No dia 1º de abril fez um ano que eu soube que estava com a coluna fodida. Domingo de manhã em 2012, fui levantar da cama e não consegui. Eu já vinha sentindo muita dor, muita dor mesmo, mas dali em diante a coisa foi para outro patamar - aquele em que nem 300mg de tramadol e 1,8g de gabapentina me livravam do suplício.
Só lembrei da infausta data ontem. Na segunda-feira estava em surto com o surto da minha mãe, angustiada, aguardando que o haldol em gotas e intramuscular, o rivotril e a injeção de fenergan fizessem efeito.
Foi também em abril, em 2008, que soube que a mãe tinha Alzheimer. Naquele abril, como neste, eu estava treinando para a maratona. Mas não estava conseguindo focar - e depois do diagnóstico degringolei geral. Fiz a maratona, minha segunda, fiz num tempo espantosamente bom para as minhas condições (3h36min - com duas pequenas caminhadas), mas foi tudo meio ruim. Eu estava nervosa demais, assustada demais nos dias anteriores à prova. O que me salva nesses apertos é que, na hora do vamos ver, eu vou e fim.
Claro que em abril do ano passado eu não estava treinando pra maratona. Tinha parado de correr em fevereiro.
Agora vou pra minha quinta maratona, e estou começando a ficar com medo. Tive medo especialmente na terça e na quinta, nos treinos de pista. Muito esforço. E eu ando tão cansada... O que me dá medo é basicamente o cansaço, quando não consigo fazer os treinos. Isso não aconteceu nenhuma vez até agora, mas, quando começa a apertar, vem a ideia nefasta. Tenho dois meses e meio para preparar o corpo e a cachola.
Vamos ver amanhã, nos 26km, uma distância decisiva para mim.
Dormi melhor na noite passada, e hoje não passei o dia caindo de sono e cansaço. A mãe acalmou-se, e isso reduziu minha ansiedade.
Estou aqui traduzindo, vou até mais tarde hoje. E tomando um chimarrão.
Como amanhã a coisa vai ser forte, estou preparando um bolo de laranja na minha magnífica panificadora. Que aquisição sensacional! Toda semana tem pão e/ou bolo por aqui.