quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Divo Divino

Amo, amo, amo.
E hoje eu tou bandida e não consigo não pensar: com tanto ladrão de oxigênio, por que ele?E esse vídeo é de matar.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

A xícara e o oceano

Depois de observar o ressentimento alheio, hoje estou observando o meu.
No caso, é apego ao aspecto negativo de um fenômeno. Tenho vontade de falar com uma pessoa unicamente para poder dizer-lhe umas verdades - as minhas, é claro, hahaha!
Olhar pra isso tem, entretanto, um aspecto positivo. Estou vendo meu eu mesquinho e autocentrado em atividade - e uma outra parte de mim acha graça disso. O eu autocentrado não gosta de nada disso; não gosta de não poder se manifestar em uma conversa inútil e gosta menos ainda de que achem graça dele. Mas ele é menor. Isso é fato.
Assim, a experiência que à primeira vista surge como desagradável, logo adquire um aspecto divertido. E torna-se leve, simples, fácil de lidar.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Silêncio de ouro

Hoje de manhã, enquanto montava a lasanha do almoço, fiquei mais uma vez muito satisfeita comigo. Em meio ao turbilhão dos últimos dias, não tive acessos de raiva ou perda de controle. O que realmente me deixou feliz foi ver que não tive que me controlar pra segurar a língua nem mesmo quando sofri um ataque verbal do mais baixo nível. Não tive que pensar "não vou dizer isso e aquilo", eu simplesmente não tive a menor vontade de retrucar. Ocorreram-me algumas coisas extremamente maldosas para dizer, mas não veio um impulso de raiva que me levasse a manifestá-las. Olhei meus pensamentos, e me pareceram totalmente tolos, um exercício mental inútil que não seria de benefício para ninguém. A pessoa que me agrediu apenas sentiria ainda mais raiva de mim, e eu cometeria uma ação não virtuosa.
Tudo isso numa fração de segundos.

Agora, passada a tormenta, vejo outros desdobramentos positivos de manter a boca fechada. Lembrei do vaso emborcado das alegorias budistas - o ouvinte que não aprende simplesmente porque está fechado, não é receptivo, rejeita o ensinamento. Na vidinha ordinária também tem vaso emborcado quando rejeitamos o que nos dizem sem concedermos sequer o benefício da dúvida. Fui agredida por um vaso emborcado; não há nada que eu possa dizer para a pessoa, ela rejeita categoricamente tudo que eu penso, sinto e faço. Em resumo, rejeita tudo que eu sou. Quanto mais eu falar, pior vai ficar. Nesses casos a sabedoria consiste em fazer o que eu fiz: ficar calada.

Bem simples

Deitei cedo e acordei cedo.
Fiz um chimas e vou trabalhar um pouco antes de descer pra montar a lasanha do almoço e sair pra uma corrida leve. O treino é bastante leve nessa e nas próximas três semanas - maravilha. O ciclo passado foi pesado demais.
Tou aqui sentada à mesa de trabalho observando a manhã maravilhosa. Como eu gosto desse tempo e dessa época! E em breve o verão, que eu adoro.
Meus gatinhos também estão curtindo, sentados ao sol no parapeito.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Depleção

A virada do mês foi estrondosa.
A segunda-feira começou com problemas pessoais, de saúde e de relações de trabalho já pela manhã. Me incomodei tanto, mas tanto, que à tarde, depois de um remédio pra enxaqueca, comi um pouco de chocolate - na falta de algo pra me alegrar.
Pra encerrar o dia e o mês, mais um desacerto em nível pessoal à noite.
Mas nada jamais abala minha convicção de que as mudanças são para o bem e para melhor. O primeiro dia de novembro chega ao final com a crise na relação trabalhista solucionada a contento para todas as partes. O problema de saúde passou. E a crise pessoal me fez olhar para mim mesma e minhas expectativas com humildade e serenidade.
Estou meio desanimada, a turbulência me fez gastar muita energia e algumas coisas me entristeceram. Estou meio murcha. Mas em paz. A tensão dissipou-se, estou relaxando.
Os ventos da primavera levaram embora situações e pessoas que não acrescentavam mais nada e trouxeram novas possibilidades promissoras. Amanhã terei um dia com minha família minúscula, com as duas pessoas que merecem e precisam de minha atenção e cuidado.

sábado, 29 de outubro de 2011

Karma magic

Good things happen when you expect them to happen. And even when you don't.
"Whenever I have knocked, a door has opened. Wherever I have wandered, a path has appeared. I have been helped, supported, encouraged and nurtured."
Estava eu aqui no notebook nesta tarde de sábado feiosa - agora começando a ficar chuvosa -, de bobeira no Facebook, e eis que um facefriend surge do nada perguntando se eu era tradutora profissional. Em poucos minutos surgiu uma maravilhosa oportunidade de trabalho. E muito mais que isso: a oportunidade de participar de um projeto lindo.
Eu sou uma pessoa com muitos méritos acumulados. :)

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Dieta 1

Acordei hoje muito orgulhosa de mim: na festa de ontem, resisti muito na boa à tentação de atacar a maravilhosa torta de chocolate, que servi para todos os convidados. Não foi um sacrifício - se fosse eu não faria. Foi uma decisão tranquila baseada na minha prioridade: ter uma dieta mais saudável e compatível com a carga de exercícios que pratico.
Na semana passada, na sexta passada, aliás, consultei com a nutricionista Simone da Luz Silveira para tratar da reorganização da minha dieta. Ela constatou que o problema não era tanto o que eu como, mas o que eu não comia e a forma totalmente irregular como eu comia. Minha ingesta de proteínas era insignificante. Isso, somado ao fato de eu passar até seis horas sem comer ao longo do dia, fazia com que eu queimasse massa magra em vez de massa gorda. Simone disse que devo meu corpo musculoso basicamente à genética favorável.
Na segunda-feira, comecei a dieta proposta por ela. Simone me disse que seria bem difícil, mas até agora estou levando numa ótima. Houve uma redução nos carbo-hidratos e um tremendo aumento nas proteínas, basicamente via whey, porque não existe a possibilidade de eu comer peixe e frango regularmente.
Outra modificação radical foi a introdução de uma refeição imediatamente após o treino. Eu nunca fazia isso, pois jamais tenho fome. Mas já estou me adaptando.
Não fico mais horas e horas sem comer. E também estou me acostumando com isso.
Ontem não jantei antes de ir pra festa porque não deu tempo, no bar não havia nada para comer. Cheguei em casa à meia-noite e fui jantar em vez de pular a refeição.
Hoje de manhã vacilei. Só tomei café com leite, pois achei que fosse correr logo. Não fui e não comi nada. Resultado: nesse momento espero ansiosamente o almoço ficar pronto, estou com fome e senti desconforto pela falta de comida (basicamente um frio danado).
Nem sempre adquirir bons hábitos é uma dificuldade. :) Motivação é tudo.

