sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

On the edge

Beaches and deserts where you take me
From low to high
From wet to dry
Beaches and deserts where you break me
From safe to sound
From lost to found
And I love these extremes of you
Don’t wake up without dreams of you
Here on the edge of you
Is where I will live

Beaches and deserts where you leave me
Beaches and deserts where you grieve me
From good to bad
From happy to sad
And I love these extremes of you
Don’t wake up without dreams of you
Here on the edge of you
Is where I will live
Here on the edge of you
Is where I will live forever

Na casa dele ontem à tarde, ouvindo um CD com músicas que gravei pensando em nós, lembrei dessa, "Beaches and Deserts", de A Guy Called Gerald, que não está incluída na coletânea, mas que também foi ressignificada. Como tudo em minha vida foi ressignificado em função desse homem que me leva aos extremos de mim mesma.
Voltando às músicas: gravei o tal CD com apenas duas faixas que associo diretamente a ele, a primeira é "Thank You", do Led Zeppelin (que foi um dos assuntos que possibilitou a conexão inicial), e a última é "Chamo", do Projeto Itagiba de meu protetor dhármico Claudio Monster Christello, que é o toque dele no meu celular, que já pensei em mudar mas não consigo porque é a perfeição. Entre o começo e o fim, outras 11 faixas que já ouvi pensando em outras pessoas e fenômenos, mas que, depois de ouvir pensando nele, pensando em ouvir com ele, associaram-se indissociavelmente a nós.
About the lyrics above: there´s no grieve anymore because he took me from bad to good, from sad to happy. And from dry to wet. All the way up to the melting point.

Amo muito. Hoje mais que ontem e menos que amanhã.

Saldo positivo

Meu Ano Novo começou ontem. E eu não poderia estar mais feliz. Felicidade pacífica, tranquila, envolvente e acolhedora. A felicidade de ter voltado para casa.
Em 2010 fiz um balanço do que realmente interessava e devia ser mantido, e do que devia ser descartado. Resgatei uma coisa preciosa que por pouco não deixei que escapasse entre os dedos em a simple twist of fate.
Em 2011 quero cultivar e expandir esse amor que é como o sol em minha vida.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Bob Dylan, quem diria

They sat together in the park
As the evening sky grew dark,
She looked at him and he felt a spark tingle to his bones.
'Twas then he felt alone and wished that he'd gone straight
And watched out for a simple twist of fate.

They walked along by the old canal
A little confused, I remember well
And stopped into a strange hotel with a neon burnin' bright.
He felt the heat of the night hit him like a freight train
Moving with a simple twist of fate.

A saxophone someplace far off played
As she was walkin' by the arcade.
As the light bust through a beat-up shade where he was wakin' up,
She dropped a coin into the cup of a blind man at the gate
And forgot about a simple twist of fate.

He woke up, the room was bare
He didn't see her anywhere.
He told himself he didn't care, pushed the window open wide,
Felt an emptiness inside to which he just could not relate
Brought on by a simple twist of fate.

He hears the ticking of the clocks
And walks along with a parrot that talks,
Hunts her down by the waterfront docks where the sailers all come in.
Maybe she'll pick him out again, how long must he wait
Once more for a simple twist of fate.

People tell me it's a sin
To know and feel too much within.
I still believe she was my twin, but I lost the ring.
She was born in spring, but I was born too late
Blame it on a simple twist of fate.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Gratidão 2

47 anos. Nascida em pleno solstício de verão.
Chego a esse aniversário tendo recém-concluído um ciclo imenso de aprendizado. Me transformei finalmente na pessoa que quero ser. Em um mês fiz a tomada de consciência, integrei os conteúdos e dissolvi padrões enraizados desde a primeira infância.
Claro que não foi um processo mágico. Para fazer tudo isso em um único mês, antes passei 12 anos ralando. Para a coisa acontecer com essa velocidade agora, tive toda uma preparação prévia. E uma tremenda resistência a ser superada. Eu já estava pronta há anos, mas não dava o salto quântico. Estava parada ali na borda do penhasco, só olhando a vastidão e vacilando. Só embromando.
E tenho que confessar que não saltei por minha vontade. Caí. Um abalo geral me fez perder o equilíbrio, e lá me fui para o espaço. E finalmente me expandi, abri as asas em toda envergadura.
A decolagem pode não ter sido intencional. Mas é o seguinte: depois de perder o equilíbrio, eu poderia ter simplesmente me jogado pra trás, ter recuado da borda. Ou ter me estatelado em queda livre. Fiz muito melhor.
Sou grata a tudo que vivi para chegar a este momento, sou grata a todas as pessoas que cruzaram em meu caminho, em especial àquelas que me orientaram na trilha que levou à borda.
E sou grata acima de tudo à minha filha e a um homem. A presença deles em minha vida me fez ter vontade de mudar e me deu forças para agir. Por essas duas pessoas tão queridas ao meu coração eu senti o verdadeiro amor, que é o desejo de que o outro seja feliz, e compaixão, que é agir pela felicidade do outro.

Gratidão



If the sun refused to shine, I would still be loving you.
When mountains crumble to the sea, there would still be you and me.

Kind woman, I give you my all,
Kind woman, nothing more.

Little drops of rain whisper of the pain, tears of loves lost in the days gone by.
Our love is strong, with you there is no wrong,
together we shall go until we die.
Inspiration's what you are to me, inspiration, look... see.

And so today my world it smiles, your hand in mine, we walk the miles,
Thanks to you it will be done, for you to me are the only one.
Happiness, no more be sad, happiness... I'm glad.

If the sun refused to shine, I would still be loving you.
If the mountains should crumble to the sea, there would still be you and me.


