quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

A fuga do paraíso


Espetáculo "Mulheres e Mitos", 11 de dezembro de 2012. Coreografia com snujs de Grazi Shazadi.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Softly


Quem me conhece, sabe que não tenho nenhum talento natural para a dança. Não é orgânico. É olhar pro meu corpo e ver que meu lance é outro. Mas eu adoro. Então me dedico com a determinação, disciplina e garra de sempre. E cada pequeno progresso me enche de alegria.
Footage do espetáculo "Mulheres e Mitos", da Escola de Dança do Ventre Templo do Oriente. Teatro de Câmara, 11 de dezembro de 2012. Coreografia com fan veil de Brysa Mahaila. Com Ceres Duarte, Lin Tzu Lin, Lúcia Brito e Vanessa Fetzner Moreira.
Valeu a pena todo o ensaio e todas as muitas formas de energia que dedicamos a esses três minutos para que fossem os mais belos e perfeitos possíveis.

domingo, 27 de janeiro de 2013

7+7, 7x7, 7, 7, 7...

Na boa, preferiria o 007...
Enfim, 49 dias com as Serpentes, sete semanas de tratamento. Nos meus 49 anos de idade. No segundo ciclo de tratamento, iniciado no final de 2012, exatos 14 anos depois do primeiro. Dessa vez, pra liquidar a fatura. Embora às vezes pareça que esse processo vai liquidar é comigo.
Da primeira vez, no final de 1998, as crises de cura causaram surtos de ansiedade e pânico arrasadores. Primeiro pensei que fosse morrer. Depois pensei que fosse ficar louca. A seguir, que fosse ficar louca e morrer. Depois pensei que apenas ficaria louca pra sempre, surtando. Daquela vez, removi a espessa camada de medo que me paralisava - inclusive literalmente. Sete anos para finalizar essa etapa.
Vivi sete anos de consolidação daquele estágio de amadurecimento.
E então chegou a hora de ir mais fundo. Depois do medo, a dor. Dor primária. Atávica. A dor da minha alma. Dessa vez, as crises de cura são acessos de dor. Dor de matar. Literalmente. Pude entender o que leva pessoas extremamente feridas ao suicídio. Quando o bicho pega, quando a onda desaba por cima, destroça e arrasta tudo, você sufoca, se debate e, depois de um tempo, a única coisa que quer é sair daquilo. Morrer parece uma boa solução - melhor dizendo, a única solução, você já não está mais preocupado com bom e ruim. Só quer que aquilo acabe. Que passe. Tive vislumbres fugazes, mas altamente nefastos. Depois que passa, nem dá pra acreditar que senti uma dor tão medonha.
2012 foi o ano da dor. Primeiro dor física. Dor neural, a ciatalgia que nem morfina aplacava. Eu nunca havia experimentado uma dor física tão intensa. Nem dor alguma por tanto tempo.
Em dezembro veio a dor da alma. A primeira onda grande quebrou no dia 9, um domingo. Achei que seria a única. O universo protege os insensatos... Na hora não entendi que aquela onda não era o fim. Era só o começo. A abertura das comportas. The hell breaking loose. Caixa de Pandora.
Não sei quantas ondas já quebraram desde então. Várias. Algumas enormes, muitas médias, inúmeras pequenas. E nos dias mais calmos, como hoje, são marolinhas constantes.
Não lembro de chorar por causa da ciatalgia. Agora não tem um dia em que não chore.
Enquanto tentava curar a hérnia de disco, todos os dias eu ia deitar pensando: "Amanhã estarei melhor". Agora é a mesma coisa. Amanhã estarei melhor. Vai passar.

Collar choker

Around my neck. It is still here.
I've let you put it on me, as I've let you command me.
I've let you own me in all possible senses.
I've serviced you willingly.
I've enjoyed being under you.
You've been gone so long, and I still wear your collar choker.
The time has come to break free.

