sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Corpo de luxo

Este corpo só me dá prazer! Às vésperas de completar 44 anos de uso, meu agregado físico é um objeto completamente eficiente. Pode não ser o veículo para a iluminação, mas está percorrendo o caminho desta vida numa ótima. Embora seja veículo de inúmeras ações não-virtuosas, também tem prestado serviços na geração de méritos.
Sinto-me muito confortável nesta pele. E desfruto intensamente do prazer de utilizar meu corpo para correr, caminhar, pedalar, comer, me movimentar. E para sentar e meditar. Para focar minha mente na respiração, nos batimentos cardíacos. Para praticar o Dharma!!! Para trabalhar. Os olhos vêem os textos que minha mente traduz, e meus dedos digitam.
Meu corpo gerou outro ser, e a gravidez foi uma tremenda experiência física, além de emocional. Curti cada estágio, e a dor do parto foi simplesmente uma cólica, que encarei na boa, sem nenhum tipo de anestesia. Nada de sofrimento, nada de mal-estar. Apenas fiquei cansada de fazer força. É trabalho de parto mesmo. Gostaria de gerar outro filho com este corpo, mas nunca tratei disso realmente.
Um amigo referiu-se a meu corpo como "corpo de luxo" este ano, e achei o máximo! É mesmo um corpo de luxo, forte e saudável, muito resistente, que raramente adoece. Associado a uma mente em desenvolvimento.
Quem está de aniversário? Vejo a data como algo relacionado mais a meu corpo que minha mente. Este corpo tem 44 anos, a mente existe desde tempos sem princípio, e um dia trocará de corpo outra vez. Talvez esse seja um dos motivos para eu não encanar com minha idade. Não é "minha". É do meu corpo. Ele está envelhecendo, não minha mente. De qualquer forma, meu corpo está envelhecendo com graça. E, francamente, temer a idade e o envelhecimento é tão tolo quanto temer a morte. É tudo samsara. Vai acontecer de qualquer jeito. Por outro lado, não vai acontecer – não da maneira sólida como se imagina – porque tudo é vazio. E luminosidade, brotando e se dissolvendo na base de tudo. Samantabhadra!


Lembrei de minhas duas máximas budistas favoritas:

"Se há solução, não há por que se preocupar. Se não há solução, não há por que se preocupar."

"Nunca se sabe o que virá primeiro: o dia de amanhã ou a próxima vida."

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

A Aspiração de Samantabhadra


Ho
Tudo que aparece e existe, todo samsara e nirvana
Têm uma só base, dois caminhos e dois resultados.
É a exibição de percepção e ignorância.
Por meio da aspiração de Samantabhadra,
Possam todos ficar plenamente despertos
Na cidadela do dharmadhatu.

A base de tudo é não-composta,
Uma inexprimível vastidão auto-surgida
Sem os nomes “samsara” e “nirvana”.
Se isso é conhecido, o estado de buda é atingido.
Sem conhecer isso, os seres vagueiam pelo samsara.
Possam todos os seres dos três reinos
Conhecer a base inexprimível.

Eu, Samantabhadra
Conheço naturalmente essa base
Sem causa e condição.
Estou livre dos defeitos da sobreposição e da negação de exterior e interior.
Não sou obscurecido pela escuridão da desatenção.
Portanto, a auto-aparência é não-obscurecida.
Se a autopercepção permanece em seu lugar,
Não há medo nem mesmo caso o mundo tríplice seja destruído.
Não existe apego aos cinco objetos desejáveis.
Na percepção auto-surgida e não-conceitual,
Não há forma sólida nem cinco venenos.

A lucidez incessante da percepção
São as cinco sabedorias de uma só natureza.
Por meio do amadurecimento das cinco sabedorias
Surgiram as cinco famílias do primeiro Buda.
Da expansão adicional da sabedoria
Surgiram os 42 budas.
Como exibição das cinco sabedorias
Surgiram os 60 bebedores de sangue.
Desse modo, a percepção da base jamais tornou-se confusa.
Como eu sou o primeiro buda,
Por meio de minha aspiração
Possam os seres dos três reinos do samsara
Reconhecer a percepção auto-surgida
E expandir a grande sabedoria.

Minhas emanações são incessantes.
Eu manifesto bilhões inconcebíveis,
Exibidas como o que quer que dome os seres.
Por meio de minha aspiração compassiva,
Possam todos os seres dos três reinos do samsara
Escapar dos seis estados.

De início, para os seres atordoados,
A percepção não surgiu na base.
Essa obscuridade da inconsciência
É a causa da ignorância atordoada.
Dessa inconsciência
Emergiu a cognição aterrorizada, enevoada.
O eu, o outro e a animosidade nasceram disso.
Por meio da intensificação gradual do hábito
Começou a entrada seqüencial no samsara.
Os cinco kleshas venenosos (emoções perturbadoras) desenvolveram-se.
As ações dos cinco venenos são incessantes.
Portanto, visto que a base da confusão dos seres
É a ignorância desatenta,
Por meio da aspiração feita por mim, o buda,
Possam todos reconhecer a percepção intrínseca.

