sábado, 27 de dezembro de 2014

Temporada fraca

Os flamboyants de Porto Alegre floresceram pouco neste dezembro. E alguns, como o majestoso exemplar do Parcão, o meu mais amado. simplesmente não floresceram. Tem a ver com o tempo, mas não sei qual a relação exata. Talvez o inverno muito rigoroso e chuvoso. Flamboyant é tropical.
Vi uns poucos bem floridos no Menino Deus. Os da Redenção foram modestos, assim como os outros do Parcão.
Minha amiga Euthalia Xavier, outra apaixonada por flamboyants, observou a mesma coisa entre os que ela acompanha todos os anos.
Enfim, todos os que vi estão saudáveis, com as copas lindas. Então tudo bem, Vamos esperar a florada de 2015.
Hoje fui no Parcão fotografar as poucas flores de uma ávore pequena. Estava chovendo. As flores estavam espetaculares.



quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

O que serve

Se serve, serve.
Se não serve, não serve.

Se serve, me serve.
Se não serve, não me serve.

Se me serve, me serve.
Se não me serve, não me serve.

Se me serve, serve para mim.
Se não me serve, não serve para mim.

O que falta

Então é Natal.
Não estou exatamente feliz. Mas estou em paz. Observando meus sentimentos e outros fenômenos. (Tinha escrito “todos os demais fenômenos”, mas não, né? Se assim fosse eu estaria iluminada, ou quase lá. A maioria avassaladora de todas as experiências são ainda ignoradas.)
Termino este ano com uma conclusão: a única coisa que me falta é dinheiro.
A solidão e isolamento que às vezes sinto não se referem de modo algum à carência de estar com alguém. Amo a minha própria companhia, me sinto maravilhosamente bem sozinha, tenho minha filha e um círculo pessoal cada vez mais seleto — e uma vontade cada vez menor de perder tempo com quem não acrescenta. Aos 51 anos, com metade da vida transcorrida, o tempo torna-se cada vez mais precioso.
A solidão relaciona-se aos movimentos que tenho feito na vida material, profissional e financeira. E a tudo que tenho que fazer e enfrentar sozinha. Coisas extremamente desafiadoras para mim, provocam medo, preocupação, ansiedade e a sensação de solidão. As emoções negativas surgem, e, ao me perceber presa nelas, começo o esforço suave de me desvencilhar. Às vezes é rápido, às vezes nem tanto. Às vezes é demorado. Sempre aprendo um pouco mais sobre mim. E exercito a atenção.
Que 2015 seja auspicioso.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Casa nova

Fizemos a mudança hoje.
Eu não posso ter expectativas. Mas tenho.
Espero que ela possa ficar bem - seja lá o que isso signifique a essa altura.
Como sempre, tive a companhia e o auxílio logístico daquele que sempre está presente quando eu preciso de amparo.
Gratidão e amor eternos.




quinta-feira, 11 de setembro de 2014

De volta ao jornalismo






Na 37ª Expointer. Contratada para editar o site da feira. Nove dias de trabalho no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio. Que experiência maravilhosa!
Faz tempo que penso em voltar ao jornalismo. Essa oportunidade foi perfeita, voltei fazendo o que sempre gostei de fazer, edição de textos. E convivi com uma equipe muito, muito bacana. Foi puxado, mas foi mais ainda divertido. Um prazer.
Só lamento não ter tido mais tempo de passear pela exposição.

Meu local favorito para expedições rápidas foi o Pavilhão da Agricultura Familiar. Conheci muitos produtores, pessoas simpáticas, receptivas. Lá comprei esta cuia (e outras duas para dar de presente).

Esta é uma boa parte da equipe com que trabalhei. Mundo pequeno. Reencontrei um colega da faculdade, uma colega da Zero Hora, conheci pessoalmente um jornalista ligado a música com quem tenho muitas afinidades e também amigos e conhecidos em comum. E fiz muitos novos contatos com pessoas com as quais me identifiquei de variadas maneiras.
De volta à rotina da tradução, sozinha em meu home office, estou com saudade desse pessoal, do clima de redação, do tumulto.
O projeto agora é combinar as duas atividades.
Dakini tradutora e jornalista.

