Um amigo mandou pro meu Orkut o vídeo "Free Hugs". Revi e me emocionei de novo. Acho lindo, lindo. Tocante. Eu acredito no poder transformador das ações que geram ondas de amor, de vibrações positivas. Palavras de carinho, sorrisos, gentilezas, qualquer coisa que faça alguém feliz. Iniciativas que nos aproximam uns dos outros e de nós mesmos, da essência amorosa.
Corro pela rua todos os dias, geralmente sozinha. E geralmente com uma cara séria (quando não carrancuda mesmo, uma megera mal-humorada, desviando de carros, pedestres, buracos...), especialmente quando estou ralando. Mas às vezes passo por pessoas que fazem contato visual, e brota um sorriso em mim e nelas. E aí instaura-se a terra pura do sorriso, fica tudo perfeito. O cansaço, o calor, o mau humor, o suor evaporam-se instantaneamente. Meu dia fica tão melhor... Sempre que me lembro, procuro correr com um semblante mais alegre, mais amistoso e luminoso.
Tenho dois amigos na Terra Pura do Sorriso. Eles trabalham no Parque Gigante, acho que o nome da coisa é essa, o clube do Internacional, atrás do estádio, na beira do Guaíba. Um dia passei por lá e um deles fez contato visual, nos cumprimentamos, eu estava indo pra Zona Sul. Na volta ele falou comigo de novo. Depois disso, ele e seu colega sempre me cumprimentam quando passo por lá, correndo ou de bike. Passei por lá nos treinos da maratona – também passei na própria maratona, e eles estavam lá e me deram sorrisos e incentivo pra terminar –, passo por lá sempre que faço corridas longas, e também nas competições. Sempre que nos vemos, sorrimos, acenamos e gritamos "ois". E meu dia fica mais alegre.
Ontem mesmo teve uma corrida, um dos meus amigos estava lá e me chamou quando passei. É sempre uma sensação agradável.
Na maratona, a Terra Pura do Sorriso manifestou-se em vários pontos do trajeto. Um monte de gente me animou com sorrisos e palavras de apoio.
Empencada com três amigas sorridentes que adoro encontrar e abraçar: Cynthia, Lena e Marcia.
Além dos sorrisos, sou uma adepta militante do ato de abraçar. Em geral cumprimento meus amigos com um abraço – aqueles que gostam de ser abraçados. Conheço muita gente que recua diante de contato físico, que simplesmente não toca os outros e não se deixa tocar – ou que abraça e toca de forma protocolar, fria. Pessoas extremamente reservadas, contidas. Travadas.
Em minha casa, cresci sem demonstrações físicas de afeto. Adulta, um dia percebi que não lidava bem com o contato físico, que minha reação instintiva mediante contato físico era um recuo inicial. Naquele mesmo dia, decidi que isso ia mudar. E comecei um esforço deliberado para ser mais expansiva. De início foi dureza. Tive que aprender a abraçar e ser abraçada.
Hoje, depois de ter desenvolvido uma refinada consciência corporal em função da prática esportiva e da terapia, sinto-me maravilhosamente bem dentro da minha pele, e adoro ir pro abraço. Com algumas pessoas isso é especialmente bom. Quando me enlaço com essas amigas e amigos, é como se nossos corações e mentes se tocassem.
sábado, 24 de novembro de 2007
sexta-feira, 23 de novembro de 2007
Merry Christmas, Everybody!!!
Esta noite montei a árvore de Natal daqui de casa. Minha filha, muito falcatrua, disse que ia ajudar. Hahaha, colocou meia dúzia de galhos da árvore e voltou pro computador, saindo de lá apenas para dar uns palpites quando eu a chamava.
Este ano mudei a decoração. Fomos na Brickell ontem, e compramos fitas. Lízia queria as tradicionais bolinhas, mas não seria possível, porque nosso gato mais novo, um vândalo, com certeza quebraria tudo. Enquanto eu montava a árvore, o gatáquilo enfiou-se entre os galhos e escalou o pinheirinho... Afff.