A ignorância inata
É a cognição distraída, desatenta.
A ignorância rotuladora
É sustentar que o eu e o outro são dois.
As duas ignorâncias, inata e rotuladora,
São a base da confusão de todos os seres.
Por meio da aspiração feita por mim, o buda,
Possa a obscuridade densa e desatenta
De todos os seres samsáricos ser dissipada.
Possa a cognição dualística ser esclarecida,
Possa a percepção ser reconhecida.

Dualismo é dúvida.
Da emergência da fixação sutil
O hábito grosseiro desenvolve-se gradualmente.
Comida, riqueza, roupas, lugares, companhias,
Os cinco objetos desejáveis e os parentes amados –
Os seres são atormentados pelo apego ao agradável.
Essa é a confusão mundana.
Não há fim para as ações do dualismo.
Quando o fruto da fixação amadurece,
Nascidos como pretas (fantasmas famintos) atormentados pelo anseio –
Como são tristes sua fome e sede.
Por meio da aspiração feita por mim, o buda,
Possam os seres desejosos
Não rejeitar o anseio do desejo
Nem aceitar a fixação do apego.
Pela cognição relaxada, assim como ela é,
Possa sua percepção assentar-se.
Possam eles atingir a sabedoria da discriminação.

Por meio da emergência de uma sutil cognição receosa
De objetos que aparecem externamente
Cresce o hábito da aversão.
Nascem a animosidade grosseira, violência física e matança.
Quando o fruto da aversão amadurece,
Quanto sofrimento há no inferno, fervendo e ardendo.
Por meio da aspiração feita por mim, o buda,
Quando a forte aversão surgir
Em todos os seres dos seis estados,
Possa ela ser relaxada sem rejeição ou aceitação.
Com a percepção assentando-se,
Possam os seres atingir a sabedoria da clareza.

Com a mente tornando-se inflada,
Nasce uma atitude de superioridade em relação aos outros,
De orgulho feroz.
Experiencia-se o sofrimento da disputa.
Quando o fruto dessa ação amadurece,
O ser nasce como um deus e experiencia morte e queda.
Por meio da aspiração feita por mim, o buda,
Possam todos os seres com mentes infladas
Relaxar na cognição como ela é.
Com a percepção assentando-se,
Possam eles realizar a igualdade.

Pelo desenvolvimento do hábito do dualismo,
Da agonia de louvar a si mesmo e denegrir os outros,
Desenvolve-se a competitividade briguenta.
Nascido como um asura (deus invejoso), morto e mutilado,
O ser cai no inferno como resultado.
Por meio da aspiração feita por mim, o buda,
Possam aqueles que brigam por causa da competitividade
Relaxar sua animosidade.
Com a percepção assentando-se,
Possam eles atingir a sabedoria da atividade desimpedida.

Por meio da distração da apatia desatenta,
Por meio de torpor, obscuridade, esquecimento,
Inconsciência, preguiça e atordoamento,
O ser vagueia como um animal desprotegido, é esse o resultado.
Por meio da aspiração feita por mim, o buda,
Possa a luz da atenção mental lúcida surgir
Na obscuridade do atordoamento entorpecido.
Possa a sabedoria não-conceitual ser atingida.

Todos os seres dos três reinos
São iguais a mim, o buda, na base de tudo.
Ela tornou-se a base da confusão desatenta.
Agora, eles envolvem-se em ações sem sentido.
As seis ações são como o atordoamento de sonhos.
Eu sou o primeiro buda.
Eu domo os seis tipos de seres por meio de emanações.

Por meio da aspiração de Samantabhadra,
Possam todos seres sem exceção
Ficar despertos no dharmadhatu.

A Ho
Daqui em diante, quando quer que um yogue poderoso,
Com percepção lúcida e sem atordoamento,
Fizer essa poderosa aspiração,
Todos os seres que a ouvirem
Estarão plenamente despertos dentro de três vidas.

Quando o sol ou a lua são agarrados por Rahu
Quando há clamor ou terremotos,
Nos solstícios ou na mudança de ano,
Se ele gerar a si mesmo como Samantabhadra
E recitar isso para que todos ouçam,
Todos os seres dos três reinos
Serão gradualmente libertos do sofrimento
E finalmente atingirão o estado de buda
Por meio da aspiração desse yogue.


