Perfect Run é o nome da assessoria de corrida de mi amor de treinador, Eduardo Schütz. Perfect Run foi o nosso programa de hoje: uma corrida-passeio/festivo reunindo a maioria do grupo.
Eu nunca fui muito chegada em esquemas réstia-de-cebola, de sair em penca pra qualquer coisa. E estou acostumada a correr sempre sozinha, fazendo meu treino, no meu ritmo, sem ter que acertar passo com ninguém. Mas, desde que Edu falou que teria essa corrida de confratermização, simpatizei com a idéia. E nos últimos dias estava aguardando ansiosamente o evento. Minha irmã veio passar o fíndi aqui, e tratei de convocá-la pra função.
Minhas expectativas (ops!, lá se foi pro brejo a prática budista - mas posso dizer que, em vez de expectativas, eram desejos auspiciosos, hehehe...) foram plenamente preenchidas.
Adorei trotar em alegre bando, de uniforme, com amigos, conhecidos e desconhecidos, foi muito confortável e natural me integrar na massa cor-de-laranja que saiu do Parcão, pegou a Goethe, Vasco, Sarmento Leite e seguiu até o Gasômetro, percorreu 1km pela orla do lago e voltou, fazendo uma parada rápida na Redenção pra beber água, e retornou ao Parcão, onde nossa barraca estava abastecida com frutas e gatorade.
Somos um grupo das mais variadas velocidades. Para nos mantermos unidos, fomos num passo bem leve. Pude conversar (sem parar, hehehe) com várias pessoas e desencanar do ritmo. Esqueci do relógio. Não foi treino, foi passeio. Foi um programa divertido entre amigos. Foi muito diferente do que faço todos os dias. Eu sigo uma planilha, então todo dia tenho alguma meta a atingir; por mais que eu goste de correr e treinar, e que isso pra mim seja passatempo e diversão, tem uma certa obrigação na minha rotina. Hoje a meta era simplesmente curtir. No início estranhei, mas depois fui relaxando.
O que mais gostei foi de me sentir identificada com o grupo e integrada a ele. Sempre fui um tipo periférico - Lena diz que eu sou de todo mundo e não sou de ninguém -, mas desde o ano passado comecei a me tornar mais gregária. É um fenômeno ligado à corrida, onde formei um grupo de amigos, um "nós", que se encontra na pista, nas provas e aqui em casa.
Treinando com Edu, a idéia do "nós" foi se firmando, porque ele sempre fala "nós". Quando chego na pista, ele diz: "Hoje nós vamos fazer isso e aquilo". E ele sempre se refere à Perfect Run como "nós".
Eu achava isso muito engraçado, mas agora entendi, porque não me vejo mais como "eu" junto com um grupo, vejo "o nosso grupo". E já estou começando a falar "nós" como mi amor de treinador. :)
domingo, 30 de novembro de 2008
sábado, 29 de novembro de 2008
Natal 2008
Montei a árvore essa semana, segunda e terça. Minha filha ajudou - e insistiu em bolinhas. No ano passado usei apenas fitas, coisa mais chique.
Até agora o gato Lelo já quebrou quatro bolinhas. Espero que a árvore chegue inteira ao Dia de Reis.
Adoro árvores de Natal. Sento na sala e deixo apenas as luzes do pinheiro acesas. E relaxo.
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Dois anos hoje
Meu lama disse em um ensinamento que o passado muda. E deu como exemplo olharmos para uma foto de alguém ou algo de que gostávamos mas que tenhamos deixado de gostar. Os fatos serão os mesmos, mas a percepção será totalmente diferente. No livro de B. Alan Wallace que estou traduzindo, ele fala disso em termos de física e ciência. Loucura.
Tenho a tendência de olhar para o passado pelo melhor ângulo, valorizando as coisas positivas - isso inclui ver o que aprendi com experiências dolorosas ou desagradáveis. Assim tudo se torna mais leve e valioso.
Certas experiências são bem mais propícias para uma lembrança positiva. Recordá-las traz basicamente uma sensação agradável.
O modo como algumas coisas acontecem é extraordinário. Também é extraordinário o modo como certos fragmentos de memória mantêm-se nítidos. A cor do céu, uma peça de roupa, a sensação que se teve ao ouvir uma música, coisas que em geral passam meio batidas, mas que, em algumas circunstâncias, são registradas de modo indelével.
Tenho inúmeras dessas recordações desde a infância. Às vezes elas brotam na mente como que do nada. E sempre me surpreendo com o frescor que elas retêm.
Tenho a tendência de olhar para o passado pelo melhor ângulo, valorizando as coisas positivas - isso inclui ver o que aprendi com experiências dolorosas ou desagradáveis. Assim tudo se torna mais leve e valioso.
Certas experiências são bem mais propícias para uma lembrança positiva. Recordá-las traz basicamente uma sensação agradável.
O modo como algumas coisas acontecem é extraordinário. Também é extraordinário o modo como certos fragmentos de memória mantêm-se nítidos. A cor do céu, uma peça de roupa, a sensação que se teve ao ouvir uma música, coisas que em geral passam meio batidas, mas que, em algumas circunstâncias, são registradas de modo indelével.
Tenho inúmeras dessas recordações desde a infância. Às vezes elas brotam na mente como que do nada. E sempre me surpreendo com o frescor que elas retêm.
terça-feira, 25 de novembro de 2008
Outro tombo
Caí hoje literalmente no meio da rua (felizmente o sinal estava fechado), na esquina da Mostardeiro com Goethe, ao sair do Parcão rumo ao Cete. Estava cansada e pesada, arrastando os pés, suponho. Ao descer da calçada do parque perdi o equilíbrio, tropecei e me estatelei no asfalto. Mas foi um tombinho light, levantei e segui trotando até o Cete. E fiz todo o treino (e fiz bem), e voltei trotando.
Felizmente dessa vez fiz um esfolado pequeno no joelho esquerdo, em cima da cicatriz do tombo horrível de abril, quando realmente me detonei. Depois daquele de abril caí de novo e rasguei uma calça novinha no Gasômetro.
Sou uma pamonha, só pode. Enfim...
Mas sou uma pamonha cada vez mais disposta, treinada e focada.
No domingo passado, em Gravataí, fiz a melhor corrida de minha carreira, hehehe. :) Era um percurso ruim, sobe-e-desce contínuo, com sol e calor (e eu fui de calça e top grande, porque estava frio às 6h, quando acordei). No meu Garmin, fechei os 10km em 44'02, o chip marcou 44'32, mas todos meus amigos fizeram tempos mais altos e acham que o percurso estava mais longo. Naquelas ladeiras, vai saber...
Pra mim, o que interessa é que dessa vez não tive os pensamentos murrinhas de parar, de desistir, de afrouxar. Pelo contrário. A pamonha obediente fez o que o treinador mandou: largar forte, ir atrás de alguma mulher que corre mais, tentar ficar perto dela o tempo todo, ou até não agüentar mais. Ainda não foi perfeito: fui pra prova sem ânimo, larguei de má vontade, e tive uma noite péssima, acordando direto. Mas, como na maratona de revezamento no início do mês, foi largar pra encaixar a mente e me concentrar em fazer o meu melhor, fazer aquilo para o que treino.
Fui atrás da minha amiga Cynthia. E pela primeira vez passei e cheguei na frente dela, que acabou fazendo uma prova ruim, pois teve cãibras.
Fiz a minha melhor corrida sem reduzir treino durante a semana. E no sábado tinha feito 20km em 1h38min, que pra mim é um ritmo forte de rodagem.
Eu e mi amor de treinador estamos felizes da vida com esse resultado. Estou aprendendo a ir pras provas com objetivos - e a me manter focada neles. Como disse minha amiga Lena, antes eu ia por ir, só pra ver o que acontecia. E não acontecia nada muito interessante...