Em função do vandalismo felino, consegui convencer Lízia em favor de uma decoração mais adulta – e muito mais chique. Meu pinheiro é sempre uma coisa meio brega, abarrotado de bolinhas coloridas, luzinhas, festões prateados ou cordões dourados. Adoro Natal, tenho paixão por pinheirinhos. Lembro de como aguardava ansiosamente a manhã em que o pinheirinho de minha casa aparecia montado quando eu era criança. Lembro especificamente de uma manhã em que saí da cama e vi a árvore. É uma lembrança difusa, creio que eu tinha uns cinco anos, essa memória é quase como um sonho, etérea. Mas é nítida no que se refere ao meu prazer com as cores e cintilações dos enfeites.
Bem mais recente e vívida é a recordação do Natal em que Lízia tinha um ano. Montei uma árvore feérica para minha filhinha, ela assistiu sentada no carrinho, encantada, exclamando: "Oooohhh!!!" Fiz fotos dela naquela tarde olhando o pinheiro com o dedinho apontado para as bolinhas.
Espero que Lízia seja como eu, e continue curtindo o Natal quando crescer. Fico espantada com a quantidade de gente que detesta Natal e se deprime nessa época. A mim não interessa a festividade cristã. O que me fascina é a tradição pagã da festa, a celebração do solstício de inverno e o culto a Saturno, meu regente. Saturnália.
No que se refere à decoração natalina, me amarro em pinheirinhos, pinhas, bolinhas, luzes, velas, fitas. Nada de Papai Noel, renas, trenós, bonequinhos de neve – muito menos presépio. E só curto pinheiro artificial. Jamais vi graça em pinheiros de verdade cortados e colocados dentro de casa para secar e morrer, sempre tive pena das árvores.
Este ano mudei a decoração. Fomos na Brickell ontem, e compramos fitas. Lízia queria as tradicionais bolinhas, mas não seria possível, porque nosso gato mais novo, um vândalo, com certeza quebraria tudo. Enquanto eu montava a árvore, o gatáquilo enfiou-se entre os galhos e escalou o pinheirinho... Afff.
Em função do vandalismo felino, consegui convencer Lízia em favor de uma decoração mais adulta – e muito mais chique. Meu pinheiro é sempre uma coisa meio brega, abarrotado de bolinhas coloridas, luzinhas, festões prateados ou cordões dourados. Adoro Natal, tenho paixão por pinheirinhos. Lembro de como aguardava ansiosamente a manhã em que o pinheirinho de minha casa aparecia montado quando eu era criança. Lembro especificamente de uma manhã em que saí da cama e vi a árvore. É uma lembrança difusa, creio que eu tinha uns cinco anos, essa memória é quase como um sonho, etérea. Mas é nítida no que se refere ao meu prazer com as cores e cintilações dos enfeites.
Bem mais recente e vívida é a recordação do Natal em que Lízia tinha um ano. Montei uma árvore feérica para minha filhinha, ela assistiu sentada no carrinho, encantada, exclamando: "Oooohhh!!!" Fiz fotos dela naquela tarde olhando o pinheiro com o dedinho apontado para as bolinhas.
Espero que Lízia seja como eu, e continue curtindo o Natal quando crescer. Fico espantada com a quantidade de gente que detesta Natal e se deprime nessa época. A mim não interessa a festividade cristã. O que me fascina é a tradição pagã da festa, a celebração do solstício de inverno e o culto a Saturno, meu regente. Saturnália.
No que se refere à decoração natalina, me amarro em pinheirinhos, pinhas, bolinhas, luzes, velas, fitas. Nada de Papai Noel, renas, trenós, bonequinhos de neve – muito menos presépio. E só curto pinheiro artificial. Jamais vi graça em pinheiros de verdade cortados e colocados dentro de casa para secar e morrer, sempre tive pena das árvores.
terça-feira, 20 de novembro de 2007
Ele voltou!!!
Esse aí da foto é meu gatânlio Ted Boy Marino. Na noite de 7 de novembro, uma quarta-feira, ele caiu da sacada do meu apartamento. Eu não vi, mas soube logo que ele não estava em casa, porque Ted é meu mais fiel acompanhante, ele está sempre na minha volta. Quando não o vi depois de uns 30 minutos, soube no mesmo instante que tinha acontecido algo.
