terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

F é r i a s ! ! !

Só me dei conta ontem. Por acaso. Não sei ao certo se na beira da praia ou já em casa, quando escrevi o post sobre esses meus dias de descanso e encanto.
E só depois de escrever o post, antes de dormir ou talvez hoje ao acordar, é que percebi que fazia anos que eu não me dava férias. E não me dava descanso. Nunca.
Ao viajar, sempre levava trabalho. Nos finais de semana, sempre me sentia na obrigação de trabalhar. Se eu não trabalhava porque queria curtir a viagem ou fazer outras coisas nos finais de semana, me sentia culpada. Claro, eu sempre estava com trabalhos atrasados. Mas não era nas viagens e nos finais de semana que eu deveria tratar disso.
Nessas férias, trouxe um trabalho. O único que resta atrasado. A tradução de Open Heart, Open Mind, de Tsoknyi Rinpoche. Mas não traduzi uma linha. E não me senti culpada. O atraso já aconteceu. Faz tempo. Eu poderia talvez até concluir a tradução se tivesse ficado trancada trabalhando sem parar. Mas isso faria da tradução um tormento de novo. Não mais. A tradução é um prazer. Voltou a ser. E assim será.
Já tive a derradeira cota de tormento com a finalização das Leis do Sucesso (O manuscrito original, como se chamará) na última semana de 2016 e primeira semana de 2017. Aliás, já comecei a trabalhar na preparação deste calhamaço na editora. Estou muito satisfeita com minha retradução. Lendo e cotejando mais uma vez. Com calma e capricho.
De modo algum farei do trabalho um tormento de novo. Nem na editora, nem nas atividades free-lance. Meu trabalho é fantástico, uma dádiva, não vou deixar que se torne um suplício como se carregasse sacas de cimento ao sol ou cortasse cana. É um desrespeito com as graças que recebi e recebo.
O livro atrasado é para um editor maravilhoso. Que eu compensarei devidamente na sequência. Amanhã volto a traduzir para liquidar a última pendência de anos de confusão.
De momento, nas minhas primeiras férias, comecei a reler As cordas mágicas, de Mitch Albom, que terminei de traduzir há exatamente um ano e que me acompanhou nas viagens do verão de 2016. Saboreando a história linda e bem construída. E o meu trabalho.
Também estou lendo o primeiro romance escrito por minha amiga Rosa Symanski. Um privilégio e uma honra ler um manuscrito inédito, ainda em negociação com editoras. E um prazer. Li ontem os seis primeiros capítulos vorazmente. Mergulhei na história e na narrativa leve e fluida. Aí resolvi recomeçar a leitura fazendo uma leve edição/revisão. Rosa não queria. Mas me deu vontade. Vou ler apenas com um pouco mais de calma. Não estou fazendo uma preparação de texto. É só uma olhadinha mais atenta. Reli os capítulos 1 e 2.





segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Carnaval? Oscar?

No mundo de Lúcia Brito, é verão. Férias na praia.
Estou em férias. Completamente.
Trouxe uma tradução, mas não toquei nela. Dessa vez não.
Dessa vez é apenas descanso. Lazer. Ócio criativo.
Vi as notícias do Oscar rapidamente. Quero ver Moonlight.
Carnaval só me interessa se for assistir no Sambódromo.
Horas sentada ao sol, à beira-mar, lendo. E me abastecendo dos quatro elementos. Recarregando.
Sem álcool todos esses dias. Sem vontade de beber.
Não pretendo parar de beber. Gosto muito. Mas gosto mais de treinar e de ser saudável e resistente. E bonita. E magra.
O que está se encaminhando para uma transição é a dieta. Um processo totalmente natural. Voltando às minhas preferências por vegetais e frutas. Cada vez menos saquinhos.


