segunda-feira, 2 de março de 2009

Em paz de novo

Minhas últimas idas pra Capão da Canoa foram de lascar. O tudo de ruim: o tempo, o mar, minhas corridas, meu astral resistente por não querer estar ali - e o maldito supermercado, do qual jamais escapo.
Tenho horror de ir a supermercado. Shopping também detesto, mas menos porque não vou quase nunca. Supermercado tem toda semana, em geral mais de uma vez por semana. E agora, além de fazer pra minha casa, tenho que fazer pra minha mãe. Eu mereço, eu mereço. Hehehe, isso é sem dúvida um karma amadurecido. Tenho que tentar purificá-lo, mas... tá pedreira! Sigo presa na paisagem mental de aversão, de visão do inferno... afffff.
O fíndi em Capão, com a mãe e a filha, teve tudo para ser especialmente desagradável.
Mas de algum modo consegui sustentar uma paisagem mental mais confortável.
Na sexta corri pelas fabulosas ruas de Capão, porque tinha chovido de montão, os arroios/esgotos da beira-mar estariam transbordantes e meter os pés neles não me agrada. O percurso teve momentos de porre absoluto, mas teve uma chuvinha gostosa que me ajudou a esfriar a cabeça.
E no sábado finalmente me senti bem em Capão, correndo à beira-mar no final da tarde. O mar havia clareado, estava com sua cor tradicional, que me agrada. E tive a felicidade de ver o céu abrir-se no pôr-do-sol. A luz levemente dourada, o céu azul-claro, as nuvens rosadas, as marolas com um toque amarelado, a areia bem socada, o pouquíssimo vento me reconectaram ao meu cerne de tranqüilidade. A paisagem externa permitiu-me acessar uma paisagem interna benéfica, da qual eu havia me desligado ao voltar pra casa depois do idílio de férias em Floripa, afastada de todas as turbulências.
E agora cá estou, retomando a rotina de trabalho, treino e vida doméstica nessa segunda-feira de chuva torrencial. Ainda me encaixando. Porque uma parte de mim segue na Armação/Matadeiro/Campeche, sentada na areia, tomando chimarrão, olhando o mar e experienciando a sensação/certeza de "right here, right now, there's no other place I wanna be".

Armação com vista para Campeche

Voltada para a Matadeiro

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