Old friends

Fui ontem à festa de 50 anos do Paulo Ressadori, que conheço há uns 25. Eu não lembrava mais de quando nos conhecemos. Ele lembrava: foi no Taj Mahal, com minha amiga e colega jornalista Letícia, companhia inseparável numa época festiva de minha vida. Trabalhávamos na Band FM de dia e vivíamos a vida louca à noite.
Fui à festa com outro amigo dos anos 1980, Reinaldo. Que conheci na rádio, ele trabalhava na vizinha Ipanema FM. Reinaldo foi outro companheiro de noitadas, mas basicamente shows.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Ciclos e mudanças

Menstruei há pouco. Fui ao clube bem cedo, a ideia era fazer musculação e correr na esteira pra evitar a chuva. Fiz a musculação na garra, mas me senti mal demais, zonza, zonza. Abortei a corrida, não tinha condições. Já estava pensando em marcar hora com a homeopata pra ver se havia alguma coisa errada. Nada. Era apenas o mal-estar que sinto sempre nas horas que antecedem a descida do fluxo. Ontem à noitinha eu já estava um caco. Achei que pudesse ser isso, a minha peculiar tpm, mas fiquei em dúvida porque meu ciclo anda registrando umas pequenas variações de dias.
Enfim, hoje começo uma nova fase ascendente em termos de energia geral.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Objeto de desejo

Adoro esse anel. O livro, 500 Wedding Rings, tem coisas magníficas.

Hahaha, depois do comentário de meu grande amigo Jaume, acho bom registrar o que pra mim - e só pra mim, é claro - é óbvio desde que vi esse anel e esse livro: nunca olhei para essas joias como alianças de casamento, nunca pensei em usá-las com outra pessoa. Vou fazer esse anel para mim como uma peça de uso pessoal diário. Não seria uma boa ideia associá-la a algo tão impermanente quanto um casamento.

O que é de quem

‎"Se alguém chega até você com um presente e você não o aceita, a quem pertence o presente?" - perguntou o Samurai.
"A quem tentou entregá-lo" - respondeu um dos discípulos.
"O mesmo vale para a inveja, a raiva, e os insultos" - disse o mestre.
"Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem os carregava consigo."
A sua paz interior depende exclusivamente de você. As pessoas não podem lhe tirar a calma, só se você permitir.

Mais uma inspiração via FB.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Via FB

‎O universo provê e nos dá tudo de que precisamos. Tudo tem seu tempo, e a sabedoria consiste em saber o que pegar e o que largar - e o momento de fazê-lo.

"Crie laços com as pessoas que lhe fazem bem, que lhe parecem verdadeiras, e desfaça os nós que lhe prendem àquelas que foram significativas na sua vida, mas infelizmente deixaram de ser. Nó aperta, laço enfeita."

"Às vezes é necessário excluir pessoas, apagar lembranças, jogar fora o que machuca, abandonar o que nos faz mal, libertar-se de coisas que nos prendem. Espere sempre o melhor, prepare-se para o pior e aceite o que vier. Ouse, arrisque, não desista jamais e saiba valorizar as pessoas que realmente lhe amam. Quanto ao resto, bom... é só o resto."

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Sabedoria Facebook

O destino determina quem entra em sua vida, mas você decide quem fica nela.
A verdade dói só uma vez, a mentira cada vez que você lembra.
Há três coisas na vida que nunca mais voltam: as palavras, o tempo e as atitudes.
Por isso, valorize quem valoriza você e não trate como prioridade a quem lhe trata como uma opção.

Agora sim eu entendi o que é amar o próximo.
Você me ama?
Resposta: Não.
Então... Próximo!!!

Quem não presta assistência perde a preferência e abre a concorrência.

A luz chega antes do som. Por isso algumas pessoas parecem brilhantes até falarem.


Engraçadinhas:

Quando você levanta de manhã e todas as suas juntas fazem "crec", você não está velho. Está crocante.

Quando aparecerem os cabelos brancos, não arranque: em breve podem fazer falta.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Turning point


Ontem dancei em público pela terceira vez em minha carreira tardia de aprendiz de bellydancer. E pela primeira vez me senti bem dançando em público. Não tive medo, nem vergonha, nem aquela sensação aterrorizante de que esqueci tudo e de que vou errar ou ficar paralisada. Ainda não fiquei totalmente solta, mas mesmo assim foi maravilhoso, foi incrivelmente diferente. Comecei a me sentir à vontade.
Havíamos começado a coreografia em meados de abril, e em todo esse tempo eu não consegui gostar da ideia de me apresentar. No último mês não estava gostando nem de ensaiar porque ficava pensando que teria o dia do show. Ontem eu estava no maior stress.
Fiquei tão, mas tão ansiosa, que senti a pressão baixar a níveis preocupantes. Cheguei zonza na casa da Jô, minha maquiadora. Aí, além de nervosa com a apresentação, já estava ficando com medo de desmaiar. Já pensou que mico?
E então, enquanto ela me maquiava e conversávamos - inclusive sobre meu horror de me exibir em público -, a ansiedade arrefeceu. Saí da casa dela mais bonita, mais bellydancer, hehehe, e menos tensa.
O turning point aconteceu no instante em que começou a tocar a música e eu, Stela, Cintia e Ludmila entramos em cena. Fiquei numa boa e fui fazer o que havia treinado para fazer. E me senti bem fazendo. Estava entre amigas, e nós estávamos entrosadas. E nossa apresentação foi realmente muito boa.
Lembrei muito de uma largada de maratona em que senti tanto, mas tanto medo, que estava quase que batendo os dentes e com dor de barriga. Aí, quando soou a sirene, passou tudo, e lá fui eu fazer o que havia treinado para fazer.
Eu amo a dança, mas pra mim é muuuuuuito difícil dançar. Sou extremamente dura e tenho uma dificuldade imensa para aprender os movimentos. Quando comecei, em 2009, achei que jamais fosse conseguir soltar o quadril o mínimo que fosse. Mas minha limitação não é tão grande quanto minha perseverança, força de vontade, disciplina e paciência. E tive a bênção de encontrar uma professora maravilhosa, tão dedicada e resoluta quanto eu. Não sei se eu teria persistido sem Stela Turelli, que não apenas dança maravilhosamente, como sabe ensinar.
Stela desmembra os movimentos nos mais mínimos detalhes e os ensina de várias formas diferentes. E com o tempo eu vou assimilando. Para mim é tudo muito desafiador, mas mesmo assim nossas aulas são animadas, alegres e divertidas. São um ponto alto da minha rotina.
Assim como na corrida, estou aprendendo a valorizar meu desempenho na dança. A ideia não é ser uma atleta de elite, nem uma bellydancer profissional, mas me divertir com essas atividades, ter prazer e fazê-las o melhor que eu puder. Como diz minha profe, musa e amiga: "Curtir o babado".