Felizmente dessa vez fiz um esfolado pequeno no joelho esquerdo, em cima da cicatriz do tombo horrível de abril, quando realmente me detonei. Depois daquele de abril caí de novo e rasguei uma calça novinha no Gasômetro.
Sou uma pamonha, só pode. Enfim...
Mas sou uma pamonha cada vez mais disposta, treinada e focada.
No domingo passado, em Gravataí, fiz a melhor corrida de minha carreira, hehehe. :) Era um percurso ruim, sobe-e-desce contínuo, com sol e calor (e eu fui de calça e top grande, porque estava frio às 6h, quando acordei). No meu Garmin, fechei os 10km em 44'02, o chip marcou 44'32, mas todos meus amigos fizeram tempos mais altos e acham que o percurso estava mais longo. Naquelas ladeiras, vai saber...
Pra mim, o que interessa é que dessa vez não tive os pensamentos murrinhas de parar, de desistir, de afrouxar. Pelo contrário. A pamonha obediente fez o que o treinador mandou: largar forte, ir atrás de alguma mulher que corre mais, tentar ficar perto dela o tempo todo, ou até não agüentar mais. Ainda não foi perfeito: fui pra prova sem ânimo, larguei de má vontade, e tive uma noite péssima, acordando direto. Mas, como na maratona de revezamento no início do mês, foi largar pra encaixar a mente e me concentrar em fazer o meu melhor, fazer aquilo para o que treino.
Fui atrás da minha amiga Cynthia. E pela primeira vez passei e cheguei na frente dela, que acabou fazendo uma prova ruim, pois teve cãibras.
Fiz a minha melhor corrida sem reduzir treino durante a semana. E no sábado tinha feito 20km em 1h38min, que pra mim é um ritmo forte de rodagem.
Eu e mi amor de treinador estamos felizes da vida com esse resultado. Estou aprendendo a ir pras provas com objetivos - e a me manter focada neles. Como disse minha amiga Lena, antes eu ia por ir, só pra ver o que acontecia. E não acontecia nada muito interessante...
domingo, 23 de novembro de 2008
Elogios
Meu amigo Jaime comentou aqui que eu não pareço gostar de elogios a meus atributos físicos. Ele tem razão. Em geral fico constrangida com esses comentários. Aí ele observou que um dos meios hábeis das dakinis para estimular os praticantes é justamente atraí-los pela beleza. Isso me levou a matutar sobre meu comportamento.
Acho que o principal motivo para ficar sem graça é simplesmente não ter nada a dizer a não ser obrigada. O outro motivo é que isso sempre me leva a temer a superficialidade, é como se o outro só visse a minha aparência externa. E como se eu só fosse interessante por causa disso. E, aos 44 para 45, ser apreciada apenas pela beleza física seria realmente um perigo...
Há ainda um outro fator: quando ouço esses elogios, parece que as pessoas me acham muito mais bonita do que eu realmente sou (ou me acho).
Por fim, sempre que sou elogiada por qualquer coisa, costumo ficar meio encabulada. Depois de anos de terapia, desenvolvi a auto-estima, realmente gosto muito de mim, me aceito como sou e, quando há algo que me desagrada (por dentro ou por fora), simplesmente trato de mudar. Tenho um enorme orgulho da pessoa que me tornei, porque, assim como esculpi meu corpo, reconstruí minha identidade. Mas tomo cuidado para não ficar me achando a tal por causa dessas coisas, pra não me julgar melhor que os outros.
Quando ouço elogios, talvez eu puxe o freio de mão pra não me deixar levar por ventos de orgulho, vaidade e presunção. Porque minha meta nessa vida é desenvolver um bom coração falante. Ou seja, quero expandir minha capacidade de acolhimento, quero gostar de todo mundo e ver as boas qualidades e potencialidades de todos os seres de modo eqüânime - e expressar isso em atos e palavras.
Quanto à beleza e demais qualidades que possuo, desejo que funcionem como os atributos das dakinis: que sirvam de inspiração e que possam ser causas de felicidade. E, caso algo seja motivo de inveja, que essa possa tornar-se energia positiva para uma transformação pessoal.
Por fim, como não sou uma dakini, que meus defeitos possam servir de inspiração sobre o que evitar.
Acho que o principal motivo para ficar sem graça é simplesmente não ter nada a dizer a não ser obrigada. O outro motivo é que isso sempre me leva a temer a superficialidade, é como se o outro só visse a minha aparência externa. E como se eu só fosse interessante por causa disso. E, aos 44 para 45, ser apreciada apenas pela beleza física seria realmente um perigo...
Há ainda um outro fator: quando ouço esses elogios, parece que as pessoas me acham muito mais bonita do que eu realmente sou (ou me acho).
Por fim, sempre que sou elogiada por qualquer coisa, costumo ficar meio encabulada. Depois de anos de terapia, desenvolvi a auto-estima, realmente gosto muito de mim, me aceito como sou e, quando há algo que me desagrada (por dentro ou por fora), simplesmente trato de mudar. Tenho um enorme orgulho da pessoa que me tornei, porque, assim como esculpi meu corpo, reconstruí minha identidade. Mas tomo cuidado para não ficar me achando a tal por causa dessas coisas, pra não me julgar melhor que os outros.
Quando ouço elogios, talvez eu puxe o freio de mão pra não me deixar levar por ventos de orgulho, vaidade e presunção. Porque minha meta nessa vida é desenvolver um bom coração falante. Ou seja, quero expandir minha capacidade de acolhimento, quero gostar de todo mundo e ver as boas qualidades e potencialidades de todos os seres de modo eqüânime - e expressar isso em atos e palavras.
Quanto à beleza e demais qualidades que possuo, desejo que funcionem como os atributos das dakinis: que sirvam de inspiração e que possam ser causas de felicidade. E, caso algo seja motivo de inveja, que essa possa tornar-se energia positiva para uma transformação pessoal.
Por fim, como não sou uma dakini, que meus defeitos possam servir de inspiração sobre o que evitar.
sábado, 22 de novembro de 2008
44 anos, 11 meses em 22/11
Daqui a um mês faço 45 anos.
Fiz essas fotos hoje ao chegar em casa da corrida de 20km. É que cheguei faceira, corri na boa, só senti o tranco mesmo no último quilômetro, mas não afrouxei porque estava doida pra terminar logo. Gostei dessa camiseta nova, gostei da corrida, gostei de tudo (estava tão na boa que nem me afligi muito com a ventania e com os chuviscos ocasionais) e resolvi registrar o momento.
Fiz essas fotos hoje ao chegar em casa da corrida de 20km. É que cheguei faceira, corri na boa, só senti o tranco mesmo no último quilômetro, mas não afrouxei porque estava doida pra terminar logo. Gostei dessa camiseta nova, gostei da corrida, gostei de tudo (estava tão na boa que nem me afligi muito com a ventania e com os chuviscos ocasionais) e resolvi registrar o momento.
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
É tanta coisa
Fiz aula de yoga às 7h30. Levei Lízia comigo, como havia feito na terça. Estamos curtindo muito. Tiago querido, professor de musculação do clube, está fazendo a formação em yoga, e treinando para dar aulas. Somos apenas três alunos. Perfeito.
Mas estou impressionada com meus encurtamentos musculares. Tenho que começar a alongar. Agora quero fazer aula de yoga. Também quero fazer aula de dança do ventre. E pedalar. E, e, e, e... Minha disposição não cabe em 24h.
A trajetória pessoal/profissional do Tiago me enche de alegria. Tiago é daquelas pessoas bacanas, legais, de quem é muito fácil gostar. Em novembro de 2006 fomos correr em Bento Gonçalves, uma tremenda indiada. Frio pra cacete, chuvisco, e um percurso só de aclives, uma loucura. Quase tive um treco, odiei cada segundo daquela corrida, mas Tiago ficou me puxando-empurrando e me fez apertar o ritmo no final. Foi a primeira vez que ganhei dinheiro numa corrida, hehehe. Voltamos de Bento e passamos a tarde aqui em casa, ouvindo música e conversando. E foi quando eu vi o quanto Tiago é realmente legal. No verão de 2007 fiquei na casa dele depois da TTT, e conheci seus pais - e pude ver a quem ele puxou. Tenho um carinho especial por dona Mercedes, a mãe dele, muito, muito, muito fofa.
