domingo, 29 de março de 2009

Placidez

Será que é essa música que ouço sem parar que está me deixando assim? Ou estou ouvindo essa música sem parar porque ela combina perfeitamente comigo assim?
Estou mole, lânguida, como uma gata esticada ao sol. Relaxada, frouxa, mas ao mesmo tempo atenta ao ambiente. No caso, o ambiente mental. É como uma sonolência, um torpor físico, enquanto a mente sonha, divaga.
Uma parte de mim observa meu corpo e minha mente, e todas as sensações que eles produzem parecem estar a uma certa distância dessa observadora.
O que eu-observadora sinto? Uma curiosidade plácida.

sexta-feira, 27 de março de 2009

THAT'S IT!!!

I still do prefer Slip into Something More Comfortable, which makes me slip and slide and sleep into bliss.
But this one touches me. Probably in my musical G-spot. :)

quinta-feira, 26 de março de 2009

segunda-feira, 23 de março de 2009

Renew

Enquanto trotava hoje de manhã no Parcão, munida do ipod da filha, enquanto não compro um pra mim, que agora já concluí que preciso de um ipod pra abalar, badalar e me esbaldar por aí, ouvi Renew, de um projeto chamado Adventure, daqui de Porto Alegre nas priscas eras. Marion Velasco nos vocais.

It's time to renew
Coming by another name
I´ve changed my hair, my clothes
I'll never be the same

Estou ouvindo de novo agora. :)

Renew
Give another chance
Play another game
Try another dance


E hoje à tarde optei por uma renovada no cabelo, que estava uma vassoura do mal. Terei que mantê-los mais ou menos em ordem com alguma outra coisa que não a escova definitiva. Afff, que chatice...
Mas a renovação maior da cabeça ainda está por vir, embora já tenha se iniciado. Não sei se dá pra dizer que é por dentro, porque é também por fora, no corpo sutil. Botar ordem no barco, como diz minha mãe Norma. Fazer a tripulação se mexer. Povoar a minha praia. E estar sempre acompanhada de todo meu povo. :)
M-Seven. Essa é Invisible, tão doce, tão meiga, tão terna, tão suave, tão absolutamente viajante. Etérea. Gosto mais ainda de Spiritual Spy, que tem uma de minhas frases favoritas, que já citei aqui:
They say seeing is believing
But the true question is:
What do believe you've seen?

Ah, com essas músicas eu vejo as miríades de possibilidades brotando e se dissolvendo na base, como bolhas de sabão luminosas, cintilantes e translúcidas.

domingo, 22 de março de 2009

Sound effect

E essa... WOW!
Charles, de Beanfield. Tudo o mais que ouvi deles não se compara a isso. Bem, pra mim nada se compara a isso.
Conheci essa música numa fase vertiginosa do ano passado, em abril, quando uma parte de mim até então apenas parcialmente manifesta exibiu-se in full em meio ao treino pra maratona, a um tombo que dilacerou meus dois joelhos e ao diagnóstico da doença de minha mãe. E naquela fase ela ficou vinculada a experiências específicas que me deslocavam da realidade convencional tumultuada para... sei lá eu como descrever. A oitava galáxia. As experiências dissolveram-se na vacuidade, mas integrei a faceta doidivanas e essa música em mim, nessa que sou hoje.

Trilha-sonora pessoal

Nem sei o que dizer dessa música, Nova, de Amon Tobin (que é brasileiro!!!).
É outra da minha library das favoritas forever and ever, probably as long as the space remains.
Gosto quando acordo, antes de dormir, no meio da tarde, acho que tem tudo a ver com pôr-do-sol. Gosto de ouvir sozinha, gosto de ouvir acompanhada. Gosto de ouvir até quando corro. Como hoje de manhã, em Capão Beach.
Essa, como todas as outras que me tocam com essa intensidade, é uma música que jamais associarei a um evento particular, muito menos a uma pessoa específica. Porque vou ouvi-la nas mais variadas ocasiões. And with anyone who may get closer enough.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Cybervida

Aderi ao Facebook. E ao Twitter, que está linkado aqui no blog.
Me divirto adoidado na cyberlife.

terça-feira, 17 de março de 2009

Olhares

Estava catando uma foto ontem e deparei com essa. Não lembrava dela, nem da sequência. Trata-se de uma produção da Lena, minha fotógrafa oficial. :) As fotos de que mais gosto foi ela quem fez (ou o Soares, com ela ao lado). Inclusive a melhor de todas, na Galheta, no verão 2008. Como estou sempre rindo com ela, as fotos captam o melhor de mim, da minha natureza.
Essa aí de cima foi feita há exatamente um mês, na manhã de 17 de fevereiro, no cafofo da Armação-Armazao-Armaçón, praia vizinha ao Campetche, hehehe...

De novo? Ou ainda?

Um mês. Nesse momento.
E estou ouvindo Unfinished Sympathy, que por acaso tem bem a ver.

domingo, 15 de março de 2009

Mi amor e minha amiga

Ele me orientou. E ela me ajudou com sua presença.
Edu, mi amor de treinador. E Lisiane, minha amigona querida.