Tenho três gatos – ele, Felícia (cinza) e Lelo (amarelo) –, mas Ted é meu favorito por seu jeito meigo e bondoso, e por sua devoção a mim. Ele é enorme, e uma santa criatura, que agüenta o mau humor da Felícia e a importunação do Lelo sem jamais meter a porrada nos dois malas.
Na noite em que ele caiu, fui procurá-lo, mas não achei. Na manhã seguinte, às 6h, vi-o no pátio de uma casa, mas não pude entrar, e ele não saiu... Desde então, estava tentando resgatá-lo, ele era visto na vizinhança, mas é muito, muito arisco e medroso. Ontem ele entrou aqui no prédio, mas fugiu quando me aproximei. Hoje ele veio de novo, e dessa vez veio para mim e se deixou pegar. Agora está aqui, em cima da minha mesa, deitado, feliz e ronrom.
Na manhã em que Ted caiu, eu conversei com uma amiga sobre como é bom ter gatos em casa, especialmente pra gente que nem eu, que tem uma percepção muito peculiar da realidade. Os gatos são muito ligados no sutil, e captam energias. Ted Boy ficou exatamente 13 dias fora de minha casa. Tudo muito extraordinário.
Minha ligação com os gatos é extraordinária. Gosto de gatos desde sempre. Meu primeiro gato chamava-se Lilico, ficou comigo dos meus 9 aos meus 25 anos. Com exceção de minha mãe e minha irmã, foi o ser com quem convivi durante mais tempo nessa vida, e o único que me acompanhou da infância à idade adulta. Acabo de perceber que Ted Boy me faz lembrar do Lilico, e talvez seja esse um dos motivos para eu gostar tanto dele.
Tenho três gatos – ele, Felícia (cinza) e Lelo (amarelo) –, mas Ted é meu favorito por seu jeito meigo e bondoso, e por sua devoção a mim. Ele é enorme, e uma santa criatura, que agüenta o mau humor da Felícia e a importunação do Lelo sem jamais meter a porrada nos dois malas.
Na noite em que ele caiu, fui procurá-lo, mas não achei. Na manhã seguinte, às 6h, vi-o no pátio de uma casa, mas não pude entrar, e ele não saiu... Desde então, estava tentando resgatá-lo, ele era visto na vizinhança, mas é muito, muito arisco e medroso. Ontem ele entrou aqui no prédio, mas fugiu quando me aproximei. Hoje ele veio de novo, e dessa vez veio para mim e se deixou pegar. Agora está aqui, em cima da minha mesa, deitado, feliz e ronrom.
Na manhã em que Ted caiu, eu conversei com uma amiga sobre como é bom ter gatos em casa, especialmente pra gente que nem eu, que tem uma percepção muito peculiar da realidade. Os gatos são muito ligados no sutil, e captam energias. Ted Boy ficou exatamente 13 dias fora de minha casa. Tudo muito extraordinário.
Minha ligação com os gatos é extraordinária. Gosto de gatos desde sempre. Meu primeiro gato chamava-se Lilico, ficou comigo dos meus 9 aos meus 25 anos. Com exceção de minha mãe e minha irmã, foi o ser com quem convivi durante mais tempo nessa vida, e o único que me acompanhou da infância à idade adulta. Acabo de perceber que Ted Boy me faz lembrar do Lilico, e talvez seja esse um dos motivos para eu gostar tanto dele.
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
Os prazeres de cada um
É tudo uma questão de disposição.
Eu ADORO correr, adoro fazer exercícios, me movimentar.
Ontem participei de uma maratona de revezamento, fiz meia-maratona. Acordei às 5h30, levantei às 6h, às 6h40 estava saindo. Fiquei no local da prova até as 13h, curtindo o astral do evento e a companhia dos amigos.
Às 23h estava caindo dura na cama.
Quando não tem competição, domingo é dia do longão, uma corrida de no mínimo 20km.
Agora estou começando a pedalar. E a alegria que andar de bike me proporciona é enorme.
Faço essas coisas por prazer. Organizo minha vida para ter tempo para isso. E abro mão de todo o resto numa ótima.
