domingo, 9 de novembro de 2008

Família

Laura, Lízia, Maria Helena e Lúcia.
Domingo, 9 de novembro de 2008.


Hoje participei de uma corrida de revezamento. E minha irmã levou nossa mãe e minha filha pra conferirem o agito. Foi um tremendo programa de índio no fim das contas, estava uma megamuvuca e quente pra caramba. Então elas ficaram lá por um tempo e depois foram embora - meu ex-marido fez a mão e foi buscá-las.
Minha irmã passou trabalho pra fazer a mãe sair. Ela está cada vez menos disposta a fazer coisas, quer apenas ficar em casa. E fica muito quieta, com o olhar fixo no vazio. Onde está a mente dela?
Olhar para esse processo de desintegração é muito doloroso e perturbador. Estou perdendo a pessoa que cuidou de mim, e isso gera medo, e sensação de desamparo e solidão extrema. E uma perda de referencial, de identidade, porque os papéis de mãe e filha se inverteram. Mas ao mesmo tempo estou desenvolvendo uma enorme aceitação, e isso me pacifica. Ao aceitar tudo que está acontecendo, liberto-me das sensações negativas. E de apegos a identidades e paisagens.
Meu olhar para o passar do tempo está mudando. Vivo o hoje, o agora. Um dia de cada vez. Valorizo cada momento, cada experiência. E me abro para miríades de possibilidades.

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