Um amigo mandou pro meu Orkut o vídeo "Free Hugs". Revi e me emocionei de novo. Acho lindo, lindo. Tocante. Eu acredito no poder transformador das ações que geram ondas de amor, de vibrações positivas. Palavras de carinho, sorrisos, gentilezas, qualquer coisa que faça alguém feliz. Iniciativas que nos aproximam uns dos outros e de nós mesmos, da essência amorosa.
Corro pela rua todos os dias, geralmente sozinha. E geralmente com uma cara séria (quando não carrancuda mesmo, uma megera mal-humorada, desviando de carros, pedestres, buracos...), especialmente quando estou ralando. Mas às vezes passo por pessoas que fazem contato visual, e brota um sorriso em mim e nelas. E aí instaura-se a terra pura do sorriso, fica tudo perfeito. O cansaço, o calor, o mau humor, o suor evaporam-se instantaneamente. Meu dia fica tão melhor... Sempre que me lembro, procuro correr com um semblante mais alegre, mais amistoso e luminoso.
Tenho dois amigos na Terra Pura do Sorriso. Eles trabalham no Parque Gigante, acho que o nome da coisa é essa, o clube do Internacional, atrás do estádio, na beira do Guaíba. Um dia passei por lá e um deles fez contato visual, nos cumprimentamos, eu estava indo pra Zona Sul. Na volta ele falou comigo de novo. Depois disso, ele e seu colega sempre me cumprimentam quando passo por lá, correndo ou de bike. Passei por lá nos treinos da maratona – também passei na própria maratona, e eles estavam lá e me deram sorrisos e incentivo pra terminar –, passo por lá sempre que faço corridas longas, e também nas competições. Sempre que nos vemos, sorrimos, acenamos e gritamos "ois". E meu dia fica mais alegre.
Ontem mesmo teve uma corrida, um dos meus amigos estava lá e me chamou quando passei. É sempre uma sensação agradável.
Na maratona, a Terra Pura do Sorriso manifestou-se em vários pontos do trajeto. Um monte de gente me animou com sorrisos e palavras de apoio.
Empencada com três amigas sorridentes que adoro encontrar e abraçar: Cynthia, Lena e Marcia.
Além dos sorrisos, sou uma adepta militante do ato de abraçar. Em geral cumprimento meus amigos com um abraço – aqueles que gostam de ser abraçados. Conheço muita gente que recua diante de contato físico, que simplesmente não toca os outros e não se deixa tocar – ou que abraça e toca de forma protocolar, fria. Pessoas extremamente reservadas, contidas. Travadas.
Em minha casa, cresci sem demonstrações físicas de afeto. Adulta, um dia percebi que não lidava bem com o contato físico, que minha reação instintiva mediante contato físico era um recuo inicial. Naquele mesmo dia, decidi que isso ia mudar. E comecei um esforço deliberado para ser mais expansiva. De início foi dureza. Tive que aprender a abraçar e ser abraçada.
Hoje, depois de ter desenvolvido uma refinada consciência corporal em função da prática esportiva e da terapia, sinto-me maravilhosamente bem dentro da minha pele, e adoro ir pro abraço. Com algumas pessoas isso é especialmente bom. Quando me enlaço com essas amigas e amigos, é como se nossos corações e mentes se tocassem.
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