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Momentos da maratona



O mal-estar físico que me acometeu na semana pós-maratona e a incerteza que ele provocou esvaziaram o meu ânimo para comemorar o feito. Enfim, passada a turbulência, vou dar início à preparação para um novo desafio.
Retomei os treinos no dia 11 e engrenei mesmo a partir de sábado passado. Na semana que vem começarei a temporada do segundo semestre. :) Right on time.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

What a difference a day makes

Dia 22. Meu aniversário em dezembro.
Neste ano, a maratona em maio.
E ontem a largada para uma nova etapa de vida.

O 22 de junho começou com a grande boa notícia pós-maratona. Fiz um tilt-test com resultado positivo para "síncope vasovagal do tipo misto". Significa que estou sujeita a quedas muito acentuadas de pressão arterial e frequência cardíaca, o que pode me levar a desmaios, como ocorreu no fim de maio. Não tem cura, nem tratamento. Mas também não é grave. :)))

À tarde, fiz uma megalimpeza nas roupas de minha filha. Separamos muitas dezenas de peças, que já repassei para quem poderá aproveitá-las. Foi uma enorme liberação de espaço físico e energético. Na véspera havia feito o mesmo com os sapatos dela.

No final da tarde, recebi duas orientações preciosas.
1 - Estou no momento de fechar um ciclo e começar outro. Para isso, basta sair da zona de (des)conforto atual. Não terei sequer que correr riscos, porque estou amparada por forças do bem. Terei lucidez para fazer movimentos benéficos em todos os aspectos de minha vida.
2 - Mereço coisa melhor. E terei. Basta desapegar do velho e me abrir para receber o novo. Tudo virá para melhor.

O dia de hoje foi preenchido com essas certezas. E me senti inundada de paz e luz. Sabedoria e compaixão.
O corpo reage em sintonia. Foi um dia de muitos suspiros. A cada expiração prolongada, a sensação de afrouxamento da couraça do diafragma. Relaxamento. Aumento do espaço interno, com uma inalação maior de ar a cada inspiração.

Para encerrar o feriado de hoje, um telefonema para concretizar uma mudança importante em termos práticos. Demorou, mas agora já é.


PS em 24 de junho: O universo sempre provê tudo de que precisamos. Depois das orientações recebidas na quarta, eis que nessa sexta deparo com esse texto no Facebook:

El autoestima es el medidor que permite conocer cuanto nos amamos y valoramos a nosotros mismos. Existen personas que dicen poseer una buena autoestima pero que están en trabajos que no les gustan, en relaciones poco satisfactorias, junto a amistades poco favorables, con adicciones o vicios destructivos, llenas de miedo e inseguridades en sus vidas.
Cuando de verdad hay una buena autoestima la persona sabe que siempre puede elegir lo mejor y que merece en todo momento y situación lo mejor, aprende a soltar aquello que ya no le es más útil en su vida, reconoce cuando debe hacer cambios, toma decisiones que le beneficie a si mismo y a los que le rodean, sabe cuando debe evitar el contacto con aquellos que considera influencia negativa y sobretodo se trata a sí mismo con amor y compasión, tomando en cuenta sus propias necesidades.

Amarse a si mismo significa que se reconoce el propio valor y que por ende se puede salir del drama sea cual sea para vivir en armonía y paz. Reconoce que mientras te sientas bien contigo mismo y satisfecho con tu vida te será más fácil poder transmitir ese bienestar a los que te rodean y contribuir con la construcción de relaciones basadas en el amor y podrás también ayudar a otros de una manera positiva. Ámate a ti primero y el amor fluirá en tu vida.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Gentalha, gentalha, gentalha

A má educação de alguns motoristas de Porto Alegre é cada vez maior. Na maratona, a turma dos sem-modos deu show nos cruzamentos interrompidos, buzinando histericamente. Na esquina da Vicente da Fontoura com Ipiranga, a gentalha estava fora de si.
Esse comportamento hostil à interrupção do trânsito em virtude da maratona mostra a pequenez dessa parcela de porto-alegrenses mal-educados, grosseiros e atrasados (que eu, no espírito Coca-Cola, acredito que seja minoria). Nova York, Chicago, Berlim, Londres e Paris - para citar apenas as sedes das top-maratonas - podem parar o trânsito para ver a maratona passar. O povo vai pras ruas - a pé - pra curtir a festa, aplaude e grita palavras de incentivo pros corredores.
O mais triste é que Porto Alegre tem tudo para fazer uma maratona atraente e charmosa: clima bom, percurso plano e trajeto bonito. Argentinos e uruguaios já estão descobrindo isso e vindo pra cá em número crescente. O pessoal do Nordeste do país também.
Eu espero ainda estar correndo quando a Maratona Internacional de Porto Alegre tornar-se realmente internacional e um evento exclusivamente de maratona, sem provas paralelas.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Bem isso

Estou bastante dolorida desde ontem. Só não fiquei pior porque Ariadne cuidou maravilhosamente de mim depois da prova: fez varredura com gelo, me alongou e ainda me brindou com uma massagem fabulosa. Foi a salvação da lavoura. O corpo de luxo estava meio lesado. Ainda na corrida senti uns beliscões na coxa esquerda que indicavam uma certa disposição pra cãibra. E depois tive pequenos repuxamentos nos pés. A coisa não degringolou porque Ariadne acalmou a musculatura estressada.
Mas a coisa mais maravilhosa é que não senti dor nenhuma na coluna!!! Tou meio manca, mas a hérnia tá em sossego!
Mais um motivo pra celebrar essa maratona.