Você quebrando, Marzão, me deu onda
Meu fechamento é você, Solzão

Tigresa descalça

Bronzeada.
Relaxada.
Inspirada.
Ano Novo começou de modo muito auspicioso.
Além da dedicação ao Dharma e às metas mais elevadas, a retomada da leitura. Foram-se as 383 páginas de Nascido para correr em 3 dias. Ficou a sensação de prazer com a retomada desse hábito fora do âmbito profissional.
Ficaram também informações preciosas sobre corrida. Sobre os pés e os tênis de corrida. Sobre a importância de fortalecer os pés - e andar e correr descalça. Fiquei tão animada que decidi fazer meu trajeto habitual de 8km, ida e volta pela beira-mar. Sempre faço descalça. O pé dá uma lixada, mas ok. Hoje a lixada foi excessiva. Na volta já estava quase mancando, a borda externa do calcanhar e a almofada central do pé direito ficaram supersensíveis. Saí da praia ali pelos 6km, calcei as Havaianas e voltei o restante pelo calçadão. Fiz os 8km, e toda essa dor e as bolhas na sola mostraram que, antes de correr descalça, terei que acostumar a pele do meu pé ao contato com o solo.
Corri descalça uma vez. Na Praia do Peró, em Cabo Frio. 7km de extensão, areia firme. Deslumbrante. Fui dar uma corridinha de biquíni. Não tinha ninguém na praia, só eu.
Me empolguei, a corridinha foi se alongando, alongando. Não lembro se fiz a praia inteira. Só lembro da sensação incrível de correr descalça na areia, sem vontade de parar. E da sensação terrível quando cheguei de volta e parei. Não conseguia mais caminhar. Tinha duas bolhas gigantescas na articulação e almofada de cada dedão. Fiquei andando nos calcanhares até ir embora da praia. No resto daquele dia e nos dois seguintes, só conseguia andar de meia e tênis. Ou meia e chinelo. As bolhas viraram duas feridas enormes, uma lambança. Mas segui intrépida. Ia até a beira do mar de tênis e meia, sentava na areia, tirava tudo e entrava na água, colocando os pés o mínimo possível no chão.
Já queimei a sola do pé com tênis e meia. Num dia quente. Tênis novo. Fiz uma corrida curta. Terminei com as solas vermelhas e ardidas, affff. E fiquei com is pés queimados o resto do dia. Era um Asics. Nunca me acertei com aquele tênis. Sempre me deixava as solas ardidas. Até no inverno. Passei a usar pra ir na academia. Foi minha segunda e última experiência com essa marca. Tive um Nimbus antes, logo que havia começado a treinar corrida. O tênis me deixou com todas as unhas dos dois pés roxas e fez bolhas de sangue nas duas almofadinhas. Eu nunca tinha visto nada igual. Fiquei apavorada. (Mas segui treinando, claro, com meus Adidas que nunca me fizeram isso.) Concluí rapidamente que meus pés jamais de adaptariam àquele calçado infernal, porque essa desgraceira  toda foi quase que instantânea. O tênis ficou novo e guardado até eu doar.
A pele dos meus pés é muito delicada. É ótimo porque não tenho calosidade, minha manicure mal passa a lixa. Mas tem esse grave inconveniente. Qualquer atrito gera bolhas.
Longão na chuva já me deixou com os pés em ferida nas almofadinhas por causa da meia e da palmilha encharcadas. Tomo cuidado com as meias. Nada de meia chinfrim. Mas as básicas da Adidas e Nike resolvem, que eu não vou gastar fortunas em meia.
Os treinos de maratona sempre rendem várias unhas multicores: roxas, verdes, azuladas, amareladas. Uma ou duas caem. Mas sempre depois da maratona. E sem dor.
Longões em geral e grandes volumes semanais provocam bolhas e uns calinhos de sangue nas pontas dos meus dedos. Fica horroroso, mas é basicamente indolor. A manicure tira tudo com alicate. Quando fica muito medonho, é podóloga com bisturi e tudo bem. E unhas dos pés pintadas de preto, marrom, marinho, roxo.
Talvez eu não possa correr descalça. Mas posso buscar calçados básicos, que permitam a meus pés ficarem fortes.
Ah, tenho os dedos dos pés com duas falanges apenas, e não três, como todo mundo. Descobri por acaso, quando fiz um raio X depois de um acidente. Não sei se isso prejudica minha passada - e se pode ser um motivo para eu ter um equilíbrio corporal precário e muita dificuldade de locomoção em terrenos acidentados. E pela primeira vez me ocorre procurar um especialista para me informar.

Feliz Ano Novo!