Minha dieta desprovida de carne vermelha há 25 anos, e com um raro consumo de álcool, açúcar, gordura, frituras e porcarias também me dá prazer. Um de meus pratos favoritos é massa com ricota. E agrião e rúcula são para mim o que batata frita e chocolate são para outros.
Para algumas pessoas, minha vida e minha dieta parecem um autoflagelo. Tem gente que me olha com pena, como se eu levasse uma vida de sacrifício.
Para mim, sacrifício é ir em lugar cheio e enfumaçado, com o povo detonando. Sair de casa na hora em que costumo ir pra cama e passar a noite acordada me parece um castigo. Ficar sentada em mesa de bar bebendo me entedia até os ossos. Essas atividades me cansam, drenam minha energia.
Não que eu nunca faça essas coisas. Às vezes faço. Mas aí me sinto como as pessoas dizem que se sentiriam se fizessem as coisas que eu costumo fazer.
Eu ADORO correr, adoro fazer exercícios, me movimentar.
Ontem participei de uma maratona de revezamento, fiz meia-maratona. Acordei às 5h30, levantei às 6h, às 6h40 estava saindo. Fiquei no local da prova até as 13h, curtindo o astral do evento e a companhia dos amigos.
Às 23h estava caindo dura na cama.
Quando não tem competição, domingo é dia do longão, uma corrida de no mínimo 20km.
Agora estou começando a pedalar. E a alegria que andar de bike me proporciona é enorme.
Faço essas coisas por prazer. Organizo minha vida para ter tempo para isso. E abro mão de todo o resto numa ótima.
Minha dieta desprovida de carne vermelha há 25 anos, e com um raro consumo de álcool, açúcar, gordura, frituras e porcarias também me dá prazer. Um de meus pratos favoritos é massa com ricota. E agrião e rúcula são para mim o que batata frita e chocolate são para outros.
Para algumas pessoas, minha vida e minha dieta parecem um autoflagelo. Tem gente que me olha com pena, como se eu levasse uma vida de sacrifício.
Para mim, sacrifício é ir em lugar cheio e enfumaçado, com o povo detonando. Sair de casa na hora em que costumo ir pra cama e passar a noite acordada me parece um castigo. Ficar sentada em mesa de bar bebendo me entedia até os ossos. Essas atividades me cansam, drenam minha energia.
Não que eu nunca faça essas coisas. Às vezes faço. Mas aí me sinto como as pessoas dizem que se sentiriam se fizessem as coisas que eu costumo fazer.
sexta-feira, 9 de novembro de 2007
Sassarico samsárico
Minha prática budista deve merecer nota 3 em uma escala de 0 a 10. E olhe lá...
Não observo nenhuma prática formal. Meu lama compassivo sabiamente me instruiu a praticar apenas no cotidiano. Afinal, se ele prescrevesse uma prática formal, e eu não a seguisse, aumentaria minha portentosa lista de ações não virtuosas de corpo, fala e mente.
Estou no budismo básico sugerido por Sua Santidade o Dalai Lama: "Faça o bem sempre que possível. Se não puder fazer o bem, tente não fazer mal." Eu tento, eu tento, mas samsara é vasto... Afff.
Em todo caso, em meio ao meu frenético sassarico samsárico, tenho certeza de que nem tudo está perdido. Pelo contrário. As sementes do Dharma conseguem brotar no terreno inculto da minha mente, varrido constantemente pelo vendaval de apego e aversão, calcinado por emoções perturbadoras, inundado por aflições mentais.
É evidente que acumulei méritos em minhas vidas passadas. Afinal, nessa vida recebi a bênção de me conectar a meu lama, Padma Samten, meu professor perfeito, cuja compaixão, paciência e generosidade para comigo são imensas.
Meu lama me proporciona a imensa dádiva de trabalhar no Dharma, fazendo a edição de texto de seus livros. Ele publicou "Meditando a Vida", "A Jóia dos Desejos" e "Mandala do Lótus", e tive o prazer e a honra de fazer a edição dos três. Neste ano, ele produziu "O que pensam os budistas", a ser lançado em breve. Também participei. O trabalho de edição dessas obras me propiciou algumas das horas mais significativas de minha vida.