3:25:42

Minha quarta maratona. A melhor de todas. Até agora. :)
Superei amplamente a minha expectativa mais otimista, de fechar em 3h30.
E mais uma vez percebi que o que preciso mesmo é treinar a cabeça. Foi a maratona em que larguei menos nervosa, e isso foi bom. Eu me propus a fazer a prova apenas pra completar, sem me estressar com ritmo e tempo.
Eu tinha o objetivo de concluir entre 3h30 e 3h40. Mas não conseguia imaginar pra qual dessas pontas eu penderia. E é aí que começam os problemas da cabeça.
Para mim, o treinamento para essa maratona foi totalmente errático, instável e fraco. Eu achei que falhei muitos treinos e que oscilei demais nos que fiz. Meu volume semanal máximo foi de 90km, o que achei uma pobreza. Os tiros em pista então foram o mais completo fracasso na minha mente. Foram os treinos que eu menos fiz. Primeiro, porque comecei fazendo apenas uma vez por semana; segundo, porque foram os que eu mais falhei. Achei que fiz um treinamento apenas pra completar, mas não pra melhorar tempo. Evidentemente, eu estava totalmente errada.
Tenho certeza de que só consegui fazer o tempo de ontem por ter decidido não olhar pro relógio. Não olhei nenhuma única vez, a não ser pra ligar e desligar o cronômetro. Assim, eu não fazia a menor ideia do ritmo em que estava correndo. Simplesmente corri naquilo que meu corpo conseguia. A média geral foi de 4'51" por quilômetro. Minha volta mais fraca foi a 5'08", e isso no km 38, depois acelerei de novo (e não notei, achei que estava cada vez mais lerda). E aqui tem outro problema: eu achei que estava numa média de 4'50" nas voltas mais fortes, quando na realidade estava na faixa de 4'40". E, quando o ritmo caiu nos quilômetros finais e eu me aproximei dos 5', achei que já estivesse a 5'30" pra cima, eu me sentia trotando - e trotando devagar.
A coisa é que, se eu tivesse olhado pro relógio durante a corrida, teria começado com as seguintes ideias: "Huh, 4'40", isso é muito rápido, vou cansar, não vai dar pra segurar", e ficaria mais nervosa e insegura do que já estava. E é lógico que, se você acha que não vai conseguir, evidentemente não consegue. Mais adiante, cansada, em vez de correr a 5', iria mesmo despencar pra 5'30" ou mais, não porque o corpo não aguentasse mais, e sim porque a cabeça pensava isso.
Ontem comprovei inequivocamente o efeito pernicioso do relógio para a minha cabeça fraca. Comecei a reparar nisso nos treinos de rodagem. Se fico olhando pro relógio, fico me atormentando com pensamentos de "está forte", "está fraco", "apertei", "afrouxei" e simplesmente não consigo me concentrar na única coisa que interessa: correr. Em vez de observar o desempenho do corpo, fico observando os números do relógio. Aí em geral não acho que estejam bons, que eu esteja dentro. E, quando acho que está bom, começo a me estressar no esforço de manter aquilo de modo constante, sem oscilação. O que não é possível, é claro.
Na corrida da Adidas eu já havia ignorado o relógio e também consegui fazer um tempo bom, mas na ocasião não percebi o quanto o relógio no fim das contas me atrapalha. Naquela prova eu vi minha cabeça me sabotando em outro aspecto: me fazendo ceder ao cansaço, me dizendo que não dava pra aguentar mais. Essas ideias foram interceptadas pela presença de João Gabardo. Ele encostou em mim nos 2km finais e disse que ia me dar um gás. Eu disse que não conseguia fazer mais, ele não deu bola e me fez forçar o ritmo. Ainda me ajudou a ultrapassar uma corredora nos metros finais. Sozinha eu teria afrouxado e nem pensaria em passar pela outra.
O que me atrapalhou pra valer ontem e me atrapalha sempre é essa falta de autoconfiança geral, essa predisposição pra não dar tudo, pra não ir até o limite. E não é por covardia ou por querer me economizar. É muito pior: é por achar que meu limite fica abaixo de onde ele realmente está. Eu me subestimo. Acho que não sou boa o bastante, ou que não estou bem o bastante, ou que não treinei o bastante. E aí sim fico com medo: fico com medo de estar extrapolando, de estar querendo dar um passo maior que as pernas, de forçar tanto que terei um piripaque.
Em certos momentos das competições e treinos, essa insegurança tem efeito devastador. Eu entro em sofrimento não físico, mas mental. Meu treinador me chama de Cucamonga por causa disso.
Cucamonga atingiu o máximo da agitação ontem entre os quilômetros 17 e 19. Cheguei no pico do desânimo, tudo que eu queria era parar, o sofrimento parecia insuportável, tendo em vista que faltava mais da metade da prova. Uma parte de mim manteve a lucidez de ver que essa ideia era cretina, que eu estava apenas nervosa e insegura, mas que não havia motivo para pânico. O corpo estava bem, era só a cabeça surtando.
Minha cabeça surtou em boa parte dos 42,195km. Não sei exatamente o quanto. Sei apenas que surtou demais.
Minha corrida teria sido melhor e muito mais leve, feliz, alegre e divertida se eu tivesse sustentado a autoconfiança que senti plenamente por volta dos quilômetros 23 a 25. Foi o melhor momento da prova. Fiquei radiante, alegre e feliz por estar ali e tive a mais nítida certeza de que não só iria terminar a prova, como terminaria bem. Como de fato aconteceu.
Nunca me senti tão feliz ao cruzar uma linha de chegada! Mal pude acreditar quando avistei o relógio e percebi que fecharia bem abaixo de 3h30.
O mais notável de toda essa lambança é que só a mente Cucamonga não percebia o quanto eu estava correndo bem ontem. Passei por vários amigos corredores e treinadores em momentos variados, e todos me disseram que eu estava bem; quer dizer, todos viram que eu estava correndo bem e sem sinais de esforço excessivo ou sofrimento. Um deles me viu já perto da chegada, quando Cucamonga estava em total desespero, achando que dali a pouco eu estaria engatinhando; ele passou de bike e disse que nem ficou comigo porque eu estava com uma fisionomia ótima.
É exatamente isso que me dá certeza de que posso acabar com as autossabotagens: por mais atenção que eu dê a Cucamonga, essa parte de mim jamais assume o controle total das operações. Eu nunca abandono uma corrida ou treino, nunca afrouxo o ritmo a não ser que esteja realmente acabada. Eu (ainda) não consigo partir pra uma arrancada final, mas também passo longe de fazer corpo mole. E o melhor de tudo é que sempre sorrio muito naturalmente quando passo por outras pessoas e quando me aproximo da chegada. Porque nesses momentos eu tomo contato com a felicidade que sinto ao correr. A questão é essa: a felicidade e alegria estão sempre presentes. Mesmo quando me enredo em ideias de Cucamonga.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Galaxy, Lua Cheia do Buda... - 2 dias

