sábado, 9 de setembro de 2017

O inevitável e o opcional

A dor é inevitável, o sofrimento é opcional.
Disse o poeta, dizem os corredores.
Trauma.
Treino.
Perdas.
Coração partido.
Dor faz parte. E tem que reconhecer, admitir e liberar. Ou vira sofrimento.


Pois bem, no treino de hoje finalmente consegui lidar de boas com o desgaste e a (pouca) dor. Não rolou sofrimento. Encaixei 21km sem parar. Primeiro longão sem quebrar depois de dois que não fluíram. Falei pro treinador ontem que não estava conseguindo, que deixaria pra ele decidir o que fazer. A resposta me deixou segura. "Fica tranquila que vai dar tudo certo. Vai dar os 48 sim." Então tá.
Na vida em geral, outro insight, dessa vez durante a corrida. Nos primeiros quilômetros, no trecho Goethe-Vasco da Gama, minha mente teve um vislumbre. Algumas coisas doem. E é normal que doam. Mas o sofrimento pode ser reduzido/eliminado. Seguindo o protocolo de Joe Dispenza e a instrução de minha terapeuta, examinei os motivos de sofrimento sem tentar recalcar ou sublimar. E concluí que o sofrimento era causado por meus mecanismos para lidar com a dor. Em vez de dissipar, estava reforçando. Em vez de aceitar a emoção primordial, estava tentando mascarar com outras. Então tá.
Sei o que sinto. Sei que ser honesta comigo vai me fazer bem. Sei que devo observar, reconhecer e entregar pro universo. E sei que não devo fazer nada além de manter a mente aberta e atenta, pra pegar as recaídas nos velhos padrões e no mesmo instante ordenar: "Mude!".
Amor não rima com dor. Menos ainda com sofrimento.
Amor é desejar felicidade.
É nessa onda que quero vibrar. O resto não faz parte da realidade que estou criando.

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