Meus méritos acumulados renderam outra bênção: traduzir livros de Sua Santidade o Dalai Lama. De momento, estou concluindo um desses. Todo dia, quanto sento para trabalhar, penso no quanto é extraordinário eu poder unir meu trabalho mundano com o Dharma. Nos últimos dois anos, traduzi ensinamentos extremamente profundos de Sua Santidade sobre Dzogchen, Lam Rim e Prajnaparamita.
Essa chuva de bênçãos nutre minha felicidade e alegria básicas, o otimismo com que eu costumo encarar todas as experiências. Como poderia ser diferente?
Não observo nenhuma prática formal. Meu lama compassivo sabiamente me instruiu a praticar apenas no cotidiano. Afinal, se ele prescrevesse uma prática formal, e eu não a seguisse, aumentaria minha portentosa lista de ações não virtuosas de corpo, fala e mente.
Estou no budismo básico sugerido por Sua Santidade o Dalai Lama: "Faça o bem sempre que possível. Se não puder fazer o bem, tente não fazer mal." Eu tento, eu tento, mas samsara é vasto... Afff.
Em todo caso, em meio ao meu frenético sassarico samsárico, tenho certeza de que nem tudo está perdido. Pelo contrário. As sementes do Dharma conseguem brotar no terreno inculto da minha mente, varrido constantemente pelo vendaval de apego e aversão, calcinado por emoções perturbadoras, inundado por aflições mentais.
É evidente que acumulei méritos em minhas vidas passadas. Afinal, nessa vida recebi a bênção de me conectar a meu lama, Padma Samten, meu professor perfeito, cuja compaixão, paciência e generosidade para comigo são imensas.
Meu lama me proporciona a imensa dádiva de trabalhar no Dharma, fazendo a edição de texto de seus livros. Ele publicou "Meditando a Vida", "A Jóia dos Desejos" e "Mandala do Lótus", e tive o prazer e a honra de fazer a edição dos três. Neste ano, ele produziu "O que pensam os budistas", a ser lançado em breve. Também participei. O trabalho de edição dessas obras me propiciou algumas das horas mais significativas de minha vida.
Meus méritos acumulados renderam outra bênção: traduzir livros de Sua Santidade o Dalai Lama. De momento, estou concluindo um desses. Todo dia, quanto sento para trabalhar, penso no quanto é extraordinário eu poder unir meu trabalho mundano com o Dharma. Nos últimos dois anos, traduzi ensinamentos extremamente profundos de Sua Santidade sobre Dzogchen, Lam Rim e Prajnaparamita.
Essa chuva de bênçãos nutre minha felicidade e alegria básicas, o otimismo com que eu costumo encarar todas as experiências. Como poderia ser diferente?
segunda-feira, 5 de novembro de 2007
Os dispostos se atraem
O cara foi procurar comunidades do Chris Isaak no Orkut, teclou errado, e achou uma fã do artista: eu. Adicionou sem dizer nada, achou que não fosse dar em nada. Adicionei o cara por causa da foto dele com um gato sphynx. Aí começamos uma troca de e-mails, e vi que ele é tão ou mais disposto que eu para escrever. Foi a primeira coisa a nos aproximar.
Por escrevermos muito, em uns três e-mails sabíamos que gostamos de gatos, de musculação, de corrida, de comida árabe e vegetariana - e do Chris Isaak, é claro (jamais imaginaria que meu amado Chris Isaak, que já foi tema de abertura do meu computador e que é toque do meu celular, seria a ponte para uma conexão com outra pessoa). He's running from his past. I'm running for my future. E entre o passado e o futuro estamos no presente e temos inúmeras afinidades, inclusive profissionais.
Menos de uma semana depois do primeiro e-mail, ele conhece minha filha e meus gatos. Eu conheço os gatos dele. And we both love cadillacs.
Adoro essas conexões mágicas, essas amizades que surgem de forma totalmente inesperada e que se expandem rapidamente, impulsionadas pela disposição mútua.