domingo, 3 de agosto de 2014

Resgate


Que final de semana incrível. Quanta, mas quanta gratidão.
Depois de meses de relutância em ir à clínica, fui ontem e hoje. Estava indo raramente. Muito raramente. Atopetada de trabalho, muito envolvida com muitas coisas. E acima de tudo sem vontade de encarar a piora constante da mãe.
Ontem cheguei lá, ela me viu e me chamou com sinais. Ela praticamente não fala mais. Não lembra mais as palavras. E também não consegue articular os sons. Mas ela ainda sabe quem eu sou. Ela não consegue mais dizer meu nome. Mas ela me reconhece. Eu vi nos olhos dela. Vi ontem e vi hoje.
Eu vejo uma outra coisa nos olhos dela. Que é a coisa que me manteve relutante e esquiva. Que é o que me causa uma sensação que não sei definir. Desespero é o mais próximo. Mas não é exato. Impotência. Desassossego. Angústia. Aflição. Martírio. Suplício. Agonia. Sofrimento puro e absoluto. Horror. Tudo isso serve para definir essa sensação, que não é quente, nem fria, nem agita, nem paralisa. Ou quem sabe provoca tudo isso ao mesmo tempo, em tamanha intensidade e de tal forma misturado que se torna insondável.
Vi isso ontem. Vi hoje de novo. Mas o que aconteceu foi que não sucumbi mais à minha sensação de horror por só me restar assistir o avanço da doença. Eu vi os lampejos de sofrimento nos olhos de minha mãe, os estilhaços de lucidez em meio à demência, mas não afundei no meu turbilhão emocional. Fiquei calma. Sentada com ela.
Ontem estava passando um filme na TV. Ela ficava olhando pra tela. Eu estava de frente pra mãe, de costas para a TV. Ouvi a mulher dizer para o homem do filme: "Mas até que você é bonito". E aí em seguida minha mãe disse: "Não é bonito não". Naquela fração ela conseguiu ver, ouvir, entender e emitir um comentário.
Hoje sentamos no pátio. Fiquei ao lado dela, conversando pelo whatsapp com um amigo cuja irmã sofre de demência e está em desintegração mental acelarada, cada vez mais agressiva e exigente. Minha mãe observava a tela do smartphone.
Coloquei a mão esquerda na perna dela. De repente ela me deu a mão. E ali ficamos de mãos dadas.
Eu não tento mais conversar com ela. Não há mais necessidade. Falo umas poucas coisas, às vezes ela entende, às vezes não. Se ela está mais conectada, falo mais um pouco. Senão ficamos em silêncio. E apenas fico ali. Presente. No presente. A presença.
Aprendi a relaxar na situação. Simplesmente estar. O meu sofrimento cessou.
Se correr o bicho pega.
Se ficar o bicho come.
Se meditar o bicho some.
Sumiu.



Foi o fim de semana de resgatar minha mãe. De resgatar o feminino. O arquétipo da mãe. A imagem da mãe projetada em outra mulher. A repetição de meu relacionamento com minha mãe.
Um insight impressionante.
A mudança mental e emocional refletida no corpo.
Soma.


sábado, 19 de julho de 2014

Paz mental

Chimarrão.
Música.
Trabalho em andamento.
Gatos brincando.
Sábado.
Presente no presente.

Aqueles momentos que fazem diferença. Quando os altos e baixos, as coisas que estão difíceis, o que falta fazer e ter, o passado e o futuro se dissolvem na tranquilidade de estar no agora.

