa

Dificuldade de estabelecer limites. De neutralizar comportamento invasivo.
Pra evitar atitudes que considero cruéis (e ridículas entre adultos), eu vinha recuando.
Mas, assim como a minha liberdade termina onde começa a dos outros e respeito isso (baita chavão, aliás), espero ser respeitada na minha liberdade e privacidade.
Ontem cheguei ao cúmulo do recuo. E aí deu.
Vou andar escondida na praia? Não. Não vou.
Vou deixar de me expressar aqui? Não. Não vou.
Apenas não quero mais a invasão dos meus espaços. Físicos e virtuais.


O fecho de merda

2016 foi a treva.
Começou com David Bowie.
Depois Prince.
Pete Burns e Leonard Cohen.
Pra acabar, George Michael.
Ontem à noite, lamentando essas perdas, lembrei que Bowie, Prince e George Michael pra mim foram mais que referências artísticas e musicais. Foram e são referências sexuais. Assim como o primeiro de todos, Robert Plant. Pete Burns, o mais incomum deles, idem.
(De Leonard Cohen eu gostava do lado sombrio, da violência associada às faixas dele que outro dos meus favoritos, Trent Reznor, selecionou pra trilha impecável de Natural Born Killers, preferência da família Brito-Bueno, que eu e Eduardo transferimos pra Lízia. Quem sai aos seus não se regenera, graças a deus. E Cohen ainda praticava budismo. E Trent Reznor anunciou novidades para 2017, oba!)
Conheci Bowie, Prince e George Michael na ordem em que morreram. Década de 1980.
Sempre falava que George Michael era o meu ideal de marido. Quando ouvia o comentário óbvio: "Mas ele é gay", eu retrucava: "Ótimo, mais um motivo pra ser o marido perfeito. Ele gosta de homens, eu gosto de homens. Ruim seria se ele gostasse de mulheres". And I mean it.
Corri muitas centenas de quilômetros ouvindo Prince e George Michael. Muitas mesmo. Parei de correr com eles apenas porque meu iPod estragou e eu passei a recitar mantras em vez de ouvir música. Mas agora tem surgido uma certa vontade de ter um iPod de novo. Veremos.
Na música, assim como na vida, Bowie, Prince e George Michael (e Robert Plant também) cruzaram gêneros e fronteiras. E na música, assim como na vida, é disso que eu gosto. Transgressão. Fusão. Hibridismo. Diversidade.


segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Noooooossa



Que céu! Daqueles momentos em que se ergue o olhar por acaso e tchan!!! Espetáculo. Pouco antes de desabar o temporal. Que veio com tudo. E foi logo embora. Deixando cheiro de chuva e de maresia. Noite gostosa, vontade de ir caminhar na areia. Mas tô exausta.
Dormir cedo, acordar cedo.
Ops, mais relâmpagos clareando o céu...

Tô aqui no apezinho. Varri tudo. Está muito sujo. Amanhã vai rolar uma lavagem de chão pegada.
Trouxe coisas que estavam há meses na garagem. E as roupas de cama e banho tradicionais. E umas roupas pra deixar aqui durante o verão.
Gosto daqui. Muito.



Natal





Sobre ontem à noitinha. Depois da ceia de Natal na véspera, com filha, namorado e amigo, almoço dominical com a galerinha e casal de amigas, tarde na piscina e ida à Prainha do Iberê, um dos meus lugares favoritos em Porto Alegre.
Não teve pôr do sol, mas o crepúsculo estava soberbo.
Tranquilidade.
Esse céu azul, rosado, dourado... visão do paraíso.
Lúcia Brito, grande cozinheira, caprichou. Não achei que os pratos fossem ficar tão bons. Invenções vegetarianas preparadas em meio a cerveja, vinho e espumante. O segredo do sucesso foi o alecrim. :)

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Inked


Antes de tomar banho, olhei pra ela e tive que fazer mais uma foto. Morro de amores. Por ela e pelas outras todas. Amo tanto que tenho fugido do sol. Tô pálida até agora. Mas vou pra praia, e aí vai rolar um bronze. Bom, as coloridas vou emplastrar de bepantol e protetor.
O ano das tatuagens.
E, no que depender de mim, ainda haverá mais uma (pelo menos).

