Misoginia e machismo estão por toda parte. Inclusive no budismo.
Jetsunma Tenzin Palmo começou a questionar os grandes lamas sobre isso nos anos 1970. E desde então não parou. Líder do movimento para empoderar as praticantes budistas, anunciou que atingirá a iluminação em corpo feminino.
Tive o sensacional privilégio de traduzir sua biografia, A caverna na neve - a jornada de Tenzin Palmo rumo à iluminação. Lançamento da Lúcida Letra (https://www.facebook.com/LucidaLetra/?fref=t), editora que me dá o prazer de trabalhar em obras como essa. Uma bênção. Meus méritos se manifestando.
Como todo praticante avançado, Jetsunma não fala de suas realizações abertamente, mas seus alunos e seus leitores podem perceber facilmente que ela já trilhou uma bela parte do caminho para a iluminação. (Lamas elevados, entre estes Sua Santidade o Dalai Lama, viram isso há décadas, no instante em que colocaram os olhos nela.)
Tenzin Palmo foi uma pioneira no budismo tibetano - e no budismo em geral. Uma das primeiras ocidentais a ser ordenada, ficou famosa por fazer um retiro de austeridade extrema, vivendo 12 anos completamente sozinha numa caverna dos Himalaias, basicamente estudando e meditando, dormindo sentada em uma caixa de meditação.
Ao voltar para a civilização, recebeu a tarefa de criar um convento. O que revelou-se mais árduo do que o retiro em certos aspectos. Ser monja não é fácil, especialmente na Ásia. A maioria das tradições não tem ordenação completa para mulheres, e ainda há quem diga que a iluminação só pode ser atingida em corpo masculino (!!!).
Jetsunma Tenzin Palmo é uma professora brilhante. Sua atividade iluminada ajuda outras mulheres a seguir no caminho. E contribui para dissipar milênios de rebaixamento das mulheres a seres sencientes de segunda classe.
Parabéns pela tradução!
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