A ideia era ter escrito diariamente até a maratona. Não rolou. Fiz tantas outras coisas nessa última semana...
Na sexta passada, troquei de celular, de Nokia pra Samsung. Até agora só tinha usado Nokia e Motorola. O Galaxy S foi um upgrade e tanto. A plataforma Android é tããão melhor que a Symbian... Olhei um Nokia N8, achei tão ultrapassado... Fiquei muito feliz com o Galaxy. Muito mais rápido que meu antigo E63, muito mais fácil de manejar, é outra vida. E touch screen é tudo de bom!
Pensei em migrar pro iPhone, mas resolvi esperar a chegada do 5. Paguei pelo Galaxy 1/4 do que o iPhone 4 me custaria. Fala sério...
Além do novo brinquedo, ocupei-me com o trabalho, com os últimos treinos e fiz o checkup de praxe no cardiologista. Fui lá bufar na esteira, naquele protocolo de Bruce que é um porre pra mim por causa da inclinação. Fiz 20min numa boa. Cheguei a 173bpm, podia ir a 174. Fiz 2min a mais que no ano passado, quando estava me arrastando em função da hérnia e com 3kg a mais.
Na terça-feira fui trotar de noite e curti intensamente a Lua Cheia do Buda. Wesak. E ela estava esplendorosa! E eu vibrei por fazer parte da tradição que remonta ao Buda numa cadeia ininterrupta de praticantes. A joia da Sangha unida ao Buda pelo Dharma.
Também sigo firme na dança do ventre, começando os ensaios de uma nova coreografia pra apresentar em julho. Afff, isso sim me dá um nervosão. Mas adooooro. É um mundo cada vez mais importante para mim.
E adoro ver minha filha cada vez mais independente, maior, mais linda, avançando pelas turbulências da adolescência. Na quarta de noite assistimos um filme juntas. Red, um filme muito divertido, achei maravilhoso, mas pode ser por causa do clima entre eu e ela.
Não tenho do que reclamar da vida. Pelo contrário. Só posso me alegrar com meu bom karma e seguir acumulando méritos. Para o benefício de todos os seres. Porque é isso que traz essa chuva de bênçãos pra minha horta, é claro. :)

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Matei o treino e fui trabalhar - 10 dias

Hoje não deu.
Estava vestida, pronta na porta. E desisti.
Por quê?
Porque simplesmente não estava afim. O tempo horrível, nublado, úmido, frio. Detesto.
Antes de me vestir pra correr estava trabalhando a mil, focada. Meu coração e mente simplesmente não estavam no treino. Voltei pra minha tradução de um livro de S.S. o Dalai Lama.
Aliás, hoje, pela primeira vez em meses, abri meu altar budista. Coloquei água nas tigelas e acendi uma vela de sete dias. E fiz as prostrações e as preces de refúgio nas Três Joias e de geração de bodhicitta.
Amanhã seria folga, vou fazer o treino de hoje e pronto. Sem culpa.
Aliás, parar de sentir culpa por fazer o que quero em vez de fazer o que querem de mim é a grande meta pessoal deste ano. E um tema sobre o qual estou refletindo muito desde sexta passada. Cheguei a começar um texto aqui, mas não postei porque teria que desenvolver mais, e a ideia ainda não estava bem formatada.

terça-feira, 10 de maio de 2011

1444

É esse meu número de peito pra Maratona de Porto Alegre.
A lista foi publicada hoje pelo Corpa.
Gostei. Adoro o número 4.
Que me traga sorte! :)

Não dá pra falar - 12 dias

Foi dizer que a menstruação estava tranquila... afff.
Hoje ralei horrores no treino. Estava pesada e lenta, fiz muito mais esforço pra render muito menos. Mas fiz. :)
O tempo também não está ajudando. Dia perfeito pra ficar embaixo das cobertas...
Mas acordei cedo e fui pro laboratório fazer uma bateria de exames, o check-up anual. Antes da maratona ainda quero ir ao cardiologista pra revisão, protocolo de Bruce na esteira.
Mas não vou tratar de nada disso agora. Vou traduzir, vencendo a preguiça.
Além de ter me esfalfado num treino que seria apenas moderado, estou toda dolorida. As pernas, as costas, o corpo todo. Hahaha, um caco!
Mas amanhã é outro dia, e com certeza estarei ok.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

12km - 13 dias

Rodei 12km hoje. Numa boa, bem solta depois do tranquinho de ontem, quando senti o repuxo de dois dias pesados.
Gostaria de correr a maratona como corri hoje, sem fazer força. :)
Edu mandou a planilha final, bem mais leve até a competição.
Fechei a semana passada com 90km.
Minha confiança segue em alta. Hoje menstruei, o que amplia ainda mais minha convicção de que estou bem treinada. Afinal, consegui fazer os tiros de sexta e o fundo de sábado nos dias críticos, quando em geral o meu desempenho desaba. E no dia da prova estarei na melhor fase do meu ciclo.
Dessa vez a tpm foi tranquila. Não inchei (estou pesando 57kg, uma marca até então impossível de manter nesse período). Não tive o desejo de me atrolhar de doces, nem comi mais que de costume. Não fiquei exausta. E não tive chiliques, hohoho. No sábado fiquei meio deprimida, mas estava cansada do longão também, e não foi nada muito intenso. E ontem, com toda a muvuca aqui em casa, eu estava exultante, no maior alto-astral!
Creio que pra mim o treino pesado ajuda muito na função menstrual. Nos períodos em que estou com tudo em cima em termos de condicionamento a menstruação é muito mais na boa. Sou uma amazona legítima, hehehe.
E hoje vi isso no FB de uma amiga, e é claro que postei no meu:

"Uma mulher de verdade sempre tem sua casa limpa e arrumada e o cesto de roupas vazio. Está sempre bem arrumada e perfumada, é fina, não fala palavrão e se comporta corretamente em todo momento, lugar ou circunstância. Sobra paciência para atender sua família e sempre tem um sorriso nos lábios e uma frase amável a todos... Coloque isto em seu mural se você também suspeita de que você é, na verdade, homem!"