Losar Tashi Delek!
Começo o dia lindo com minha tutora Regina Dressler desejando feliz Ano Novo com esse texto de Dzongsar Khyentse Rinpoche:
 
No dia 27 de fevereiro comemoraremos o Losar, o Ano Novo tibetano.
Momentos de renovação como este são muito importantes no nosso treinamento, pois se apresentam como ótimas oportunidades para refletirmos sobre o que fizemos no ciclo que se encerra, quais eram os objetivos, como utilizamos nossa energia no sentido de realizá-los e o que pretendemos para o período que está começando.
Como praticantes do Dharma devemos fortalecer nossos corações, colocando em prática no nosso dia a dia qualidades como amor, alegria, compaixão, generosidade e paciência, não esquecendo da disciplina e vigilância necessárias para não cairmos nas armadilhas dos venenos mentais que perpetuam as causas do sofrimento para nós mesmos e para os outros.
O destino é algo condicionado. Nosso próprio “eu” determina tais causas e condições. Você pode criar seu destino, suas escolhas são o seu destino. Aquilo que somos e como somos nesse momento depende daquilo que fizemos no passado. E o que seremos no futuro depende do que somos e como somos agora.
 
E eu e minha irmã de alma Flavia Vidor seguimos em nossa jornada sincronizada. Ontem à noite, enquanto eu escrevia aqui sobre nós, recordando o meu processo evolutivo nos últimos 2 anos, ela refletia sobre o momento dela. Ambas pensando onde estamos, para onde queremos ir e como seguir.
Antes de sair da cama cedo, meditei e repassei minhas metas. Ela fez a mesma coisa enquanto dava a geral na casa.
Na energia do Losar.
No Dharma.


domingo, 26 de fevereiro de 2017

Soul sisters


Dois anos. Parecem 20. Parece da vida toda.
Até hoje ainda não nos vimos. Mas sabemos quase tudo uma da outra. Ela sabe tudo que há pra saber de mim, porque eu falo, falo, falo, falo. Ela é a pessoa com quem eu mais converso sobre mim.
Irmãs de alma. Almas que parecem gêmeas. Vivências incrivelmente semelhantes. E uma sincronicidade tão espantosa que já nem nos espanta mais.
Ela foi a primeira pessoa a comentar entusiasticamente sobre meu trabalho e minha capacidade. Ela acreditava mais em mim do que eu mesma. E foi quem mais me deu força nos meus momentos de maior incerteza.
Quando falo com ela e falo para ela, sobre mim ou sobre ela, eu me escuto. Essa escuta me proporciona insights incrivelmente profundos.
Minha vida mudou muito nesse curto período. Eu mudei muito. E tenho a mais absoluta certeza de que minha transição e transformação foram aceleradas pelas trocas com ela.
É uma bênção, um privilégio e uma honra ter (re)encontrado minha amiga-irmã de alma. Não é sorte. É merecimento.
Parabéns pra nós! Juntas somos mais fortes e melhores. Nos amparamos. Nos empoderamos. Ensinamos. Aprendemos. Crescemos.

Ofertas e mais ofertas

Minhas colegas de trabalho na editora estão me dando as melhores dicas de compras.
Um bazar barateiro lá perto onde achei incensos a R$ 1,50 e potes de plástico baratinhos. Dica da Hevânia e da Carla.
Levei os incensos pra casa e esqueci de trazer pra praia dessa vez. Mas nada de pânico: tenho queimado Boa Noite todas as noites, hahaha.
Lojas on-line: Kanui e Kaisan, recomendadas pela Dharana. Na Kaisan ainda não comprei (deusmeajude quando começar), mas na Kanui já fiz 3 compras. A primeira, de 3 regatas nadadoras, já chegou. Adorei. 3 por R$ 90. Ainda não usei porque são brancas, com as tatuagens coloridas cicatrizando, seria mancha certa.
Regatas nadadoras (e regatas em geral) tornaram-se peça favorita no meu novo estilo sapatão. Muito me favorecem.
Eu tinha pago uma fortuna por umas batas hippies nos camelôs da beira-mar, affff. Todo ano juro que não vou comprar nada deles... Enfim, as batas são lindas. Mas tive que levar numa costureira pra rematar os crochês. A costureira fica perto da editora, outra dica das gurias. Uma maravilha. Consertei as batas MadeInChina e botei elásticos em duas saias e numa calça que estavam caindo. Serviço impecável.
Agora tô esperando a chegada das outras duas compras da Kanui: 3 vestidos por R$ 90 e 2 óculos de sol por R$ 90. Tudo ponta de estoque.
E na quinta à tarde me fui pro Centro, pra Bergamaschi na Voluntários da Pátria, onde comprei 2 calças, 1 bermuda e este vestido da foto, cada um por R$ 20. E ainda comprei uma calça encomendada pela Hevânia, que tem várias roupas de lá. Fui depois de ver a calça que a Carla ganhou. Modelo perfeito pra trabalhar, soltas, com elástico na cintura, um toque meio indiano. Hoje vi as mesmíssimas calças numa loja aqui de Capão por R$ 45.
Comprei esse vestido sem levar  muita fé. E estou apaixonada. Nunca uso verde, mas esse ficou perfeito com minha pele (pouco) bronzeada. A bermuda é da mesma estampa.
Com meu vestido lindão, tô coordenada aqui com as paredes do apê. E com o lençol.