Esse feriadão foi marcado pelas atividades com meus amigos dispostos.
Na quinta de noite, saí com uma nova amiga que a cada encontro, a cada conversa, mais me encanta pela sinceridade e franqueza. Nossa saída teve percalços, mas o saldo foi totalmente positivo, porque vimos o quanto gostamos uma da outra e nos preocupamos.
Na sexta, pedalei 50km com outro novo amigo que conheci justamente por causa de minha recém-iniciada atividade de biker.
No sábado fui passear de bike com uma querida amiga corredora com quem compartilho afinidades espirituais, e com mais um novo amigo biker (que conheci por intermédio do outro), com quem tenho uma camaradagem cada vez maior.
Na sexta, no sábado e no domingo, corri com meu parceiro para a maratona de revezamento da semana que vem. Nossa dupla chama-se "Pernalonga e Jacaré", mas bem que poderia ser "O Jacaré e A Pangaré"... Ele me acompanhou nos meus treinos, fazendo o pace. Ontem fizemos 2h10min, terminei inteira e faceira. Nunca havia corrido com ninguém que me coordenasse tanto.
Todas essas pessoas entraram em minha vida nesse ano. O que me leva a crer que eu me tornei uma pessoa mais disposta de um tempo para cá.
Por escrevermos muito, em uns três e-mails sabíamos que gostamos de gatos, de musculação, de corrida, de comida árabe e vegetariana - e do Chris Isaak, é claro (jamais imaginaria que meu amado Chris Isaak, que já foi tema de abertura do meu computador e que é toque do meu celular, seria a ponte para uma conexão com outra pessoa). He's running from his past. I'm running for my future. E entre o passado e o futuro estamos no presente e temos inúmeras afinidades, inclusive profissionais.
Menos de uma semana depois do primeiro e-mail, ele conhece minha filha e meus gatos. Eu conheço os gatos dele. And we both love cadillacs.
Adoro essas conexões mágicas, essas amizades que surgem de forma totalmente inesperada e que se expandem rapidamente, impulsionadas pela disposição mútua.
Esse feriadão foi marcado pelas atividades com meus amigos dispostos.
Na quinta de noite, saí com uma nova amiga que a cada encontro, a cada conversa, mais me encanta pela sinceridade e franqueza. Nossa saída teve percalços, mas o saldo foi totalmente positivo, porque vimos o quanto gostamos uma da outra e nos preocupamos.
Na sexta, pedalei 50km com outro novo amigo que conheci justamente por causa de minha recém-iniciada atividade de biker.
No sábado fui passear de bike com uma querida amiga corredora com quem compartilho afinidades espirituais, e com mais um novo amigo biker (que conheci por intermédio do outro), com quem tenho uma camaradagem cada vez maior.
Na sexta, no sábado e no domingo, corri com meu parceiro para a maratona de revezamento da semana que vem. Nossa dupla chama-se "Pernalonga e Jacaré", mas bem que poderia ser "O Jacaré e A Pangaré"... Ele me acompanhou nos meus treinos, fazendo o pace. Ontem fizemos 2h10min, terminei inteira e faceira. Nunca havia corrido com ninguém que me coordenasse tanto.
Todas essas pessoas entraram em minha vida nesse ano. O que me leva a crer que eu me tornei uma pessoa mais disposta de um tempo para cá.
sexta-feira, 2 de novembro de 2007
Um ano
"Só para lembrar... Amanhã faz um ano que nos conhecemos."
Recebi o sms às 23:15 de ontem.
O que poderia levar a pessoa a querer refrescar minha memória me fez perder o sono por umas duas horas. Depois de ter respondido no bate-pronto que eu sabia, perguntei por que estava me escrevendo isso àquela hora. Nenhuma resposta – o que poderia ser considerado uma das notáveis características de seu comportamento em relação a mim nesse um ano de conhecimento (conhecimento meu, especialmente autoconhecimento, e desconhecimento do outro, sobre mim e acima de tudo sobre si mesmo).
Nossa comunicação sempre foi mantida - e cortada – conforme seus interesses e venetas. Jamais vivi nada tão unilateral em minha vida – e essa é uma experiência que não pretendo repetir. Por outro lado, experienciei o amor incondicional – e espero um dia poder amar todos os seres dessa maneira.