sábado, 26 de janeiro de 2013

PODEROSA

Esse é o adjetivo mais usado para comentar minhas fotos do espetáculo. Não me vejo assim nessas fotos (provavelmente porque não me sinto assim nesse momento), mas gostei de ser vista como tal. Poderosa no meu momento de maior fragilidade. Curioso. Creio que o corpo trincadão dê essa ideia. Ou seriam meus cílios postiços de Priscilla, Queen of the Desert? Esses são poderosos mesmo. Quero usá-los de novo. Mas só em show ou numa sessão de Madam Lux. Mas Madam Lux não posso ser. O terapeuta, a ex-terapeuta e minha mentora acharam a fetlife um absurdo. E era mesmo. O tipo da parada que devo evitar. Porque, como disse meu terapeuta, eu tenho problemas com limites.
Meu terapeuta sabe das coisas - e sabe de mim. Logo que nos conhecemos, ele disse que meus limites são excessivamente amplos. Eu vou longe demais antes de concluir que chega. Por isso, nada de drogas. Bebidas também devem ser limitadas ao mínimo. Comida, treino, relacionamentos - em tudo eu vou demais ou de menos. "Você é uma mulher muito intensa. É 8 ou 80", disse ele, rindo. E começando a me nortear para o caminho o meio.
Domingo é engraçado, fala tudo rindo. Mas fala tudo. Já na segunda sessão, disse que sou uma mulher muito exigente. Com os outros e especialmente comigo. Desde então, me diz pra pegar leve e não me cobrar tanto. E dar uma chance pra certas pessoas se aproximarem antes de defenestrar. Mas eu digo pra ele que me acostumei com um nível alto. Downgrade não faço. Quase tive um chilique - na verdade, tive um chilique - quando os técnicos da Sony disseram para eu reinstalar o Windows 7 e depois instalar de novo o Windows 8 no notebook. Que dirá no pessoal. Sem chance. E a verdade é que larguei a fetlife basicamente por causa disso, só coisa fraca e falcatrua, afff. No mundo baunilha também estou inativa de momento. Não me interesso por nada. Tou no 8. Melhor que disparar pro 80 e engatar na vida louca. Só faltava... Mas isso não tem como acontecer. Eu sinto o que eu sinto.
Na última consulta, Domingo disse que eu devo olhar pro pouco que melhorei e comemorar, em vez de ficar olhando pro muito que falta - e me cobrando desempenho. "Se avançou 30%, que maravilha", disse ele. "Já está na inércia do movimento, já passou o mais difícil, que era começar. Os 70% serão mais fáceis de atingir." (Mas nem sei se já estou nos 30% mesmo, foi um valor ilustrativo.)
Domingo sempre ressalta minha consciência. Eu tenho noção. Tudo que ele aponta de falhas eu concordo prontamente. Isso me dá uma enorme vantagem - não estou naquelas de culpar os outros ou de negar meus defeitos. O outro ponto forte é minha determinação e disciplina. Ele adora o meu espírito esportivo, a minha garra pra treinar - e pra encarar as coisas que me levaram a ele.
Um dia desses ele disse que eu sou "um espécime muito bonito" para ficar triste e chorando. Amei essa. Que veio acompanhada da constatação óbvia: minha vida é maravilhosa, praticamente só coisas boas. É absurdo eu ficar arrasada por coisas do passado, que serão solucionadas com o tempo. E em tempo relativamente curto. Pois é... eu sei. Mas, quando a onda sobe, haja coragem e destreza pra surfá-la e não se espatifar. E Domingo sabe tão bem quanto eu (ou melhor) que o mar de minha mente virou um tsunami que pode levar todas as coisas maravilhosas de roldão.













sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

22:22

Olho minha hora favorita no relógio do note enquanto escrevo. Agora já mudou...
Tudo muda. Tudo passa.
O mar de minha mente sobe, desce, vem, vai. Em geral tem sido um mar turbulento.
So fucking big waves. Washing me down. But I'm getting better and better in surfing these tidal waves. Getting more skilful. Getting wiser.
I'm a very fortunate being. The universe has been kind to me. Today I was able to open my heart, the sea of love simply flowed freely. I wouldn't be able to let this happen two days ago. I was so sad and hurt.
But something happened from Wednesday to Thursday. And today midday I did something I thought it was unthinkable in the early morning: I was sincere. True. I just did and said what is in my heart. What I feel and what I am. The best of me. The real me.
There was so much more to be said. I miss you terribly. You are always on my mind and your absence brings down me to my knees. Sometimes I think this process will never end, and I'll be miserable forever. So close to sheer despair. But these are just another passing waves, like everything.
And everything I did and everything I'm going through was necessary. I had to lose you, the one I wanted most, to get to the core of me and to be able to become who I'm meant to be. Such a price to pay. I wish I could have made it differently. Smoothly.
Now I'm sitting all alone, drinking champagne. A kind of birthday celebration. I can't say I'm glad. But I can't say I'm unhappy either. I'm recovering. Healing. It took me 49 years to get here. It cost me a marriage. It cost me you. It cost me a whole lot more. But it was worth it. I'm almost done now.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Progressos