Treinei na pista sob o olhar de mi amor de treinador, Edu, que está me fazendo aprender muito sobre mim. Comecei a treinar com ele em junho, depois da maratona. Ele me faz treinar no limite, e está expandindo esse limite mês a mês. E me preparando aos poucos para entrar nas provas com objetivos de tempo, com mais determinação. Edu me transmite uma enorme tranqüilidade, segurança, confiança, foco. Se ele diz que eu tenho que fazer uma coisa, eu vou lá e faço. Se ele diz que eu posso fazer, eu vou e faço. Eu acredito que dá pra fazer porque ele diz que dá. Ele treina meu corpo e minha mente. Me ajuda na sincronização dos agregados.
Cheguei no Cete mais cedo e encontrei Lena & Soares e Cynthia, amigos queridos, que coisa boa. Domingo nós três e Marcia iremos pra outra indiada, uma corrida em Gravataí, outro percurso casca-grossa. Mas com amigos essas empreitadas são um barato.
Sábado Lena está de aniversário. E hoje comprei o presente dela na Adidas. E o do Soares, que fez aníver em agosto, e até agora eu não tinha comprado, porque não ia na Adidas desde antes da maratona.
Na Adidas sou sempre atendida por Oscar nem sei há quantos anos. Gosto de todo mundo naquela loja, todos me tratam bem. Mas Oscar se tornou especial pra mim, e agora ele já conhece meu gosto (o que é moleza, porque gosto de tudo lá, hehehe), já sabe meus tamanhos, o que vai ficar melhor e o que não vai servir, o tipo de tênis que pode me agradar. Hoje ele me contou que Letícia saiu da loja e está muitíssimo bem no novo trabalho. Ela me atendia quando Oscar não estava lá.
Depois da pista fiz musculação. Não conversei muito com Ice, ele estava ocupado. Ice é meu treinador há mais de cinco anos. Ele que ajudou a definir meu corpo, eu era muito diferente antes de seguir as planilhas dele. Pode-se dizer que meu corpo tem a assinatura dele, eu disse como queria ser, e ele bolou o roteiro da reforma. Foi um dos maiores incentivadores quando decidi colocar silicone, e é com certeza uma das pessoas que melhor me avalia em termos de estética. E ele não pode criticar meus excessos porque pega pesadíssimo também, e só não treina quando está que não consegue se mexer.
De tarde fiz pé e mão - as unhas das mãos estão azuis - e combinei um almoço com Ana e família aqui em casa pra breve. Depois irei no culto da igreja batista que eles freqüentam. Ana é minha manicure e minha amiga. Em dezembro vai fazer dois anos que nos vemos praticamente todas as semanas. Já fui atrás dela até na praia. E durante um tempo Ana me atendeu na casa dela. Ela tem uma prática espiritual muito firme e intensa, é muito atuante em sua igreja, a religião é tão importante pra ela quanto pra mim, é algo sempre presente. Admiro isso. Assim como admiro o capricho dela no trabalho. Admiro acima de tudo o modo como ela vive. Otimista. Produtivo.
Também fui na Teka, minha costureira e amiga. Conheci Teka através da mãe Dalva, ela faz meus axós (está lá com três deles pra bordar). E agora faz também minhas tchubas. E esses meus trajes são elogiados por todos, são muito bonitos mesmo. Teka faz todo tipo de costura pra mim, fez o traje romano da Lízia, um sucesso na escola, consertou minha saia de jeans que manchei com clorofina, uma calça de corrida que rasguei num de meus fabulosos tombos... Adoro ir na casa da Teka, ficamos horas conversando. Ela adora bichos e plantas. Me deu uns gerânios lindos, que estão aqui nos vasos, sempre floridos. E me deu também meu amado gato Lelo, filho da gata Chiquinha, irmão do Romeu e do Baby. Teka é outra batalhadora de coração de ouro.
Pra encerrar, fui me depilar na Odete, minha esteticista e amiga há mais de 20 anos. Odete gosta de gatos como eu; teve a Freddy, o Mitchie, a Mel, agora tem a Rebeca. Como eu, ela também é disciplinada na prática esportiva, malha diariamente com prazer. Também é reikiana como eu. E com uma espiritualidade sempre cultivada. E uma alimentação equilibrada. Conversamos muito sobre nossas vidas e nossas visões, que são parecidas. A excelência profissional de Odete também é enorme, tudo que ela faz é bem feito, é impecável.
Todas essas pessoas entraram em minha vida por vias profissionais e se tornaram queridas e importantes não só pelo que fazem, mas pelo que são. Vejo um bom coração em todas elas, é sempre bom encontrá-las. Elas fazem meu dia ficar melhor.
Meu dia de hoje teve um momento fraquíssimo em termos sociais/afetivos/emocionais, mas meus contatos com esses seres luminosos me mantiveram radiante, feliz e na paz. É a questão da paisagem. Em vez de ficar caída numa paisagem sombria de animosidade, distância e silêncio, me sentindo magoada e sozinha, instalei-me confortavelmente na paisagem das interações positivas que aquecem o coração. Cercada de gente querida por todos os lados.
Mas estou impressionada com meus encurtamentos musculares. Tenho que começar a alongar. Agora quero fazer aula de yoga. Também quero fazer aula de dança do ventre. E pedalar. E, e, e, e... Minha disposição não cabe em 24h.
A trajetória pessoal/profissional do Tiago me enche de alegria. Tiago é daquelas pessoas bacanas, legais, de quem é muito fácil gostar. Em novembro de 2006 fomos correr em Bento Gonçalves, uma tremenda indiada. Frio pra cacete, chuvisco, e um percurso só de aclives, uma loucura. Quase tive um treco, odiei cada segundo daquela corrida, mas Tiago ficou me puxando-empurrando e me fez apertar o ritmo no final. Foi a primeira vez que ganhei dinheiro numa corrida, hehehe. Voltamos de Bento e passamos a tarde aqui em casa, ouvindo música e conversando. E foi quando eu vi o quanto Tiago é realmente legal. No verão de 2007 fiquei na casa dele depois da TTT, e conheci seus pais - e pude ver a quem ele puxou. Tenho um carinho especial por dona Mercedes, a mãe dele, muito, muito, muito fofa.
Treinei na pista sob o olhar de mi amor de treinador, Edu, que está me fazendo aprender muito sobre mim. Comecei a treinar com ele em junho, depois da maratona. Ele me faz treinar no limite, e está expandindo esse limite mês a mês. E me preparando aos poucos para entrar nas provas com objetivos de tempo, com mais determinação. Edu me transmite uma enorme tranqüilidade, segurança, confiança, foco. Se ele diz que eu tenho que fazer uma coisa, eu vou lá e faço. Se ele diz que eu posso fazer, eu vou e faço. Eu acredito que dá pra fazer porque ele diz que dá. Ele treina meu corpo e minha mente. Me ajuda na sincronização dos agregados.
Cheguei no Cete mais cedo e encontrei Lena & Soares e Cynthia, amigos queridos, que coisa boa. Domingo nós três e Marcia iremos pra outra indiada, uma corrida em Gravataí, outro percurso casca-grossa. Mas com amigos essas empreitadas são um barato.
Sábado Lena está de aniversário. E hoje comprei o presente dela na Adidas. E o do Soares, que fez aníver em agosto, e até agora eu não tinha comprado, porque não ia na Adidas desde antes da maratona.