Impressionante o significado que certas coisas possuem. Inclusive - e especialmente - porque às vezes começam sendo uma coisa e depois se transformam em algo ainda maior.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Following, by Chungking

Well you don't wanna start
But I don't wanna wanna cry
I'm not getting tired of you

Well are you getting over
While I'm getting by
Leaving all the times I've thought

What we had, of course it makes me sad
That is when I say to myself

I won't be following
You were just borrowing me

Just one more cup of coffee
Before you have to leave
This room's not getting tired of you

I'm hungry for familiar
Look forward to my bath
Underwater time machine knows

Where you'll be,
I hope you think of me,
Even though you say to yourself

I won't be following
You

I won't be following
What we had, of course it makes me sad
We could be wrong, maybe we belong


The soundtrack of my broken heart.
Because above all we do belong. And that's a fact.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A place, a moment




Tudo que veio depois tem profunda conexão com essa viagem. E com esse lugar que eu já amava e passei a amar ainda mais.
É certo que voltarei lá mais uma vez para ver o mar e a luminosidade.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Como é bom ser budista!

Como é bom cultivar um bom coração.
Não tenho uma prática formal, mas tenho a prática cotidiana. Meu lama sabe das coisas. E eu sei cada vez mais de mim.
Nada como um esculacho pra ver a teoria na prática, pra ver que na prática a teoria funciona mesmo.
Sempre me considero uma budista teórica, mas hoje vi que não é nada disso.
Depois de olhar pro esculacho com surpresa, raiva, dor e ressentimento, de repente a mente expandiu-se, a lucidez alargou os horizontes e dissipou a falsa solidez da paisagem. Na mesma hora o diafragma afrouxou, o peito alargou. E eu sorri como os adultos sorriem ao ver crianças brincando.
A paz voltou.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Mãos e língua

"Aprende a gravar na pedra os favores que receberes, os benefícios que te fizerem, as palavras de carinho, simpatia e estímulo que ouvires.
Aprende, porém, a escrever na areia as injúrias, as ingratidões, as perfídias e as ironias que te ferirem.
Aprende a gravar assim na pedra, aprende a escrever assim na areia e serás feliz."


Eu sou melhor escrevendo do que falando. Ao escrever, evito cair nos excessos e cretinices que me escapam impetuosamente pela boca. As mãos são mais comedidas que a língua. E mais compassivas. Ao escrever, eu naturalmente me volto para o que realmente interessa, para o lado positivo das experiências. E, ao abordar coisas ruins, não me entrego a acessos de fúria, queixa e lamentação.
Mas nem sempre foi assim. Durante anos eu mantive agendas em que anotava fragmentos de meus dias. Por muito tempo, essas anotações foram uma seleção dos piores momentos, alterando entre diatribes e arengas. O horror. É verdade que naquela época eu estava doente, me sentia infeliz e minha vida era mesmo miserável, minha paisagem mental era infernal. Porém, escrever a respeito daquela forma não ajudava em nada, apenas reforçava o que por si só já era péssimo.
Escrever tornou-se uma ferramenta de lucidez pra mim quando mudei minha visão e deixei de ser vítima (de mim mesma, dos outros e das circunstâncias) e me tornei responsável por mim e pelo que acontecia comigo para o bem e para o mal. Eu comecei a escrever no estilo em que comecei a pensar: refletindo sobre as coisas para tentar chegar a uma paisagem nítida. Buscando colocar os fragmentos em ordem.
Nem sempre os textos ficam redondinhos, muitas vezes caio em contradições, me perco, me desvio. Os pensamentos nem sempre são claros. Mas existe uma motivação de buscar a lucidez. É isso que importa.
A língua eu ainda preciso manejar melhor. Muuuuuito melhor. Ou seja, ainda tenho muito a aprimorar no campo das paisagens mentais.
Hoje ao amanhecer peguei todas as agendas e queimei na lareira. Não abri, não li nada.
Como eu havia decidido, esse é o ano de liquidar pendências.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Vintage

Eu pegava no pé do ex-marido dizendo que ele era "um homem sempre atrás de seu tempo" por sua ligação com o passado: história do Brasil colonial, música dos anos 60, literatura beat, movimento hippie. Agora, quanto mais velha fico, mais atrás do meu tempo me vejo. Tem a paixão primordial pelo Led Zeppelin. E Prince. E muitas, muitas outras coisas.
Na dança do ventre, uma paixão desde os tempos de criança que só floresceu em 2009, eu sou uma mulher muito atrás do meu tempo também. Adoro as músicas clássicas e o estilo dos anos 50. Nos trajes eu também gosto do estilo antigo: saia godê vaporosa, sutiã forrado com bordado de contas, cadeirão com franja.
E hoje tive a felicidade de encontrar um site de música vintage de belly dance. Já me inscrevi no podcast e vou baixar tudo.
http://www.radiobastet.com

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Roja

Hoje ensaiamos com a roupa. Além de linda, é perfeita, toda ajustada. Do Cristtiano Ferreira, expert total em trajes de bellydance e em valorizar o corpo de uma mulher.
Estou adorando essa função. É algo totalmente inédito pra mim em vários sentidos. Nunca havia feito dança. E nunca me apresentei como vou fazer no domingo. Tudo isso está acontecendo por causa das parcerias. Primeiro Cintia, minha colega o ano inteiro, que queria porque queria se apresentar. Aí Jamile me encontrou num evento no Templo do Oriente e disse que também queria, eu disse pra ela juntar-se a Cintia. E Jamile começou a fazer aula com a gente. Por fim veio Valéria, colega da Jamile. Eu fui no embalo delas. E foi uma ótima decisão.
Até o momento, estou na maior calma. Quero ver amanhã de noite, hahaha. Periga ser como na véspera da maratona, que não durmo. E na hora da largada, affff...
A diferença é que na dança serão apenas 4'20". Que com certeza vão passar voando e deixar um gosto de quero mais.