sábado, 7 de junho de 2014

Os valores que não têm preço

A honra, a palavra dada, o compromisso firmado, a parceria. A amizade, o carinho, a vontade de fazer o outro feliz sem esperar nada. O respeito e as homenagens a quem merece. A solidariedade no sofrimento. Várias coisas me fizeram refletir hoje sobre esses valores que não têm preço.
Sabadão. Noite. A pessoa chegou de 18km de corrida. Distância que não fazia desde 31 de agosto passado; fiz 20km naquele sábado, e desde então o máximo havia sido 16km, em poucas oportunidades. O que mostra o quão pouco tenho corrido, o quanto perdi o embalo - e explica a fraqueza atual.
Simplesmente não consigo mais desenvolver velocidade. Tem a idade. A menopausa. O stress bombástico. E tem a falta de foco no treino. Desde a maratona do ano passado eu larguei de mão. Aí não vai.
Só que agora tenho um objetivo. E um objetivo muito bom, pois não é pessoal. Me comprometi a acompanhar uma amiga em seu treino pra uma maratona. Não vou fazer a prova, só vou treinar junto. A ideia era eu dar ritmo; porém, como estou uma lesma, farei apenas a parceria de sair junto e fazer a mesma distância e os mesmos tiros de pista, mas cada uma na sua velocidade. Promessa é dívida. Aí não tem fazer corpo mole ou largar de mão. Não é uma maratona minha, não é um sonho meu. Não posso abortar a missão. Palavra dada é palavra cumprida.
Cheguei, tomei banho, meti o pijama e ia fazer uma massa, com o Led Zeppelin bombando - porque a revisão de estilo de Robert Plant: A Life me deixou em surto de novo -, quando toca o interfone. Atendo e ninguém fala nada. E fica tocando. Fui olhar na janela, certa de que não era comigo. Era! Era a Adriana Schnell. O interfone não está funcionando porque algum vizinho deixou fora do gancho, affff. E a Adri, só pra variar, não estava com o celular (quando está também não adianta muito, porque ela deixa no silencioso, então não atende). E lá estava ela no portão, com um prato da lasanha vegana que ela tinha postado no FB, e eu tinha ficado elogiando e cobiçando. Ela veio trazer um pedaço pra mim. Pra mim!
O que dizer de uma amiga assim? Como agradecer? Como expressar a felicidade que se transborda, a alegria que se irradia? Ter amigos como a Adri faz de mim uma pessoa melhor. Porque pessoas do bem me contagiam. Aí meu bom coração bate mais alto, mais rápido, mais forte. Eu entro na corrente do bem. De querer bem, de desejar o bem e fazer o bem (de preferência sem diferenciar ninguém, mas isso é mais teórico do que prático).

E a lasanha? Uma delícia. Uma das melhores lasanhas que já comi na vida. E com certeza a mais saudável. Comida vegana bem preparada é simplesmente dos deuses. Menos é mais. Caminho do meio. Equilíbrio.
Então, enquanto eu aquecia a lasanha e jantava, concluí que precisava registrar esse momento aqui. Porque é um daqueles momentos em que eu vejo o que me interessa com muita lucidez.

Este sábado começou muito triste com a notícia da morte de Fernandão, ídolo do Internacional. Como gremista, eu detestava o Fernandão e o que ele representa. Detestava, mas não muito. Eu torço pelo Grêmio, mas não torço contra o Inter, tenho amigos colorados demais para isso e sou totalmente adepta do "que vença o melhor", eu aprecio e reconheço a superioridade dos que vencem por seus méritos e talentos. Ao saber da morte trágica e tão absurdamente prematura, fui tomada por uma imensa tristeza. Meu bom coração solidarizou-se com a família, com a torcida colorada e lamentou sincera e profundamente a morte de um grande atleta, um vitorioso e, acima de tudo, um homem de caráter, uma pessoa do bem. Uma pessoa tão luminosa que, na morte, gera uma onda de paz, de solidariedade, de empatia, de bons sentimentos. Eu e muitos, muitos gremistas estamos tristes, chocados, de luto e totalmente solidários com a dor dos colorados. Somos um na perda, na dor, no luto.
Todos que lamentam a morte de Fernandão tornam-se pessoas um pouco melhores, porque o coração abranda, a mente sai do eu-meu-pra-mim e volta-se para o outro, desejando que Fernandão descanse em paz e que sua família possa ficar bem. Homenageamos o morto para que ele saiba mais uma vez o quanto era amado e respeitado. E nos lamentamos e nos consolamos mutuamente, nos aproximamos uns dos outros para trocar energias reconfortantes. Agimos de coração, movidos pelo que temos de melhor em nós: a bondade amorosa, o desejo desinteressado pela felicidade de todos, que costuma ser soterrado pelos venenos da ignorância, do apego e do desejo/aversão, por tudo que nos separa e nos diminui e amesquinha.


Antes da corrida e da lasanha, teve a visita a minha mãe. Que está bem no que pode estar bem. O Ângelo, fisioterapeuta da clínica, estava lá, e conversamos sobre o jogo de vôlei que ele organizou com as moradoras. Minha mãe foi um dos destaques. Apesar do avanço devastador da doença, ela mostrou coordenação motora e mental na atividade. Ouvir o relato dele foi tão bom. E ouvir os planos dele, de um profissional comprometido e um ser humano bondoso, que levava minha mãe para comer pãezinhos numa lanchonete perto da clínica, foi ouvir uma canção do bom coração sobre os valores que não têm preço.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Até breve, Teddy Boy

