sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Tigrinha invisível

Aprendi uma coisa preciosa.
Não reagir. Não me mover um centímetro.
Ficar onde estou. Ficar na minha.
Um acontecimento totalmente imponderável no domingo passado foi a chave.
Vi com clareza cristalina que só havia uma coisa a fazer: nada.
E foi o que fiz. Nada.
Porque nada do que eu fizesse seria bom.
Tudo me doeria. Tudo me causaria sofrimento. Tudo me machucaria.
Qualquer ação seria uma autoagressão. Como roer os dedos.
No momento em que decidi não fazer nada, a vontade de roer os dedos diminuiu. Não apenas ali. Diminuiu desde então. E, quando começo a mexer nos dedos, percebo o que estou fazendo. E em geral paro.
Mais do que me tratar bem, estou aprendendo a não me maltratar. A evitar o que me fere e me faz sofrer. Não roer os dedos. Não reagir. Não provocar. Não me expor. 



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