"Sua estupidez", minha lucidez

Não sei como nem por que exatamente, mas lembrei dessa música no final da tarde, a caminho de casa. Eu ouvia quando era criança, depois nunca mais.
YouTube salva. Tinha a original e uma ao vivo linda.
E aí, tô aqui, tomando chimarrão, ouvindo e postando os links, e o Google Fotos me diz pra recordar 23/12/2015. E vem a foto da chegada chuvosa em Floripa. OMG.
Sua estupidez, a música, e a lembrança do Google me fizeram pensar em minha lucidez.
Meu bem, meu bem, a minha lucidez me permite ver que eu te amo. E o quanto eu me aprimorei para poder te amar assim.
Há uns dias, caiu a ficha de que esse amor demorou pra nascer/amadurecer em mim. Primeiro eu ainda amava outrem (ou pensava que amava), depois já sabia que te amava, mas não sabia como viver esse inusitado amor. Aprendi sozinha. Autodidata.

Sigo tomando chimas, vou trabalhar muito ainda, ouvindo Rachmaninoff.
Sorrindo satisfeita comigo, por estar onde estou, fazendo o que tenho feito e por ter lindas memórias seletivas, tão diferentes das suas. Lembro do amor. Do meu amor. Das coisas boas. Que pra mim foram muitas, milhares de pequenas e grandes coisas. Sorriso meio triste, é verdade. Mas minha tristeza é pacífica. Estou em paz comigo. Com você. Com tudo. Porque eu fiz o que queria e podia, da melhor forma ao meu alcance.




Descascar

"We possess what is known as basic goodness. Then we develop an overlay of unnecessary tricks and occupations. We develop little tricks to shield ourselves from being embarrassed - or from feeling too painful or naked."

"Possuímos o que é conhecido como bondade básica. Aí desenvolvemos um invólucro de truques e ocupações desnecessários. Desenvolvemos truquezinhos para nos blindarmos da sensação de embaraço - ou de nos sentirmos doloridos ou despidos demais."
– Chögyam Trungpa

O lento e penoso trabalho de remover o invólucro. Camadas e camadas de um escudo que, em vez de proteger, aperta, sufoca, machuca e isola. Escudo pesadíssimo, tolhe os movimentos, acaba com a agilidade.
Em busca da nudez primordial. Sem truques.



Wild at heart


This jacket here represents a symbol of my individuality,
and my belief in personal freedom.

Finalmente descobri onde aplicar meu fabuloso gato. Taí ele.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

22/12

A felicidade simples.
Visita ao meu flamboyant, tradição de aniversário.
Almoço com Lízia e Eduardo.
Tarde de trabalho e festinha na editora.
Jantar com tio, Lízia e Arthur.
Tudo tão singelo, tão delicado.
Tão familiar. Tão bom.
Dia de festejar, de agradecer e de recordar.
Meus 52 anos foram intensos. Densos. Tensos.
Fui incrivelmente feliz. Fui devastada pela tristeza.
Altos e baixos.
Algumas coisas não aconteceram conforme as expectativas, planos desfeitos, esforços fracassados. E, como é muito frequente, as dolorosas derrotas e decepções trouxeram grandes aprendizados.
Aprendi a confiar mais em mim, na minha capacidade. A reconhecer meu valor. E me conheci e passei a me expressar sob novos ângulos. Lembrei de como eu era há três anos, dois anos, um ano. Como eu mudei. Como eu melhorei. Como pessoa e como profissional.
Cumprindo antigas promessas.
Alcançando objetivos.
Trilhando novos caminhos.
Lux na luz.






quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Parabéns pra mim!!!

Hoje. 13:03.
A hora do meu aniversário solar.
Estava sozinha aqui na editora. Aproveitei pra fazer uma pausa rápida e celebrar.
O ano novo começou.


Aproximações

Que bom, Lúcia. Vc é uma pessoa extraordinária.
Inteligente, amável, bom de estar junto.
Conversei e escutei coisas que sinto e às vezes não sei a quem contar.
Vc será sempre muito bem-vinda em minha cs. Sempre.

Acolhimento.
Sororidade.
Poder abrir o coração, a mente. Contar a história. Extravasar o que nunca é falado. Ser ouvida e entendida. Aceita.
Criando novos laços.
O universo cuida de nós.