Leveza e fluidez

Rotina em reorganização.
Dormindo mais cedo e melhor, acordando muito mais cedo.
Treinando cada vez melhor.
Comendo menos, eliminando peso.
Trabalho rendendo mais.
O projeto de liquidar pequenas pendências de anos está praticamente concluído.
A energia ainda oscila bastante, mas posso notar indícios de estabilização.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

No limbo

Estou no bardo da morte de um relacionamento.
Dissolução.
Em meio à paisagem caótica, avanço para a luz. Em busca da liberação ou de um renascimento veloz e auspicioso na Terra Pura do Amor Incondicional. Ou da Compaixão.
Que eu me mantenha lúcida nesse bardo.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Esculacho

Encerrado um relacionamento que quando começou parecia o presente perfeito e que terminou no futuro do pretérito mais-que-imperfeito, a conclusão inicial foi das mais curiosas: que pena que meu casamento não deu certo. Hoje tive que ligar pro ex e dizer que, embora tenha sido um marido de última, ele é um ex bacana. :)

domingo, 7 de novembro de 2010

Em Paulvorosa

Paul McCartney hoje retribuiu o carinho de Porto Alegre para o pessoal que ficou de plantão na frente do hotel. Ao descer para pegar o carro que o levaria para o estádio, Paul foi o maior simpático: ficou um tempo por ali abanando e se deixando fotografar. O carro foi embora sem pressa, com Paul acenando com a cabeça pra fora da janela. E de mão dada com um garoto que seguiu caminhando ao lado do carro.
Minha filha tinha ido com o pai tomar um suco no Saúde no Copo, em frente ao hotel, e acabou vendo tudo isso. Agora ela e o pai estão no estádio, à espera do show. :)
Eu não vou, mas desde ontem estou numa trip mais ligada a outros dois beatles, George, meu favorito, e Ringo. Vi Concert for George e me apaixonei pela versão de Photograph, música que eu amo. E amei ver Paul McCartney cantando Something e fazendo backing em While My Guitar Gently Weeps.

domingo, 17 de outubro de 2010

Bougainville



Estou apaixonada por esse bougainville. Nunca tinha visto um tão florido. Pena que só vi à noite. Espetacular.

Gatinha & gatinhos

Minha filha está cada vez maior e mais linda. Mas ainda tem umas recaídas de menininha, e se mete na minha cama pra umas sonecas à tarde (e também em algumas noites).
Nesse dia, o trio gatáquilo acompanhou a sesta do começo ao fim. Amei o momento. Isso é muito a cara da minha casa e da minha vida.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Primavera 2010



Tenho andado com minha máquina na bolsa pra fotografar as árvores floridas. Todos os anos eu acompanho as floradas de azaleias, camélias, ipês, paineiras, primaveras, jacarandás, flamboyants, jasmins, manacás e todas as outras cujos nomes desconheço. Dessa vez finalmente coloquei em prática a ideia de guardar essas imagens não só na mente, mas no HD.
Ciclos.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Criança

Que eu possa sempre manter um olhar de criança, um coração de criança, um entusiasmo de criança. A alegria e jovialidade que desenvolvi já adulta, depois de uma infância triste. A vitalidade que me impulsiona.

New beginning

Às vezes acho que sou muito tapada. Só pode.
Fiquei dez meses numa situação desconfortável e insatisfatória, achando que deveria ser mais compreensiva, mais compassiva. Hoje enfim resolvi me abrir com duas amigas, e as duas disseram a mesma coisa. Por mais parciais que sejam a minha visão e o meu relato, as duas viram o que eu via. E disseram o que eu dizia para mim mesma há meses: desiste.
Ouvir verdades nem sempre é agradável. Hoje não foi. Mas foi confortador. É bom se sentir validada, compreendida. Ver que os outros têm sensações semelhantes.
Hoje é daquelas noites em que vou dormir meio machucada, meio triste, meio murcha.
Mas amanhã será daqueles dias em que vou acordar cheia de energia e otimista, preparada para começar uma nova etapa. Sai o velho, abre-se espaço para a entrada do novo.
Com isso passou a vontade que eu tinha de falar sobre minhas frustrações e mágoas. It's all said and done already.

domingo, 26 de setembro de 2010

Que algum deus me ajude

O avanço da doença destruiu a memória recente de minha mãe quase que por completo. Ela não lembra que já comeu uma certa coisa passados dois minutos. Mas no almoço de hoje ela contou que leu e guardou uma reportagem sobre um remédio que deve ser comercializado a partir do ano que vem para retardar os sintomas do Mal de Alzheimer. E quer lembrar disso pra ver se pode usar a droga assim que ela chegar ao Brasil.
Cada coisa que ela esquece me faz lembrar vívida e dolorosamente de que isso é só o começo. Tento não me antecipar nas especulações sobre como será a situação daqui a um ano. E espero um dia esquecer a sensação que sinto a cada esquecimento dela.

sábado, 25 de setembro de 2010

Novo prazer, muito prazer em conhecer

Eu sou uma pessoa muito afortunada porque, mesmo agora que não poderia treinar pesado, estou me esfalfando com o core na fisioterapia. Na sessão de ontem eu me acabei, foi pesadíssimo, suei de pingar. É uma técnica inédita pra mim, então estou encantada com o desafio. A hérnia está deixando de ser um problema para se tornar uma fonte de prazer. :)))
O universo sempre provê.

domingo, 19 de setembro de 2010

De molho

A hérnia de disco diminuiu, mas mesmo assim me deu um tranco daqueles. A crise começou no dia 8 e ainda não se dissipou por completo. O que eu sinto de dor quando saio da cama de manhã é sem noção.
Tenho feito apenas as aulas de dança, vou voltar a trotar amanhã. E seguir na musculação e na fisioterapia. E tentar achar um especialista em medicina chinesa ou ayurvédica pra tratar disso de uma forma mais geral.
Minhas aulas de dança estão o máximo. Somos duas alunas fixas, mais duas eventuais, sendo que uma delas agora vai migrar pra nossa turma. A ideia é nos apresentarmos no final do ano, o que ainda me causa enorme constrangimento, mas estou indo na pilha das outras. Será uma experiência importante, já que sempre sou muito refratária a me expor em situações em que me sinto vulnerável.

sábado, 24 de julho de 2010

Girando, girando...