Na Adidas sou sempre atendida por Oscar nem sei há quantos anos. Gosto de todo mundo naquela loja, todos me tratam bem. Mas Oscar se tornou especial pra mim, e agora ele já conhece meu gosto (o que é moleza, porque gosto de tudo lá, hehehe), já sabe meus tamanhos, o que vai ficar melhor e o que não vai servir, o tipo de tênis que pode me agradar. Hoje ele me contou que Letícia saiu da loja e está muitíssimo bem no novo trabalho. Ela me atendia quando Oscar não estava lá.
Depois da pista fiz musculação. Não conversei muito com Ice, ele estava ocupado. Ice é meu treinador há mais de cinco anos. Ele que ajudou a definir meu corpo, eu era muito diferente antes de seguir as planilhas dele. Pode-se dizer que meu corpo tem a assinatura dele, eu disse como queria ser, e ele bolou o roteiro da reforma. Foi um dos maiores incentivadores quando decidi colocar silicone, e é com certeza uma das pessoas que melhor me avalia em termos de estética. E ele não pode criticar meus excessos porque pega pesadíssimo também, e só não treina quando está que não consegue se mexer.
De tarde fiz pé e mão - as unhas das mãos estão azuis - e combinei um almoço com Ana e família aqui em casa pra breve. Depois irei no culto da igreja batista que eles freqüentam. Ana é minha manicure e minha amiga. Em dezembro vai fazer dois anos que nos vemos praticamente todas as semanas. Já fui atrás dela até na praia. E durante um tempo Ana me atendeu na casa dela. Ela tem uma prática espiritual muito firme e intensa, é muito atuante em sua igreja, a religião é tão importante pra ela quanto pra mim, é algo sempre presente. Admiro isso. Assim como admiro o capricho dela no trabalho. Admiro acima de tudo o modo como ela vive. Otimista. Produtivo.
Também fui na Teka, minha costureira e amiga. Conheci Teka através da mãe Dalva, ela faz meus axós (está lá com três deles pra bordar). E agora faz também minhas tchubas. E esses meus trajes são elogiados por todos, são muito bonitos mesmo. Teka faz todo tipo de costura pra mim, fez o traje romano da Lízia, um sucesso na escola, consertou minha saia de jeans que manchei com clorofina, uma calça de corrida que rasguei num de meus fabulosos tombos... Adoro ir na casa da Teka, ficamos horas conversando. Ela adora bichos e plantas. Me deu uns gerânios lindos, que estão aqui nos vasos, sempre floridos. E me deu também meu amado gato Lelo, filho da gata Chiquinha, irmão do Romeu e do Baby. Teka é outra batalhadora de coração de ouro.
Pra encerrar, fui me depilar na Odete, minha esteticista e amiga há mais de 20 anos. Odete gosta de gatos como eu; teve a Freddy, o Mitchie, a Mel, agora tem a Rebeca. Como eu, ela também é disciplinada na prática esportiva, malha diariamente com prazer. Também é reikiana como eu. E com uma espiritualidade sempre cultivada. E uma alimentação equilibrada. Conversamos muito sobre nossas vidas e nossas visões, que são parecidas. A excelência profissional de Odete também é enorme, tudo que ela faz é bem feito, é impecável.
Todas essas pessoas entraram em minha vida por vias profissionais e se tornaram queridas e importantes não só pelo que fazem, mas pelo que são. Vejo um bom coração em todas elas, é sempre bom encontrá-las. Elas fazem meu dia ficar melhor.
Meu dia de hoje teve um momento fraquíssimo em termos sociais/afetivos/emocionais, mas meus contatos com esses seres luminosos me mantiveram radiante, feliz e na paz. É a questão da paisagem. Em vez de ficar caída numa paisagem sombria de animosidade, distância e silêncio, me sentindo magoada e sozinha, instalei-me confortavelmente na paisagem das interações positivas que aquecem o coração. Cercada de gente querida por todos os lados.
terça-feira, 18 de novembro de 2008
Simplicidade profunda
Uma Vida Humana Preciosa
Pense todo dia ao acordar:
"Sou afortunado por ter acordado.
Estou vivo, tenho uma vida humana preciosa.
Não vou desperdiçá-la.
Vou usar toda minha energia para me desenvolver, para expandir meu coração para os outros, para obter a iluminação para o benefício de todos os seres.
Terei pensamentos bondosos em relação aos outros.
Não vou ficar zangado, ou pensar mal dos outros.
Vou beneficiar todos os seres tanto quanto puder."
Sua Santidade o Dalai Lama.
Esse pequeno texto está no marcador de livros que Gui me deu no sábado, no Cebb, porque esqueci de levar um dos meus.
Agora estava aqui trabalhando e li o texto de novo, e tive que postar. Porque meu coração transborda quando penso em Sua Santidade o Dalai Lama, e em tudo que ele significa para mim e milhões de pessoas. Oceano de Sabedoria. Kundun, A Presença. Yeshe Norbu, A Jóia que Realiza Desejos.
Avalokiteshvara/Chenrezig, o Buda da Compaixão, que vai até os seres e se comunica com todos eles, conforme seus níveis de entendimento. Sua Santidade é capaz de transmitir a visão budista com a simplicidade do texto acima, ou com ensinamentos de complexidade extrema sobre Dzogchen e práticas tântricas como o Kalachakra Tantra.
Chenrezig de Mil Braços acolhendo todos os seres para mitigar seus sofrimentos e lhes trazer a felicidade temporária e definitiva.
Pense todo dia ao acordar:
"Sou afortunado por ter acordado.
Estou vivo, tenho uma vida humana preciosa.
Não vou desperdiçá-la.
Vou usar toda minha energia para me desenvolver, para expandir meu coração para os outros, para obter a iluminação para o benefício de todos os seres.
Terei pensamentos bondosos em relação aos outros.
Não vou ficar zangado, ou pensar mal dos outros.
Vou beneficiar todos os seres tanto quanto puder."
Sua Santidade o Dalai Lama.
Esse pequeno texto está no marcador de livros que Gui me deu no sábado, no Cebb, porque esqueci de levar um dos meus.
Agora estava aqui trabalhando e li o texto de novo, e tive que postar. Porque meu coração transborda quando penso em Sua Santidade o Dalai Lama, e em tudo que ele significa para mim e milhões de pessoas. Oceano de Sabedoria. Kundun, A Presença. Yeshe Norbu, A Jóia que Realiza Desejos.
Avalokiteshvara/Chenrezig, o Buda da Compaixão, que vai até os seres e se comunica com todos eles, conforme seus níveis de entendimento. Sua Santidade é capaz de transmitir a visão budista com a simplicidade do texto acima, ou com ensinamentos de complexidade extrema sobre Dzogchen e práticas tântricas como o Kalachakra Tantra.
Chenrezig de Mil Braços acolhendo todos os seres para mitigar seus sofrimentos e lhes trazer a felicidade temporária e definitiva.
57,4kg
Meu peso atual está por aí.
Me pesei ontem, depois que Ice, meu treinador de musculação, me olhou e disse que estou sumindo.
Quando falei o número, ele disse o mesmo que pensei: "Mas como você é pesada!" Sou a legítima falsa magra, hahaha.
Bem, são os outros que me acham magra atualmente. Eu me acho normal. O que noto é que meus braços estão fininhos, e creio que é isso que dá essa impressão (falsa) de magreza.
Ou será que antes eu estava na fófis-season, que nem diz o Newton, fisiculturista, quando está na temporada de aumentar a massa antes de iniciar a dieta pra competir? Hehehe, não creio.
Bem, bem, bem, creio é que meus devaneios de pesar entre 54kg e no máximo 56kg vão ficar só em devaneios mesmo.
Porque toda essa diferença visual de agora refere-se a apenas 2kg. No ano passado, perto da maratona, eu estava na faixa dos 59kg. Gostaria de baixar mais, o máximo possível, porque meus joelhos e tornozelos agradecem. É uma enorme diferença em termos de conforto ao correr. Mas não sei se consigo baixar mais. Ainda mais comendo brigadeiro na sobremesa, que nem fiz hoje, na casa da minha mãe. Affff...
