Texto do Eduardo celebrando a formatura de nossa filha:
Lízia: debaixo dos caracóis de teus cabelos, já tantas histórias pra contar.
Lízia, amiga do verde, vira amiga de Monteiro, sapeca como Emília, casca dura como Sabugosa.
Lízia toda prosa – poesia com conteúdo e livre forma: uma loba no Lobato.
Lízia, enfrentando a tabela dos elementos, a química orgânica, a aritmética, as frações e outras mutretas - armada só com um exército de belas letras.
Lizia Capitu, sem jamais capitular!
Lizia, menina-madame, sempre Bovary.
Lízia Lolita lendo, e vendo, e crendo e crescendo, em meio aos livros, querendo ser livre, querendo ser lida.
Lízia na sala de aula, no banco da escola, no pátio do colégio, desfilando na passarela, deslizando pela aldeia.
Lízia, irmã da Maria, grudada na Laura num triângulo retângulo além das hipóteses: formado só por hiper-musas e hipotenusas...
Lízia, ao som do violão do Dezinho e do sacrossanto violino do Borba.
Lízia pinta e borda e acha a cura para o tédio e a tuberculose escrevendo certo para endireitar as linhas tortas.
Lízia chegando ao fim da linha para abrir as novas portas.
Lízia: as portas da percepção se escancaram para ti – seja na dança das vogais ou na alquimia da moda, nos novos modos dos recortes e das costuras.
Lízia, sem olhar para trás, assobiando: “It´s all over now, baby blue”.
O resto todo já faz parte da história.
Lízia, reluz em toda tua glória!
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