domingo, 16 de março de 2014

Alors on danse, lalalalalala

Alors on danse... (x3)
Qui dit études dit travail
Qui dit taf te dit les thunes
Qui dit argent dit dépenses
Qui dit crédit dit créances
Qui dit dette te dit huissier
Oui : dit assis dans la merde
Qui dit amour dit les gosses
Dit toujours et dit divorce
Qui dit proches te dit deuil
Car les problèmes ne viennent pas seuls
Qui dit crise te dit monde, dit famine, dit Tiers-Monde
Qui dit fatigue dit réveil, encore sourd de la veille
Alors on sort pour oublier tous les problèmes
Alors on danse... (x9)
Et là tu te dis que c'est fini car pire que ça ce serait la mort.
Quand tu crois enfin que tu t'en sors,
Quand y en a plus, eh ben y en a encore !
Est-ce la zik ou les problèmes,
Les problèmes ou bien la musique ?
Ca te prend les tripes, ça te prend la tête
Et puis tu pries pour que ça s'arrête
Mais c'est ton corps, c'est pas le ciel,
Alors tu te bouches plus les oreilles
Et là tu cries encore plus fort et ça persiste...
Alors on chante
Lalalalalala, Lalalalalala,
Alors on chante
Lalalalalala, Lalalalalala

Alors on chante (x2)
Et puis seulement quand c'est fini... (alors on danse)
Alors on danse (x7)
Eh ben y en a encore! (x5)




So we just dance
So we just dance
So we just dance

When we say study, it means work,
When we say work, it means money,
When we say money, it means spending
When we say credit, it means debt,
When we say debt, it means bailiff,
We agree to being in deep sh*t
When we say love, it means kids,
When we say forever, it means divorce.
When we say family, we say grief, because misfortune never comes alone.
When we say crisis, we talk about the wold, famine and then third world.
When we say tiredness, we talk about waking up still deaf from sleepless night
So we just go out to forget all our problems.
So we just dance… (X9)

So you say that it’s over because the only thing worse would be death.
When you finally think you’ll make it, there’s more and more!
Ecstasy means a problem, problems or just music.
It grabs you by the guts, it takes hold of your head and then you pray for it to end.
But your body is no heaven so you block your ears even more.
And then you yell even louder and it goes on…
So we just sing
Lalalalalala, Lalalalalala,
So we just sing
Lalalalalala, Lalalalalala,

So we just sing
So we just sing
And then only when it’s over, then we dance.
So we just dance (x7)
And well, there’s still more (x5)



Não conhecia. Adriana Schnell postou esse vídeo no FB e me marcou. E agora estou aqui ouvindo sem parar, já ouvi outras e estou positiva e operante no Torrent.
Gostei da música. Gostei do artista. Gostei das letras.
E no mais, beijinho no ombro de quem acha que electronica é tudo igual, porque com essa gente não tenho mais paciência. Ok, tenho, tenho, sou budista, estou praticando. Mas que me enchem o saco os comentários tão pobres, tão generalizantes, tão incultos, ah me enchem.

quinta-feira, 13 de março de 2014

Um ano

Lembrei por acaso, perto do meio-dia, pouco antes de sair de casa pra almoçar.
Hoje faz um ano que levei a mãe pra uma clínica. Um momento crucial que eu sempre soube que chegaria.
Desde então minha vida prática ficou mais fácil de organizar. Não preciso mais saber de tudo que acontece, não preciso tomar pequenas decisões. Não preciso me preocupar. Precisar não precisa. Como budista sei que se preocupar com o que quer que seja é apenas perda de tempo. Mas... mas...
Eu me faço de louca, eu simplesmente evito pensar. Porque, quando penso, me sinto mal. Mal é um eufemismo. Me sinto mal por não visitar com frequência, eu simplesmente não quero mais ir lá, não quero ver, não suporto mais o inferno da demência, ver minha mãe me causa uma sensação nauseante de dor, aflição, impotência e raiva. Raiva dela, raiva de mim por sentir raiva dela, que não é raiva dela, é raiva dessa situação que simplesmente é como é. Uma talidade que me causa tamanho desconforto que, enquanto escrevo isso, vem a vontade de morder os dedos, que ultimamente é mínima.
A raiva, a aflição, a sensação de ser obrigada a fazer o que não quero, essa avalanche de emoções perturbadoras não são grande coisa perto do que existe por baixo, que é o cerne do inferno em que me aprisiono: a mais vasta tristeza. A doença de minha mãe me causa sofrimento extremo não por eu ter que cuidar dela, e visitar, e me preocupar. Eu sofro por vê-la se desintegrar. Desde abril de 2008.
Quando olho pra essa situação com mais lucidez, quando deixo de me fazer de louca, meu inferno particular se desfaz. Não estou num nível evolutivo de não sofrer com a doença de minha mãe, de aceitar com equanimidade, mas consigo me apaziguar por saber que estou fazendo o melhor que posso e por perceber claramente que tenho sim um bom coração e uma boa motivação. Eu posso espernear e ter raiva por ter que arcar com uma coisa tão pesada, mas no fundo eu faço com o melhor coração possível. Faço porque quero, não porque sou obrigada. Cuidar da minha mãe nunca foi um dever moral para mim. É uma necessidade, eu diria. Uma necessidade minha. Intrínseca. Tipo comer, dormir. Trabalhar, treinar. Cuidar da mãe. Faz parte do que eu sou.
Sinto compaixão por ela e por mim mesma, e aceito minhas limitações para lidar com as coisas como elas me parecem dentro de minha visão condicionada. Aceito meu medo, insegurança, raiva. E solto tudo isso.

