quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Tchau, Tom querido

Amor se sente. Simples.
Não sei por que amei o Tom desde que o vi. Tampouco me interessa. Amor. Aquece o coração.
No caso, amor à primeira vista. Nesta vida, claro.
Tom, o frajola lindo da minha amiga Fran. Fotogênico e expressivo.
Recepcionava as visitas na porta. O dono da casa. A majestade.
Vinha no colo (mas preferia ficar ao lado no sofá), fazia ronrom, carinho e adorava umas lutinhas. Ficava assanhado e metia os dentes e as unhas, bem doidinho. Brincadeira de gato. De um gato mimoso e amoroso. Que convivia numa ótima com a Pipe, a cachorra da Fran, tão adorável quanto o Tom e os humanos com quem vive. (Tom chegou depois, adulto, e Pipe, santa criatura, aceitou na boa. Irracionais muitas vezes bem mais tolerantes que a vida inteligente do planeta.)
Ontem fui me despedir do Tom e lamentar com minha amiga.
Tom partiu hoje.
Ontem, vi nos olhos dele a mesma coisa que vi nos olhos do meu Teddy Boy antes de morrer: sabedoria, tranquilidade e aceitação. Tom sabia que ia morrer. E queria morrer. Porque era a hora. Tom não estava com medo, nem apegado à vida que não persistiria. Estava pronto pra transição, só aguardando. Tinha voltado pra casa com sua amada Fran na véspera, tinha jantado, dormido tranquilo no seu lar.
Na sua última noite aqui, dormiu no quarto, na cama da Pipe (que o deixou ali em paz).

Tom amou muito. Foi muito amado.
Foi muito feliz. Proporcionou muita felicidade.
O que mais precisaria?
Até breve, Tom.















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