segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

A dor de minha alma

Existe coisa mais triste que não ser amado?
Existe: ser rejeitado, abandonado, desprezado, humilhado, maltratado ou simplesmente ignorado. Especialmente quando quem não ama é uma pessoa de quem muito naturalmente espera-se amor.
Não fui amada por meu pai. Isso eu soube desde sempre, convivendo com o vácuo opressivo da ausência dele, que de início manifestava-se apenas socialmente. Criança, eu era a única que não tinha pai na sala de aula.
Meu pai foi embora para nunca mais aparecer quando eu tinha um ano e meio de idade. E morreu quando eu tinha uns 30 anos, sem nunca ter feito nenhum contato.
Precisei de anos de terapia, primeiro para relacionar o abandono paterno com meu comportamento, depois para conseguir me tornar mais funcional. Em todo esse tempo eu sempre pensei sobre o desamor e o abandono. Mas basicamente só pensei. Eu nunca senti. Até ontem de manhã.

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