Hahaha, nós os homens somos beeeem diferentes!

domingo, 8 de maio de 2011

Dia das Mães

Domingo muito caseiro e muito família. E muito, muito bom.
Levantei sem (muita) pressa às 8h30 (depois de ter ido pra camas às 21h ontem), tomei café e fui dar uma corridinha leve de 10km, só pra soltar.
Reuni a família aqui em casa pra um almoço maravilhoso, de massa com molho de galinha, preparado pelo meu tio, cozinheiro confirmado - e uma torta Marta Rocha da Filó excepcionalmente deliciosa.
Pra variar, passamos boa parte do tempo na cozinha, conversando enquanto o tio cozinhava. Estávamos em oito pessoas, e o clima foi especialmente harmônico. Costumamos fazer esses almoços, e eles em geral são bacanas, mas o de hoje foi especial. Todo mundo parecia mais feliz que de costume com o encontro. Não era uma atitude forçada, estávamos todos naturalmente felizes e à vontade. Clima familiar de verdade. Todo mundo de casa. Inclusive minha cunhada e minha sobrinha emprestada, que vieram à minha casa pela primeira vez.
Foi talvez o meu melhor Dia das Mães. Não lembro de outro tão harmonioso. E felizmente esqueci os detalhes de muitos realmente ruins...
Para ser sincera, sempre detestei o Dia das Mães, odiava a obrigação de fazer alguma coisa nessa data - ainda mais que em geral as coisas não davam certo, por mais que eu quisesse e me esforçasse. Mas dessa vez eu curti os preparativos e adorei receber todo mundo aqui na minha casa.
A única coisa a lamentar foi não termos feito fotos. Preciso lembrar de fazer fotos nessas ocasiões. Porque vai chegar um dia que esses almoços serão apenas lembranças.

sábado, 7 de maio de 2011

Feito!

Fiz 34km hoje. O último longão antes da maratona de 22 de maio. Nunca havia feito essa distância em treino. Fechei inteira, mas bastante cansada. Não foi como no sábado passado. Dessa vez a largada foi melhor, eu estava encaixada. Mas paguei o preço de uma série de erros cometidos antes de sair pro treino.
Na quinta-feira, eu deveria ter feito tiros de 4x2000m. Não fiz porque não tive tempo. Aí resolvi fazer ontem. Fiz. E foi duríssimo, terminei acabada, muito mais cansada do que hoje (e o total foi de apenas 15km, com aquecimento e soltura). Ontem também ainda fiz musculação.
Com o tranco de ontem, hoje já saí meio lesada. E dei duas grandes mancadas: esqueci de tomar o bcaa antes de largar, e esqueci de comprar gel! Meu treinador havia dito pra comer três. Aos 10km, 20km e 25km. Fui com o único que tinha em casa. Comi no km 17, bem na metade do treino. Foi por puro acaso e sorte. E graças à bondade do Charles, meu colega de equipe, que estava no apoio. Ele me viu passar no km 4 da Beira-Rio (eu já estava com 12km, porque saí de casa e rodei 8km de rua antes de chegar no Gasômetro). Ali eu não bebi água, não estava com sede e quis poupar o gel pra quando o cansaço apertasse. Quando estava chegando nos 17km, eis que Charles apareceu de moto! Foi muuuuito bom. Não só porque trouxe água pra eu comer o gel, mas porque trouxe apoio mesmo, apoio moral. Aquela coisa de cuidado. Ele foi lá pra ver por onde eu andava, como andava e quanto mais ainda iria aindar. Foi um encontro de 1 minuto, se tanto, mas que gerou energia pros muitos minutos dos próximos 17km.
Quando eu estava voltando, Charles passou por mim de novo, dessa vez correndo, estava fazendo o treino dele.
Minha ideia era voltar pra casa correndo, mas ali pelos 30km comecei a sentir umas beliscadas na panturrilha esquerda, que pareciam uma ameaça de cãibra. Só faltava chegar em casa e ter uma crise. Resolvi terminar no Gasômetro pra ser alongada antes de ir embora.
Os últimos quilômetros hoje foram duros, eu estava cansada, e contando os metros pra acabar.
Aí, no último quilômetro, Charles encostou em mim, e voltamos juntos. No meu ritmo, é claro, porque ele roda pra 3'40"... Mas hoje ele estava se arrastando, e fez 10km em 41'... De novo a presença de Charles teve um efeito animador e confortante. :) E acho que nem agradeci direito, porque terminei a corrida meio zonza e abobada.
Mas fiz. E fiz bem. Média de 5'05".
A preparação pra prova está concluída. Nas próxima duas semanas farei apenas a manutenção. Treinei menos do que devia e do que queria. Mas mais do que parecia capaz de início. Em janeiro, um treino de 16km me deixava esgotada, era sofrido. Muito mais sofrido do que os 34km de hoje, que na verdade nem foram sofridos, foram um pouco cansativos e tensos.
A meta é fazer a maratona entre 3:30 e 3:40.
E logo depois começar a treinar pra ficar mais rápida.
E, se tudo der certo, fazer outra maratona no segundo semestre.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Esse é bom

Finalmente me acertei com um gel. Esse aí da foto, o Accel. Gostar eu não gosto, mas o Accel é perfeitamente suportável. Experimentei outras marcas ao longo dos anos e detestei os sabores. Jamais vou entender por que todos os suplementos - a começar pela whey protein, o pior de todos para mim, seguida dos géis, maltodextrina e repositores eletrolíticos - são tão insuportavelmente aromatizados e adoçados. Só o cheiro já me enjoa... Os géis me causavam repulsa também pela consistência, que me dava a nítida sensação de estar comendo graxa. Sem falar que alguns me causaram diarreia. E o principal é que nunca senti um ganho de energia comendo aquelas coisas medonhas.
Resolvi experimentar o Accel por indicação do Serginho da Max Muscle. Deu certo. O gosto é menos acentuado, dá pra aguentar. E a consistência é ótima, ele desce na boa, sem colar na boca. E também não é líquido a ponto de escorrer quando se abre o saquinho.
O melhor de tudo é que notei uma melhora no rendimento com o Accel. Especialmente no último sábado, quando fiz os 32km. Comi um aos 10km e outro aos 20km. E funcionou mesmo. Depois que comi o primeiro, notei que o corpo ficou mais esperto e mais leve. E terminei a corrida inteiraça, sobrando, como já disse. Claro que estou condicionada, mas acredito que o gel realmente foi importante dessa vez. Porque em outros treinos menores, sem gel, eu termino mais acabada.
Vou usar o Accel na maratona. Já vi que esse eu posso comer sem medo de nausear ou de ter um piriri intestinal.

terça-feira, 3 de maio de 2011

32km depois

I was feeling so fly like a G6, like a G6...