Teddy Boy deixou de existir na manhã de hoje. Antes das 7h30. Lízia já tinha saído depois de uma noite difícil. Ontem às 21h30 Teddy foi pra baixo de um armário. Achei que ele fosse morrer lá, deixei-o em paz e fui dormir, estava exausta da noite anterior quase toda acordada. Mas às 23h30 ele veio pra minha cama e se deitou entre eu e Lízia. Ficamos confortando e acomodando nosso felino noite adentro.
Ao amanhecer, Teddy quis deitar no chão ao meu lado. Quando levantei, coloquei-o de volta na minha cama. Decidi me arrumar para o caso de ter que levá-lo para o veterinário a fim de evitar sofrimento desnecessário. Desci para buscar uma toalha para transportá-lo. Quando voltei, ele tinha partido. Sozinho, como os animais preferem que seja.
Para meu consolo, Teddy Boy morreu em sua casa, com sua dona por perto, na cama onde ele passou boa parte de seus oito anos. Envolvi meu amado Teddy na toalha, acomodei-o numa caixa, recitei mantras, me arrumei. À tarde vou sepultar Teddy no melhor lugar do mundo.
A morte de Teddy Boy me causa uma tristeza deprimente, e já começo a sentir a saudade, a ausência. Era o primeiro a me receber quando eu chegava em casa, dormia sempre comigo (muitas vezes me incomodando com a mania de se grudar em mim), levantava quando eu levantava, me seguia pela casa. Ficava numa banqueta embaixo de minha mesa enquanto eu trabalhava. São essas pequenas lembranças tão triviais que agora me fazem chorar.
Estou desolada, mas em paz. Meu coração está tomado pela tristeza, mas estou tranquila. Teddy deixou de existir como gato, o conjunto de agregados dissolveu-se, mas sua consciência inata e fundamental permanece, a natureza de clara luz, o continuum que existe desde tempos sem princípio passou para outro bardo. Que tenha um renascimento veloz e auspicioso. Que os méritos de Teddy amadureçam. A isso dedico todos os meus méritos e minhas preces.
Om gate gate paragate parasamgate bodhi soha.



Desde que voltou para casa no sábado, Teddy foi acompanhado por Lelo. (Ludovico manteve-se totalmente distante.) Foi uma agradável surpresa. Lelo é muito ciumento, e estranhava muito quando um dos gatos voltava do veterinário, ficava atrás deles fazendo fuuuu. Dessa vez não. Manteve-se perto de Teddy Boy como um guardião.
Ontem à noite, Lelo estava com Lízia quando Teddy resolveu sentar-se junto e se atirou por cima. Lelo jamais tolerava isso, ia embora no mesmo instante. Ontem não. Ficou numa boa com Teddy desabado sobre ele. Mais tarde, quando Teddy deitou-se perto dele no chão da sala, Lelo lambeu sua cabeça carinhosamente. (Foi logo depois da foto acima.)
Quando Teddy foi para baixo do armário, Lelo ficou sentado em frente ao móvel. E se manteve próximo ao longo da noite e nos momentos finais. Passou o resto dessa manhã basicamente sentado no meu colo. Também deu algumas voltas pelos locais onde Teddy esteve mais tempo nesse final de semana e se aproximou da caixa onde depositei o corpo.
Assim como eu soube no sábado retrasado que meu gatão estava de partida, sei que Lelo percebeu e ficou solidário com seu companheiro. E agora está me consolando, ciente do meu luto. Creio que ele também está de alguma forma sentido pela partida de Teddy.

domingo, 4 de maio de 2014

Dois anos no dia 2

Amor incondicional


Adriana Schnell, cuidadora de gatos da Ronrona pra Tia e
uma grande e querida amiga, veio nos visitar ontem
Dia 2 fez dois anos de minha cirurgia na coluna. Só lembrei à tardinha no dia, mas não tive ânimo pra escrever a respeito. E agora nem consigo pensar nisso. De momento minha mente e meu coração estão tomados pela agonia de ver meu amado Teddy Boy Marino agonizar.
Teddy tem oito anos. E vai morrer de insuficiência renal em breve. Ele teve a primeira crise em 2010, com quatro anos, e naquela ocasião o veterinário me avisou que ele não seria um gato longevo, que se chegasse a uns oito, nove anos seria muito.
De lá pra cá, Teddy viveu bem. No último mês eu vi que meu gatão estava emagrecendo, eu sabia que era o problema renal. No sábado da semana passada levei-o para a clínica à noite, pois ele piorou muito repentinamente. E ali eu soube que ele estava morrendo.
Teddy ficou internado uma semana, fazendo soro. Não adiantou. Os rins dele não funcionam mais. Ontem eu trouxe Teddy para casa. Para me despedir, para cuidar, para confortar, para fazer por Teddy o que ele fez por mim durante oito anos: estar presente e reafirmar o amor.