A vista da sacada do apartamento de minha mãe na praia. Passei vários dias lá nesse verão - uma experiência importante. E muitas vezes olhei o mar desse ângulo e pensei nas vezes em que minha mãe fez o mesmo. Primeiro ainda lúcida, quando ia pra praia com a gata Bibi, sozinha, dirigindo. Depois já doente.
Fiz uma limpa no apartamento, joguei muitas coisas fora. E me emocionei ao habitar um ambiente de minha mãe, no qual ela não irá mais.
Estou esvaziando o apartamento daqui também. Falta pouco.

quarta-feira, 12 de março de 2014

Não preciso mais disso

O karma amadurece. Felizmente nem tudo é karma negativo no samsara (sim, sim, a meta é cessar o surgimento de todo karma etc, etc, etc - mas isso não vai acontecer tão cedo; portanto vamos manter a perspectiva da natureza condicionada e de momento tentar gerar menos karma negativo, mais karma positivo e acumular méritos rumo à cessação do karma).
Ali pela virada do ano, minha terapeuta observou meus dedos - que eu sempre roí, desde muito cedo. Quando criança, roía as unhas. Roía mesmo, tipo até a metade do dedo. Depois passei a morder os dedos em si, a pele em torno da unha. Uma coisa muito séria, que muito abordei em terapia. Já há alguns anos, vi em terapia que eu não tinha mais o componente emocional que me levava a dilacerar os dedos, que restava apenas o hábito, a mania. E a mania permaneceu. Menos, mas ainda o suficiente para às vezes meus dedos ficarem totalmente feridos. E nunca estarem realmente inteiros.
Pois bem, numa sessão recente, Nahana disse para eu prestar mais atenção à mania de roer os dedos e que, quando fosse fazer isso, dissesse a mim mesma: "Eu não preciso mais disso". E ali o karma amadureceu.
Desde então o hábito vem sendo reduzido gradativa e constantemente. Estou há 13 dias sem fazer as unhas, e os dedos estão praticamente inteiros. Uma façanha para mim. Uma daquelas pequenas vitórias pessoais que geram grande contentamento. Nada como desapegar do que não serve, daquilo que não se precisa ou que nos causa mal.

terça-feira, 11 de março de 2014

Satisfação

Traduzi esse livro entre 2012-2013. Trabalho muito difícil, pesado. Mais pelas minhas circunstâncias pessoais do que pela obra em si - embora não seja um texto fácil. Bem, eu nunca acho nenhuma tradução fácil. Todas sempre exigem muita dedicação e reflexão.
Por mais simples que seja a frase, eu sempre analiso as muitas possibilidades. Das palavras à ordem em que serão colocadas. Mantenho mais fiel ao original ou adapto para uma cadência mais brasileira? Uso um termo mais formal ou informal?
Atrasei a entrega deste livro. Muito. E quando terminei não fiquei contente, achei que o livro era chato e a tradução idem.
Recebi o exemplar às vésperas do carnaval, em meio à greve dos correios. Agora estava aqui lendo trechos - e gostando. O livro é muito bom, interessante e fluido, e minha tradução está à altura. É denso, mas não é pesado. Não trava, Não exige boa vontade, tampouco paciência. Requer apenas atenção.
Desenvolvi o hábito de ler e reler minhas traduções enquanto trabalho com um olhar perverso, que só enxerga erros e coisas para ajustar. E no fim não gosta de nada.
Quando recebo o exemplar impresso, tenho uma surpresa - agradável. Eu leio e gosto. E penso: "Nossa, fui eu que fiz?".
Neste livro específico, como o olhar (auto)crítico foi especialmente cruel, a surpresa agora foi excepcionalmente agradável. É uma tradução cuidadosa e refinada. Para ficar melhor, teria que ser feita por outro tradutor.
Fiquei muito feliz com o resultado desse trabalho. O autor e o tema merecem. Esse historiador é uma voz admiravelmente sensata em meio aos extremos do Oriente Médio. Quem dera houvesse mais gente com a visão dele. No mundo inteiro.

segunda-feira, 3 de março de 2014

200km

Total de corridas de fevereiro.
434km em 2014.
Fechei o mês com 17km em Capão da Canoa, na sexta de Carnaval. Tigrinha. Feliz.