Metáfora

Saí de casa correndo. Passei por ela, passei por ele. Segui correndo por uma escada que estava na horizontal, saltitando pelos degraus. O Guaíba abaixo. O céu azul acima. Me atirei sem hesitar e saí voando, como queria. Só que, em vez de seguir voando pra cima, comecei a descer. Não gostei. E encerrei a atividade.
Correndo sozinha. Voando sozinha. Indo em frente. Quando a situação saiu do meu controle e não pude seguir o caminho que queria, decidi encerrar o sonho que eu sabia estar sonhando e acordei.


terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Quase lá

Que coisa essa minha revolução solar. Nossa! Cinco casas vazias.
Ano de Aquário, de inovar radicalmente, de revolucionar e causar. E de planejar o futuro. Se já sou pouco convencional, agora então...
Louca pra ler a análise, coisa que não será possível antes de finalizar o Napoleon Hill gigante. O outro já foi, embora eu queira muito reler pela terceira vez. Porque sempre tem coisa pra corrigir e melhorar. E, quanto menos coisas graves, melhor para fazer os caprichos que dão o resultado final diferenciado.
Ontem vi a importância de poder fazer meu trabalho com tempo e calma. Do contrário, passam coisas que não deveriam.
De momento, na editora, preparando livro com 205 páginas (de Word) e 425 notas. Punk. Uma semana apenas para checar e padronizar as notas. E desde ontem trabalhando no cotejo e ajuste das citações de um livro, pois usaram a edição original em italiano e vamos usar a nossa, em português. Trabalho meticuloso, cansativo. De modo geral as pessoas me dizem: "Não sei como você aguenta". Haha, eu adoro. Ourivesaria. Lapidação.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Aluados



Fotos de 14 de dezembro, quarta-feira passada. Lua cheia, fui olhar. Ludox e Lelonid saíram junto, pularam pro telhado. Ludox não consegui fotografar. Meu fiel Lelonid ficou por perto. Lembro que a noite estava fresca, tive que voltar e colocar um roupão.
Meu aniversário terá Lua minguante.
Filha do solstício de verão, que neste ano é no dia 21. Meu aniversário astrológico também, of course.



Céu bizarro


Dias bizarros.
Comendo creme de ervilha, olhando o crepúsculo incomum, o insight:
Que eu seja para você o que você é para mim.
Reciprocidade.
Adendo:
Que eu seja o meu melhor, que você seja o seu melhor.
Desejos auspiciosos.

A saber


De momento, creio que de ninguém. Muito bom. :)
Bom porque estou próxima e ao alcance de todas as pessoas que querem manter-se em contato. Estou presente onde e quando me querem presente. (As redes sociais ajudam.)
Não me considero saudade de quem sente saudade de alguém que eu nunca fui. Porque essa saudade não é de mim. É de projeções e fantasias. Também não considero quem sente saudades de pedaços de quem eu sou. Não existe uma versão editada de mim, não estou disponível em pedaços. E não estou disposta a participar de fantasias ou me adequar a concepções alheias sobre quem sou ou deveria ser.
Quem é a minha saudade? Quem me ajudou a encarar as minhas projeções e fantasias. Quem eu aprendi a aceitar por inteiro, como é.

domingo, 18 de dezembro de 2016

Comércio local

Depois de virar erva-mate e água quente por tudo ao longo de anos - a começar por cima de mim mesma -, aderi. Comprei uma mateira ontem, na feirinha de artesanato da Redenção. Preparada pra praia e pras idas ao parque. E até pra ir pra editora.
Sempre achei essas mateiras o fim. Mas muito pior carregar os apetrechos soltos. Chega de lambança.


Fazia décadas que eu não ia na feirinha. Fui nos dois últimos sábados pra pegar as camisetas gremistas que encomendei com o Pancho Rivas, pra dar de presente e pra mim. E vi várias coisas bacanas. Comprei um vestido, uma bolsa, um porta-óculos, uma necessaire e a mateira. Tudo com preços ótimos. E dos próprios produtores. Incentivar as microempresas locais. Tô nessa.


Amem. Amém.


Muito do que escrevo surge de reflexões após conversas. De trocas. Às vezes é algo abordado mais de uma vez, com diferentes pessoas, em diferentes momentos. Como a pansexualidade. Foi indo, indo, indo até surgir a vontade de escrever.
Não foi preciso só vontade pra escrever e me posicionar. Exigiu coragem. Mais importante talvez tenha sido a maturidade. Às vésperas dos 53 anos, I stand on my feet and on my ground.
Minha terapeuta perguntou por que me expor assim. Reconhecimento e aceitação talvez resumam.
A começar por autorreconhecimento e autoaceitação. Saber quem eu sou, como eu sou. Me reconhecer, me aceitar e me apresentar naturalmente. Nada a ostentar. Nada a ocultar.
Depois de ficar à vontade comigo mesma, comecei a me sentir mais e mais à vontade socialmente.
E, em termos sociais, acho importante me posicionar de forma mais ostensiva. Porque pra mim é mais fácil do que pra imensa maioria.