Sábado passado finalmente senti que dá pra correr a maratona.
Mas o começo do treino foi dos menos promissores. Os primeiros 6km foram um tormento, eu estava tão fora de embocadura que pensei em fazer só 10km e avisar pro treinador que ia desistir, que não me via correndo mais que 16km hoje em dia.
Encontrei Edu na Redenção ao fechar 10km, não falei nada, comi um gel e fui adiante, dei uma volta no parque antes de pegar a rua de novo. Cheguei na Beira-Rio com 14km. Fiquei mais 2km no tranco e quando cheguei aos 16km finalmente engrenei. E aí foi.
A segunda metade do treino foi moleza. Passou rápida e levemente. Ainda senti a leve pressão da hérnia na coluna, a irradiação pela nádega esquerda, e uma tensão nas laterais dos joelhos. Mas tudo em níveis plenamente suportáveis.
No km 20, Alcides me alcançou uma água e comi o segundo gel. A essa altura estava totalmente encaixada na corrida, o corpo todo certinho. O ritmo tornou-se orgânico, a sensação de esforço sumiu, a corrida tornou-se natural. Os quilômetros passaram tranquilamente, não senti nenhuma ansiedade, cada passada era o aqui e agora. Fiquei livre da sensação de "ter" que correr tantos quilômetros, da urgência pra acabar de uma vez. Relaxei e curti o momento. Gostei do correr em si, e não de cumprir a planilha.
Terminei inteira e faceira, sobrando. Dava pra fazer mais 10km com certeza, embora o ritmo talvez caísse um pouco.
Dessa vez a endorfina e a dopamina did the trick. Em vez de cansada, fiquei eufórica.
Creio que a última vez que corri 32km antes foi na maratona de 2009. It's been a long, long time.
Dessa vez corri sem olhar o ritmo no relógio nenhuma única vez. Olhei apenas a quilometragem. Optei por correr no ritmo do corpo. Que foi de 5'03" na média geral.

domingo, 24 de abril de 2011

Se for de benefício para um só...

...já terá valido a pena!

Meu modesto e praticamente desconhecido blog, criado totalmente por acaso, já tem a sua existência plenamente justificada. Já ajudou alguns budistas, já serviu de inspiração para outros corredores, e hoje animou uma portadora de hérnia de disco, que leu meu relato e viu que é possível correr mesmo com hérnia.
Essas pequenas contribuições para outras pessoas me deixam imensamente feliz.
Mesmo em fases como a atual, em que estou muito afastada da prática espiritual formal, minha mente e meu coração seguem conectados ao Buddhadharma, e é assim:
"Enquanto o espaço perdurar,
que eu também possa existir
para beneficiar todos os seres sencientes".

sexta-feira, 25 de março de 2011

Hoje

Decidi nessa semana correr a maratona de Porto Alegre no dia 22 de maio. E foi decidir pra começar a sentir aquele frio na barriga ao sair para cada treino. Não consigo deixar de pensar: "Bah, se hoje só fiz isso de quilometragem e estou nesse bagaço, imagina os 42km", ou: "Bah, se já estou cansada de correr só durante esse período de tempo, como vai ser na maratona", e de fazer as contas de quantos quilômetros e minutos separam tal treino dos 42km e das 3h30min (sendo otimista) da maratona.
Para combater os temores, lembro de pessoas que treinam menos e vão fazer a prova, algumas delas muito queridas para mim. Quando lembro delas - e especialmente do entusiasmo que demonstram -, sou contagiada pela animação e coragem, e penso: "Mazahhh, se elas vão, eu também vou!" Afinal, se elas sentem que estão prontas pra completar a prova, eu também estou, tenho que estar. :) Vou no embalo dessas pessoas, elas me mostram que devo confiar mais em mim - e valorizar o tremendo esforço que estou fazendo, as horas que dedico, os cuidados que tomo (há anos...).
Busco coragem especialmente observando os amigos que vão estrear na maratona. Essa é a turma mais empolgada, mais alto astral.

Amanhã!!!

Neste sábado, irei na festa de 25 anos de formatura em jornalismo. Afff, como passou rápido.
Vou encontrar pessoas que não vejo há 25 anos, pessoas queridas e importantes. Já reencontrei várias no Facebook, mas estou ansiosa pelo encontro ao vivo.
Realmente, não parece que me formei há tanto tempo...

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

A foto diz tudo

Meu treinador tirou essa foto logo após minha chegada no trajeto da TTT. Corri bem, me senti alegre e confiante. Terminei inteira.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Priscas eras

Facebook é tudo de bom!
Descobri essa foto lá, ao descobrir o perfil de um colega de faculdade. E, ao descobrir meu colega e a foto, descobri outros colegas queridos, com quem agora poderei retomar o contato depois de 25 anos!

