domingo, 19 de maio de 2013

32km

A cabeça manda no corpo, mas os hormônios... ah, os hormônios às vezes dão uma bagunçada.
Passei a última semana com as mamas extremamente sensíveis, cheguei a comentar com os treinadores que, embora não menstruasse desde janeiro (mês em que menstruei em duas ocasiões) e esteja na pré-menopausa (conforme atestaram os exames), ainda tenho alguns sintomas de tpm. E essa sensibilidade das mamas é um deles.
Na sexta-feira tive dor de cabeça o dia inteiro, coisa totalmente incomum. Não tomei remédio, deixei que passasse por si. Também percebi que meu peso tinha aumentado em 2kg - retenção de  líquido, o que me deixa inchada e pesada. À noite, depois de comemorar os cinco anos do Templo do Oriente Kebaberia, o meu belly-habitat, fui pra festa de aniversário da Tati Suarez na Madam. Oh, what a night. Não sei há quantos anos não tinha uma noite dançante tão boa. Onde eu estive todo esse tempo? Fazendo o quê? Como eu gosto de e-music, de clubes, nossa... Minha vida de corredora (e muitas outras identidades) inviabiliza essa faceta noturna, que exercitei intensamente do final dos anos 1980 até meados dos 1990, me esbaldando no Ocidente, Fim de Século e Taj Mahal. A real wild party animal.
A festa me remeteu direto pras melhores noites de minha vida. Real Double e Beto DJ, que muito animaram minha vida clubber pregressa, fizeram sets emocionantes. Ouvir Plastic Dreams na pista once again, OMG. Muitíssimo em forma, dancei sem parar até as cinco da manhã em cima do salto 15cm. Mas cometi o erro master de beber espumante. Bebi pouquíssimo, e mesmo assim fiquei bêbada, chumbadona - o que só percebi quando saí da boate.
Me extriquei penosamente da cama às 10h de sábado, toda errada. Ressacada. Inacreditável ficar tão sequelada com tão pouca bebida. Logo percebi o motivo pra todo esse estrago: menstruei. Com a combinação bombástica de muito trabalho, muito treino, hormônios instáveis, álcool e noitada, adiei o longão. Sábia decisão, Lúcia Brito. Se tivesse ido, não creio que conseguisse terminar.
Fui hoje, depois de uma bellynight mais light na Sociedade Libanesa. Desinchei e estava no peso normal, apesar do jantarzão árabe. Só que a sensação de estar pesada persistia. Fiz os 32km, o penúltimo longão, em 2:39:07, média de 4:58. Perdi a velocidade, mas não perdi a força. Consegui fazer a quilometragem em um ritmo confortável. Poderia forçar mais? Talvez. Mas aí o treino me faria sofrer. Optei por não sofrer, por terminar bem, inteira. Não quis me arriscar em um treino que me causasse sofrimento físico e mental. Fiz um treino conservador, para terminar. Se forçasse, correria risco de quebrar, de não conseguir fechar o volume. Aí seria uma merda total.
Minha corrida está diferente depois que voltei a treinar sério. Livre da dor, voltei a correr solta, voltei a gostar de correr. Na verdade, voltei a me sentir correndo, antes parecia que eu me arrastava, era muito difícil e sofrido, não tinha mais a menor graça. Nem sempre é um prazer, vários treinos são feitos por pura obrigação - como hoje. Eu não teria ido correr hoje, não fossem a disciplina e o foco. Fui, e foi bom. 32km numa boa, sem nervosismo, sem exaustão. Fui focada, me mantive focada o tempo todo.
Estou em ótima forma, terminei esses 32km muitíssimo melhor do que umas corridinhas de 8km, 10km, 12km na primavera passada, em ritmo muito mais lento, que me deixaram acabada, caindo aos pedaços, estrebuchada. Alguns treinos provocam uma sensação de esgotamento, de exaustão que eu odeio - os treinos chinfrins, que não são motivo pra tamanho sofrimento. Eu não tenho essa reação negativa quando fico esgualepada e quase morta depois de um treino que justifica o esgotamento. E agora percebo por quê: porque a percepção da exaustão é neutralizada pelo prazer de ter feito uma coisa bem feita, por ter atingido um objetivo ou ido além.
Hoje, se eu me estrebuchasse, talvez conseguisse rodar os 32km a uns 4:50, 4:55. E daí? Daí seria uma bosta, porque eu acabaria com aquela sensação de ter me matado pra chegar a um resultado mixuruca. Me sentiria cansada, frustrada, decepcionada. Nos 4:58 de média, terminei tranquila e fui curtir o almoço em ótima companhia.
Que venham os 34km no sábado que vem.

domingo, 12 de maio de 2013

Piece of me




Eu tenho muito mérito acumulado. Eu sou muito afortunada.

