O tempo fechou. O mar cresceu, cresceu, cresceu. Veio a tempestade. E a onda.
Uma tremenda liberação de energia. Uma manifestação da força essencial.
Vi de onde a energia tempestuosa brotava e por que estava se avolumando, escapando apenas pela roedura dos dedos. Flavia, minha melhor amiga (que conheci pela internet, como tantas pessoas tão queridas e/ou importantes na minha vida) fez a analogia perfeita: rebentei o cercadinho. Já era.
Foi-se o medo de perder o (falso) ambiente seguro, de sair da zona de (falso) conforto. Na verdade o medo estava presente, mas a coragem e o amor-próprio falaram MUITO mais alto dessa vez. Acabaram-se a paciência e a complacência. A segurança que eu tinha era a de caminhar sobre gelo cada vez mais fino. E o conforto era fazer isso com pouca roupa e sapato com solado gasto.
Fiz uma declaração dos valores que me norteiam e do meu valor pessoal.
A line in the sand. (Expressão idiomática. Não adianta usar o Google Translator, como costuma fazer quando escrevo em inglês, viu?)
Terapia não funciona, neh non? Vai vendo.
Na terça conversamos sobre a raiva e a agressividade. Ontem, sobre um possível padrão de querer juntar os pedaços depois que as coisas estão destroçadas, perdidas.
E aí deu pro cercadinho, que já estava bem avariado. Do qual eu já saí, mas ficava por perto - e, pelo visto, remendando aqui e ali, tentando conservar. Desapeguei. Tchau, querido!
Foi um momento um pouco turbulento. Mas necessário. Como disse Laura, minha irmã de sangue e alma, tudo acontece na hora certa, do jeito certo. Flaviana (outra amiga que o universo trouxe pela internet) comemorou comigo as transformações que viu ocorrerem em menos de dois meses.
Laura, Flavia e Flaviana. Quis citar as três hoje porque são mulheres que me empoderam como mulher. Reforçam minha autoconfiança, estimulam meu amor-próprio, alegram-se com minhas conquistas (por ínfimas que sejam), celebram comigo. Me dão força quando eu fraquejo, me consolam quando eu desanimo, me estimulam a ir em frente nessa incrível jornada de redescoberta.
Há muitos anos, uma outra mulher, outra terapeuta, Kátia, me disse que a raiva encobre o medo. Agora, com Letícia, estou examinando essas camadas. Ontem, consegui aproveitar a raiva e a agressividade de modo positivo, gerando autorrespeito, dignidade. O medo diminuiu, a coragem e a autoconfiança aumentaram.
Gratidão a Rita, cuja presença proporciona oportunidades para meu crescimento emocional, moral, espiritual, profissional e financeiro. Mestra que o universo enviou para esse aprendizado crucial.