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Voltei de verdade

Voltei realmente a correr. Faz umas três ou quatro semanas. Desde a maratona de maio de 2009 eu não conseguia correr bem, e menos ainda me sentir bem correndo. Eu não sabia, mas naquela época a hérnia de disco, que entrou em crise total no dia 2 de novembro de 2009, já estava me pegando. Eu vivia com dor na nádega esquerda, uma síndrome de piriforme que na verdade era o pinçamento da hérnia.
É muito curioso olhar pra trás e lembrar que eu sentia dor todos os dias sem exceção. Mais dor, menos dor, mas sempre dor. A dor na nádega esquerda era constante, às vezes combinada com dor na outra nádega, na faixa dos rins, nos joelhos, na parede paravertebral... Sem falar que de 2 de maio até a metade de agosto de 2009, além da dor crônica, tive uma alergia respiratória que me fazia botar os bofes depois de cada corrida e à noite, quando eu não dormia de tanto tossir. E ainda queria correr... E queria ter vontade de correr, e ter prazer! Sem noção.
Só comecei a encaixar no treinamento em outubro de 2010, depois de outra crise aguda da hérnia em setembro. Serei eternamente grata a Rafael Candeia, fisioterapeuta, que me ensinou técnicas de core training. Nas sessões com ele, que mais pareciam uma aula pegadíssima de personal training, comecei a estabilizar a coluna, descobri músculos que nem sabia que existiam por baixo da minha parede abdominal, a dor foi diminuindo, e fui me sentindo mais confiante de que a hérnia poderia tornar-se assintomática. Ele garantiu que ia dar certo, que eu poderia voltar a treinar forte.
Rafael foi a primeira pessoa que percebeu o óbvio no meu caso: fisioterapia convencional não resolveria (um médico também viu isso, mas queria me operar). Eu não precisava de alongamento, não tenho encurtamento. E é só olhar pra ver que não preciso de reforço nem de abdominal, nem de dorsal. O que eu precisava era segurar a coluna no lugar, minha coluna tem uma "folga", e os movimentos erráticos das vértebras moíam os discos, em especial o herniado. Com o core training fortaleci o que era fraco: os oblíquos internos e os transversos. E a coluna ficou estabilizada. A hérnia não dói mais porque não é massacrada pela vértebra. E eu nunca mais senti dor. Não tenho sentido sequer a pressão que sentia, aquele "estou aqui" da hérnia.
Nesse período nebuloso só não parei de correr graças à presença de mi amor de treinador Eduardo Schutz, que me orientou, incentivou e consolou - e manteve o otimismo de que a fase iria passar. Edu sabe melhor do que eu quais as minhas possibilidades na corrida e experimentou as mais variadas fórmulas e dosagens para descobrir como fazer meu corpo e minha cabeça voltarem a responder bem ao treino. Ele se puxou no planejamento, eu me puxei na execução, e viramos o ano festejando meus progressos.
Voltei a correr com sobra, quer dizer, consigo correr solto, fazendo um esforço suportável e agradável. O sofrimento doloroso desapareceu. Não me sinto no limite, não termino os treinos caindo aos pedaços. Termino cansada, mas inteira. E sem dor.
Hoje entendo que a fase em que eu não sentia vontade de correr, em que minha cabeça não estava nisso, foi não apenas necessária, mas muito saudável: uma parte de minha mente percebeu que meu corpo, por mais forte e resistente que seja, dessa vez tinha que ser poupado de esforço, tinha que dar uma parada. Foi um simples reflexo de autopreservação. Foi a melhor coisa que eu poderia fazer por mim naquele momento.
Como essa fase foi muito longa - e eu nunca havia sentido isso -, teve uma época em que pensei que talvez a corrida fosse passado, que eu não gostasse mais, que precisasse buscar outra coisa. Mas agora está tudo encaixado de novo. Correr voltou a ser uma parte prazerosa da rotina, não apenas uma obrigação.
Uma coisa importante foi ter baixado consideravelmente o volume semanal. Recebo uma planilha de quatro treinos; se tenho tempo e vontade, faço mais alguma coisa nos outros dias. Isso retirou a pressão. Afinal, não posso e não quero deixar de trabalhar pra correr. E também não pretendo reduzir minha vida a trabalho e treino, com tantos outros interesses (e também deveres) a me requisitar tempo e energia.
Agora são 7h de terça-feira, dia 11. Daqui a pouco vou pra pista da Redenção fazer um treino de pista. Há pouquíssimo tempo, eu ficava nervosa só de pensar em tiros. Ficou tão difícil que Edu deixou a pista apenas em uma vez por semana durante um tempo, e coisa bem leve. Ali por novembro voltei pra duas vezes por semana, mas ainda bem leve. Na semana passada começamos a puxar um pouquinho mais. E eu gostei. :)

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

To the core. Hard-core

It's too good, it's too nice
She makes me finish too quick
Is it love? No not love
She turns my sexual trick
She says she's mine, I know she lies
First, I scream, then I cry
You take a second of me
You beckon, I'll bleed
She suffocates me
She suffocates me with suggestions
I asked 'do you feel the same'
And later on, maybe
I'll tell you my real name
She's so good, she's so bad
You understand, I can't expand
Now I could just kill a man
She's on her knees, I say please
I cross her city lines, she's got fine highs

I think ahead of you, I think instead of you
Will you spend your life with me
And stifle me?
I know why the caged bird sings, I know why

Forgive and you're forgiven
Kingdom come
Can you wait for yours
I need to taste some
Life's really funny
I laugh while she spends my money
She's my freak
I guess I'm weak
You ask what is this?
Mind your business
I pass idle days with my idle ways
'Til the twelfth of always
She walks my hallways
I keep her warm, but we never kiss
She cuts my slender wrists
Let's waste some more time
I sign the dotted line
A different level
She-devil

I think ahead of you, I think instead of you
Will you spend your life with me
And stifle me?
I know why the caged bird sings, I know why

You ask what is this?
Mind your business
I pass idle days with my idle ways
'Til the twelfth of always
She walks my hallways
I keep her warm but we never kiss
She says I'm weak and immature
But it's cool
I know what money's for
Push comes to shove
Her tongue's her favourite weapon, attack
I slap her back, she mostly hates me

I think ahead of you, I think instead of you
Will you spend your life with me
And stifle me?
I know why the caged bird sings, I know why

Can I take off her clothes
Before we go out
And then helpless
I'll scream and shout
We finish everyday
Well, anyway
Sixty-nine degrees
My head's between her knees.
You ask what is this?
Mind your business

It's too good, it's too nice
She makes me finish too quick
Is it love? No not love
She turns my sexual trick
She says she's mine, I know she lies
First, I scream, then I cry
Take a second of me
You beckon, I'll bleed
Take a second of me

I think ahead of you, I think instead of you
Will you spend your life with me
And stifle me?
I know why the caged bird sings, I know why
I know why the caged bird sings, I know why




"Suffocated Love", Tricky, CD Maxinquaye, de 1995. Uma das melhores coisas que já ouvi. Em 1996, grávida, barrigão, lembro de uma manhã em casa, com um quimono bordeaux que ainda tenho, ouvindo o CD e em especial essa faixa.
Tricky é doidão e me deixa doida com o clima denso de Maxinquaye, repleto da mais radical conotação sexual.