47 anos. Nascida em pleno solstício de verão.
Chego a esse aniversário tendo recém-concluído um ciclo imenso de aprendizado. Me transformei finalmente na pessoa que quero ser. Em um mês fiz a tomada de consciência, integrei os conteúdos e dissolvi padrões enraizados desde a primeira infância.
Claro que não foi um processo mágico. Para fazer tudo isso em um único mês, antes passei 12 anos ralando. Para a coisa acontecer com essa velocidade agora, tive toda uma preparação prévia. E uma tremenda resistência a ser superada. Eu já estava pronta há anos, mas não dava o salto quântico. Estava parada ali na borda do penhasco, só olhando a vastidão e vacilando. Só embromando.
E tenho que confessar que não saltei por minha vontade. Caí. Um abalo geral me fez perder o equilíbrio, e lá me fui para o espaço. E finalmente me expandi, abri as asas em toda envergadura.
A decolagem pode não ter sido intencional. Mas é o seguinte: depois de perder o equilíbrio, eu poderia ter simplesmente me jogado pra trás, ter recuado da borda. Ou ter me estatelado em queda livre. Fiz muito melhor.
Sou grata a tudo que vivi para chegar a este momento, sou grata a todas as pessoas que cruzaram em meu caminho, em especial àquelas que me orientaram na trilha que levou à borda.
E sou grata acima de tudo à minha filha e a um homem. A presença deles em minha vida me fez ter vontade de mudar e me deu forças para agir. Por essas duas pessoas tão queridas ao meu coração eu senti o verdadeiro amor, que é o desejo de que o outro seja feliz, e compaixão, que é agir pela felicidade do outro.
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