O que aconteceu na sessão de ontem eu não sei ao certo. Mas foi poderoso.
Acordei diferente hoje. Alguma coisa mudou em mim. Durante a noite. Sonhei muito, sonhos tensos, de raiva, de frustração, de separação, de dor. Sonhos de liberação dessas sensações todas nas situações mais bizarras. Acordei  numa vibração muito boa.
Agora eu sei: em breve vou olhar pra trás e sorrir ao lembrar de todo o sofrimento recente. Aquele sorriso suave de uma pessoa madura, consciente, lúcida, que está em paz e feliz. Que sabe de seu valor, do valor de seus esforços e conquistas. Que entende que as coisas foram como tinham que ser. No tempo certo.
Ontem fui aconselhada a olhar para o que já avancei e comemorar, em vez achar que é pouco porque ainda falta muito. A pior parte - a arrancada - já passou. Já entrei na inércia do movimento. Agora só vai. E irá cada vez mais rápido, porque tenho consciência do que preciso mudar em mim.
Ele sempre fala que o fato de eu ter consciência das minhas falhas e limitações é um dos elementos principais para o tratamento. Além de eu ser determinada e disciplinada.
Hoje, na pista, exibi minha determinação e disciplina de outra forma. Fiz um treino de gente grande. Um treino que, quando vi na planilha, considerei um desvario do meu querido treinador. Treino que pensei em matar de manhã, já que tinha acordado tão bem e estava a fim de cultivar essa sensação e me atirar no trabalho. Disciplinada, fui pra pista. Determinada, fiz o treino ainda mais forte do que o proposto na planilha. E terminei inteira. Cansei na metade, mas depois recuperei. Terminei forte.
Numa das séries, me dei conta de que estava fazendo os tiros de 400m mais rápido do que fazia 300m há uns três meses. Aí foi só alegria. Terminava cada tiro rindo. Fiz 7x 400m + 300m + 200m + 100m, com pausa de 45' e macro de 2'30".

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Only that...

...mine was an unlove story.

Havoc

Ripped open. Torn apart.
Layers and layers stripped off.
Denudation. Exposure.
Raw nerves.
Bleeding heart.
Dilacerated soul.
Devastation.
Sheer suffering.
Absolute pain.
Abyssal loneliness.
All-pervading sadness.
Cleansing.
Healing.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Mamma moments

Nesse fíndi não vou pra praia. Vou aproveitar que está tudo tranquilo por lá pra ficar na minha casa com a filha, os gatos e o muito trabalho que tenho a fazer.
Minha está está curtindo a temporada no litoral com Neuza.

No domingo 13 de janeiro, na Summer Day Run.




Prainha na tarde de sábado, 12 de janeiro.





Com Neuza, que sabe manejar a situação sem perder a calma.

Bellylife

Cheguei em casa há pouco. Fizemos aula do curso de verão das 19h às 21h. Depois descemos pro café. E fomos ficando, ficando, ficando... Muita conversa, muita risada, com espumante, kebab e esfiha. Apresentação da maravilhosa Ayana Kalil, linda, um arraso. Que dança...
É muito bom fazer parte disso. Essa parte de minha vida é muito boa. Universo feminino em expansão.


As confirmadas: Vanessa, eu, Ayana, Brysa, Camile e Valéria

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Momentos de domingo

Fui dormir à 1h30 depois da Atlântida-Xangrilá Night Running. Acordei às 6h e fui encarar os 10km da Summer Day Run. Cansada, com as pernas meio pesadas, fui trotar e achei que passaria muito trabalho na corrida. Se fechasse em 50 minutos teria que me dar por satisfeita.
Fiz em 45:30, fiquei em 3º lugar. Outro troféu. Grande começo de temporada.
Sofri menos nesses 10km que nos 5km da véspera. Largamos contra o vento, mas felizmente era só uma brisa moderada. Depois dos 7km o cansaço apertou, mas consegui segurar o ritmo até o fim. As pessoas me avisaram que eu estava em terceiro, e isso me estimulou a aguentar firme.
A babá levou minha mãe para a linha de chegada, foi maravilhoso ver as duas ali. Estavam usando as camisetas das corridas do fíndi, dei uma pra cada uma. :)
Ao cruzar a chegada, Amanda e Gabriela, as companheiras da Winners, estavam à espera. Muito legal vê-las de novo. Fizeram 3km dessa vez. E já aproveitamos pra fazer mais fotinhos, hehehe.
Fechei o final de semana com 15km de corrida na areia. Sem sentir dor nenhuma. Correndo forte.
2013 promete. Pretendo fazer minha quinta maratona. Que será a melhor de todas. Senão em tempo, em condicionamento. Porque minha coluna está bem e não sinto dor.




Novo encontro com Amanda e Gabriela, companheiras da Winners. 