Flashes do passado

Não é de hoje. É do domingo passado, quando fomos dar uma volta pela Padre Chagas e tomar um café na Félix. Estávamos lá sentadas, de repente a mãe olha para uma senhora na mesa em frente e diz: "Ah, aquela lá era minha vizinha. Não lembro onde..." E logo depois: "Aquela lá é a Clara Maria, ou Maria Clara, não lembro bem." Não me aguentei, fui até a mesa e perguntei: "A senhora por acaso se chama Clara Maria, Maria Clara?" Ela olhou pra mim, olhou pra mãe lá sentadinha e exclamou: "Mas é a Maria Helena!!!" Ela era mesmo a Clara Maria, nossa vizinha no Glauco, edifício que hoje fica ao lado do Moinhos Shopping. Conhecia minha mãe, meu tio, meu avô, minha avó, minha irmã, eu.
Um rosto de 45 anos atrás suscitou flashes de lucidez na mãe.

sábado, 11 de maio de 2013

30km




2:22:28. Média de 4:45.
Sozinha. Sem água. Sem gel (até levei, mas não tive vontade de comer).
Eu gosto assim. Adoro.
Hoje foi excepcionalmente bom. Dia lindo, temperatura boa.
Estreei meus novos acessórios: os manguitos e a meia de compressão chique (e cara pacas, afff). Os manguitos foram sugestão do treinador, ele acha melhor que camiseta manga longa. Aprovei. É ótimo poder tirar as mangas caso esquente. A meia é maravilhosa. Zero desconforto nas panturrilhas.
Eu estava num dia iluminado. Incrível, porque saí de casa bem nervosa. 30km é bastante, e ontem à noite jantei um peixe com molho de nata e camarão e tomei 600ml de chopp de trigo. Foi um lapso, hehe. Quando pedi o primeiro, lembrei que teria o treino, mas estava uma noite perfeita. E estava tudo tão bom que pedi o segundo sem pensar. Quando o garçom trouxe é que eu lembrei dos 30km. Mas aí o chopp já estava ali...
Voltei pra casa cedo, meio bêbada. O primeiro chopp já pegou. Enfim, dormi maravilhosamente. Acordei às 7h, tomei café sem pressa e saí às 9h. O treino correu solto. Depois de engrenar, fiquei radiante. Firme, focada. Só senti o tranco nos últimos 2km, mas aí era chegar. Cheguei inteira. Faceira. Acabei na Vasco com Goethe, fui caminhando pro Parcão, rindo sozinha pela rua.
Lá encontrei os amigos da R.A. Runners, água, isotônico e uma mariola que a Rita Abero me obrigou a comer. Missão cumprida.

domingo, 5 de maio de 2013

O passado redivivo

Fiquei sabendo hoje, há pouco, que realmente fiz uma boa ação nessa vida. Há mais de vinte anos. Na verdade, há quase trinta. Para uma de minhas amigas mais queridas.
Nos conhecemos num final de semana completamente siderado, quando fomos pra um sítio em Guaíba com os respectivos queridos. Eles eram amigos, amicíssimos, tão amigos que às vezes iam dar umas voltas juntos e nos deixavam meio de bobeira. Sorte nossa, que começamos a conversar e a gostar uma da outra. A amizade brotou e cresceu.
(Eu fui insanamente afim daquele cara. Primeiro por causa dos olhos. Os olhos mais azuis que já vi, enormes. Nunca vi outros como os dele. Um azul intenso. Azul piscina. Transparentes. E o resto... Que homem lindo. Meu namorado mais bonito. Na verdade o único realmente bonito. Beleza clássica, irretocável. O famoso perfil de estátua grega, aqueles olhos azuis cintilantes, a pele muito clara em contraste com o cabelo castanho. Lembro perfeitamente de quando botei os olhos nele pela primeira vez. Não acreditei - até porque já estava atordoada; Ocidente, tardíssimo, quase amanhecendo. Pareceu uma alucinação. Foi pra já. Fulminante. Além de lindo, era inteligente, esperto, culto. Não lembro de ter sido tão louca por outro antes dele. Lembro que uma das vezes em que mais me senti apaixonada na vida foi noutra noite, no Ocidente, quando ele chegou. Time stood still.)
Enfim, os namoros desandaram, e eu e essa amiga engatamos uma sólida parceria. Íamos pro Ocidente e depois Taj Mahal. Saíamos da minha casa lá pelas 2h, depois de ver Perdidos na Noite. Não éramos promíscuas - talvez porque fôssemos afim desses namorados inconsistentes. Bem, nunca gostei de pegar ninguém quando estava alterada - e eu estava quase sempre na época. De modo geral, eu só queria dançar, olhar e ser olhada. Saíamos juntas e voltávamos juntas.
Meu primeiro namorado ressurgiu um bom tempo depois. Volta e meia ele aparecia do nada. Apresentei minha amiga pra ele. Na época eu já era formada e trabalhava. Ela tinha o segundo grau, queria fazer um cursinho, mas não tinha grana. O resumo da ópera foi que pedi ao ex que pagasse o pré-vestibular pra ela (porque o meu salário mixuruca não dava). Um tempo depois eu e ela nos afastamos, e eu nunca soube se ela tinha feito vestibular. Eu queria muito que ela estudasse, em todos esses anos, sempre que lembrava dela, pensava no que teria acontecido.
Na semana passada, ela me adicionou no Facebook. Achei que fosse ela, mas fiquei com medo de estar viajando e não perguntei. Hoje conversamos por mensagens. Ela fez vestibular, passou, se formou. Fez mestrado, morou fora e agora faz doutorado. E eu sou parte disso, pude ajudar na decolagem dela, que é um pouco mais moça que eu.
Hoje vou dormir feliz. Por reencontrá-la, conversar com ela, recordar essa parte de minha vida e saber que fiz a diferença na trajetória de uma pessoa muito querida ao meu coração. Soul-sister. Conexão kármica positiva.