Corri hoje pela primeira vez desde dezembro. Depois de um verão muito tumultuado e um tanto desleixado. Não tenho treinado direito faz tempo. Minha mente e meu coração andaram dispersos.
Edu passou a semana me orientando pra ir na boa, fazer o melhor, mas não me cobrar. Tentando fazer eu me focar de novo. Mas eu estava não apenas desfocada e sem vontade de correr (e treinar), como temerosa de sofrer muito e render pouco.
Ontem eu e Lisiane combinamos de largar juntas. E aí fiquei mais animada; ao menos teria companhia no possível suplício.
A parceria foi preciosa. Quando cheguei no km 3, disse a ela que iria diminuir. Ela disse: "Eu também." Mas seguimos igual - porque ela passou a puxar. No km 4 eu senti o tranco, falei que estava muito cansada, e ela disse: "Vamos até o 5, depois a gente baixa." E ela seguiu firme, e eu fui meio que bufando e me esfalfando, mas fui.
Quando cravamos o 5, ela disse que ia reduzir. Eu segui como estava. Porque aí finalmente consegui me adaptar ao ritmo, o desconforto diminuiu.
Voltei a sofrer no km 7, mas mesmo assim não afrouxei. Eu pensava em ir mais leve, mas, quando batia o relógio, a volta dava igual. Ou seja, pior que o corpo, está a mente. Essa sim está destreinada e descondicionada. Afffff. Não ajuda - e ainda atrapalha...
Sozinha, eu teria me arrastado e afligido mentalmente por todo o trajeto, ia ser daqueles dias... Com a amiga do lado e por perto, a mente não se atolou nas sensações de desconforto e desânimo. E, encerrada a corrida, veio o alívio. E a alegria. Vi que não estou tão mal quanto pensei. E fiquei muito mais animada.
Melhor ainda foi ver que Lisi também não afrouxou. Fechamos com 30seg de diferença apenas. E já combinamos de repetir a parceria. :)

domingo, 8 de março de 2009

Ela que guia

Você me diz algumas das coisas mais interessantes que alguém já me disse nessa vida. E você ou desperta a dakini em mim, ou então a mais absoluta irresponsabilidade. Porque me sinto totalmente confortável com o fato de você me admirar - embora eu nem veja o que haveria de admirável em mim em termos budistas. Quer dizer, além do fato de todos os seres terem a natureza de buda etc. Mas me vejo em um estágio muito elementar, ou seja, não creio que eu pudesse ser sua dakini. Mas isso é o que eu penso. O que eu sinto é: "Oh, sim, sim, ótimo, perfeito. Tudo muito bem."
Hahaha, também pensei que eu possa estar indo para o precipício e, se você me seguir, despencar comigo. Mas apenas pensei. Não sinto isso. Sinto uma total confiança em mim mesma e nos meus caminhos, no sentido de que não há nada para me preocupar. Nem que caia no precipício. Estará tudo muito bem.
Está sempre tudo muito bem. E fica melhor com você por perto. Ainda mais num dia como hoje, em que estou na praia com minha mãe, me sentindo muito entediada e tolhida na minha liberdade de fazer o que quiser.
Um dia espero que me escreva o que exatamente ligou você a mim. Em detalhes. O que você viu.

Clima, clímax

Pronto. Agora, além de mim, minha amiga Nádia tá viajando com Kinobe.


Essas músicas, essas músicas...
Better than any lexotan, valium or whatever to make me calm down and feel good. Better than any drug to take me high. Better than anyone I've already met to put me in the melting mood, ready to be one with everything.
Jesus, me abana!

sábado, 7 de março de 2009

Apaga a luz, Jesus!!!

Que tipo de pessoa pode achar que uma criança de 9 anos deveria ser mãe? E ser mãe do fruto de um estupro??? Fruto não. Frutos. Uma gravidez gemelar num corpo de criança de 9 anos vítima de abuso sexual.
E quem acha que é pecado fazer um aborto numa criança nessas condições? E acha que estuprar uma criança é um pecado menor do que liberá-la de uma gravidez abusiva em todos os sentidos?
Surreal.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Começando bem

Acordei, abri o janelão pro terraço e lá estava ele. Precioso.

É essa...