Do Tantra da Grande Perfeição que Mostra a Sabedoria Penetrante de Samantabhadra, Capítulo 9, que apresenta a poderosa aspiração que torna impossível que todos os seres não atinjam o estado de buda.
Tradução a partir da versão em inglês. Possa ser de benefício!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

A Prece de Kuntuzangpo


Ho! Tudo – aparência e existência, samsara e nirvana – tem uma base única, não obstante dois caminhos e duas fruições, e magicamente exibe-se como percepção ou ignorância.
Por meio da Prece de Kuntuzangpo, possam todos os seres tornarem-se budas, completamente perfeitos na esfera do dharmadhatu.

A base de tudo é não-composta, e a grande vastidão auto-surgida, além da expressão, não tem o nome de samsara, nem de nirvana. Realizando apenas isso, você é um buda; sem realizar isso, você é um ser vagando pelo samsara.
Rezo para que todos vocês, seres dos três reinos, possam realizar o verdadeiro significado da base inexprimível.

Eu, Kuntuzangpo, realizei a verdade dessa base, livre de causa e condição, que é apenas a percepção auto-surgida. Ela é isenta de nódoas por expressão externa e pensamento interno, afirmação ou negação, e não é manchada pela escuridão da desatenção mental. Portanto, essa exibição automanifesta é livre de defeitos.
Eu, Kuntuzangpo, permaneço como percepção intrínseca. Muito embora os três reinos venham a ser destruídos, não há medo. Não há apego às cinco qualidades desejáveis dos objetos dos sentidos. Na consciência auto-surgida, livre de pensamentos, não existe nem forma sólida, nem os cinco venenos.

Na clareza incessante da percepção, singular na essência, não obstante surge a exibição das cinco sabedorias.
Do amadurecimento dessas cinco sabedorias, emergem as cinco famílias do Buda e, por meio da vastidão de sua sabedoria, aparecem os 42 Budas pacíficos. Por meio do poder surgido das cinco sabedorias, manifestam-se os 60 Herukas irados.
Desse modo, a percepção da base jamais é equivocada ou errada.
Eu, Kuntuzangpo, sou o Buda original de tudo, e por meio dessa minha prece, possam todos vocês, seres que vagam pelos três reinos do samsara, realizar a percepção auto-surgida, e possa a grande sabedoria de vocês aumentar espontaneamente.

Minhas emanações vão se manifestar continuamente em bilhões de maneiras inimagináveis, aparecendo em formas para ajudar vocês, seres que podem ser treinados.

De início, vocês são seres deludidos porque não reconhecem a percepção da base.
Não têm em mente, portanto, que o que ocorre é delusão – o próprio estado de alheamento e a causa de extravio. Desse estado delusivo vem um súbito desfalecer e a seguir uma sutil consciência de medo oscilante.
Dessa oscilação surge uma separação do eu e a percepção dos outros como inimigos. Gradualmente, a tendência de separação se fortalece, e a partir disso inicia-se o círculo do samsara.

Desenvolvem-se então as emoções dos cinco venenos – as ações dessas emoções são infindáveis. Vocês carecem de percepção porque são desatentos, e essa é a base de seu extravio.
Por meio de minha prece, possam todos vocês reconhecer sua percepção intrínseca!

Ignorância inata significa desatenção mental e distração. Ignorância imputadora significa pensamentos dualistas em relação ao eu e aos outros.
Ambos os tipos de ignorância são a base da delusão de todos os seres.
Por meio da prece de Kuntuzangpo, possam todos vocês, seres que vagueiam pelo samsara, dissipar a névoa da ignorância, dissipar os pensamentos que se agarram à dualidade!
Possam vocês reconhecer sua própria percepção intrínseca!

Pensamentos dualísticos criam dúvidas; do apego sutil a essa mentalidade dualística, tendências dualísticas tornam-se mais fortes e mais densas. Comida, riqueza, roupas, casa e amigos, os cinco objetos dos sentidos e nossa amada família – todas essas coisas causam tormento ao criar anseio e desejo.
Todas essas são delusões mundanas; as atividades de se agarrar e fixar são infindáveis. Quando a fruição do apego amadurece, vocês nascem como fantasmas famintos, atormentados por cobiça e desejo, miseráveis, famintos e sedentos.
Por meio da prece de Kuntuzangpo, possam todos vocês, seres desejosos e luxuriosos que têm apegos, nem rejeitar o desejo anelante, nem acolher o apego aos desejos. Deixem a consciência relaxar em seu próprio estado natural, então sua percepção será capaz de se manter por si. Possam vocês obter a sabedoria do discernimento perfeito!

Quando objetos externos aparecem, surge a consciência sutil do medo. Desse medo, o hábito da raiva torna-se cada vez mais forte. Finalmente, vem a hostilidade, causando violência e assassinato. Quando a fruição dessa raiva amadurece, vocês sofrem no inferno, fervendo e ardendo.
Por meio da prece de Kuntuzangpo, possam vocês, seres dos seis reinos, quando a raiva intensa surgir para vocês, não rejeitá-la, nem aceitá-la. Em vez disso, relaxem no estado natural e obtenham a sabedoria da clareza!