FPS 30 da Panvel

Usei hoje pela primeira vez esse protetor solar de alta resistência da Panvel, FPS 30. Aprovadíssimo. Superresistente a suor e água.
Usei pra correr. Suei de encharcar até a meia, e o protetor resistiu firme e forte.
Fiquei 4 horas na praia e não me queimei.
Gostei da consistência. É espesso e gruda na pele. Não escorre mesmo suando. Passei uma camada generosa, de ficar esbranquiçada. Secou e ficou ok. Não é daqueles melequentos. Sempre reluto em usar protetor por causa da sensação gosmenta e de escorrer em filamentos esbranquiçados, argh.
Pra completar, preço ótimo: R$ 30, embalagem de 200g. Tinha uma promoção bacana, comprei outras coisas de que precisava e que estavam com um desconto ótimo (pague 2 e leve 3 de desodorante Rexona e de pasta de dente Oral B) e ganhei esse copo, que já estou usando direto. Perfeito lá pra casa, antigatos xeretas Lelonid e Ludovico.
Com os braços muito tatuados e coloridos, agora não tem jeito. Protetor é essencial.


Azuis

Não lembro de um verão tão maravilhoso aqui. Dias e dias de tempo perfeito, sem vento. Mar límpido e quente.
Praia de manhã cedo pros meus padrões. Chimas, livro e novo encontro com a mimosa Isabelle, hoje acompanhada da amiga Luísa, colega de aula. Experimentaram o chapéu, fizeram fotos, conversaram, foram e voltaram. Encantamento.
Beira-mar lotadíssima, mas eu tão, mas tão de boa e na paz que simplesmente abstraio. Paisagem linda, um céu extasiante. Visão seletiva.
Ia caminhar agora à tarde na beira-mar, mas tô com preguiça. A leitura está fascinante. Curtindo o livro e o visual da sacada.
O céu e o mar me fascinam. Quanto mais olho, mais admiro, mais aprecio, mais valorizo.






+ 6km

Hoje em 2x de 3km. Melhor. Mas ainda um esforço medonho. Lendo Nascido para correr avidamente. E vendo o autor descrever o que para mim é fato há tempo: a importância da atitude mental durante o treino. O que aconteceu foi justamente a perda de minha atitude mental apaixonada pelo treino, pelo esforço.



sábado, 25 de fevereiro de 2017

1.000

Milésimo post no meu querido blog.
Para celebrar, um dia perfeito, no qual ainda conheci uma futura escritora. Isabelle, 6 anos. Estava na praia. Passei por ela ao voltar do mar, ela me olhava. Eu sorri, ela sorriu. Dei oi, ela e o amigo Rafael, de 6 anos, responderam na maior simpatia. Aí a avó me disse que Isabelle estava encantada em mim, já estava de olho na minha movimentação. Por causa do meu chapéu de praia, que ela achou lindo, e do meu estilo. "Quero ser como ela quando eu crescer", disse a garota. Ganhei o dia com essa.
Perguntei se ela queria experimentar o chapéu. Sim! A mãe aproveitou pra fazer umas fotos. Conversamos um pouco, as crianças foram brincar.
Fiquei curtindo o sol, o chimas e um livro. Finalmente lendo com fins unicamente recreativos. Nascido para correr, que ganhei da Lízia há séculos. Que livro bem bom! O autor é jornalista, claro. E a tradução é ótima. Não sei há quanto tempo eu não sentava pra ler algo que não seja trabalho.
Antes de ir embora, Isabelle e Rafael vieram conversar. Uns fofos. Altos papos. E a avó e a mãe dela também vieram. Belle começou a 1ª série, já sabe ler, aprendeu sozinha, sem estímulo, aos 4 anos. E quer ser escritora! A menina que quer ser escritora e ama livros desde criancinha se encanta com uma mulher de chapéu que é jornalista e tradutora.