Ouvi ontem à noite, na Secret Agent, minha rádio favorita do i-Tunes. Fui catar direto. Estou apaixonada. É tããããão na minha freqüência. Music for melting.
Languidez. Fluidez. Maciez. Tepidez.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Fluidez

Quando a temperatura começa a ficar boa, aqueles que tanto queriam a chapa quente arrepiam. Querem uma coisa com a qual não sabem lidar. Precisariam de um manual de instruções. Afff. Quanto amadorismo. Jogam a toalha no aquecimento. Assim não há espírito empreendedor que resista.
Mas estou numa fase de bom humor inabalável. E cordialidade. Receptiva às abordagens mais incomuns para o meu padrão refratário. Curiosidade, interesse por tudo. Quero ver qual é. E realmente gosto de tudo e todos, quero bem. E tenho a genuína motivação de ser causa de felicidade. Isso me torna dócil e generosa. E paciente, hahaha! (Mas tudo isso precisa de muito aperfeiçoamento ainda...)
No fim das contas, a experiência de qualquer coisa está atrelada à mente do observador. Assim, por que me preocupar com as diferenças entre o que eu vejo e o que os outros vêem? É tudo como um sonho, e além disso está sempre se modificando. Não imponho minha visão a ninguém. Não aceito que os outros tentem me impor sua visão. Consigo aceitá-los e amá-los como são. E, hoje, apenas sorrio quando, depois de estarem mais próximos de mim, os outros passam a desejar que eu tenha características diferentes (quando não opostas) daquelas que os levaram a se aproximar inicialmente.

terça-feira, 3 de março de 2009

De volta pra casinha

É tudo uma questão de foco. Sempre. E como tem sido bom pro meu foco ficar escrevendo aqui.
No último post observei que eu ainda estava encaixando de volta na rotina, porque uma parte de mim permanecia no litoral catarinense. Foi escrever isso pra dar a arrancada rumo ao turning point. O right-here-right-now é outro. E ficar presa ao passado ou especulando sobre o futuro não é definitivamente a praia budista.
O encaixe foi tão natural que nem percebi. Notei depois de ir treinar musculação no fim da tarde, trotar 50min no Parcão e, pra completar, passar no supermercado antes de voltar pra casa. São três coisas que não gosto de fazer e que, reunidas numa supersérie, tinham tudo pra me deixar azeda. Mas nada! Fiz tudo com um sorriso, alegre.
A leveza do humor refletiu-se no corpo. Enquanto saltitava pelo Parcão enlameado, cuidando pra não escorregar nem meter o pé numa poça, me maravilhava mais uma vez com a funcionalidade do meu agregado físico. Minha mente assentou-se no aqui-e-agora, acalmou-se, e lá se foi a agitação que se manifestava há dias. Com isso o corpo afrouxou, e lá se foram o peso e o cansaço que me abatiam há meses. Desde novembro eu estava ansiosa e perdendo o foco, atucanada com as coisas de fim de ano. Nas férias desliguei da atucanação, mas embarquei numa viagem que deu origem a outras atucanações, do tipo "o que é isso?", "e agora?", "o que eu faço?", "como vai ser?". São tantas emoções, hehehe... Na verdade, são tantas possibilidades... Mas é tudo tããão simples. Não tem nada pra fazer a não ser fluir pelas experiências que se manifestam. Neste momento, estou muito fluida. Soltei do passado e estou só observando as miríades de possibilidades do presente. Sem planos para o futuro.


segunda-feira, 2 de março de 2009

Em paz de novo

Minhas últimas idas pra Capão da Canoa foram de lascar. O tudo de ruim: o tempo, o mar, minhas corridas, meu astral resistente por não querer estar ali - e o maldito supermercado, do qual jamais escapo.
Tenho horror de ir a supermercado. Shopping também detesto, mas menos porque não vou quase nunca. Supermercado tem toda semana, em geral mais de uma vez por semana. E agora, além de fazer pra minha casa, tenho que fazer pra minha mãe. Eu mereço, eu mereço. Hehehe, isso é sem dúvida um karma amadurecido. Tenho que tentar purificá-lo, mas... tá pedreira! Sigo presa na paisagem mental de aversão, de visão do inferno... afffff.
O fíndi em Capão, com a mãe e a filha, teve tudo para ser especialmente desagradável.
Mas de algum modo consegui sustentar uma paisagem mental mais confortável.
Na sexta corri pelas fabulosas ruas de Capão, porque tinha chovido de montão, os arroios/esgotos da beira-mar estariam transbordantes e meter os pés neles não me agrada. O percurso teve momentos de porre absoluto, mas teve uma chuvinha gostosa que me ajudou a esfriar a cabeça.
E no sábado finalmente me senti bem em Capão, correndo à beira-mar no final da tarde. O mar havia clareado, estava com sua cor tradicional, que me agrada. E tive a felicidade de ver o céu abrir-se no pôr-do-sol. A luz levemente dourada, o céu azul-claro, as nuvens rosadas, as marolas com um toque amarelado, a areia bem socada, o pouquíssimo vento me reconectaram ao meu cerne de tranqüilidade. A paisagem externa permitiu-me acessar uma paisagem interna benéfica, da qual eu havia me desligado ao voltar pra casa depois do idílio de férias em Floripa, afastada de todas as turbulências.
E agora cá estou, retomando a rotina de trabalho, treino e vida doméstica nessa segunda-feira de chuva torrencial. Ainda me encaixando. Porque uma parte de mim segue na Armação/Matadeiro/Campeche, sentada na areia, tomando chimarrão, olhando o mar e experienciando a sensação/certeza de "right here, right now, there's no other place I wanna be".

Armação com vista para Campeche

Voltada para a Matadeiro