Teddy Boy é o gato mais gentil e meigo que conheci. E talvez tenha sido o ser que mais me amou nessa vida incondicionalmente. Agora, somada à dor provocada pela iminência da separação, pela impotência, pelo apego, tem o remorso e a sensação de culpa. Teddy Boy foi muito melhor para mim do que eu para ele. Inúmeras vezes perdi a paciência, fui indiferente ou má com ele, me irritei com sua presença e suas poucas necessidades. Fui ambivalente. Fui negligente. Fui relapsa. A despeito de todas as minhas muitas falhas, meu mestre compassivo em forma de gato sempre me amou, sempre foi benevolente. E sua doçura sempre me amansou e abrandou.
Sentirei uma saudade imensa.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Buddha's eyes

Feito!
Sexta-feira passada. Foi um insight. Há anos pensava em tatuar os olhos do Buda. Mas não sabia em que parte do corpo. Naquela manhã fui olhar mais uma vez as imagens. E aí fez-se a luz. Uni o útil ao agradável.
A tatuagem de cima é o mantra Om Mani Padme Hung em grafia ranjana. Foi um projeto mal desenvolvido, a tatuagem ficou muito solta e ainda parecia número de campo de concentração, afff. Pensava em complementá-la, mas não sabia com o quê. "Como não pensei nisso antes?", hehehe.
Escolhido o local, marquei a sessão praquela tarde mesmo.

Os olhos do Buda da Stupa de Swayambhunath, Nepal

domingo, 20 de abril de 2014

Depth of My Soul

Que beleza ouvir isso agora, no intervalo do trabalho, antes de sair pra uma corrida depois de uma semana sem treinar nada. TC as good as gold. Essa faixa, porque no geral o álbum Saudade é todo bossa-nova, que eu abomino.  Bossa-nova e reggae. Não suporto. Mas essa música, e a voz dessa mulher... what a dive in the depths of my soul.
Bem, na sexta-feira voltei pra musculação de novo. Maravilha academia que abre direto. O feriadão serviu pra retomar os treinos e o mais importante e essencial: concluir o último trabalho atrasado, um serviço voluntário no Dharma. Fim de um ciclo.
No novo ciclo, a corrida de momento não tem lugar - nem brilho. Não tenho vontade de correr. Nenhuma. Zero. Será que volta? Espero que sim. Mas, se não voltar, tudo bem também. Coisas pra fazer não me faltam.
Meu novo ciclo me abriu para a retomada da meditação, da recitação de mantras e, ontem, do tricô! Fiz algo que não fazia há anos: sentei na frente da TV e engatei no tricô. Agora vou usar as lãs e linhas que comprei em 2011 e não teci. Pior, comecei três trabalhos diferentes e deixei tudo inacabado. Ontem desmanchei um deles e recomecei, vou fazer outra coisa.


Where our world falls to pieces
and the moonlight starts to hide,
in a million little splinters,
in the corners of our mind.
Where endless colors
they are swallowed by the sun,
in a trail full of echoes,
just before they had begun.
And fountains full of flowers,
on islands full of tears.
Weeping willows and fireworks
explode then disappear.
You believe what you see,
all the things that you know.
But oh, you don't know
the depth of my soul.

Karma's just a key,
unlocking every gate.
Eyes are just mirrors
putting us to our fate.
The sound of hello,
like a light to the blind,
sending us on a spiral,
through a world of goodbyes.
All the truth that we crave
its our fruitless parade,
in a circus of our shadows
where we play our charades.
You believe what you see
all the things that you know.
But oh you don't know
the depth of my soul

terça-feira, 15 de abril de 2014

Flashes do verão 2014


Momentos do verão. TTT e Summer Night Run.No fim não tive tempo nem muito ânimo pra escrever sobre a TTT, agora já era.
Comprei essas fotos na semana passada.
Ontem e hoje não treinei. Atolada nas traduções.
Amanhã retomo.
No final de semana corri nas lombas de Passo Fundo. Na verdade, corri evitando as lombas ao máximo.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Wine Run, sábado, 5 de abril

