quarta-feira, 14 de março de 2012

Dor


A terceira crise da hérnia de disco teve início oficialmente em 19 de fevereiro. Foi quando eu percebi que a dor que sentia desde o final de setembro era mesmo um pinçamento da raiz do ciático no lado esquerdo. Não corro desde aquele dia. E fiquei 15 dias sem treino algum até voltar à musculação no dia 5 de março.

Tenho dor todos os dias, praticamente o tempo todo. Dói mais, dói menos, mas dói. Uma dor difusa, a chamada dor nervosa. A maior parte das vezes é no glúteo esquerdo, uma dor muito interna, que irradia pela perna, pela lateral externa, até o joelho. No verão tive surtos de dor no pé esquerdo, uma dor aguda, como se o pé estivesse torcido. Dói no meio da noite, acordo e não consigo me ajeitar na cama, cada movimento machuca.
Dói muito de manhã. Sair da cama é especialmente doloroso, bem como sentar na privada. O pior é colocar calcinha e meias. No fim de semana, tive que pedir pra colocarem a calcinha pelo pé esquerdo.
A pior posição é sentada. Houve dias em que mal consegui trabalhar porque não conseguia ficar sentada. E no momento em que levanto essa dor mais forte intensifica-se, e é como se um espeto cravado em algum ponto indefinível no lado esquerdo das minhas costas e glúteo penetrasse mais fundo.
A dor resiste à medicação. Tomei tramal, codaten, cizax e fiz duas injeções de diprospan. Agora estou usando lyrica, torcendo para que atue na inflamação do ciático e amplie os efeitos da fisioterapia.
A fisioterapia e a musculação são as melhores horas desses meus dias. É quando menos sinto dor. Os exercícios e alongamentos aliviam a dor, em alguns momentos ela some e sinto apenas uma pressão na cinta lombar. Esse efeito analgésico prolonga-se por algumas horas na maioria das vezes. É uma bênção.
Meu pior dia foi domingo passado. Foi o dia em que não fiz nenhum exercício, resolvi dar uma folga. Não foi uma boa ideia. Na segunda-feira levantei péssima, mas a sessão de fisioterapia foi maravilhosa.
Vai levar tempo até eu ficar assintomática outra vez. Cometi um erro terrível ao ignorar os avisos de meu corpo de que a hérnia estava pinçando o ciático. E pior ainda foi relaxar totalmente na musculação e no reforço lombar. Não posso de forma alguma priorizar a corrida em detrimento da musculação. Não posso optar sempre pela corrida quando só tenho tempo para um treino. Tenho que manter a musculação no mínimo três vezes por semana. E o reforço da musculatura abdominal, pélvica e lombar tem que ser feito diariamente. Cinco minutos bastam em dias muito apertados. Em 15 minutos eu faço uma sessão bem boa. Isso é pro resto da vida. Para evitar crises como essa.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Satori

Existem coisas que mudam nossas vidas e que aos olhos de outros podem parecer totalmente triviais, irrelevantes, indiferentes ou mesmo desprezíveis. Essas coisas têm o poder de gerar instantes de perfeição.
Hoje tive a felicidade de viver mais um desses momentos.
Vi no Facebook que monja Coen pratica corrida! Li um texto dela sobre seus primeiros 5km, acompanhado da foto acima. Para mim, que sempre sinto uma ponta de culpa por me dedicar tanto à corrida e aos esportes em vez de sentar e meditar, foi uma liberação.
Mais emocionante ainda foi descobrir depois um texto de monja Coen sobre maratona, traçando um paralelo entre o esforço dessa prova e o esforço da prática meditativa.
Antes desse texto, eu li um outro no site de monja Coen - http://www.monjacoen.com.br/textos-budistas/textos-diversos/176-aquele-que-corre - sobre a corrida como meditação. Foi a primeira vez que vi outra pessoa, no caso o monge Yo Ho Ryo Kei (Napoleão Xavier Gontijo Coelho), falando sobre o que eu, na minha modestíssima prática budista, tento fazer na corrida.
Poucas vezes em minha vida senti tanta felicidade quanto ao ler esses textos.