sábado, 4 de maio de 2013

Andanças

Então, hoje foi o primeiro passeio desde a internação. Eu e Neuza pegamos a mãe e fomos almoçar. Depois, uma ida à Centauro pra comprar tops e uma calça de abrigo pra mãe com o vale-presente que ganhei na Meia Maratona, hehehe.
Tudo muito, muito bom. Muito tranquilo. A mãe está na boa, está de novo mais conectada. Consegue manter o foco e conversar algumas coisas. Comigo e com todo mundo. Está se tornando uma hóspede famosa na clínica, as atendentes e os parentes dos outros hóspedes vêm me contar as proezas - como as conversas em inglês.
Na terça-feira passada, teve uma matinê dançante com música ao vivo. A mãe foi das que mais se esbaldou. Dançou e cantou tudo.
E hoje anotou uma receita culinária de um programa de TV. Impressionante. Me deram o papel, a letra dela está firme, e ela escreveu tudo certinho.
Antes do programa com a mãe, mais um treino pra maratona. 24km em 1:53:03, média de 4:43. Muito bom. Saí de casa, na Vasco da Gama avistei um corredor um pouco mais forte que eu de camiseta amarela. Encostei nele perto do km 4 do Gasômetro, estava com quase 11km corridos. Aí ele comentou que eu estava forte, perguntou quanto eu iria  fazer, vimos que nosso pace estava parecido e a distância percorrida idem, e ele faria 26km. Então seguimos juntos, e fiquei sabendo que já éramos facefriends e que temos vários amigos em comum. Ele corre muito mais rápido que eu, mas hoje estava pesado, então foi no meu ritmo. Foi um encontro ótimo pra nós dois. "Salvou o meu treino", disse ele, e eu mantive um ritmo firme até o fim - e isso que conversamos praticamente o tempo inteiro, hahaha. Sozinha eu teria afrouxado. Na Vasco com a Goethe, cada um pegou seu rumo.
Estou recuperando não só a minha forma, como as minhas conexões com outros corredores. Como eu disse pra meu parceiro de hoje, sou um espírito livre. Gosto de correr sozinha, mas também curto muito essas parcerias eventuais. E adoro socializar enquanto corro - coisa que também faço nas competições, antes, durante e após. Hoje encontrei muita gente conhecida. Isso me anima e com certeza tem efeito positivo no treino.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Duas vezes seguidas

APRENDENDO A RELAXAR E A CONFIAR
O 8 de Paus emerge como arcano conselheiro para este momento de sua vida, Lúcia, recomendando a você que simplesmente relaxe e tenha confiança, pois a tendência natural das coisas será fluir naturalmente, sobretudo se ao invés de forçar a barra você exercitar a inteligência e procurar fazer valer os seus bons relacionamentos. O maior de todos os poderes está na arte de se relacionar bem com as pessoas. Cultive isso e você verá que nada lhe faltará. Há circunstâncias em que o esforço não apenas não é necessário, como também não é recomendado. É melhor usar o cérebro do que os punhos. A força criativa fluirá e você terá idéias brilhantes que permitirão que você conquiste aquilo que deseja. Tenha confiança!
Conselho: Aquele que relaxa, tudo obtém.
Esse conselho do tarô saiu ontem e hoje, agora. Lembrei do meu treinador, que sempre diz: "Relaxa, Lúcia". Então estou tentando relaxar, deixando que as coisas se resolvam naturalmente.
Tenho um assunto a resolver na clínica da mãe desde terça, já estava começando a me enervar, hoje desencanei. Conversei com as pessoas, amanhã vou lá de novo. Se tiverem a resposta, beleza. Se não, fica pra semana que vem.
Também já estava ficando ansiosa aguardando a chegada de uma compra. Fiquei sabendo que só será enviada na segunda-feira. A coisa é relaxar até lá. Se não enviarem, vou cancelar e pronto.
E voltei às negociações com a Garmin, quero pegar um relógio novo dentro do esquema de troca com pagamento de diferença. Tentei fazer isso no ano passado, não rolou. Estou usando um Timex com GPS bem legal. Estava em tratativas com a Garmin USA, que de novo me encaminhou pra Garmin Brasil. Vou ver se dessa vez rola uma proposta decente. No ano passado, queriam meu relógio antigo mais R$ 800. Por esse preço, jogo o velho no lixo e compro um novo no exterior.
Hehehe, três coisas a obter com uma atitude mental relaxada. Fora todo o resto. :)
Relaxa, Lúcia Brito, relaxa. Tá tudo indo cada vez melhor.

