Os fatos e minhas reações a eles foram tantos, tão variados e tão maravilhosos nesse verão que estive especialmente elétrica na última semana. Ainda assim (e talvez por isso também), encerrei o uso da quetiapina e do escitalopram. Nada planejado. Aconteceu.
A quetiapina parei de usar no carnaval e contei pra minha terapeuta ao retomarmos as sessões na primeira semana de março. Parei de tomar porque percebi que o remédio para me manter dormindo a noite inteira estava me deixando chumbadíssima antes de eu deitar. E que eu andava dorminhoca, engatando 10 a 12 horas de sono quando podia. Fiz a experiência de não tomar a medicação nas férias e vi que realmente não precisava mais. Voltei a dormir normalmente.
O escitalopram foi totalmente por acaso. Os comprimidos acabaram na sexta-feira da semana passada, não comprei no sábado porque estava envolvida com o churras da firma aqui na laje. Domingo não saí, segunda e terça esqueci, quarta teria terapia, então deixei para resolver na sessão. Na verdade, cheguei a cogitar não comentar nada com minha terapeuta (que é psiquiatra). Foi Flavia que me incitou a falar. Em mais uma das centenas de trocas com minha soul-sister, percebi que eu estava me preparando para seguir no padrão de evitar confronto deixando de me manifestar. Fiz diferente. E o resultado foi ótimo. Claro.
Sobre esse padrão ainda tenho que refletir mais. Não é covardia. É acima de tudo procrastinação. Tento ir levando coisas que não quero levar por não saber como me livrar delas ou ajustá-las. Quando não dá mais, em geral acontece uma ruptura mais ou menos explosiva. No trabalho, tinha a ver com os atrasos nas traduções. Atrasava e não falava nada pras editoras. Péssimo. Nos relacionamentos - sociais, pessoais, amorosos - ficava tentando aguentar coisas que não aguento. Em vez de dizer sem rodeios, ficava calada ou nas charadinhas. Péssimo.
O escitalopram foi totalmente por acaso. Os comprimidos acabaram na sexta-feira da semana passada, não comprei no sábado porque estava envolvida com o churras da firma aqui na laje. Domingo não saí, segunda e terça esqueci, quarta teria terapia, então deixei para resolver na sessão. Na verdade, cheguei a cogitar não comentar nada com minha terapeuta (que é psiquiatra). Foi Flavia que me incitou a falar. Em mais uma das centenas de trocas com minha soul-sister, percebi que eu estava me preparando para seguir no padrão de evitar confronto deixando de me manifestar. Fiz diferente. E o resultado foi ótimo. Claro.
Sobre esse padrão ainda tenho que refletir mais. Não é covardia. É acima de tudo procrastinação. Tento ir levando coisas que não quero levar por não saber como me livrar delas ou ajustá-las. Quando não dá mais, em geral acontece uma ruptura mais ou menos explosiva. No trabalho, tinha a ver com os atrasos nas traduções. Atrasava e não falava nada pras editoras. Péssimo. Nos relacionamentos - sociais, pessoais, amorosos - ficava tentando aguentar coisas que não aguento. Em vez de dizer sem rodeios, ficava calada ou nas charadinhas. Péssimo.
Nova identidade. Novo olhar. Nova paisagem mental.
Os trabalhos fluindo. Eu curtindo cada vez mais o que faço e a qualidade com que faço. Quando faço, no tempo que levo para fazer.
Nos relacionamentos sociais, pessoais e amorosos a mesma coisa. Curtindo as novas pessoas com quem me relaciono e o modo como me relaciono.
Meu novo olhar, minha nova identidade - a forma como eu olho para mim e para o mundo, a minha nova paisagem - atraíram novos tipos de olhares e de identidades. Olho para trás e me vejo livre de certos padrões. Fora da velha paisagem. As coisas que faziam sentido para a velha identidade simplesmente não servem mais. Des(eu)dentificação. Salvei-me de mim mesma.
Meu novo olhar, minha nova identidade - a forma como eu olho para mim e para o mundo, a minha nova paisagem - atraíram novos tipos de olhares e de identidades. Olho para trás e me vejo livre de certos padrões. Fora da velha paisagem. As coisas que faziam sentido para a velha identidade simplesmente não servem mais. Des(eu)dentificação. Salvei-me de mim mesma.
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