Passei a última semana com as mamas extremamente sensíveis, cheguei a comentar com os treinadores que, embora não menstruasse desde janeiro (mês em que menstruei em duas ocasiões) e esteja na pré-menopausa (conforme atestaram os exames), ainda tenho alguns sintomas de tpm. E essa sensibilidade das mamas é um deles.
Na sexta-feira tive dor de cabeça o dia inteiro, coisa totalmente incomum. Não tomei remédio, deixei que passasse por si. Também percebi que meu peso tinha aumentado em 2kg - retenção de líquido, o que me deixa inchada e pesada. À noite, depois de comemorar os cinco anos do Templo do Oriente Kebaberia, o meu belly-habitat, fui pra festa de aniversário da Tati Suarez na Madam. Oh, what a night. Não sei há quantos anos não tinha uma noite dançante tão boa. Onde eu estive todo esse tempo? Fazendo o quê? Como eu gosto de e-music, de clubes, nossa... Minha vida de corredora (e muitas outras identidades) inviabiliza essa faceta noturna, que exercitei intensamente do final dos anos 1980 até meados dos 1990, me esbaldando no Ocidente, Fim de Século e Taj Mahal. A real wild party animal.
A festa me remeteu direto pras melhores noites de minha vida. Real Double e Beto DJ, que muito animaram minha vida clubber pregressa, fizeram sets emocionantes. Ouvir Plastic Dreams na pista once again, OMG. Muitíssimo em forma, dancei sem parar até as cinco da manhã em cima do salto 15cm. Mas cometi o erro master de beber espumante. Bebi pouquíssimo, e mesmo assim fiquei bêbada, chumbadona - o que só percebi quando saí da boate.
Me extriquei penosamente da cama às 10h de sábado, toda errada. Ressacada. Inacreditável ficar tão sequelada com tão pouca bebida. Logo percebi o motivo pra todo esse estrago: menstruei. Com a combinação bombástica de muito trabalho, muito treino, hormônios instáveis, álcool e noitada, adiei o longão. Sábia decisão, Lúcia Brito. Se tivesse ido, não creio que conseguisse terminar.
Fui hoje, depois de uma bellynight mais light na Sociedade Libanesa. Desinchei e estava no peso normal, apesar do jantarzão árabe. Só que a sensação de estar pesada persistia. Fiz os 32km, o penúltimo longão, em 2:39:07, média de 4:58. Perdi a velocidade, mas não perdi a força. Consegui fazer a quilometragem em um ritmo confortável. Poderia forçar mais? Talvez. Mas aí o treino me faria sofrer. Optei por não sofrer, por terminar bem, inteira. Não quis me arriscar em um treino que me causasse sofrimento físico e mental. Fiz um treino conservador, para terminar. Se forçasse, correria risco de quebrar, de não conseguir fechar o volume. Aí seria uma merda total.
Minha corrida está diferente depois que voltei a treinar sério. Livre da dor, voltei a correr solta, voltei a gostar de correr. Na verdade, voltei a me sentir correndo, antes parecia que eu me arrastava, era muito difícil e sofrido, não tinha mais a menor graça. Nem sempre é um prazer, vários treinos são feitos por pura obrigação - como hoje. Eu não teria ido correr hoje, não fossem a disciplina e o foco. Fui, e foi bom. 32km numa boa, sem nervosismo, sem exaustão. Fui focada, me mantive focada o tempo todo.
Estou em ótima forma, terminei esses 32km muitíssimo melhor do que umas corridinhas de 8km, 10km, 12km na primavera passada, em ritmo muito mais lento, que me deixaram acabada, caindo aos pedaços, estrebuchada. Alguns treinos provocam uma sensação de esgotamento, de exaustão que eu odeio - os treinos chinfrins, que não são motivo pra tamanho sofrimento. Eu não tenho essa reação negativa quando fico esgualepada e quase morta depois de um treino que justifica o esgotamento. E agora percebo por quê: porque a percepção da exaustão é neutralizada pelo prazer de ter feito uma coisa bem feita, por ter atingido um objetivo ou ido além.
Hoje, se eu me estrebuchasse, talvez conseguisse rodar os 32km a uns 4:50, 4:55. E daí? Daí seria uma bosta, porque eu acabaria com aquela sensação de ter me matado pra chegar a um resultado mixuruca. Me sentiria cansada, frustrada, decepcionada. Nos 4:58 de média, terminei tranquila e fui curtir o almoço em ótima companhia.
Que venham os 34km no sábado que vem.
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