Voltando ao sms: será que achou que eu teria esquecido a data? Improvável, porque a velha senhora aqui tem ótima memória.
Queria que eu soubesse que lembrou? Talvez. Mas para quê?
Na verdade, acho que, como sempre, não teve a menor preocupação com o impacto que sua veneta teria sobre mim. Mandou o sms apenas por impulso. Impulso egoísta, autocentrado – e doloroso. Mandou porque não há mais ninguém com quem se sinta à vontade para falar sobre mim a não ser eu mesma. E, principalmente, mandou porque, embora não queira amar, quer se sentir amado. Não quer perder a mulher que não quer ter. Afff... Samsara é vasto.
Ele acha que o problema era ficar comigo. O problema é não estar comigo.
O problema é não viver o presente pensando em um futuro que só existe na imaginação. Ignorar o que existe agora em função de algo que talvez jamais venha a existir.
Como disse meu lama a respeito dessa lambança, é uma pena que a pessoa se preocupe tanto com a identidade do relacionamento e deixe de viver a experiência.
Um ano depois de termos nos conhecido, só tenho a agradecer a meu jovem mestre informal.
Primeiro, porque sua presença reativou minha conexão com Samantabhadra – e só isso já é algo extraordinário.
Segundo, porque me possibilitou a experiência de amor incondicional, que agora estou tratando de expandir. Quero ter um bom coração falante – espalhar amor, alegria, felicidade.
Terceiro, porque, devido ao aspecto inusitado da nossa conexão, eu avancei muito na prática de não me apegar às aparências da realidade convencional. Fiquei muito mais livre.
Recebi o sms às 23:15 de ontem.
O que poderia levar a pessoa a querer refrescar minha memória me fez perder o sono por umas duas horas. Depois de ter respondido no bate-pronto que eu sabia, perguntei por que estava me escrevendo isso àquela hora. Nenhuma resposta – o que poderia ser considerado uma das notáveis características de seu comportamento em relação a mim nesse um ano de conhecimento (conhecimento meu, especialmente autoconhecimento, e desconhecimento do outro, sobre mim e acima de tudo sobre si mesmo).
Nossa comunicação sempre foi mantida - e cortada – conforme seus interesses e venetas. Jamais vivi nada tão unilateral em minha vida – e essa é uma experiência que não pretendo repetir. Por outro lado, experienciei o amor incondicional – e espero um dia poder amar todos os seres dessa maneira.
Voltando ao sms: será que achou que eu teria esquecido a data? Improvável, porque a velha senhora aqui tem ótima memória.
Queria que eu soubesse que lembrou? Talvez. Mas para quê?
Na verdade, acho que, como sempre, não teve a menor preocupação com o impacto que sua veneta teria sobre mim. Mandou o sms apenas por impulso. Impulso egoísta, autocentrado – e doloroso. Mandou porque não há mais ninguém com quem se sinta à vontade para falar sobre mim a não ser eu mesma. E, principalmente, mandou porque, embora não queira amar, quer se sentir amado. Não quer perder a mulher que não quer ter. Afff... Samsara é vasto.
Ele acha que o problema era ficar comigo. O problema é não estar comigo.
O problema é não viver o presente pensando em um futuro que só existe na imaginação. Ignorar o que existe agora em função de algo que talvez jamais venha a existir.
Como disse meu lama a respeito dessa lambança, é uma pena que a pessoa se preocupe tanto com a identidade do relacionamento e deixe de viver a experiência.
Um ano depois de termos nos conhecido, só tenho a agradecer a meu jovem mestre informal.
Primeiro, porque sua presença reativou minha conexão com Samantabhadra – e só isso já é algo extraordinário.
Segundo, porque me possibilitou a experiência de amor incondicional, que agora estou tratando de expandir. Quero ter um bom coração falante – espalhar amor, alegria, felicidade.
Terceiro, porque, devido ao aspecto inusitado da nossa conexão, eu avancei muito na prática de não me apegar às aparências da realidade convencional. Fiquei muito mais livre.
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