Hohoho, que curioso. Estou há dias pensando em meu blog abandonado, hoje vim aqui. Aí olhei os dois últimos posts e... - ai caramba! - dois meses depois, a situação voltou exatamente ao mesmo ponto. Ou seja, fiquei andando em círculos. Ou nem andei.
Acho que não andei mesmo. Estive empacada. Em tudo. A começar pela corrida, que estava melhorando e logo piorou de novo. Aí ontem fez-se a luz. De novo! :)
Vamos ver se agora vai.
Há uns anos, aprendi que não se pode querer mudar o outro.
Agora, estou aprendendo que não posso permitir que os outros queiram me mudar, que venham pontificar o que é melhor pra mim. Uma coisa é ouvir sugestões - e isso sempre me agrada. Outra coisa é ser intimada, cobrada, coagida. Isso era o que eu fazia antes na vida, afff. Com resultados francamente desastrosos.
Se eu posso aceitar as pessoas como elas são, naturalmente elas podem me aceitar como eu sou.
Credito esse giro da roda do dharma ao meu professor perfeito, meu lama. Assisti uma palestra dele na terça passada, no Cebb, com Regina, minha melhor amiga espiritual. Fui pra lá às 18h, eu e ela jantamos e conversamos até a hora do ensinamento do lama - sobre relacionamentos dentro da visão budista.
Opa! Comecei dizendo que estava empacada, aí engatei um giro da roda da vida. Mas tudo se explica: há dois meses eu estava nessa linha de raciocínio, já tinha a lucidez, mas não evoluí. Agora, no efeito pós-lama, a lucidez aumentou muito e está se transformando em ações mais hábeis.
É o efeito do ensinamento do lama, que coloquei em prática recitando diariamente o que ele sugeriu:

Que eu seja feliz.
Que eu obtenha as causas da felicidade.
Que eu não sofra.
Que eu evite as causas do sofrimento.
Que eu realize a lucidez instantânea.
Que eu desenvolva os meios hábeis para beneficiar todos os seres e que essa prática me sustente.


O lama inicialmente disse para se pedir isso para uma outra pessoa, depois disse que se podia começar por si mesmo. Como a coisa aqui estava embaçadíssima, concluí que ainda não seria muito benéfico pedir por outros. Mas costumo acrescentar:
"Que todos os seres possam obter as mesmas coisas."

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Voltando


Não me senti bem na corrida de domingo, mas sinto-me cada vez melhor ao perceber que estou enfim me recuperando. A dor e o cansaço extremos desapareceram. Ainda faço muito esforço, ainda é pesado, mas logo que acaba as sensações de desgaste dissipam-se.
Desde março, quando voltei a treinar, uma das sensações que mais me perturba é a percepção de "take it for granted" que eu tinha em relação ao desempenho na corrida. Eu rodava a 4'50'' ou 5' e achava muito natural. Hoje em dia esse é meu tempo run em 10km... Na meia de domingo, comecei em 4'50'' e fechei em 5'30'', acabada. Fiz os 21km em 1h47min. Antes fazia em 1h37min.
Agora, mais do que voltar aos ritmos e tempos que me parecem "naturais", quero voltar à naturalidade com que eu corria.
No começo desta quarta-feira tive um vislumbre desse estado natural. Participei da corrida de 5km do Dia do Desafio, à 0h01min. Foi a primeira corrida em que me senti realmente tranquila e à vontade. Fechei em 22'57'', consegui fazer tudo abaixo de 5'. Muito melhor que o tempo foi a sensação de segurança de que dava para forçar um pouco mais. Correr sem ficar angustiada com a fraqueza e o medo de sofrer.

domingo, 23 de maio de 2010

Fim de semana perfeito

No sábado, dois eventos lindos. O filho do meu primo nasceu, e fomos ao hospital ver o novo membro de nossa minúscula família. Um amigo casou-se, e fomos à igreja assistir a cerimônia. Dois acontecimentos ligados à família e ao amor. :)
Hoje, a Maratona de Porto Alegre. Revezei com Lisiane, nenhuma das duas poderia fazer a prova completa.
A corrida foi um grande sofrimento pra mim, porque fiz exatamente o contrário do que o treinador disse: fiquei me atormentando e me cobrando por não correr como corria antes da sucessão de doenças e infortúnios que se manifestaram desde o início de 2009. Mas, passado o sufoco da corrida, as coisas que ele disse começaram a ser assimiladas: eu não fui pra competir, fui só pra fazer, eu nem treinei pra fazer a prova. E o resultado foi bem bom dada minha atual condição. Ok. Mas continuo não gostando de ralar tanto pra correr tão pouco.
Entretanto, gostei de várias coisas. Do lindo dia de sol, apesar do vento e da umidade. Adorei rever dezenas de rostos queridos, de desejar força e sucesso pra montes de maratonistas em meu trajeto até o posto de revezamento. De ver os amigos completando a maratona!!!
E amei, amei ficar sentada na grama com minhas amigas, aguardando a premiação. Voltei pro meu mundo, do qual estive afastada por muito tempo.
Para encerrar, almoço comemorativo com o pessoal do União, mais pessoas que me são muito queridas e que fazem parte do meu pequeno mundo social.