Foi facílimo na família. As pessoas cuja reação me interessava eram Lízia e o pai dela.
Quando contei para minha filha que uma amiga com quem eu andava direto era minha namorada, o impacto foi tipo eu dizer que agora lilás era minha cor favorita e não mais azul. "Ah, tá. Beleza." (Orgulho dessa filha, que se interessa tanto por definições de gênero quanto eu.)
Eduardo nunca perguntou nada. Me conhece bem, não foi novidade. Nunca perguntou sobre minha vida sexual nos 12 anos em que vivemos juntos. Não seria depois de separados. Se eu estou bem, se Lízia está bem, para ele está bem também. A preferência dele é por gremistas. De qualquer gênero.
Minha irmã, as amigas mais próximas e meu amigão Marcus ficaram surpresos quando contei que eu tinha uma namorada. Foi aquele tipo de surpresa que provoca um sorriso. E só. Se eu estava feliz, ótimo.
A única reação que eu temia era a do meu tio. Ele e eu nunca brigamos porque nos respeitamos. Temos opiniões radicalmente diferentes, mas somos muito parecidos e gostamos muito um do outro. Mantemos um pacto diplomático de evitar assuntos polêmicos. Ele evidentemente conheceu uma namorada - e evidentemente se ligou que era namorada. Só conversamos abertamente há pouco tempo, num dos maravilhosos galetos com cervejada em que me sinto em casa e em família. Só nós dois. Eu sendo eu. Ele sendo ele. E agora ele está ciente de que namoradas são uma realidade na vida da sobrinha. E não se fala mais disso.
Pra mim foi fácil no círculo íntimo porque minha filha foi educada por mim, porque o pai dela é um cara maravilhoso e porque tenho um tio e amigos que gostam de mim e me aceitam como eu sou. Se aguentam meus defeitos, por que se incomodariam com algo que não é defeito? Claro que não se incomodaram. Não deram a mínima. Foram como todo mundo deveria ser.

Socialmente, de início eu ficava meio sem graça. Mas tenho a felicidade de ser um tipo que, por mais sem graça e constrangida que esteja, ainda assim fico/sou/pareço mais à vontade, espaçosa e espalhafatosa que a maioria da humanidade. A natural born drag queen. Enfim, fui me acostumando a ter namorada. Tornou-se natural. E fui agindo de modo cada vez mais natural.
Se no início eu tinha consciência dos outros como um fator de intimidação, depois passei a ter uma atitude mais assertiva. Ficam olhando? Eu olho de volta. Nunca ninguém sustenta meu olhar. Que dirá falar alguma coisa. Mas raramente preciso me impor de modo assertivo.
Por ser mais fácil para mim, sinto a necessidade de me posicionar.
Mulher, branca, bonita, classe média, curso superior. Uma privilegiada no Brasil racista, transfóbico, homofóbico, com uma perniciosa e cada vez maior quadrilha política da bíblia e da bala.
Eu não perderia o emprego ou algum trabalho por ter uma namorada (cis ou não). No meu mundo, isso não é relevante. Não frequento ambientes hostis a gays. Me parece que as pessoas às vezes olham apenas por curiosidade. Por não estarem acostumadas a ver casais do mesmo sexo. Esse tipo de olhar não me incomoda mais. Adotei uma abordagem positiva a respeito: é uma "novidade", ok. Com o tempo deixará de ser.

Essas ideias surgiram depois do comentário de uma amiga, de que não poderia namorar alguém como eu, que deixaria claro pra todo mundo que éramos namoradas. Na hora me ocorreu que eu agora não poderia mais namorar alguém que não possa/não queira assumir plenamente seus relacionamentos.

sábado, 17 de dezembro de 2016

Mimimi não

Projeções. Quem não tem?
Fantasias. Quem não tem?
Carências. Quem não tem?
Observo as minhas.
Reflito sobre ocasiões em que tentei encaixar a realidade (a minha e a alheia) nos meus devaneios.
Mimimi.
Atormentando (a mim e a outros) e enchendo o saco (o meu e de outros).
Achando que o problema estava "fora" quando as coisas não rolavam como eu queria.
Tão fácil empurrar tudo pros outros.
Mimimi.
Me observando, não empurro o que é meu, não pego o que não é meu.
Sem mimimi. Meu ou dos outros.