A legítima corrida que só fica boa mesmo depois que acaba. Afff, que sofrimento. 10km de lombas. E eu num despreparo de dar (des)gosto. Depois que voltei da praia, corri apenas uma vez por semana. Não fiz mais treinos de pista. Não fiz mais treino nenhum, na verdade. A musculação também ficou nessas de um treino por semana. Lembrei muito de tudo isso no sobe e desce do Vale dos Vinhedos em Bento Gonçalves. Odiei a corrida em si, mas adorei todo o resto. O trajeto é bonito, a prova é bem organizada, fui com as amigas, nos divertimos muito antes e depois da prova.
Enquanto sofria brutalmente nas lombas, jurei que nunca mais me meteria numa roubada dessas. Mas... mas... mas... No ano que vem, bem treinada, quem sabe?
Depois da esfrega, resolvi tomar jeito. No domingo mesmo trotei penosos 5km. Na segunda-feira, já em Porto Alegre, 8km me arrastando no Parcão. E musculação. Ontem não fiz musculação, não tinha forças (literalmente), todavia fiz 6x1.200m - num ritmo vergonhoso, mas fiz. Além de 5km soltos.
Hoje acordei ainda muito travada. Mas agora já estou melhor. O corpão de luxo está voltando ao normal.









domingo, 16 de março de 2014

Alors on danse, lalalalalala

Alors on danse... (x3)
Qui dit études dit travail
Qui dit taf te dit les thunes
Qui dit argent dit dépenses
Qui dit crédit dit créances
Qui dit dette te dit huissier
Oui : dit assis dans la merde
Qui dit amour dit les gosses
Dit toujours et dit divorce
Qui dit proches te dit deuil
Car les problèmes ne viennent pas seuls
Qui dit crise te dit monde, dit famine, dit Tiers-Monde
Qui dit fatigue dit réveil, encore sourd de la veille
Alors on sort pour oublier tous les problèmes
Alors on danse... (x9)
Et là tu te dis que c'est fini car pire que ça ce serait la mort.
Quand tu crois enfin que tu t'en sors,
Quand y en a plus, eh ben y en a encore !
Est-ce la zik ou les problèmes,
Les problèmes ou bien la musique ?
Ca te prend les tripes, ça te prend la tête
Et puis tu pries pour que ça s'arrête
Mais c'est ton corps, c'est pas le ciel,
Alors tu te bouches plus les oreilles
Et là tu cries encore plus fort et ça persiste...
Alors on chante
Lalalalalala, Lalalalalala,
Alors on chante
Lalalalalala, Lalalalalala

Alors on chante (x2)
Et puis seulement quand c'est fini... (alors on danse)
Alors on danse (x7)
Eh ben y en a encore! (x5)




So we just dance
So we just dance
So we just dance

When we say study, it means work,
When we say work, it means money,
When we say money, it means spending
When we say credit, it means debt,
When we say debt, it means bailiff,
We agree to being in deep sh*t
When we say love, it means kids,
When we say forever, it means divorce.
When we say family, we say grief, because misfortune never comes alone.
When we say crisis, we talk about the wold, famine and then third world.
When we say tiredness, we talk about waking up still deaf from sleepless night
So we just go out to forget all our problems.
So we just dance… (X9)

So you say that it’s over because the only thing worse would be death.
When you finally think you’ll make it, there’s more and more!
Ecstasy means a problem, problems or just music.
It grabs you by the guts, it takes hold of your head and then you pray for it to end.
But your body is no heaven so you block your ears even more.
And then you yell even louder and it goes on…
So we just sing
Lalalalalala, Lalalalalala,
So we just sing
Lalalalalala, Lalalalalala,

So we just sing
So we just sing
And then only when it’s over, then we dance.
So we just dance (x7)
And well, there’s still more (x5)



Não conhecia. Adriana Schnell postou esse vídeo no FB e me marcou. E agora estou aqui ouvindo sem parar, já ouvi outras e estou positiva e operante no Torrent.
Gostei da música. Gostei do artista. Gostei das letras.
E no mais, beijinho no ombro de quem acha que electronica é tudo igual, porque com essa gente não tenho mais paciência. Ok, tenho, tenho, sou budista, estou praticando. Mas que me enchem o saco os comentários tão pobres, tão generalizantes, tão incultos, ah me enchem.