Momentos de sábado

Corri a Atlântida-Xangrilá Night Running sábado, dia 12. Adorei. Especialmente antes da largada e depois que acabou. O astral da corrida foi maravilhoso, curti. Mas tive que fazer muita força na volta, vento contra forte por 2,5km. Odeio correr no vento. Me causa um tremendo sofrimento físico e mental. Assim como ladeiras.
Nunca pensei que fosse me sair tão bem, 5km em 23:05. Havia calculado fazer em 25 minutos, e estava conformada. Que nada! Muito melhor. Pra esse resultado, contei com a força da Leda Salete Ferri Nascimento. Encostei nela e voltamos juntas. Depois dos 3,5km eu estava a fim de dar uma afrouxada, ela segurou o pace e me fez ir junto. E me deu a mão na chegada, um gesto de união, companheirismo, solidariedade. Ela sabia que estava em 4º lugar e eu em 5º, não havia  competição entre nós, era só chegar.
Na sexta-feira à noite eu havia sofrido um enorme abalo emocional relativo à condição de saúde cada vez mais complicada de minha mãe. Também sofri uma megapuxada de tapete de uma pessoa em quem confiava. Fui pra praia sábado de manhã muito preocupada com o que encontraria. Nem sabia se poderia ir à corrida. No fim das contas, minha mãe estava bem - dentro do que é possível nesse momento.
Fui cedo pra arena da corrida, fiquei na barraca da R.A. Runners. Rita Abero e seus atletas me receberam com o alto astral e carinho de sempre. Os que não me conhecem pensam que treino na equipe, eu me considero uma agregada.
Voltei pra casa com um troféu bem bonito e a certeza de que estou voltando à forma.
Domingo tinha mais.

 Chegando com Leda, que me deu a maior força. 

Serei sempre grata por esse gesto simples, de estender a mão.

 Toda certinha. :)









Amiga, anfitriã, pessoa do bem. Rita Abero.



Com Amanda e Gabriela, colegas da Winners.


Eu e Rê Coelho cedinho, na concentração.


domingo, 13 de janeiro de 2013

Pé de princesa


Me puxei muito nesse final de semana.
Na sexta-feira, dancei no Teatro de Câmara.
No sábado, corri 5km na Xangrilá Night Run.
Hoje, 10km da Summer Day Run.
Creio que escreverei sobre essas corridas depois, foi muito bacana. Tempos muito bons pra mim e dois pódios pra celebrar a volta às competições em 2013.
Depois de tudo isso, resolvi dar uma caminhadinha à beira-mar. Fiz 8km. De pés descalços. Genial. Esfolei a almofadinha do pé esquerdo, que agora está doendo. Havia uma bolha ali na semana passada, a pele novinha, recém-curada, abriu de novo. A pessoa gasta uma grana na manicure e detona lixando o pé sem dó na areia.
Vou lembrar bastante da caminhada de hoje amanhã, na aula de dança.


quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

These extremes of me

On January 3rd I've wrote about being in peace after a powerful insight. Well, it didn't last long. I've realized my intellect was fighting against my heart-mind (the more I know about buddhism and about myself, the more difficult is to use "mind" or "heart" in the right meaning. Well, this is a subject for another post.). I was trying to force my heart-mind into something I simply could not feel. Letting go of it brought a huge relief. But - there is always a but - the insight also entailed a different kind of suffering: anguish, unrest, expectation. Now I wanted things to happen immediately in the way I know they will be someday.
Today, a week later, I'm in peace again. Yesterday my therapyst was instrumental in helping me coming back to my senses once again. He brought me back to right here, right now. He reassured me about my power and skills to face and overcome the challenges I had put to myself.
I'm still amazed about having a man as a therapyst, it's so completely different. He is not soft (as a woman), but he's gentle and supportive. He's the first man in my life that takes care of me in such a deep level. And yet he is very assertive, he lets no room for my female weaknesses and hesitations. He just says: "You can and you will".
Could it be a kind of a father figure? I really don't know. I've never had a father. Anyway it's working really fine.

Quite unsual

Quem diria, essa sou eu! Uma que eu nem conhecia antes da dança do ventre.
Larguei o flog e peguei o leque. Lamentavelmente essa Lúcia é bem menos habilidosa que a outra, mais agressiva e viril. A ideia com a dança é equilibrar melhor as polaridades.
Nunca dançarei tão bem quanto corro, sou naturalmente mais yang em termos físicos (e muito mais yin em outro aspecto, claro), mas estou focada em reduzir as distâncias entre meus extremos. Buscando o caminho do meio. Dentro e fora.