Me pesei ontem, depois que Ice, meu treinador de musculação, me olhou e disse que estou sumindo.
Quando falei o número, ele disse o mesmo que pensei: "Mas como você é pesada!" Sou a legítima falsa magra, hahaha.
Bem, são os outros que me acham magra atualmente. Eu me acho normal. O que noto é que meus braços estão fininhos, e creio que é isso que dá essa impressão (falsa) de magreza.
Ou será que antes eu estava na fófis-season, que nem diz o Newton, fisiculturista, quando está na temporada de aumentar a massa antes de iniciar a dieta pra competir? Hehehe, não creio.
Bem, bem, bem, creio é que meus devaneios de pesar entre 54kg e no máximo 56kg vão ficar só em devaneios mesmo.
Porque toda essa diferença visual de agora refere-se a apenas 2kg. No ano passado, perto da maratona, eu estava na faixa dos 59kg. Gostaria de baixar mais, o máximo possível, porque meus joelhos e tornozelos agradecem. É uma enorme diferença em termos de conforto ao correr. Mas não sei se consigo baixar mais. Ainda mais comendo brigadeiro na sobremesa, que nem fiz hoje, na casa da minha mãe. Affff...
domingo, 16 de novembro de 2008
Cebb
Mais um fim de semana de retiro. Ouvi meu lama ensinar sobre o Vajracchedika, o Sutra do Diamante. De pirar o cabeção. A budista relaxada aqui nunca havia lido o Vajracchedika e ficou embasbacada. Nada de Caminho do Ouvinte, nem Sutrayana, nem Tantrayana. O lance é Guru Yoga, só assim pra realizar a sabedoria da vacuidade. Tem que pensar como um buda, ter a mente de buda. Tudo o mais é conceitualização.
Enfim, mesmo com minha limitadíssima capacidade, tive vislumbres que me fizeram sorrir e brilhar.
Forma é vazio. Vazio é forma. Mas forma é forma. E vazio é vazio. É e não é. Nada para afirmar, nada para negar, porque é tudo conceitualização dual. É igual, é diferente, não é igual, não é diferente. É inexprimível e inescrutável.
Minha primeira percepção disso foi no retiro com monge Gabriel. A teoria, o conhecimento cognitivo, começa a adquirir um outro sabor.
E cada vez mais Samantabhadra me atrai.
Eu sou um fenômeno. Não sou capaz de citar as Quatro Nobres Verdades. Não sei de memória o Nobre Caminho Óctuplo. Há pouco aprendi a ordem das Quatro Qualidades Incomensuráveis, e só neste fim de semana enfim consegui reter as Seis Perfeições em ordem. Também neste findi, finalmente a anta budista integrou o significado dos 3 venenos representados pelo javali, a cobra e o galo. As dez ações não-virtuosas (que muito cometo) também não sei citar de memória. Nem vou comentar o que sei sobre os 12 Elos do Surgimento Dependente... (Esse é um tema traumático; o primeiro livro de Sua Santidade o Dalai Lama que traduzi foi O Sentido da Vida, sobre os 12 elos. Eu mal havia me aproximado do budismo, não sabia nada e deparei com um ensinamento do Dalai Lama editado por Jeffrey Hopkins, erudito cujo estilo não me atrai, se é que você me entende...)
Em resumo, sou uma vergonha no básico.
Mas é falar em Samantabhadra/Vajradhara, Prajnaparamita, Dzogchen, Mahamudra, sabedoria da vacuidade, verdade absoluta e relativa, e eu me assanho toda. Não é por acaso que me conectei ao lama Padma Samten, que se concentra no estudo do Prajnaparamita e do Vajracchedika.
Mas vou tratar de estudar mais os fundamentos. E recitar mantras. E meditar.
Essa é minha idéia de aproveitar a vida.
:)
Enfim, mesmo com minha limitadíssima capacidade, tive vislumbres que me fizeram sorrir e brilhar.
Forma é vazio. Vazio é forma. Mas forma é forma. E vazio é vazio. É e não é. Nada para afirmar, nada para negar, porque é tudo conceitualização dual. É igual, é diferente, não é igual, não é diferente. É inexprimível e inescrutável.
Minha primeira percepção disso foi no retiro com monge Gabriel. A teoria, o conhecimento cognitivo, começa a adquirir um outro sabor.
E cada vez mais Samantabhadra me atrai.
Eu sou um fenômeno. Não sou capaz de citar as Quatro Nobres Verdades. Não sei de memória o Nobre Caminho Óctuplo. Há pouco aprendi a ordem das Quatro Qualidades Incomensuráveis, e só neste fim de semana enfim consegui reter as Seis Perfeições em ordem. Também neste findi, finalmente a anta budista integrou o significado dos 3 venenos representados pelo javali, a cobra e o galo. As dez ações não-virtuosas (que muito cometo) também não sei citar de memória. Nem vou comentar o que sei sobre os 12 Elos do Surgimento Dependente... (Esse é um tema traumático; o primeiro livro de Sua Santidade o Dalai Lama que traduzi foi O Sentido da Vida, sobre os 12 elos. Eu mal havia me aproximado do budismo, não sabia nada e deparei com um ensinamento do Dalai Lama editado por Jeffrey Hopkins, erudito cujo estilo não me atrai, se é que você me entende...)
Em resumo, sou uma vergonha no básico.
Mas é falar em Samantabhadra/Vajradhara, Prajnaparamita, Dzogchen, Mahamudra, sabedoria da vacuidade, verdade absoluta e relativa, e eu me assanho toda. Não é por acaso que me conectei ao lama Padma Samten, que se concentra no estudo do Prajnaparamita e do Vajracchedika.
Mas vou tratar de estudar mais os fundamentos. E recitar mantras. E meditar.
Essa é minha idéia de aproveitar a vida.
:)
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
Kashmir
Adoro essa música, cuja letra foi escrita no Sahara, embora refira-se a Kashmir, que fica na Índia. E adoro ainda mais o deserto.
Não há paisagem terrena que me fascine como o deserto. Deve ser em função de minhas inúmeras vidas em regiões áridas. Percorri centenas de quilômetros de carro através do Atacama chileno. E jamais me senti tão em casa quanto lá.
Minhas paisagens preferidas são amplas e áridas: deserto, mar aberto com extensa praia de areia, geleiras. Gosto de vastidão. Gosto de paisagens que se estendem desobstruídas e desnudas a perder de vista, com o céu escancarado acima delas.
The Sheltering Sky. Outra obra ligada ao deserto.
Oh let the sun beat down upon my face, stars to fill my dream
I am a traveler of both time and space, to be where I have been
To sit with elders of the gentle race, this world has seldom seen
They talk of days for which they sit and wait and all will be revealed
Talk and song from tongues of lilting grace, whose sounds caress my ear
But not a word I heard could I relate, the story was quite clear
Oh, oh.
Oh, I've been flying... mama, there aint no denyin
I've been flying, aint no denyin, no denyin
All I see turns to brown, as the sun burns the ground
And my eyes fill with sand, as I scan this wasted land
Trying to find, trying to find where I've been.
Oh, pilot of the storm who leaves no trace, like thoughts inside a dream
Heed the path that led me to that place, yellow desert stream
My Shangri-La beneath the summer moon, I will return again
Sure as the dust that floats high and true, when movin through Kashmir.
Oh, father of the four winds, fill my sails, across the sea of years
With no provision but an open face, along the straits of fear
Ohh.
When I'm on, when I'm on my way, yeah
When I see, when I see the way, you stay-yeah
Ooh, yeah-yeah, ooh, yeah-yeah, when I'm down...