Vim pra praia sem vontade. Estava querendo curtir a Porto Alegre fantasma e evitar a muvuca, mas resolvi fugir do calorão. Ainda bem. Melhor escolha.





6km

Em prestações. Suaves prestações. Suaves porra nenhuma. Quase morri pra fazer essa mixaria.
1,5 + 1 + 0,5 + 1,5 + 1 + 0,5
Muito foda.
Saí às 11h. Um sol e um calor de rachar. Eu gosto, sempre gostei. Mas fora de forma não dá.
A ideia era correr cedo. Deitei às 21h. Caí dura. E só levantei às 9h hoje. Sono reparador. Dormi muito e muito bem. Descanso real.
Não me reconheço na falta de força, de fôlego e, acima e antes de tudo, de vontade de correr. E não conseguir correr é muito estranho. Mas tá suave. Pelo menos isso. Muito tranquila. Sem stress e sem cobrança.
Agora é comer melancia, tomar chimas e curtir o dia lindo.
Final da tarde quem sabe?


Sempre tem


Nesse glorioso verão acumulei uma lista de feitos inéditos.
- Viajar pra praia sozinha, indo e vindo. Amando cada segundo passado em minha companhia. Na estrada e no apartamento que era da minha mãe.
- Primeira vez em que as lembranças da mãe aqui não doeram, só me trouxeram alegria e a sensação de autocontentamento por ter conseguido manejar tão bem a derrocada dela.
- Pegar a Freeway sozinha tarde da noite. Sem medo, curtindo a estrada quase vazia.
- Tomar a iniciativa de dar o primeiro beijo em crushes.
- Me relacionar com pessoas 20 e até 30 anos mais jovens que eu. Não era de forma alguma o que eu tinha em mente. Mas agora parece muito natural dada a minha natureza.
- No primeiro semestre do ano passado também foi a primeira vez de tomar a iniciativa para sexo sem compromisso. Pela simples curtição. E que curtição.
- Primeira tatuagem colorida. Estreia singela, o símbolo do Prince em roxo, também na primeira parte de 2016. E no segundo semestre as rosas. E dali em diante uma explosão de flores e cores.
- Ficar 32 horas trabalhando direto, sem dormir, sem sair de dentro da editora. Já tinha virado muitas noites em redação. Mas nunca tinha tocado direto por um período tão longo.
Que venham mais feitos inéditos.

Onde? Quando?


Ainda refletindo sobre a falta de noção, de educação, de freio. O hábito cada vez mais disseminado de dizer o que se pensa para qualquer um, a qualquer hora e de qualquer jeito. Sobre a pessoa com quem se fala. Sobre os outros. E também sobre si mesmo.
Se é algo que me incomoda tanto, é algo a mudar em mim.
No mais, é meter o louco e tocar o foda-se. Porque não sou obrigada e não estou disposta.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Presentão

Ganhei do Sr. Darci, o melhor zelador/porteiro do mundo. Plantada por ele.
Ganhei duas! Essa já comi a metade há pouco. Comerei o que sobrou amanhã. A outra, maior, vou devorar ao longo do carnaval.
Já tinha ganho uma antes.
As melancias dele são deliciosas. Como até as sementes, que são tenras.
A fruta é extremamente suculenta. E não me pesa no estômago, ao contrário do que às vezes acontece.
Melhor refeição nesse calor.


Para ilustrar

Dos meus problemas eu trato e resolvo. Já...



No mais tô numa boa aqui...



Mas convém lembrar que...