Faz-me rir, Juvenal

Se você acha que uma pessoa não tem o perfil que você procura, se você conclui que ela não é o que você achava que fosse, não é mais fácil simplesmente fazer a fila andar do que ficar pontificando: "Sabe qual é o seu problema? Blá-blá-blá...", e dizendo que os problemas que VOCÊ vê são dela?
Essa mania de cobrar do outro, de querer que o outro mude para satisfazer expectativas pessoais é um porre. Especialmente porque costuma vir acompanhada de autoindulgência e intransigência. Afinal, os meus defeitos não são assim tãããão graves (isso quando eu tenho algum defeito, é claro...) e, como eu os reconheço, tá ótimo, não preciso mudar, quem tem que mudar é o outro. O outro tem que mudar. O outro tem que entender meu ponto de vista e concordar com ele e reconhecer que ele é que faz tudo errado. O outro tem que ser outra... pessoa.
Quando se sabe tão bem o que se quer, quando se tem exigências muito específicas de perfil, me parece bem mais lógico ir atrás de alguém que preencha os requisitos do que tentar socar à força um ser defeituoso dentro desse perfil.
Se bem que é claro que pode ser um pouco difícil encontrar a pessoa perfeita, hahaha!

terça-feira, 13 de abril de 2010

Monge Gabriel

Conheci Gabriel no Cebb, ele era um garoto lindo, com uma coisa especial que despertava a vontade de estar perto dele. Já tive o privilégio de ouvir ensinamentos dele, e de fazer um retiro conduzido por ele.
Monge Gabriel ensina de modo muito semelhante ao lama Padma Samten, e isso me encanta.

sábado, 10 de abril de 2010

Aprendizado

Com certeza é do que eu preciso. E é o que eu mereço. Neste momento.
Mas definitivamente não é o que eu quero, tampouco o que eu acho que preciso. Há anos.
Como eu acredito no karma, fico pensando: bem, tenho que aprender logo o que essa experiência tem a ensinar pra não ficar tempo demais na mesma ou, pior ainda, ter que repetir mais adiante.
A dúvida é: o que eu tenho que aprender?
Quando eu olho pra isso muito de perto, no alcance do umbigo, existem várias possibilidades: paciência, aceitação, amor incondicional ou desapego, no sentido de desapegar não porque seja complicado, mas porque simplesmente não é viável. E aprender de uma vez por todas a buscar o que eu quero e o que eu acho necessário, já que, fazendo isso, com certeza será também o que eu mereço.
Mas, quando olho como agora, com uma mente menos tumultuada, parece que o aprendizado é sempre o mesmo: no fundo nada faz a menor diferença, porque tudo é vacuidade. É um tanto-faz, mas não de disciplicência, é um tanto-faz de equanimidade. Aí eu consigo respirar fundo, cheia de espaço interno, e expirar num longo suspiro gostoso. Porque, no fim das contas, tudo está perfeito neste momento.

sábado, 27 de março de 2010

A for Absolute

Saí pra correr hoje. Meu iPod só tem música árabe. Lá pelas tantas, toca Zay El Hawa, na versão de Sami Nossair Orchestra. Uau! Estava me estrebuchando na Redenção, e fiquei mais sem fôlego ainda cantarolando: "Zay el hawa ya habibi, zay el hawa, We ah mel hawa, ya habibi, ah mel hawa."
"A" de apaixonada por Abdel Halim Hafez.

quarta-feira, 24 de março de 2010

De novo!

Quanto mais ouço, mais gosto.
E hoje enfim descolei a letra.


أنا كل ما اقول التوبه
Ana kol ma agol Eltoba


أنا كل ما قول التوبه يا بوي ترميني المقادير يا عين
Ana kol ma agol Eltoba ya boia / Terminy El magader ya'een
Every time I say never again, oh my father
Fate throws me back, oh my eyes

وحشاني عيونه السودة يابوي ومدوبني الحنين يا عين
Washany oiono Elsoda ya boia / we medawebny El anin ya'een
I miss his black eyes, oh my father
I'm melting for longing, oh my eyes

متغرب والليالي يا بوي مش سايباني في حالي يا عين
Metgarab we El laialy ya boia / mosh saibany fi aly ya'een
Being away, the nights, oh my father
don't leave me alone, oh my eyes

والرمش اللي مجرحني يا بوي ضيعني وأنا كان مالي يا عين
we Elremsh Elly megarany ya boia / daiany we ana kan maly ya'een

يا رموش قتاله وجارحه يا بوي وعيون نيمانة وسارحة ياعين
Ya romosh atala we gara ya boia / we oion naimana we sara ya'een
Her eyelashes kill and hurt, oh my father
and my eyes are lost in dreaming, oh my eyes

أديكي عمري بحاله يا بوي واديني انتي الفرحة ياعين
Adeky omry bealo ya boia , we ediny enty Elfara ya'een
I give you all my life, oh my father
and you give me happiness, oh my eyes

القلب الأخضراني يا بوي
El alb Alakhdarany ya boia

دبلت فيه الأماني يا عين
Deblet feh Elamany ya'een

ولا قادر طول غيبتكوا يا بوي
Wa la ader tol gebetko ya boia
And as long as you are away, oh my father

يشرب من بحر تاني يا عين
Yeshrab men bar tany ya'een
I can't drink from another sea, oh my eyes

domingo, 14 de março de 2010

Perfil de corredora

Isso aqui faz parte de um questionário que respondi para uma pesquisa sobre um produto ligado a corrida.

O que significa correr pra você?
Corrida pra mim uma atividade física e uma atitude mental. É bem mais que um passatempo, eu dedico tempo, energia e empenho. Eu me dedico, levo a sério. E ao mesmo tempo é lúdico, é uma brincadeira. Eu corro basicamente porque gosto. Adoro me esbaldar!
Correr faz bem pro meu corpo e pra minha mente.

Na sua opinião, correr é individual ou coletivo?
Ambos. Corro sozinha na maioria das vezes, e é um momento de introspecção. Ouço música, fico atenta ao trânsito, mas fico voltada pra mim, observando o desempenho do meu corpo. E pensando muito, em todo tipo de coisa.
Mas adoro correr com amigos também. Às vezes nem corremos juntos no mesmo pace, mas corremos no mesmo local, cada um no seu tempo. Aí passamos uns pelos outros e é bom também.
Até nas competições rola uma aproximação, um contato visual, ou um aceno, ou mesmo uma saudação ou grito de incentivo, tanto entre amigos quanto com estranhos. Isso acontece direto na maratona, as pessoas se ajudam. É maravilhoso quando acontece.