Ooh, yeah-yeah, ooh, yeah-yeah, well I'm down, so down
Ooh, my baby, oooh, my baby, let me take you there
Let me take you there, let me take you there
Não há paisagem terrena que me fascine como o deserto. Deve ser em função de minhas inúmeras vidas em regiões áridas. Percorri centenas de quilômetros de carro através do Atacama chileno. E jamais me senti tão em casa quanto lá.
Minhas paisagens preferidas são amplas e áridas: deserto, mar aberto com extensa praia de areia, geleiras. Gosto de vastidão. Gosto de paisagens que se estendem desobstruídas e desnudas a perder de vista, com o céu escancarado acima delas.
The Sheltering Sky. Outra obra ligada ao deserto.
Oh let the sun beat down upon my face, stars to fill my dream
I am a traveler of both time and space, to be where I have been
To sit with elders of the gentle race, this world has seldom seen
They talk of days for which they sit and wait and all will be revealed
Talk and song from tongues of lilting grace, whose sounds caress my ear
But not a word I heard could I relate, the story was quite clear
Oh, oh.
Oh, I've been flying... mama, there aint no denyin
I've been flying, aint no denyin, no denyin
All I see turns to brown, as the sun burns the ground
And my eyes fill with sand, as I scan this wasted land
Trying to find, trying to find where I've been.
Oh, pilot of the storm who leaves no trace, like thoughts inside a dream
Heed the path that led me to that place, yellow desert stream
My Shangri-La beneath the summer moon, I will return again
Sure as the dust that floats high and true, when movin through Kashmir.
Oh, father of the four winds, fill my sails, across the sea of years
With no provision but an open face, along the straits of fear
Ohh.
When I'm on, when I'm on my way, yeah
When I see, when I see the way, you stay-yeah
Ooh, yeah-yeah, ooh, yeah-yeah, when I'm down...
Ooh, yeah-yeah, ooh, yeah-yeah, well I'm down, so down
Ooh, my baby, oooh, my baby, let me take you there
Let me take you there, let me take you there
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
Lilibel
Lízia e eu levantamos hoje às 6h30 pra fazer essa produção à romana. Uma patrícia romana a minha linda patricinha. Trabalho da escola, que rendeu bastante trabalho pra mim também, entre pesquisa de época, compra de tecido, costureira, compra e confecção de adereços e, pra completar, serviços de cabeleireira. Pra fazer o penteadinho simples tive que ensaiar duas vezes antes, mas até que ficou bem bacana, dada a minha inépcia. Também estou ficando mais habilidosa com a escova e grampos porque terças e quintas tenho que fazer o coque pra aula de ballet; quem fazia antes era nossa ex-empregada.
O traje rendeu ainda um tremendo perrengue, porque Lízia, como várias colegas, queria fazer uma roupa em estilo grego. Aqui em casa não. Fui pesquisar na internet e fiz uma roupa mais assemelhada às originais - e muito diferente daqueles trajinhos que se via nos filmes sobre Roma.
Saímos da cama às 6h30, mas não dormimos quase nada antes. Às 4h15, Lízia me chamou pedindo pra vir pra minha cama porque não conseguia dormir. Veio, e aí quem também não dormiu mais fui eu... Bateu o nervoso na minha pré-adolescente, que, como disse nossa terapeuta, está brincando de ser adulta, ensaiando... Nossa, que fase. Felizmente passa. :)
Minha pré-adolescente de momento quer o melhor de dois mundos. É mocinha pra sair de noite, usar salto alto, maquiar-se, escolher as roupas, ter celular sofisticado e sonhar com um notebook (o desktop é tosco). Mas é criança para levar a roupa suja pra área de serviço, guardar a roupa limpa, manter o quarto minimamente em ordem, lembrar de fazer o tema (e lembrar de qualquer coisa em geral) e aquecer uma comida no microondas (que eu comprei porque antes o problema era usar o fogão). Afffff. E tem as venetas, uns ataques súbitos de mau humor, ou de impaciência, ou de pura chatice, que vêm do nada e em seguida cessam.
Como ela tem 12 anos, estou tratando de manter a paciência. Ainda tem muito pela frente, hehehe. Além do mais, seria absurdo eu achar que Lízia dá muita incomodação apenas por ser relaxada e negligente com coisas que evidentemente eu também um acho porre de fazer. Entendo perfeitamente que ela ache melhor fazer qualquer coisa (inclusive não fazer nada) do que arrumar, guardar, limpar. Mas quero que ela perceba a importância dessas atividades na organização não só da casa, do espaço externo, mas da própria vida, do espaço interior. Uma coisa reflete a outra. Ambas se influenciam.
O traje rendeu ainda um tremendo perrengue, porque Lízia, como várias colegas, queria fazer uma roupa em estilo grego. Aqui em casa não. Fui pesquisar na internet e fiz uma roupa mais assemelhada às originais - e muito diferente daqueles trajinhos que se via nos filmes sobre Roma.
Saímos da cama às 6h30, mas não dormimos quase nada antes. Às 4h15, Lízia me chamou pedindo pra vir pra minha cama porque não conseguia dormir. Veio, e aí quem também não dormiu mais fui eu... Bateu o nervoso na minha pré-adolescente, que, como disse nossa terapeuta, está brincando de ser adulta, ensaiando... Nossa, que fase. Felizmente passa. :)
Minha pré-adolescente de momento quer o melhor de dois mundos. É mocinha pra sair de noite, usar salto alto, maquiar-se, escolher as roupas, ter celular sofisticado e sonhar com um notebook (o desktop é tosco). Mas é criança para levar a roupa suja pra área de serviço, guardar a roupa limpa, manter o quarto minimamente em ordem, lembrar de fazer o tema (e lembrar de qualquer coisa em geral) e aquecer uma comida no microondas (que eu comprei porque antes o problema era usar o fogão). Afffff. E tem as venetas, uns ataques súbitos de mau humor, ou de impaciência, ou de pura chatice, que vêm do nada e em seguida cessam.
Como ela tem 12 anos, estou tratando de manter a paciência. Ainda tem muito pela frente, hehehe. Além do mais, seria absurdo eu achar que Lízia dá muita incomodação apenas por ser relaxada e negligente com coisas que evidentemente eu também um acho porre de fazer. Entendo perfeitamente que ela ache melhor fazer qualquer coisa (inclusive não fazer nada) do que arrumar, guardar, limpar. Mas quero que ela perceba a importância dessas atividades na organização não só da casa, do espaço externo, mas da própria vida, do espaço interior. Uma coisa reflete a outra. Ambas se influenciam.
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
Coisa bem boa
Ontem corri uma maratona de revezamento num quarteto.
Foi a primeira competição desde que mi amor de treinador iniciou um trabalho voltado à minha educação para tolerar melhor o esforço e não afrouxar o ritmo quando bate o cansaço. E foi a primeira vez em que me senti melhor na volta que na ida.
As competições haviam se tornado um enorme sofrimento pra mim. Já no primeiro quilômetro eu começava a odiar estar lá, me indagando por que afinal me submetia a uma experiência tão desagradável. Pensava em parar, em caminhar, em nunca mais competir, em trotar - e seguia correndo nesse (mau) humor contraproducente, de má vontade - como se eu corresse por obrigação e não por prazer. Claro que terminava as provas mal. Os nervos tão retesados quanto meus músculos e articulações.
Desde a maratona de maio, que foi um turning point na minha relação com a corrida (e com a vida em geral), eu voltei a ter muito prazer em treinar, basicalmente na pista. Mas as rodagens na rua não me animavam tanto (e eu andei falhando os treinos), e as competições eram um total desgaste.
Conversei com Edu sobre isso depois da meia-maratona no mês passado, que foi um verdadeiro suplício. E desde então estou treinando a resistência - física e emocional - na pista, em tiros médios e curtos combinados, com intervalos curtos, e em fartleks. Nos primeiros treinos eu achei que jamais fosse conseguir agüentar aquilo - e sequer aprender a fazer. Claro que agüentei. Errei todos os ritmos no início, mas depois fui encaixando. Na semana passada, a terceira disso, fiz tudo direitinho. E o cansaço físico e o sofrimento mental diminuíram muito. O corpo e a mente se ajustaram. Prática. Disciplina. Concentração. Como sentar para meditar.
