Essa é Vajrayogini, ou Vajravarahi, consorte de Heruka Chakrasamvara e a mais importante das dakinis tântricas. Ela é Sarva-buddha-dakini, a dakini que é a essência de todos os Budas.
Vajrayogini é de cor vermelha radiante, seu corpo arde com o calor da chama yogue e está cercado pelas labaredas da sabedoria. Seu cabelo revolto cai solto pelo pescoço e costas; seu rosto tem uma expressão semi-irada. Ela está nua, adornada com ossos humanos. Seu colar de crânios corresponde às 16 vogais e 34 consoantes do alfabeto sânscrito, simbolizando a purificação da fala.
Na mão direita ela segura uma faca de tosquiar com um punho de vajra - um cutelo vajra - que usa para cortar os apegos. Na mão esquerda ela traz uma taça de crânio cheia de sangue ou mahasukha (a grande bem-aventurança), que serve como vinho a seus devotos. Sobre o ombro esquerdo ela apóia um khatvanga ou cajado mágico. Ela dança em cima de dois cadáveres, o que representa seu domínio sobre o ego e a ignorância.
Vajrayogini com freqüência é associada ao triunfo sobre a ignorância e sobre os excessos. Sua prática é considerada muito adequada para aqueles com forte apego desejoso.
Vajrayogini é uma deidade de meditação tântrica. Ela simboliza:
- o aspecto feminino plenamente iluminado, indômito, ardente e energético de um Buda (shakti/kundalini);
- o aspecto de sabedoria que conduz ao estado de Buda;
- como dakini, é a guia compassiva e apaixonada e o aspecto inspiracional que conduz o praticante à iluminação.
Dakinis são a representação feminina da energia iluminada. Em tibetano, o termo é khandroma, que significa aquela que atravessa o céu, ou aquela que se move no espaço. A tradução poética é dançarina dos céus, ou andarilha dos céus. As dakinis dançam no céu azul e límpido de shunyata, a vacuidade.
Dakini é a energia em movimento na vacuidade, que é a base de onde brotam e onde se dissolvem todos os fenômenos.
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