Sabadão.
Lízia viaja pra Nova York logo mais. Terei uma semana pra cuidar apenas de mim e de minha mãe. "Mim", nesse caso, é basicamente meu trabalho. Que no verão rendeu muitíssimo menos que o planejado em função do agravamento da doença da mãe. E tem tanta coisa pra fazer...
Na última semana recebi três novos livros pra traduzir, todos ótimos.
Agora é encerrar o trabalho pendente e iniciar essa nova fase.
A terça-feira passada, dia 5, foi um dos dias mais importantes de minha vida prática nessa encarnação. Fiz uma coisa que procrastinei por anos: fui no contador dar início ao processo de abertura da minha empresa, regularizar minha situação no INSS e tratar do Imposto de Renda. Para qualquer pessoa normal, fazer isso é uma coisa completamente básica, simples, trivial. Não para mim. Para mim, até pagar contas on-line causava uma perturbação anormal. Qualquer coisa de lidar com dinheiro sempre me causou stress, sempre fugi. Sempre mesmo.
"O trabalho é a mãe, o dinheiro é o pai", resumiu a pessoa instrumental em minha caminhada nos últimos 15 anos. Sobre essa pessoa e seu papel no que sou hoje escreverei em breve. O nome dela é Nahana. Na terça à tarde eu estive com ela, e contei sobre minha façanha. Ela deve ser uma das poucas pessoas nesse mundo que pode entender a magnitude de minha ida ao contador, o que isso significa para mim, para o meu desenvolvimento pessoal - inclusive e principalmente em termos emocionais.
Enfim, ontem recebi uns papéis para assinar. Na segunda-feira terei que ir ao cartório reconhecer firmas (a coisa mais surreal para mim, não acredito que isso ainda exista...); não consegui tratar disso ontem mesmo porque fiquei envolvida com minha mãe.
Em breve terei uma firma. Coisa muito simples. Ao sair do contador, caminhando pela Andradas (ir ao Centro é outra experiência surreal pra mim, tipo o cartório, é parecido com uma viagem de drogas, coisa muito embasbacante), eu ficava tentando entender por que demorei tanto pra fazer uma coisa tão banal. Claro que a que eu sou hoje não sente mais as coisas como a que eu era antes, a que não conseguia nem pagar contas sem se estressar.
Hehehe, para consternação de minha filha - o contador ficou impassível, mas também deve ter achado meio exótico (se bem que já por telefone eu antecipei para ele que tipo de pessoa eu sou - e com certeza não sou a única desse tipo que ele atende) - o nome fantasia de minha firma será... Dakini Espertinha. Porém, quando comecei a escrever esse post, a primeira coisa que veio foi o título, e vou ver com o contador se ainda dá tempo de trocar para Dakini Empreendedora.
Na terça-feira, quando consumei essa proeza, minha alegria e entusiasmo duraram pouco. No final da tarde minha mãe teve o surto que levou à internação - e deslocou meu foco.
Agora, enquanto me preparo para trabalhar, depois de ter acionado a panificadora para fazer um pão integral com gergelim que ficará pronto às 10h, para comer com Lízia antes de levá-la ao aeroporto, e antes de voltar o foco para minha mãe, retomo a satisfação por esse movimento de organização externa e interna.
Nenhum comentário:
Postar um comentário