E ontem foi a mesma coisa. Foi curioso observar the workings of my mind. And body.
Antes de largar eu estava ultranervosa. Mas assim que comecei a correr dei a primeira encaixada: não havia por que estar nervosa, estava treinada e tinha total condição de fazer aquilo.
Pra variar, saí feito uma doida, e logo senti os antebraços formigando, sinal de que estava num ritmo insustentável. Aí encaixei de novo.
Ali pelo km 2, tive um surto das idéias fracas de sempre, de que não ia agüentar, de que era pesado demais e tal, mas o corpo não acompanhou a mente, eu percebi claramente que estava numa ótima, e encaixei outra vez.
Antes da virada nos 5,25km, lembrei do que Edu me disse, de que eu precisava aprender a segurar o ritmo na volta, não afrouxar na virada - pelo contrário, pensar que a partir dali era o fim e que tinha que dar tudo e até tentar negativar. Não negativei, mas não afrouxei.
Fiz minha corrida mais constante. E nos metros finais consegui abrir um pouco a passada, ao contrário do que sempre acontecia; quando avistava a chegada eu muitas vezes afrouxava.
Cheguei inteira, bem. Corri no tempo que estou treinada pra fazer. E não senti o calor que castigou muita gente. (Eu gosto de calor, tenho uma boa resistência a altas temperaturas, passo mais trabalho no frio.) Dei duro, me puxei, não estava lá passeando, não teve nada de moleza. Mas estava confortável porque estava preparada para e disposta a passar por aquele esforço. E uma coisa é esforço, outra é sofrimento. Havia uma motivação e um foco. E não havia motivo para sofrer. Nunca houve. Simplesmente criei uma paisagem mental de sofrimento nas corridas e me meti lá dentro.
Não consegui sustentar a paisagem mental de conforto o tempo todo. Houve vários momentos de sofrimento, a mente oscilou bastante. Mas foi como uma prática de shamatha: a mente se desviava do objeto de concentração e era trazida de volta.
Quando Paulão massageou minhas pernas, notei que elas estavam soltas, relaxadas. Como minha mente.
:)
Tudo em minha vida serve pra praticar aquilo em que acredito.
:)
domingo, 9 de novembro de 2008
Família
Laura, Lízia, Maria Helena e Lúcia.
Domingo, 9 de novembro de 2008.
Hoje participei de uma corrida de revezamento. E minha irmã levou nossa mãe e minha filha pra conferirem o agito. Foi um tremendo programa de índio no fim das contas, estava uma megamuvuca e quente pra caramba. Então elas ficaram lá por um tempo e depois foram embora - meu ex-marido fez a mão e foi buscá-las.
Minha irmã passou trabalho pra fazer a mãe sair. Ela está cada vez menos disposta a fazer coisas, quer apenas ficar em casa. E fica muito quieta, com o olhar fixo no vazio. Onde está a mente dela?
Olhar para esse processo de desintegração é muito doloroso e perturbador. Estou perdendo a pessoa que cuidou de mim, e isso gera medo, e sensação de desamparo e solidão extrema. E uma perda de referencial, de identidade, porque os papéis de mãe e filha se inverteram. Mas ao mesmo tempo estou desenvolvendo uma enorme aceitação, e isso me pacifica. Ao aceitar tudo que está acontecendo, liberto-me das sensações negativas. E de apegos a identidades e paisagens.
Meu olhar para o passar do tempo está mudando. Vivo o hoje, o agora. Um dia de cada vez. Valorizo cada momento, cada experiência. E me abro para miríades de possibilidades.
Domingo, 9 de novembro de 2008.
Hoje participei de uma corrida de revezamento. E minha irmã levou nossa mãe e minha filha pra conferirem o agito. Foi um tremendo programa de índio no fim das contas, estava uma megamuvuca e quente pra caramba. Então elas ficaram lá por um tempo e depois foram embora - meu ex-marido fez a mão e foi buscá-las.
Minha irmã passou trabalho pra fazer a mãe sair. Ela está cada vez menos disposta a fazer coisas, quer apenas ficar em casa. E fica muito quieta, com o olhar fixo no vazio. Onde está a mente dela?
Olhar para esse processo de desintegração é muito doloroso e perturbador. Estou perdendo a pessoa que cuidou de mim, e isso gera medo, e sensação de desamparo e solidão extrema. E uma perda de referencial, de identidade, porque os papéis de mãe e filha se inverteram. Mas ao mesmo tempo estou desenvolvendo uma enorme aceitação, e isso me pacifica. Ao aceitar tudo que está acontecendo, liberto-me das sensações negativas. E de apegos a identidades e paisagens.
Meu olhar para o passar do tempo está mudando. Vivo o hoje, o agora. Um dia de cada vez. Valorizo cada momento, cada experiência. E me abro para miríades de possibilidades.
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
Espelho, espelho meu
Todo mundo tem me dito que estou mais magra.
Mi amor de treinador (Edu), meu ex-treinador (Clóvis querido, que eu agora só chamo de "gordáquilo", porque ele surtou com esse apelido, que originalmente é do meu gatânlio Ted Boy Marino), amigos. Hoje encontrei um corredor que não me via desde a maratona, e ele comentou a mesma coisa.
Como não faço mais musculação regularmente por falta de tempo, acredito que estou menor por ter perdido massa magra. Gordura eu não tenho muita, e a que tenho é daquele tipo insuportável que só sairia com dieta de fome (coisa que nunca fiz, nem farei) ou com alguma cirurgia mirabolante (que nenhum médico decente faria).
O que tenho agora, me parece, é um distúrbio visual (pra não dizer mental), porque me olho e sempre me acho meio grandona, hehehe. Lógico que não me acho gorda, mas acho que a buzanfa e as pernas deveriam ter vários centímetros a menos. Gosto de osso, pele e músculo. Nada a ver com corpo esquálido de modelo, mas não gosto de volume. Aí sempre acho que eu poderia ser menor, ter menos enchimento entre o osso e a pele. Mas é um achismo que não se traduz em nenhuma ação, porque sempre concluo que está tudo bem do jeito que está. É mais aquela coisa de ficar vendo pêlo em ovo, mosquito na lua... Ou talvez a permanente insatisfação do samsara.
Acho que preciso me pesar pra ver o que dizem os números. A última vez que me pesei foi um tempo antes antes da maratona, eu estava com 59,5kg. Nunca me peso pra não ficar alimentando idéias fracas sobre a necessidade de perder peso. Já tenho bastante coisa pra ocupar a mente - entre o que é útil e as bobagens -, só me faltava entrar numas com a balança.
Mi amor de treinador (Edu), meu ex-treinador (Clóvis querido, que eu agora só chamo de "gordáquilo", porque ele surtou com esse apelido, que originalmente é do meu gatânlio Ted Boy Marino), amigos. Hoje encontrei um corredor que não me via desde a maratona, e ele comentou a mesma coisa.
Como não faço mais musculação regularmente por falta de tempo, acredito que estou menor por ter perdido massa magra. Gordura eu não tenho muita, e a que tenho é daquele tipo insuportável que só sairia com dieta de fome (coisa que nunca fiz, nem farei) ou com alguma cirurgia mirabolante (que nenhum médico decente faria).
O que tenho agora, me parece, é um distúrbio visual (pra não dizer mental), porque me olho e sempre me acho meio grandona, hehehe. Lógico que não me acho gorda, mas acho que a buzanfa e as pernas deveriam ter vários centímetros a menos. Gosto de osso, pele e músculo. Nada a ver com corpo esquálido de modelo, mas não gosto de volume. Aí sempre acho que eu poderia ser menor, ter menos enchimento entre o osso e a pele. Mas é um achismo que não se traduz em nenhuma ação, porque sempre concluo que está tudo bem do jeito que está. É mais aquela coisa de ficar vendo pêlo em ovo, mosquito na lua... Ou talvez a permanente insatisfação do samsara.
