domingo, 19 de fevereiro de 2017

Coceira!

Cada tattoo tem um processo de cicatrização. Minha pele é ótima, recupera-se muito rápido. Isso é constante. Outras reações variam. A tattoo que teve reação mais longa foi a das rosas na canela direita. Não doeu, mas o pé e o tornozelo ficaram inchados por duas semanas ou mais. No final do dia estavam sempre arredondados. Foi minha maior tattoo até então. E a primeira colorida. (Antes teve o símbolo do Prince em roxo, mas não conto porque é pequena e numa cor só.) A tattoo das rosas foi a primeira que provocou coceira também. Isso depois de mais de um mês de feita. Quando fiz essa, Jean Etienne tocou o terror e disse pra eu ficar quieta, sem corrida e sem musculação por uns dias, pra evitar inflamação e especialmente infecção. (Nunca havia me ocorrido que uma tattoo pudesse dar problemas...) Fiquei comportadíssima, até porque notei o edema.
As outras grandes - as flores de flamboyant no flanco esquerdo e a dália no braço direito - também incharam bastante. Mas por menos tempo, tipo uma semana, creio. Também cortei os treinos pra deixar o corpo se recuperar bem. Nas flores de flamboyant eu tinha que tomar muito cuidado com as roupas, nada de sutiã e top.
A segunda flor de flamboyant foi mais dolorida que a primeira. Mas a dália foi a que teve reação mais intensa, ficou bem avermelhada e dolorida. O cotovelo ficava inchadinho no final do dia, e no início o braço ficou sensível. Foi a tattoo que meu corpo levou mais tempo para assimilar. Provavelmente por eu ser destra e usar mão e braço o tempo todo e durante horas no computador todos os dias.
As flores de flamboyant também comicharam. E bastante. Depois de cicatrizadas. Depois da cicatrização superficial, pois Jean explicou o processo todo leva meses. E que a coceira tem a ver com a cicatrização e também com o pigmento.
Vermelho é o pigmento mais alergênico, o que mais irrita a pele na maioria dos casos. Muita gente sente muita dor. Eu felizmente não. Mas os flamboyants comichavam bastante.
E dessa vez, nos amores-perfeitos do jardim genealógico, a novidade é justamente a coceira. Começou já na sexta-feira, quando a tattoo foi concluída com as flores vermelhas e o fundo verde. Sinto uma comichãozinha contínua desde ontem. Não sei se é o pigmento vermelho, ou se são as flores em roxo e azul, feitas na semana passada, que começaram a coçar.
Com tantas tattoos, cheguei a conclusões óbvias para tatuadores, mas até então inéditas para mim. A recuperação varia de acordo com a região do corpo, o tamanho, a reação da pele aos vários pigmentos, as técnicas utilizadas pelo artista, o número de horas e sessões.
Meus flamboyants exigiram quatro sessões. E foi curioso notar que a sensação de desconforto foi maior a cada sessão. Na última, muito curta, de meros retoques, quase nada aliás, eu senti bastante. Claro. A pele daquela região ainda não havia se recuperado, as terminações nervosas estavam mais alertas às agressões, suponho eu. O corpo não querendo ser lacerado, sistema nervoso em ação para forçar a autodefesa.
Hoje percebo por que a necessidade de intervalar as sessões de um trabalho grande e/ou complexo. Quem tem grande sensibilidade por certo precisa de intervalos maiores. Maravilha que não é o meu caso. E que Jean percebeu que minha pele reage bem, e eu melhor ainda. E concordou em fazer intervalos curtos. Porque o que mais me incomoda mesmo é não sair da sessão com a tattoo finalizada.
E hoje ela está assim:


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