Entendi o que me incomodava tanto ao ser importunada em uma situação que poderia ignorar perfeitamente (e que de modo geral ignoro, porque nem lembro, porque não é minha). Me via fazendo o mesmo. Ou melhor, querendo fazer o mesmo. Nunca fiz. Não fiz, mas tive vontade. Ainda tenho vontade. Sempre. O tempo todo.
Tenho vontade de falar o que sinto, acho, penso. Só que... é o que EU sinto, acho, penso. É meu. É problema meu, inclusive. É algo totalmente meu. Que não tenho motivo - e muito menos o direito - de compartilhar com quem deixou claro que não se interessa pelo que eu sinto, acho e penso - porque sente, acha e pensa diferente.
Que bênção ter ido buscar ajuda - e principalmente estar me ajudando. Eu vejo lucidamente o que sinto, acho e penso. Parei de fugir, de tentar sufocar, esconder, matar. E aprendi que é tudo comigo, porque é meu. Respeito a mim mesma. Acolho o que sinto, acho e penso. Não me apego e não rejeito. Não gosto da situação. Mas sei que não há nada que eu possa fazer a não ser o que estou fazendo: ficar na minha e tratar da minha vida. Me tratar. E me tratar bem.
Ao aprender a respeitar a mim mesma - e respeitar e acolher o que sinto, acho e penso, mesmo que não goste, mesmo que quisesse que fosse tudo diferente -, consigo respeitar os outros. Não invado o espaço de ninguém.
Amar é desejar a felicidade.
Estou aprendendo a me amar. E aprendendo a amar os outros.
Amar os outros é desejar que sejam felizes e não que me façam felizes.
Creio que me amar seja desejar a minha felicidade. Que depende apenas de mim. Que está em mim.
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