quarta-feira, 27 de julho de 2016

Correndo atrás



Tá difícil, afff. Mas tá indo. Muito aborrecida com o peso atual. Há uns quatro anos não ficava tão pesada e gorda. A meta principal é baixar. E aí ver o que acontece com a corrida, que estava uma bosta muito antes. Na real, a corrida está melhorando mesmo com os quilos extras.
O sobrepeso veio no rastro de uma medicação, suspensa por suspeita de haver provocado alterações na função hepática.
Bem, tudo tem um lado positivo. O desejo de voltar à forma ajuda a manter o foco no treino. Mesmo com frio, chuva, vento, o que for.
Por enquanto, ainda saio de casa pra treinar meio de má vontade. Mas o treino em si já estou curtindo. Quero voltar à forma e resgatar o entusiasmo que sentia ao sair pra treinar.

terça-feira, 26 de julho de 2016

O que tenho para dar

Cada um é o que é e dá o que pode.
Esses são meus presentes. Representam o melhor e o mais essencial de mim. Meu coração.
Como é bom sentir o desejo de compartilhar o que se tem de mais precioso. Melhor ainda fazê-lo.


Infelizmente não é só isso que existe em mim. Em alguns momentos manifestam-se qualidades bem menos nobres. Como a raiva. Nem sempre dá para conter. Quando não consigo, tento ao menos não fazer algo estúpido demais. Extravasar em objetos, não em pessoas. Rasgar, quebrar, deletar, jogar fora. De preferência, de boca fechada. De modo geral, não tenho cometido atrocidades, e no fim esses arroubos são uma boa limpeza. Junto com a energia irada, descarto objetos desnecessários ou inconvenientes. Abrir espaço.

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Dia 2

O novo ímpeto para definir a qualidade da mudança de vida deflagrada com a partida de Lízia entrou em ação ontem mesmo. A mente e o coração ficaram mais leves e pacificados, e o trabalho rendeu. O corpo também foi integrado e reagiu com uma disposição que andava em falta.
Me pesei. 59,7kg. Horrível. Hora de correr atrás. Inclusive literalmente.
Aproveitei o solzinho fajuto e corri 6km no Parcão em três pernas de 2km. E consegui manter um pace alucinante para o atual momento: 5:01 - 5:00 - 5:04. A média nas raras corridas dos últimos meses fica em 5:15 - 5:25.
Depois de duas semanas ausentes, fui à academia.
Ia dar o dia por encerrado, mas fui chamada para patinar com um Rollerblade. E lá fui eu. E foi bom! Caí só uma vez nessa terceira experiência com roller. Patinar é um desafio extremo. Meu equilíbrio é muito ruim e isso me deixa desajeitada e medrosa sobre rodas. Ímpeto para melhorar a qualidade da experiência.


quarta-feira, 20 de julho de 2016

Dia 1

A partida de Lízia vinha mexendo comigo há tempos. Na última semana foi difícil. Na véspera fiquei atordoada, mas tive uma sessão de terapia cujos insights acabaram me trazendo paz na tarde de hoje, depois de Lízia já estar em São Paulo, feliz e bem instalada na casa dos dindos.
Lízia mudou minha vida ao nascer. E está mudando minha vida de novo ao sair de nossa casa. Pela primeira vez vou morar sozinha. Tão importante quanto isto é, que pela primeira vez também, não estou sentindo o afastamento físico e a distância como abandono. Eu estava sofrendo com a mesma reação infantil e inconsciente de sempre. Sentindo como, se ao ir para outra cidade, Lízia estivesse me deixando aqui abandonada, deixando para trás tudo que sou, tudo que somos e temos juntas. Pela primeira vez consegui ver que essa visão é distorcida, que isso não existe em lugar algum a não ser em minha mente - nem vou comentar o princípio budista de que a realidade de cada um é a visão criada em sua mente.
Lízia estará comigo e eu estarei com ela para sempre. Eu estarei com ela mesmo depois de morrer. Nosso vínculo e nosso amor permaneceriam mesmo que ela tivesse ido para outro planeta.
Para a maioria das pessoas, essa percepção é tão óbvia que parece ridículo ficar pensando nisso. Mas para mim nunca foi assim. O afastamento - e especialmente as separações e rompimentos - pareciam o fim de tudo.
No momento em que consegui sentir a percepção de que eu e Lízia seguimos juntas como sempre - e para sempre -, veio a paz, a tranquilidade, o alívio. E também um novo ímpeto.
Minha vida mudou com a chegada de minha filha preciosa. E mudou com sua partida.
A qualidade dessa mudança depende de mim.
Minha vida mudou para melhor quando Lízia nasceu.
E hoje senti que vai mudar para melhor de novo a partir de agora.
Já começou.

Na sessão de terapia de ontem, Letícia perguntou o que eu gostaria de mudar em meu relacionamento com Lízia. Não soube o que responder. Comentei apenas que gostaria de que fôssemos mais próximas.
Hoje entendi por que não soube o que responder. Não gostaria de mudar nada. Fui e sou a melhor mãe que pude e posso, Lízia é a melhor filha que eu poderia ter. Eu não gostaria de  mudar nada no sentido de mudança radical, de sermos diferentes. O que eu gostaria de fazer é o que fiz nesses vinte anos: mudar apenas para ser cada vez melhor.
E a mudança física de Lízia abre a possibilidade para ficarmos mais próximas.

Home alone

Minha filha começa hoje uma nova e incrível etapa de vida. Foi morar em outra cidade, vai seguir a faculdade e a carreira lá.
Aqui em nossa casa, agora só minha (e de Lelonid e Ludox), começo também uma nova etapa de vida. Pela primeira vez vou morar sozinha.
Morei com minha mãe. Morei com meu ex-marido. Morei com ele e com Lízia. Morei com Lízia.
Nunca morei sozinha.