quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Instantes eternos

"Primeiro Instante" desencadeou uma série de associações e recordações. A pequena teia de Indra de Lúcia Brito, a conexão entre todos os seres.
A gravação que tenho não é a original, do Miguel & Almas, mas a do Butchas Bitch. Nessa, Jimi Joe, meu namorado nas priscas eras, chamou Marcelo, também ex-namorado (e padrinho de minha filha), e Beto, que eu gostaria de ter namorado se não tivesse namorado o Marcelo, para fazer backing vocals.
Quem me deu essa gravação preciosa foi o Reinaldo (em 2005), amigo e parceiro de noitadas inesquecíveis, a melhor delas um show do De Falla na Sogipa, que gravamos da mesa de som. Jesus, Maria, José & grande elenco, naquela fase Edu K era o que havia. Bem, pra mim ainda é. Curto total o trabalho dele. E Edu K era totalmente ligado ao Jimi.
Conheci esses queridos do meu coração entre 1986 e 1987, quando trabalhava numa rádio. E eles noutra. Ambas FM, da mesma rede. Éramos vizinhos de sala.
Jimi e eu namoramos por uns seis meses. Ele abriu meus horizontes musicais, gravou fitas e fitas do The Cure pra mim, e eu coloquei pilha para que ele se tornasse vegetariano. Durante nosso namoro, Jimi me apresentou casualmente àquele que seria o pai de minha filha dez anos depois. Os dois se conheciam há anos, e haviam trabalhado juntos em São Paulo.
Marcelo foi meu namorado depois do Jimi. Namoramos vários anos, e creio que foi a pessoa que melhor me entendeu (e aceitou). Tínhamos uma sintonia finíssima, não precisávamos falar para saber o que se passava em nossas mentes. Judy, mãe do Marcelo, será sempre minha sogra de coração, é uma avó emprestada da Lízia. Marcelo, eu e meu ex-marido também trabalhamos juntos. (Somos todos jornalistas, ou fomos.) Os dois ficaram muito amigos. Quando contei pro Marcelo que estava grávida, ele disse: "Oba! Vou ser o padrinho." Com certeza.
Enfim, conheci pessoas da maior importância em minha vida na mesma época, e todas se conheciam, ou vieram a se conhecer. Todas foram, são e serão para sempre queridas ao meu coração – enquanto o espaço perdurar. Amei cada uma delas de uma maneira, tive relacionamentos diferentes com elas. Nos afastamos e reaproximamos ao longo dessas duas décadas, a impermanência manifestou-se para o bem e para o mal. Mas o cerne – o amor incondicional – mantém-se imaculado, inalterado.

Na terça-feira, fui ver Jimi tocar no Zelig. A banda improvisada, uma reunião de amigos que se divertiu e divertiu o público atacando em todos os estilos, inclusive marchinhas de carnaval e Wando, tocou "Primeiro Instante", e foi um instante memorável pra mim. Pena que não foi Jimi que cantou...
Jimi me deu seu CD – prometido desde 2005!!! Finalmente! E eu dei um mala de mantra de contas de açaí feito por mim. Estamos combinando uma ida ao Cebb, o centro budista do meu lama – que Jimi conhece há décadas. Mais um dos fios de nossa teia.

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