O avanço da doença destruiu a memória recente de minha mãe quase que por completo. Ela não lembra que já comeu uma certa coisa passados dois minutos. Mas no almoço de hoje ela contou que leu e guardou uma reportagem sobre um remédio que deve ser comercializado a partir do ano que vem para retardar os sintomas do Mal de Alzheimer. E quer lembrar disso pra ver se pode usar a droga assim que ela chegar ao Brasil.
Cada coisa que ela esquece me faz lembrar vívida e dolorosamente de que isso é só o começo. Tento não me antecipar nas especulações sobre como será a situação daqui a um ano. E espero um dia esquecer a sensação que sinto a cada esquecimento dela.
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