Quais suas maiores referências dentro deste esporte em Porto Alegre e no Brasil?
Só tenho referências muito, muito pessoais, de meus amigos corredores. Conheço corredores de todos os tipos: atletas, homens, mulheres, jovens, meia-idade que nem eu, idosos. Admiro vários deles pela forma como treinam, me espelho na garra deles. Tem uns que correm muito, outros correm pouquinho, mas todos esses que eu admiro me encantam pela forma como encaram a corrida. Como eu, eles correm porque gostam, porque acham bom correr. Eles dão o melhor de si.

Você acha que existem diferentes tipos de praticantes do esporte? Qual perfil você seria?
Lógico que existem vários grupos de corredores. Creio que dá pra separar basicamente entre atletas, o pessoal que treina pra competir; e amadores, como eu, que treinam porque gostam de correr. Entre os amadores, muitos, como eu, também competem regularmente. Eu sou uma amadora, mas com condicionamento de atleta. Sou um híbrido, hahaha! Somos muitos dessa espécie, aliás. Somos corredores disfarçados de tradutores (eu!), dentistas, advogados, professores, juízes, empresários, militares, médicos, secretárias, bancários, motoristas, carteiros, somos de tudo, estamos por toda parte. Não vivemos da corrida, não é a nossa profissão, mas somos corredores de alma, de coração e mente.
Tem também aquele pessoal que só dá uma corridinha pra manter a saúde e/ou tentar manter o peso, que corre meio que na marra. Mas imagino que esses não se vejam como corredores.
Corredor é qualquer um que corre porque gosta de correr. Mesmo que em termos de desempenho seja uma lesma. Isso é irrelevante. A pessoa coloca o tênis e se puxa, faz o seu máximo e curte isso.

Há quanto tempo você corre? E por que começou a correr?
Comecei a correr com uns 18 anos de idade por motivos estéticos, pra manter a forma. Simplesmente me deu vontade e fui.

Como foi o início da prática? Quem lhe motivou a correr? E como você se informou?
Coloquei o tênis (que certamente não era de corrida naquelas priscas eras) e fui dar voltinhas no Parcão. Não me informei com ninguém, não conhecia ninguém que corresse. Não tinha quase ninguém correndo em Porto Alegre naquele tempo. Ficava todo mundo olhando eu passar, como se fosse coisa muito inusitada correr.
Desde que comecei a correr, nunca abandonei. Desde os 18 anos eu pratico corrida e musculação de forma constante. Eu amo atividade física.
Mas nunca corri a sério antes de 2006, quando entrei num grupo de corrida e conheci minha grande amiga Filó Menin. Foi ela que me pôs a pilha de correr a sério. Eu nem sabia que se podia treinar corrida, nem sabia da existência do circuito de corridas de rua. Fui com ela na minha primeira rústica do Corpa em setembro de 2006. E depois fui com ela treinar no Cete em outubro de 2006, com um treinador. E a corrida adquiriu outro sentido e dimensão pra mim. Filó é minha madrinha na corrida.

Qual a sua maior motivação e seu maior objetivo?
Minha maior motivação é a percepção do quanto a corrida me faz bem mental e fisicamente.
Meu maior objetivo é ser uma velha coroca maratonista, hahaha! Quero chegar à velhice correndo. Quero manter a disposição, a vitalidade, o corpo em forma, funcionando bem.

Quantos dias por semana você corre?
Atualmente, estou correndo apenas 5 vezes por semana. Em breve voltarei a correr 6 vezes.

Quais os lugares onde corre?
Corro por tudo. Basicamente fico no Parcão quando vou trotar leve (40min a 50min) e na Redenção e Gasômetro quando vou rodar um volume médio (de 10km a 15km). Mas eu faço muita rua sempre, porque vou pra esses locais já correndo e volto correndo. Corro muito pela Goethe, Vasco da Gama, Sarmento Leite, aquela perimetral até o Gasômetro, toda a Beira-Rio até a Tristeza, Ipiranga. Meus trajetos habituais ficam nesse circuito. Às vezes faço toda a Nilo e o Parque Germânia, mas odeio por causa das lombas, hehehe. Mas tem que treinar lomba.

Desde que começou a correr houve momentos em que você parou? Por quê?
Ah, entre os 18 e 41 anos parava por preguiça às vezes. Porque enchia o saco.
Desde 2006 só parei por lesão ou problema de saúde. O ano de 2009 foi terrível, eu fiquei muitos e muitos dias sem correr, porque tive uma série de doenças e enfraqueci demais. Agora é que estou voltando a treinar direito.

Para você, correr está mais ligado a superação ou a entretenimento?
A superação é meu entretenimento na corrida. O que me dá prazer é ir lá e fazer o treino, cumprir a planilha. Melhorar meu desempenho e meus tempos. Eu me divirto me esbaldando.