quinta-feira, 13 de março de 2014

Um ano

Lembrei por acaso, perto do meio-dia, pouco antes de sair de casa pra almoçar.
Hoje faz um ano que levei a mãe pra uma clínica. Um momento crucial que eu sempre soube que chegaria.
Desde então minha vida prática ficou mais fácil de organizar. Não preciso mais saber de tudo que acontece, não preciso tomar pequenas decisões. Não preciso me preocupar. Precisar não precisa. Como budista sei que se preocupar com o que quer que seja é apenas perda de tempo. Mas... mas...
Eu me faço de louca, eu simplesmente evito pensar. Porque, quando penso, me sinto mal. Mal é um eufemismo. Me sinto mal por não visitar com frequência, eu simplesmente não quero mais ir lá, não quero ver, não suporto mais o inferno da demência, ver minha mãe me causa uma sensação nauseante de dor, aflição, impotência e raiva. Raiva dela, raiva de mim por sentir raiva dela, que não é raiva dela, é raiva dessa situação que simplesmente é como é. Uma talidade que me causa tamanho desconforto que, enquanto escrevo isso, vem a vontade de morder os dedos, que ultimamente é mínima.
A raiva, a aflição, a sensação de ser obrigada a fazer o que não quero, essa avalanche de emoções perturbadoras não são grande coisa perto do que existe por baixo, que é o cerne do inferno em que me aprisiono: a mais vasta tristeza. A doença de minha mãe me causa sofrimento extremo não por eu ter que cuidar dela, e visitar, e me preocupar. Eu sofro por vê-la se desintegrar. Desde abril de 2008.
Quando olho pra essa situação com mais lucidez, quando deixo de me fazer de louca, meu inferno particular se desfaz. Não estou num nível evolutivo de não sofrer com a doença de minha mãe, de aceitar com equanimidade, mas consigo me apaziguar por saber que estou fazendo o melhor que posso e por perceber claramente que tenho sim um bom coração e uma boa motivação. Eu posso espernear e ter raiva por ter que arcar com uma coisa tão pesada, mas no fundo eu faço com o melhor coração possível. Faço porque quero, não porque sou obrigada. Cuidar da minha mãe nunca foi um dever moral para mim. É uma necessidade, eu diria. Uma necessidade minha. Intrínseca. Tipo comer, dormir. Trabalhar, treinar. Cuidar da mãe. Faz parte do que eu sou.
Sinto compaixão por ela e por mim mesma, e aceito minhas limitações para lidar com as coisas como elas me parecem dentro de minha visão condicionada. Aceito meu medo, insegurança, raiva. E solto tudo isso.

A vista da sacada do apartamento de minha mãe na praia. Passei vários dias lá nesse verão - uma experiência importante. E muitas vezes olhei o mar desse ângulo e pensei nas vezes em que minha mãe fez o mesmo. Primeiro ainda lúcida, quando ia pra praia com a gata Bibi, sozinha, dirigindo. Depois já doente.
Fiz uma limpa no apartamento, joguei muitas coisas fora. E me emocionei ao habitar um ambiente de minha mãe, no qual ela não irá mais.
Estou esvaziando o apartamento daqui também. Falta pouco.

quarta-feira, 12 de março de 2014

Não preciso mais disso

O karma amadurece. Felizmente nem tudo é karma negativo no samsara (sim, sim, a meta é cessar o surgimento de todo karma etc, etc, etc - mas isso não vai acontecer tão cedo; portanto vamos manter a perspectiva da natureza condicionada e de momento tentar gerar menos karma negativo, mais karma positivo e acumular méritos rumo à cessação do karma).
Ali pela virada do ano, minha terapeuta observou meus dedos - que eu sempre roí, desde muito cedo. Quando criança, roía as unhas. Roía mesmo, tipo até a metade do dedo. Depois passei a morder os dedos em si, a pele em torno da unha. Uma coisa muito séria, que muito abordei em terapia. Já há alguns anos, vi em terapia que eu não tinha mais o componente emocional que me levava a dilacerar os dedos, que restava apenas o hábito, a mania. E a mania permaneceu. Menos, mas ainda o suficiente para às vezes meus dedos ficarem totalmente feridos. E nunca estarem realmente inteiros.
Pois bem, numa sessão recente, Nahana disse para eu prestar mais atenção à mania de roer os dedos e que, quando fosse fazer isso, dissesse a mim mesma: "Eu não preciso mais disso". E ali o karma amadureceu.
Desde então o hábito vem sendo reduzido gradativa e constantemente. Estou há 13 dias sem fazer as unhas, e os dedos estão praticamente inteiros. Uma façanha para mim. Uma daquelas pequenas vitórias pessoais que geram grande contentamento. Nada como desapegar do que não serve, daquilo que não se precisa ou que nos causa mal.

