Verão que estou ótima. Ou, como disse uma vez um amigo e grande admirador, "toda boa". A apreciação era mútua. Esse me dizia as mais incríveis e tinha um corpo incrível, mais de 90kg de músculo, um escândalo na piscina. A aparição dele foi o que eu precisava pra me convencer de vez que meu casamento tinha acabado e estava na hora de separar. Foi pra já. Isso lá em 2006.
Lembrei do Peixão ontem durante a sessão de tatuagem. Quatro horas deitada quieta - falei quase nada porque Jean estava totalmente concentrado no trampo - é tempo pra pensar na vida. Já tinha lembrado do bofe magia mais cedo, quando postei as fotos com a calça linda que ganhei da Maria Rita, minha manicure e confidente (uma das primeiras mulheres do meu círculo de empoderamento), por causa do "projeto verão".
O que me ocorreu é que a pá de cal nos meus relacionamentos agonizantes sempre vem na forma de uma aparição como a dele. Um homem bonito, rola a atração, o flerte, uma aventura rápida. Nunca é um "desconhecido". E é sempre mais bonito do que a pessoa com quem estou/estava. E é sempre alguém com quem eu jamais teria um envolvimento maior, não são pra namorar. São caras com quem eu tenho uma relação de amizade, de camaradagem, que se mantém inalterada depois do lance.
O segundo bofe magia apareceu da forma mais inacreditavelmente bizarra. Amigo do Orkut (eu nem lembrava), me encontrou no Fetlife e reconheceu uma foto dos meus pés! Foi pesquisar no Facebook e me achou. Sherlock podólatra (que aprecia todo o conjunto da obra aqui). Começamos a conversar em 2012, nos tornamos amigos. Conversamos sobre coisas que não falamos com outras pessoas. Já disse que temos uma ligação de karma, só pode ser. Meu personal Arcanjo vai e volta. Sempre que aparece, estou em fase solo, ou me encaminhando para tal. Infalível.
O terceiro conheci em 2013. Quando ficamos, por iniciativa minha, bastante tempo depois, foi um divisor de águas. Tive a mais cristalina certeza de que eu havia mudado. O relacionamento em que eu estava emaranhada, a doença/morte de minha mãe, o caos geral da minha vida proporcionaram/forçaram minhas transformações pessoais, graças à terapia. A Lúcia que eu era deixou de existir. E a que eu sou tratou de buscar uma companhia que a reconhecesse, valorizasse e apreciasse. E como fui apreciada e bem tratada! E como tenho sido desde então. Não só na vida pessoal, mas mais ainda na profissional.
Meu crescimento emocional alavancou meu crescimento profissional. Deixando de agir/sentir como criança, conquistando maturidade e independência emocional, consegui deslanchar na vida profissional/material, dando os primeiros passos rumo à independência.
Sou muito grata a esses homens que surgiram em momentos decisivos e facilitaram minha transição para novos estágios. Os olhos deles foram espelhos pelos quais me vi por novos ângulos. Vi muito mais que o corpo - meu e deles.
O "projeto verão" - verão que estou ótima, evidentemente não é (apenas) sobre meu corpo.
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