Ser um corredor implica em participar de eventos?
Não.

sábado, 13 de março de 2010

Voltando a fluir

A roda de minha vida concluiu um giro nesta semana. Foi como ajustar o foco da visão, ou ver nitidamente um novo padrão no caleidoscópio, os pedacinhos coloridos se arranjaram em nova e linda formação.O trabalho e o treinamento, as duas coisas mais importantes da minha vida "civil" - a família e a espiritualidade não contam, porque envolvem muito mais que "eu" - voltaram a andar em frente. O movimento começou na metade de fevereiro, depois de um 2009 desastroso e um início de 2010 totalmente inauspicioso.
O trabalho vinha mal há anos. Pelo que me lembro desde 2005. Jamais me faltou trabalho, e sempre tive o bom karma de só traduzir bons livros, que me interessam por um motivo ou outro. Mas me faltava tesão pra trabalhar. Eu simplesmente não tinha vontade. Não era preguiça, era um desânimo, um cansaço anormal. Como me disse uma pessoa com um insight incrível: "Você sentava pra trabalhar, olhava pro livro e parecia que ele estava em grego." Era bem isso. Levava horas pra traduzir umas poucas linhas, tudo me dispersava. O horror, o horror. Gastava uma quantidade absurda de energia. Claro que não conseguia ter prazer no trabalho, embora tenha continuado amando o que faço mesmo nessa fase negra.
Isso mudou dias antes de meu último tombo. Eu já vinha trabalhando bem, estava engrenando - e mal podia acreditar. Aí, quando voltei do hospital suturada, fez-se a clara luz: "Agora chega, cansei disso tudo. Essa fase acaba aqui." E acabou mesmo.
E voltei a ter um prazer enorme em traduzir. Eu sento pra trabalhar, e a coisa acontece. O ritmo agora é outro. A paisagem mental é radiante!
No treino aconteceu a mesma mudança de paisagem. Quando levantei depois daquela queda, vi meu joelho rasgado e fiquei segurando a borda dilacerada no lugar, concluí: "É isso, então. Agora não falta mais nada." O tombo foi o fechamento com chave de ouro da fase da uruca.
Voltei a treinar há três semanas. Não está sendo como o trabalho. Ainda me sinto pesada, fraca, sem ritmo, termino os treinos de língua de fora - trotes de 40min, 45min, 50min, no máximo 60min a pau e corda... É tudo bem difícil, e eu ainda não me sinto plenamente à vontade: tenho medo de cair, tenho medo de estourar as hérnias de disco (elas andam se manifestando, não me deixam esquecer que existem), tenho pavor só de pensar no sofrimento que foram as corridas da metade de 2009 em diante, aquela sensação de simplesmente não conseguir fazer... Mas estou seguindo minhas planilhas à risca. E os medos estão se dissipando, e eu consigo sentir prazer pelo menos quando termino, a sensação de dever cumprido, um pequeno desafio vencido. Está sendo um dia depois do outro mesmo.
Não sei se vou conseguir voltar a correr como antes. Se vou ter vontade de competir, se vou ter condições de fazer outras maratonas. Isso me causa uma certa angústia, mas esta se desfaz diante do que realmente importa: voltar a ter prazer com a corrida, durante a corrida.
A retomada das aulas de dança me fez um bem enorme. E nesta semana voltei a fazer musculação. Como na corrida, estou fazendo pouco e cansando muito. Mas ali já existe o prazer. Embora hoje eu esteja manca depois do treino de coxa de ontem.

Fim da linha

Não sei por que, lembrei dessa letra do U2 hoje.

See the stone set in your eyes
See the thorn twist in your side.
I wait for you.
Sleight of hand and twist of fate
On a bed of nails she makes me wait
And I wait without you

With or without you
With or without you.

Through the storm, we reach the shore
You gave it all but I want more
And I'm waiting for you

With or without you
With or without you.
I can't live with or without you.

And you give yourself away
And you give yourself away
And you give, and you give
And you give yourself away.

My hands are tied, my body bruised
She´s got me with nothing to win
And nothing left to lose.

And you give yourself away
And you give yourself away
And you give, and you give
And you give yourself away.

With or without you
With or without you
I can't live
With or without you.

terça-feira, 2 de março de 2010

Deixa quieto

Tem gente que gosta de viver perigosamente. Eu que me conheço não gosto mais. Bem, poderia dizer o contrário: talvez não goste porque não me conheço o suficiente.
How far can one go once the hell breaks lose? Wicked mind. Vicious behavior. Bad karma. How low can one get?
"If a man is considered guilty for what goes on in his mind, then give me the electric chair for all my future crimes."
Existem fronteiras que não se deve romper. Fronteiras das quais não se deve sequer chegar perto. Porque é como entrar na órbita de um planeta, de um buraco negro. Lei da gravidade. Poder de atração. Magnetismo.

Quanto mais luz, mais sombra. O melhor de um lado, o pior do outro. Quanto mais o melhor se aprimora, mais as possibilidades do pior se expandem. Reciprocidade e equilíbrio da natureza condicionada pela mente dual.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

???

Às vezes o que se quer não é o que se precisa. Menos ainda o que se pode ter.
Antes de avançar para esse aspecto mais etéreo, preciso definir o que eu realmente quero agora. E o que eu preciso. E o que eu posso ter.

No genérico, como todos os seres, quero ser feliz e evitar o sofrimento. Mas não sei como obter um e evitar o outro neste momento.
Embaçamento.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Assim e assado

Jamais deixo de me espantar com o hábito de se valorizar as pessoas quando elas não estão por perto. Quando estão do lado, parecem enfadonhas, o convívio tem um ar de mesmice, de monotonia, até mesmo de franca chatice, encheção de saco. Aí, quando a pessoa não está junto, transforma-se em alguém interessante, cativante, aquele convívio que antes parecia tão sem graça reveste-se de encanto.
Pior é quando só se dá valor pra uma pessoa depois que ela saiu de nossa vida.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Megatombo