Quando sua mente fica cheia de orgulho, surgem pensamentos de competição e humilhação. À medida que esse orgulho torna-se cada vez mais forte, vocês experienciam o sofrimento das contendas e do abuso. Quando a fruição desse karma amadurece, vocês renascem nos reinos dos deuses e experienciam o sofrimento da mudança e a queda para renascimentos inferiores.
Por meio da prece de Kuntuzangpo, possam vocês, seres que desenvolveram orgulho, deixar a consciência relaxar no estado natural. Então sua consciência será capaz de se manter por si.
Possam vocês consumar a sabedoria da equanimidade!

Por aumentar o hábito da dualidade, por louvar a si mesmo e denegrir os outros, sua mente competitiva conduz à inveja e à luta, e vocês renascem no reino dos deuses invejosos, onde há muita matança e injúria. O resultado dessa matança é que vocês caem no reino do inferno.
Por meio da prece de Kuntuzangpo, quando a inveja e os pensamentos competitivos surgirem, não se agarrem a eles como inimigos. Apenas relaxem em sossego, e então a consciência pode manter seu estado natural. Possam vocês consumar a sabedoria da ação desobstruída!

Por serem distraídos, descuidados e desatentos, vocês se tornam obtusos, confusos e esquecidos.
Por serem inconscientes e preguiçosos, vocês aumentam sua ignorância e a fruição dessa ignorância é vaguear em desamparo pelo reino animal.
Por meio da prece de Kuntuzangpo, possam vocês, seres que caíram na cova escura da ignorância, brilhar a luz da atenção mental e com isso consumar a sabedoria livre de pensamento.

Todos vocês, seres dos três reinos, na verdade são idênticos ao Buda na base de tudo. Mas seu entendimento equivocado da base causa seu extravio, por isso vocês agem sem meta.
As seis ações kármicas são delusão, como um sonho. Sou o Buda primordial, aqui para treinar as seis classes de seres por meio de todas as minhas manifestações.

Por meio da prece de Kuntuzangpo, possam todos vocês sem exceção atingir a iluminação no estado do dharmadhatu.

E Ho! Daqui em diante, quando quer que um yogue muito poderoso, com sua percepção radiante e livre de delusão, recitar essa prece muito poderosa, todos aqueles que ouvirem irão consumar a iluminação dentro de três vidas.

Durante um eclipse solar ou lunar, durante um terremoto ou quando a terra tremer, nos solstícios ou no Ano Novo vocês devem visualizar Kuntuzangpo.
E, se vocês rezarem em voz alta, de modo que todos possam ouvir, então os seres dos três reinos serão gradativamente liberados do sofrimento por meio da prece do yogue e por fim irão consumar a iluminação.


* Tradução a partir de uma versão em inglês.
Possa ser de benefício!

sábado, 1 de dezembro de 2007

Flamboyant

O verão é minha estação favorita. Gosto de calor, de sol forte, dos dias longos. Gosto muito do verão em Porto Alegre, daqueles dias insuportavelmente abafados. Gosto da cor dos dias de verão, gosto do cheiro. Sinto-me muito mais ativa e mais viva, e tudo ao meu redor parece mais intenso. E eu sem dúvida fico muito mais intensa.
Um pouco antes do começo do verão, vivo meus dias favoritos do ano, durante a florada dos flamboyants. Tenho paixão por flamboyants. Minha árvore favorita, originária de Madagascar e das ilhas do Índico. Nada mais natural uma mulher como eu, muito flamboyant, muito tropical, gostar de uma árvore com esse nome e aparência, que floresce em dezembro, meu mês predileto.
Porto Alegre tem vários flamboyants, conheço muitos deles e costumo visitá-los durante suas floradas. Um dos mais majestosos fica pertíssimo de minha casa, em uma esquina da Lucas de Oliveira. O Parcão tem dois maravilhosos, um deles fica no meu trajeto de corrida, adoro passar por baixo dele, embora tenha que saltitar por suas raízes salientes. Na Redenção, estou acompanhando o crescimento de um que, desde bem pequeno, enche-se de flores. As ruas perto da escola de minha filha estão pontilhadas de flamboyants, eu e ela nos deliciamos a observá-los na quarta passada, quando fui buscá-la.
Os flamboyants aguçam meus sentidos e, com isso, minha atenção. Nessa época, ando sempre ligada por onde passo, à cata dos flamboyants com suas flores flamejantes, que a mim parecem extremamente sensuais. Quanto mais avermelhados, mais me encantam.
O Buda despertou embaixo de uma figueira bodhi. Minha aspiração é um dia despertar embaixo de um flamboyant.