Tenho um amigo chamado Leandro. Leandro Bauermann. Ele entrou em minha vida pelo orkut. Ele era corredor. Um dia, numa corrida do Corpa, ele veio falar comigo, e nos conhecemos pessoalmente. Além de corredor, Leandro é cozinheiro. Um de nossos últimos encontros ao vivo foi no dia 2 de abril. Eu fui buscar uma torta salgada que havia encomendado. Lembro da data porque, antes de buscar a torta, eu estava correndo e, ao terminar o treino de 16km, me estatelei no Parcão e abri os dois joelhos. Foi um ferimento feio, tive que ser resgatada no parque por meu ex-marido, e ele foi comigo buscar a torta.
Há pouco tempo, vi Leandro online no msn, fazia meses que a gente não se falava, dei oi e perguntei: tudo bem? Não. No dia seguinte ele faria uma artroscopia no joelho direito. No ano passado, Leandro correu as maratonas de Porto Alegre, Blumenau, Curitiba e Punta del Este. Eu vivia dizendo pra ele contratar um treinador, porque ele treinava sozinho, o que não dá certo.
No dia seguinte à cirurgia, a gente ficou falando sobre isso, e ele: "Bah, Lúcia, bem que tu me avisou um monte de vezes pra eu não fazer tanta maratona, né?" Sim, sim, eu dizia pra ele que era demais, e ainda por cima sem treinador. Combinamos que, assim que o médico liberasse, eu acompanharia Leandro nos trotes. Ele me falou que já estava angustiado por não poder correr, e eu disse pra ele tentar manter a calma e o foco na recuperação, que ia passar melhor e mais rápido se ele tivesse paciência e aceitasse a situação. A gente já havia falado outras vezes sobre o quanto a corrida é importante pra ele, que tem um corredor tatuado no braço e usa o e-mail leandrorunner.
Uma das últimas coisas que a gente falou nesse telefonema foi o quanto gostamos um do outro. Ele me disse: "Lúcia, a gente se fala pouco, mas tu sabe que eu te considero um monte, né?" Sim, eu sei. E sei que ele sabe que eu também gosto muito dele.
Hoje fiquei sabendo por um scrap no orkut que Leandro sofreu um acidente trágico. Ele estava de bike na segunda-feira, dia 9, por volta das 18h, na Goethe com Mostardeiro, e foi atropelado por um ônibus da Carris. Antes da cirurgia, Leandro já estava pedalando porque não podia correr.
Agora, Leandro não poderá correr, nem pedalar. Ele teve a perna direita amputada. A perna esquerda está muito comprometida, com risco de amputação. O estado dele é grave.
O pai de Leandro pediu duas coisas:
1 - que rezem pelo filho dele;
2 - que ajudem a encontrar testemunhas do acidente, pois, além do sofrimento devastador pelas consequências do atropelamento, a família é afligida pela falta de informações sobre as causas.
Cara Dakini. Não a conheço, mas temos um amigo em comum: o Leandro. Ele é meu amigo de ir em Shows de Metal. A história dele me comove bastante e mais ainda a vontade dele em voltar a correr. Hoje eu usei seus comentários e citei seu blog em resposta a uma discussõa que o Orlandini abriu sobre ciclistas. Veja aqui: http://www.ricardoorlandini.net/comentarios/ver/28146/a_prepotencia_que_mata_ii.
ResponderExcluirEspero termos contribuído para a discussão de um assunto sério pelo qual passou e passa nosso amigo batalhador, o Leandro.
Forte abraço.