Havia corrido pela última vez em meados de janeiro. Não tive mais vontade, nem tempo.
Hoje saí pra trotar com meu treinador por uma hora, era pra ser um estímulo pra retomada. E realmente me animei, estou sentindo falta da atividade física, sempre tão presente em minha rotina.
Cinco minutos depois de sair de casa, caí. Curiosamente, foi o tombo menos dolorido de todos. Achei que nem tivesse me esfolado muito. Mas rasguei o joelho esquerdo numa pedra solta numa calçada da Nilo Peçanha. Caí exatamente em cima da aresta da pedra, um corte largo e fundo, que expôs todos os tecidos moles. Eu nunca tinha visto um corte assim - nem quero ver de novo.
Recolhida e rebocada pelo namorido direto pro hospital, pra levar oito pontos. Nessa situação, tive a felicidade de ser atendida por um cirurgião corredor, com 16 maratonas no currículo - e que há um mês completou o Desafio do Pateta na Disney, correndo a meia-maratona no sábado e a maratona no domingo. Enquanto ele me suturava, ficamos conversando sobre corridas. E eu fiquei numa boa, entretida, sem me enervar com o que estava acontecendo.
Continuo assim: calma, zero aflição. Isso, como tudo, vai passar.
A prática budista realmente funciona. :) Mesmo uma prática tão pobre quanto a minha. Meu núcleo de felicidade e tranquilidade mantém-se inabalado em meio à onda de infortúnios recentes.
Bem, além do budismo, é possível que essa estabilidade seja alimentada pelo convívio com uma pessoa que me faz basicamente feliz. E que eu amo e admiro, entre muitas coisas, pela estabilidade e dignidade com que encara situações muito difíceis.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Hard times

Hoje estou desconfortável dentro de minha pele. Falta alguma coisa. Falta espaço interno. Estou apertada em meio às carências, expectativas frustradas, falta de perspectivas, cansaço e um trabalho enorme do qual preciso dar conta. Aí bate o desânimo e a sensação de solidão.
Hora de parar, respirar, relaxar e olhar pra isso. Sensações fugazes, muito fáceis de dissipar.
No atacado, é só recordar que não passam de frutos do apego, do binômio desejo/aversão.
No varejo, posso reduzir o desconforto terminando o trabalho o quanto antes para reorganizar a rotina de modo mais saudável e prazeroso. Preciso retomar a prática budista, a prática esportiva e, acima de tudo, preciso reajustar o foco e decidir se quero mesmo manter a rota em que estou.
Marzinho agitado e enjoado esse de hoje.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Ondulação

Para tudo a alegoria do mar e das ondas. Sempre.
Entrou o swell, as ondas vieram em sequência. Algumas foram surfadas, outras foram ultrapassadas remando forte. Uma delas estourou em cima da cabeça, deu um caldo, uma sessão de máquina de lavar.
Felizmente entre o tombo e a chegada da onda rainha houve um breve espaço para voltar à tona, respirar e se preparar para fluir com a massa d'água gigantesca.
Que eu possa ver sempre a diferença entre a natureza do mar e das ondas. E que tenha a habilidade para me manter flutuando.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Melhor assim

Não falar o que se sente e pensa por temer reações negativas é uma covardia abjeta. Fui muito covarde e medrosa por muitos anos - e isso não me ajudou em nada, as coisas que eu queria jamais aconteceram quando me calei e me submeti. Hoje sei que, se tivesse tido coragem há anos, as coisas teriam sido diferentes para melhor. Talvez não fossem do jeito que eu queria, provavelmente jamais seriam porque havia um erro estrutural, mas é certo que eu não teria passado pelo que passei depois. (Aqui tem o velho lance de sempre, de achar que "melhor" é aquilo que queremos, só aquilo, a ideia fixa teimosa, a visão estreita, que impede que se veja miríades de possibilidades "melhores", as incontáveis paisagens possíveis.)
Agora eu estava seguindo pelo mesmo caminho, de não falar para evitar desgastes e brigas. No passado, quando me cansei do que me incomodava, meti os pés pelas mãos. Dessa vez me saí muito melhor. A forma como falei talvez não tenha sido a mais adequada, mas não falei esperando alguma mudança, não esperava sequer concordância. Não queria impor o meu ponto de vista, queria apenas me expressar.
Achei que causaria um desconforto, imaginei que pudesse enfrentar uma reação forte, mas não esperava nada tão explosivo. The hell broke loose, mas isso não me causa dor, nem ansiedade. Muito menos revolta. Não me ofendo, não me irrito e não me preocupo. Enfim, parece que estou aprendendo a me posicionar melhor: vivo a minha realidade e a manifesto sem tentar empurrá-la para os outros. Não estou disputando poder, só deixo claro como eu vejo e o que sinto, não me escondo atrás do silêncio covarde.
As paisagens podem se estilhaçar em milhares de pedaços. Eu permaneço inteira.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Eau de parfum

Gosto deles intensos, bem fortes e encorpados. Doces e condimentados. Penetrantes, envolventes, inebriantes. Meus perfumes.
Eau de parfum, é claro. Nada de eau de toilette.
Meu favorito é Jungle, by Kenzo. Trouxe um da viagem. Adoro dormir com ele, o aroma paira ao meu redor.
Gosto de perfumes que impregnam a pele e a roupa, que eu sinto ao longo de todo dia ou noite. Que funcionam como uma assinatura olfativa, que anunciam minha presença ou a reforçam.

Ontem estava jantando com minha enteada, e ela de repente começou a me cheirar. "É aquele perfume da viagem, né?" Ela estava comigo quando comprei num shopping de Orlando. Eu e ela cheiramos dezenas de perfumes em lojas e free-shops, ela gostou do Jungle.
Ainda ontem, mais tarde, o pai dela comentou: "Esse perfume combina contigo." Yeah, indeed. Ele não estava junto quando comprei, ainda bem que gostou, porque Jungle é daquelas fragrâncias que simplesmente não tem como ignorar.

Pra minha filha, eu e Frances escolhemos CH da lista que Lízia havia enviado. Ela disse que queria J'adore, de Dior, mas nunca havia cheirado, era só porque adorou a propaganda com Charlize Theron. Hehehe, a loira deve ter se identificado. Mas o perfume não tinha nada a ver com uma menina. Melhor o de Carolina Herrera.

Hoje fiquei sabendo da existência de Unidentified Fragrance Object, um lançamento rarefeito de Kenzo, mil unidades a US$ 188. Afff...