Acho que preciso me pesar pra ver o que dizem os números. A última vez que me pesei foi um tempo antes antes da maratona, eu estava com 59,5kg. Nunca me peso pra não ficar alimentando idéias fracas sobre a necessidade de perder peso. Já tenho bastante coisa pra ocupar a mente - entre o que é útil e as bobagens -, só me faltava entrar numas com a balança.
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
OBA!!!
Que bom estar viva para assistir a eleição de Barak Obama.
Como é emocionante ver gente no mundo inteiro feliz e esperançosa por causa de um homem e tudo que ele simboliza. Ver uma pessoa criar uma onda gigante de mobilização e união. Ver uma pessoa realizar um sonho e ir além de tudo que a visão limitada convencional considerava possível.
Vida humana preciosa.
Como é emocionante ver gente no mundo inteiro feliz e esperançosa por causa de um homem e tudo que ele simboliza. Ver uma pessoa criar uma onda gigante de mobilização e união. Ver uma pessoa realizar um sonho e ir além de tudo que a visão limitada convencional considerava possível.
Vida humana preciosa.
domingo, 2 de novembro de 2008
No Dharma
Cheguei há pouco do Cebb - Centro de Estudos Budistas Bodisatva. Passei o fim de semana lá, em retiro, ouvindo ensinamentos sobre bodhicitta, a mente que busca a iluminação para o benefício de todos os seres. O professor foi monge Gabriel, que estuda na universidade monástica Dzongsar Shedra, na Índia, perto de Dharamsala, sede do governo tibetano no exílio e residência oficial de Sua Santidade o Dalai Lama.
Freqüento o Cebb há dez anos, e esse foi apenas o segundo retiro que fiz. O primeiro foi no ano passado, com o lama Padma Samten. Sou uma praticante budista muito relapsa, mas estou tentando melhorar. E já vi que para isso é fundamental manter contato com a Sangha. Essa coisa de praticar apenas no dia-a-dia fica muito solta. O simples fato de estar freqüentando pelo menos um evento do Cebb por semana já me deixou muito mais conectada.
Tenho a bênção de traduzir obras budistas com freqüência, e isso mantém minha conexão. Mas está na hora de praticar mais. Especialmente o sentar. Acalmar o corpo e a mente. No retiro, meu corpo pareceu causar mais agitação do que a mente. Não consigo ficar muito tempo sentada em meio-lótus, meus joelhos doem, parece que minha consciência transfere-se pra eles. Afffff.. Sem falar que os joelhos ficam tão altos que tenho que sentar em cima de duas almofadas para mantê-los baixos como devem ficar. Eta dureza!
O caminho para a iluminação assenta-se sobre o binômio sabedoria e compaixão. Preciso estudar mais, mas preciso especialmente praticar mais. Ou vou acabar sendo uma budista teórica. E todo mundo sabe que, na prática, a teoria é outra...
Esse é monge Gabriel. Tenho enorme carinho e admiração por ele. Monge Gabriel tem grande interesse pela tradução de textos. Temos em comum o desejo de aprimorar a linguagem do Dharma em português. Monge Gabriel está trabalhando para concretizar meu sonho de tradutora e estudante budista: a criação de um dicionário em português que ofereça sinônimos para termos tibetanos e sânscritos e, mais que isso, verbetes com a explicação aprofundada dos termos originais. Porque simplesmente não há como traduzir termos do tibetano e do sânscrito para palavras dos idiomas ocidentais. Os termos originais exprimem conceitos profundos, sofisticados, complexos e extremamente sutis. Então, nos idiomas ocidentais, o que se pode fazer é usar uma palavra a grosso modo, como uma sigla ou abreviatura, ou uma sinalização. Se ao menos usarmos essas palavras de forma padronizada já será muito bom. Hoje em dia, cada um traduz como acha melhor.
O hábito não faz o monge. E eu não quero ser monja - por enquanto. Mas sinto que elementos da tradição podem sim ajudar muito a gerar e manter a motivação. Por isso, peguei uma tchuba e uma meia-tchuba emprestadas de minha amiga Regina, e levei para minha querida costureira Teka. Um dos resultados é essa tchuba da foto. Teka fez mais uma assim, em azul, e uma meia-tchuba, que é apenas a saia, na cor denominada de "beringela" pela funcionária simpática que me atendeu no Empório das Sedas. Pra mim é roxo, outra cor que eu muito aprecio (minhas unhas, aliás, estão pintadas de roxo essa semana).
De tchuba, de axó ou de saree não me sinto fantasiada. Tenho identidades ligadas a essas culturas. Identidades ligadas basicamente à espiritualidade.
Freqüento o Cebb há dez anos, e esse foi apenas o segundo retiro que fiz. O primeiro foi no ano passado, com o lama Padma Samten. Sou uma praticante budista muito relapsa, mas estou tentando melhorar. E já vi que para isso é fundamental manter contato com a Sangha. Essa coisa de praticar apenas no dia-a-dia fica muito solta. O simples fato de estar freqüentando pelo menos um evento do Cebb por semana já me deixou muito mais conectada.
Tenho a bênção de traduzir obras budistas com freqüência, e isso mantém minha conexão. Mas está na hora de praticar mais. Especialmente o sentar. Acalmar o corpo e a mente. No retiro, meu corpo pareceu causar mais agitação do que a mente. Não consigo ficar muito tempo sentada em meio-lótus, meus joelhos doem, parece que minha consciência transfere-se pra eles. Afffff.. Sem falar que os joelhos ficam tão altos que tenho que sentar em cima de duas almofadas para mantê-los baixos como devem ficar. Eta dureza!
O caminho para a iluminação assenta-se sobre o binômio sabedoria e compaixão. Preciso estudar mais, mas preciso especialmente praticar mais. Ou vou acabar sendo uma budista teórica. E todo mundo sabe que, na prática, a teoria é outra...
Esse é monge Gabriel. Tenho enorme carinho e admiração por ele. Monge Gabriel tem grande interesse pela tradução de textos. Temos em comum o desejo de aprimorar a linguagem do Dharma em português. Monge Gabriel está trabalhando para concretizar meu sonho de tradutora e estudante budista: a criação de um dicionário em português que ofereça sinônimos para termos tibetanos e sânscritos e, mais que isso, verbetes com a explicação aprofundada dos termos originais. Porque simplesmente não há como traduzir termos do tibetano e do sânscrito para palavras dos idiomas ocidentais. Os termos originais exprimem conceitos profundos, sofisticados, complexos e extremamente sutis. Então, nos idiomas ocidentais, o que se pode fazer é usar uma palavra a grosso modo, como uma sigla ou abreviatura, ou uma sinalização. Se ao menos usarmos essas palavras de forma padronizada já será muito bom. Hoje em dia, cada um traduz como acha melhor.
O hábito não faz o monge. E eu não quero ser monja - por enquanto. Mas sinto que elementos da tradição podem sim ajudar muito a gerar e manter a motivação. Por isso, peguei uma tchuba e uma meia-tchuba emprestadas de minha amiga Regina, e levei para minha querida costureira Teka. Um dos resultados é essa tchuba da foto. Teka fez mais uma assim, em azul, e uma meia-tchuba, que é apenas a saia, na cor denominada de "beringela" pela funcionária simpática que me atendeu no Empório das Sedas. Pra mim é roxo, outra cor que eu muito aprecio (minhas unhas, aliás, estão pintadas de roxo essa semana).
De tchuba, de axó ou de saree não me sinto fantasiada. Tenho identidades ligadas a essas culturas. Identidades ligadas basicamente à espiritualidade.
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