E para encerrar:



Internet me representando muito.
Desopilando.
Rindo muito.
Em paz.
Com quem gosto.
Com quem tem a ver e vibra na mesma.
Fazendo o que gosto. No trabalho e em tudo o mais.
Sem tempo pra mimimi e blablablá.

DJ aumenta o som


Hoje estou muito musical.
E amanhã começa o esquenta carnavalesco.
Pra sambar na cara da sociedade.
Sambando na cadência do foda-se.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Tchau, Tom querido

Amor se sente. Simples.
Não sei por que amei o Tom desde que o vi. Tampouco me interessa. Amor. Aquece o coração.
No caso, amor à primeira vista. Nesta vida, claro.
Tom, o frajola lindo da minha amiga Fran. Fotogênico e expressivo.
Recepcionava as visitas na porta. O dono da casa. A majestade.
Vinha no colo (mas preferia ficar ao lado no sofá), fazia ronrom, carinho e adorava umas lutinhas. Ficava assanhado e metia os dentes e as unhas, bem doidinho. Brincadeira de gato. De um gato mimoso e amoroso. Que convivia numa ótima com a Pipe, a cachorra da Fran, tão adorável quanto o Tom e os humanos com quem vive. (Tom chegou depois, adulto, e Pipe, santa criatura, aceitou na boa. Irracionais muitas vezes bem mais tolerantes que a vida inteligente do planeta.)
Ontem fui me despedir do Tom e lamentar com minha amiga.
Tom partiu hoje.
Ontem, vi nos olhos dele a mesma coisa que vi nos olhos do meu Teddy Boy antes de morrer: sabedoria, tranquilidade e aceitação. Tom sabia que ia morrer. E queria morrer. Porque era a hora. Tom não estava com medo, nem apegado à vida que não persistiria. Estava pronto pra transição, só aguardando. Tinha voltado pra casa com sua amada Fran na véspera, tinha jantado, dormido tranquilo no seu lar.
Na sua última noite aqui, dormiu no quarto, na cama da Pipe (que o deixou ali em paz).

Tom amou muito. Foi muito amado.
Foi muito feliz. Proporcionou muita felicidade.
O que mais precisaria?
Até breve, Tom.















segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Para finalizar

Ela tem mãos de CÉU*
e sorrisos que causam terremotos pelos caminhos*
Aqueles OLHOS* incandescentes*

carregam consigo o silêncio dos meus olhos*
Ela tem olhos que FALAM*
Mãos que instigam sonhos* (...)
Pele que hospeda jardins

 Aquela que escreve como SE* cantasse*


Ela sou eu. Pelos olhos poéticos de Libra.
Libra gosta de Fogo, do ardor e das labaredas que seu Ar instigam.
Libra desconhecia a força da Terra. A estabilidade, a firmeza. E o poder dos terremotos.
Libra me brisando e embrasando.

domingo, 19 de fevereiro de 2017

T


Talvez demore.
Todavia, é inevitável.
Tomara que eu esteja aqui pra ver.
Todos devem ser aceitos e respeitados.
Tem que haver igualdade.
Tempo de se fazer a mudança que se quer ver no mundo.

Trans me atraem.
Tesão.
Ternura.
Totalidade.
Transformação.

Coceira!