terça-feira, 11 de março de 2014

Satisfação

Traduzi esse livro entre 2012-2013. Trabalho muito difícil, pesado. Mais pelas minhas circunstâncias pessoais do que pela obra em si - embora não seja um texto fácil. Bem, eu nunca acho nenhuma tradução fácil. Todas sempre exigem muita dedicação e reflexão.
Por mais simples que seja a frase, eu sempre analiso as muitas possibilidades. Das palavras à ordem em que serão colocadas. Mantenho mais fiel ao original ou adapto para uma cadência mais brasileira? Uso um termo mais formal ou informal?
Atrasei a entrega deste livro. Muito. E quando terminei não fiquei contente, achei que o livro era chato e a tradução idem.
Recebi o exemplar às vésperas do carnaval, em meio à greve dos correios. Agora estava aqui lendo trechos - e gostando. O livro é muito bom, interessante e fluido, e minha tradução está à altura. É denso, mas não é pesado. Não trava, Não exige boa vontade, tampouco paciência. Requer apenas atenção.
Desenvolvi o hábito de ler e reler minhas traduções enquanto trabalho com um olhar perverso, que só enxerga erros e coisas para ajustar. E no fim não gosta de nada.
Quando recebo o exemplar impresso, tenho uma surpresa - agradável. Eu leio e gosto. E penso: "Nossa, fui eu que fiz?".
Neste livro específico, como o olhar (auto)crítico foi especialmente cruel, a surpresa agora foi excepcionalmente agradável. É uma tradução cuidadosa e refinada. Para ficar melhor, teria que ser feita por outro tradutor.
Fiquei muito feliz com o resultado desse trabalho. O autor e o tema merecem. Esse historiador é uma voz admiravelmente sensata em meio aos extremos do Oriente Médio. Quem dera houvesse mais gente com a visão dele. No mundo inteiro.

segunda-feira, 3 de março de 2014

200km

Total de corridas de fevereiro.
434km em 2014.
Fechei o mês com 17km em Capão da Canoa, na sexta de Carnaval. Tigrinha. Feliz.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Novidades de 2014

Minha pulseira começou a receber pingentes. Que perigo, hehehe.

Presente da minha irmã. Linda, perfeita pro verão.

O anel que era de minha mãe, Dani Kruchin adicionou um detalhe em prata.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Ladies and gentlemen...

...allow me to introduce you to


Minha identidade visual. Criada por Danilo Nicola.
Simplesmente amei.



quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

O tempo é relativo por aqui

O que dizer ao ver minha amada, preciosa e linda Lízia no clipe de uma música de Wander Wildner em que ela é citada? Que tremendo barato! Que emoção!
Lízia e Wander se conheceram em São Paulo, ela era uma criancinha. Wander engatou uns assuntos com Lízia, e os dois ficaram brincando e correndo pelo restaurante e pela rua. E combinaram de apostar uma outra corrida no futuro. Cada vez que Lízia encontrava Wander, vinha o assunto da corrida.
Anos depois, os assuntos mudaram. Mas permanece firme a conexão. Que floresceu em música.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Around the world

Hohoho, até parece que não tenho mais o que fazer. Mas estou aqui num surto envolvendo flamboyants e fui dar uma pesquisada rápida para o projeto a ser executado em breve. E tive a ideia genial para quando ficar rica: viajar seguindo as floradas de flamboyant pelo mundo. De janeiro a dezembro os flamboyants florescem em alguma parte do planeta.
  • Bangladesh: April-May
  • South Florida: May–June
  • Egypt: May-June
  • Vietnam: May–July
  • Caribbean: May–September
  • Indian subcontinent (India, Pakistan, Bangladesh): April–June
  • Australia: December–February
  • Northern Mariana Islands: March–June
  • United Arab Emirates: May-July
  • Brazil: November–February
  • Southern Sudan: March–May
  • Thailand: April–May
  • Zambia and Zimbabwe: October–December
  • Hong Kong: May-June
  • Mauritius: November-December