Um ano hoje, agora

Há exatamente um ano, eu já estava no bloco cirúrgico.
Lembrei disso no Cete pela manhã, enquanto ralava em nove tiros de 1.000m. É incrível. Maravilhoso.
Sou uma guerreira vitoriosa. Sem dúvida. Uma pessoa muito afortunada.
Gostaria de poder passar o dia comemorando, mas tenho muito trabalho por fazer. Comemorei mesmo no domingo. E ontem brindei com uma taça de vinho no almoço. Hoje festejei no Cete.


Esse dia especial também teve um momento muito feliz na visita à minha mãe ao meio-dia. Ela estava tão bem hoje... Minha mãe nunca soube da cirurgia, não contamos nada pra evitar agitação. Como ela já não lembrava de nada, não estranhou meu sumiço por uns dias. Vendo-a tão bem como ela está agora, vem uma certa dúvida: será que não dava pra ter mantido em casa? Não, não dava. Pensar nisso é apenas criar motivo para culpa infundada.
Ontem fui vê-la no final de tarde. Caminhamos até a confeitaria, ela comeu dois docinhos e tomamos um café. Ah, que alívio isso.

263km

Foi o volume de corrida em abril. De toda a planilha, fiquei devendo 19km de dois treinos perdidos.
A conta está assim até agora:
Janeiro:        174km
Fevereiro:    211km
Março:        288km
Abril:           263km
TOTAL:      936KM

Não é um volume estrondoso, mas é de muita qualidade. Eu nunca havia treinado tão bem. Nem sido tão bem treinada. A coisa toda tem foco.




quarta-feira, 1 de maio de 2013

Essa sou eu










Nunca havia cruzado uma linha de chegada fazendo festa. Mas dessa vez eu estava tão feliz, tão alegre, tão transbordante que resolvi me esbaldar. Que bom que o fotógrafo do Foco Radical estava ali e capturou esses instantes.
E que bom que pude comprar essas fotos hoje e postá-las aqui. Há um ano, a essa hora, eu estava indo para a Santa Casa com meu ex-marido, que tratou da minha internação pra cirurgia da hérnia. Eduardo me acompanhou na reta final pré-cirurgia. Desde o momento em que telefonei pra ele após o neuro clínico encerrar o tratamento conservador. Eu estava caminhando pela rua, voltando pra casa não lembro de onde. Eu preferia andar a pé do que dirigir ou ter que entrar em um carro e sentar.
"Acabou, Eduardo. O Rotta disse que não tem mais o que fazer. O remédio não funcionou. Eu tenho que operar." Eu estava quase chorando. "Amanhã vou num neurocirurgião pra ver se ele pode me operar logo."
"Quer que eu vá contigo na consulta?", perguntou Eduardo. Achei tão engraçado no primeiro momento. Ir junto na consulta pra quê? Ainda bem que aceitei e que ele foi. Não foi um momento feliz. Ouvimos do médico todas as possibilidades de resultado - e até então eu não havia cogitado que simplesmente pudesse não dar certo e a dor não cessar. No exame clínico, Eduardo e o médico ficaram espantados com a minha limitação física. Porque socialmente eu jamais aparentei estar tão incapacitada, eu tentava caminhar e me mover do modo mais normal possível.
Enfim, há um ano Eduardo tratou da minha internação, ele e Lízia me deixaram no quarto, e logo depois minha superamiga Filó foi me ver. Naquele dia eu senti muita dor - pela última vez -, pois fiquei sem tomar remédios até o meio da tarde. Eu já estava surtando, só perguntava pros médicos e enfermeiras que iam me examinar quando me dariam alguma coisa pra dor. No final do dia enfim teve início o banquete químico. Aí foi a orgia das pílulas e intravenosos até eu ter alta.
E agora estou aqui, confortavelmente sentada na Embody (porque sentar em assento ruim é a treva, eu sinto dor), recordando tudo isso, olhando essas fotos de domingo que me mostram no meu melhor, com os olhos marejados, emocionada. Foi um ano e tanto esse que passou.