Cada tattoo tem um processo de cicatrização. Minha pele é ótima, recupera-se muito rápido. Isso é constante. Outras reações variam. A tattoo que teve reação mais longa foi a das rosas na canela direita. Não doeu, mas o pé e o tornozelo ficaram inchados por duas semanas ou mais. No final do dia estavam sempre arredondados. Foi minha maior tattoo até então. E a primeira colorida. (Antes teve o símbolo do Prince em roxo, mas não conto porque é pequena e numa cor só.) A tattoo das rosas foi a primeira que provocou coceira também. Isso depois de mais de um mês de feita. Quando fiz essa, Jean Etienne tocou o terror e disse pra eu ficar quieta, sem corrida e sem musculação por uns dias, pra evitar inflamação e especialmente infecção. (Nunca havia me ocorrido que uma tattoo pudesse dar problemas...) Fiquei comportadíssima, até porque notei o edema.
As outras grandes - as flores de flamboyant no flanco esquerdo e a dália no braço direito - também incharam bastante. Mas por menos tempo, tipo uma semana, creio. Também cortei os treinos pra deixar o corpo se recuperar bem. Nas flores de flamboyant eu tinha que tomar muito cuidado com as roupas, nada de sutiã e top.
A segunda flor de flamboyant foi mais dolorida que a primeira. Mas a dália foi a que teve reação mais intensa, ficou bem avermelhada e dolorida. O cotovelo ficava inchadinho no final do dia, e no início o braço ficou sensível. Foi a tattoo que meu corpo levou mais tempo para assimilar. Provavelmente por eu ser destra e usar mão e braço o tempo todo e durante horas no computador todos os dias.
As flores de flamboyant também comicharam. E bastante. Depois de cicatrizadas. Depois da cicatrização superficial, pois Jean explicou o processo todo leva meses. E que a coceira tem a ver com a cicatrização e também com o pigmento.
Vermelho é o pigmento mais alergênico, o que mais irrita a pele na maioria dos casos. Muita gente sente muita dor. Eu felizmente não. Mas os flamboyants comichavam bastante.
E dessa vez, nos amores-perfeitos do jardim genealógico, a novidade é justamente a coceira. Começou já na sexta-feira, quando a tattoo foi concluída com as flores vermelhas e o fundo verde. Sinto uma comichãozinha contínua desde ontem. Não sei se é o pigmento vermelho, ou se são as flores em roxo e azul, feitas na semana passada, que começaram a coçar.
Com tantas tattoos, cheguei a conclusões óbvias para tatuadores, mas até então inéditas para mim. A recuperação varia de acordo com a região do corpo, o tamanho, a reação da pele aos vários pigmentos, as técnicas utilizadas pelo artista, o número de horas e sessões.
Meus flamboyants exigiram quatro sessões. E foi curioso notar que a sensação de desconforto foi maior a cada sessão. Na última, muito curta, de meros retoques, quase nada aliás, eu senti bastante. Claro. A pele daquela região ainda não havia se recuperado, as terminações nervosas estavam mais alertas às agressões, suponho eu. O corpo não querendo ser lacerado, sistema nervoso em ação para forçar a autodefesa.
Hoje percebo por que a necessidade de intervalar as sessões de um trabalho grande e/ou complexo. Quem tem grande sensibilidade por certo precisa de intervalos maiores. Maravilha que não é o meu caso. E que Jean percebeu que minha pele reage bem, e eu melhor ainda. E concordou em fazer intervalos curtos. Porque o que mais me incomoda mesmo é não sair da sessão com a tattoo finalizada.
E hoje ela está assim:


Determinismo psíquico

Lembrei dos samskaras do budismo no contexto dos 12 elos do surgimento dependente. E do karma mesmo. A repetição incessante de padrões. E de ciclos ao longo da vida.
Marcas mentais profundas. Condicionantes da visão, da meditação e da ação. Vê, sente e interpreta as coisas dentro desse sulco mental profundo. E reage de acordo, aprofundando ainda mais o sulco.
Como sair dessa trilha? Como criar um novo caminho, um novo padrão? Como dar o salto para além de caminhos e padrões? A resposta desta última é fácil: basta atingir a iluminação. Enquanto se trata disso, o negócio é ficar ligada, atenta a si.
A desconstrução dos 12 elos se dá do último para o primeiro. A desconstrução de padrões também. Começa pelos mais recentes e vai recuando.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Jardim genealógico - 2

Ficou pronto! Meu jardim genealógico.
Amores-perfeitos.
Homenagem.
Lembrança.
Eu, mãe, irmã, filha. Família. As mulheres mais próximas. Sangue.
Meu corpo contando minha história em símbolos.
Não há como descrever (ainda) o que estou sentindo por causa dessa tattoo. A importância dela está ficando mais nítida aos poucos. Essas flores acionaram emoções muito mais intensas e profundas do que eu havia percebido mentalmente até chegar em casa e fazer as fotos. E me ver nas fotos. E voltar o olhar para dentro.
Desde que a ideia desse trabalho se cristalizou, havia a urgência de fazê-lo o mais rápido possível. Mas sempre quero fazer minhas tattoos o mais rápido possível. Só que essa teve algo diferente. Algo que me deixou mais excitada do que o habitual.
E agora a satisfação.
Completude.